sexta-feira, 16 de março de 2012

SOBRE A PRIVATARIA...FARINHAS DO MESMO SACO...




Fabricaram a tal da “privataria tucana” e olha aí… A *Dilma* sentiu de cara o buraco em que se meteu. Acompanhou o leilão em tempo real mas, em vez de comemorar os R$ 24,5 bilhões “angariados” – muito, mas muito mesmo a mais do que qualquer pessoa séria esperava que oferecessem pelo que estava à venda – saiu murmurando:

“Vocês sabem como é governo: faz uma etapa e tem de fazer todas as outras. Agora tem que fazer com que as outras etapas aconteçam“.

São 30% dos passageiros e 57% da carga do transporte aéreo nacional entregues a uma *empresa africana* de credenciais duvidosas que ficou com nada mais nada menos que *Guarulhos*; um *trambiqueiro argentino* de extensa folha corrida que, muito adequadamente, ficou com *Brasília*; e uma *operadorazinha francesa* especializada em negociar com genocidas africanos que levou *Viracopos*.

Se os dois outros vencedores são duvidosos, o argentino que levou *Brasília*é explícito. Daqueles que não se aperta nem regula mixaria. “Pagou” nada menos que 673,39% de ágio! R$ 4,5 bi pela outorga mais compromissos contratuais de R$ 2,8 bi de investimentos.

Andou fazendo coisa parecida na* Argentina*, onde opera aeroportozinhos regionais. Prometeu mundos e fundos. E aí, nada. Quando as contas começaram a indicar que seria mais caro para o governo retomar os aeroportos que renegociar o contrato com o espertalhão, ele foi ficando espaçoso… Tentou primeiro com *Duhalde* em 2003. Não conseguiu. Empurra daqui, empurra dali, acabou arrancando uma renegociação de *Nestor Kirshner* em 2007. Em vez dos royalties anuais devidos (equivalentes às nossas prestações pela outorga), enfiou goela abaixo do governo 15% das receitas, quaisquer que fossem elas. E evidentemente elas são muito menores que os royalties devidos. Repactuou também os planos de investimentos e emitiu títulos para pagar com papéis o resto do que devia. Ainda assim, continua devendo US$ 104 milhões à *Casa Rosada*, segundo o jornal *Valor*.

Como um tipo desses leva o aeroporto da capital do Brasil com a simples promessa de pagar quase sete vezes o que foi pedido pela concessão é coisa que o PT terá de explicar logo logo à Nação…

Já *Guarulhos*, o maior aeroporto do país, fica para uma obscura companhia da África do Sul que se apresenta à frente dos – adivinhem? – *fundos de pensão das estatais (leia-se, o próprio PT).* Esse consórcio *Invepar* é da onipresente *Previ*, que tem 38% do capital, mais o *Funcef* e o *Petros*, seus fiéis escudeiros representando os funcionários da “*Nossa **” Caixa* e do “nosso” petróleo (o Brasil bem que merece!), e ainda da *OAS* (19,4%), aquela empreiteira da família do finado *Antônio Carlos Magalhães* que andou encolhendo desde que ele se foi deste mundo.

Pois é. O dinheiro tem o condão de enterrar ideologias… O governo não esperava obter por *Guarulhos* mais que R$ 6 bi. Quando o leilão chegou aos R$ 12 bi, um adviser das companhias mais experientes do mundo na administração de aeroportos já garantia aos presentes que “essa conta não fecha“. Pois depois disso ela aumentou mais um terço. Foi a R$ 16,2 bi, mais R$ 4,6 bi em reformas contratuais para a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016!

A receita total do aeroporto de *Guarulhos* calculada pelo governo para os 20 anos da concessão é de R$ 17 bi, apenas 5% a mais do que os *fundos do PT * pagaram só pela outorga. As prestações por essa outorga, posto esse número, sobem a R$ 800 milhões por ano. E hoje o faturamento total de *Guarulhos* é de R$ 500 milhões… Como fechar essa conta se o contrato diz que as tarifas aeroportuárias não podem subir?

“Com receitas não tarifárias como estacionamentos e restaurantes“, diz candidamente *Gustavo Rocha*, presidente da* Invepar*. (E com financiamentos do *BNDES*, é claro). Nada, enfim, como fazer contas com dinheiro “nosso”…

Ao fim e ao cabo, a proposta mais “pé no chão” foi a do endividado *Grupo Triunfo* com seus franceses misteriosos, que pagou “apenas” 159% de ágio por *Viracopos*. É o mesmo grupo que, em 2008, “levou” as *rodovias Ayrton Senna* e *Carvalho Pinto*, em São Paulo, mas acabou sendo desabilitado porque não conseguiu cumprir o que prometeu. Pelo menos ele devolveu o que não conseguiu pagar.

Enfim, não perca os próximos capítulos. Este caso tem tudo para transformar o Mensalão numa brincadeira de crianças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário