sábado, 10 de março de 2012

SOBRE A DESASTRADA: A COPA DA PROPINA...





ABRIU AS PERNAS, LEVOU CHUTE NO TRASEIRO!

HARDY GUEDES.


Para trazer a Copa do Mundo para cá, abrindo mão da lógica e do bom senso, uma vez que o Brasil, realmente, não estava preparado para essa empreitada, o governo Lula assumiu compromissos que não tinha condições de cumprir.
Assumiu e deixou para a sua sucessora.
A realização de uma Copa, num país sucateado como o nosso, envolve um volume de obras tal que não pode ser executado em pouco tempo. Sem contar as dimensões territoriais do país e a loucura que fizeram de, por razões puramente políticas, optarem por doze sedes, quando o normal seriam oito.
Se até o presente momento, as obras do PAC 1 e do PAC 2 não foram realizadas, a propalada transposição das águas do São Francisco e tantas outras mais não atingiram níveis aceitáveis, são um indicativo perigoso de que, até a Copa do Mundo, os transportes aéreos, leia-se aeroportos, estradas e mesmo obras que facilitem a mobilidade urbana não estarão prontos a tempo, tampouco irão oferecer aos visitantes estrangeiros um mínimo de conforto e eficiência.
O jeitinho brasileiro não funciona para tudo e, aos olhos do mundo, certamente, passaremos por incompetentes, inconsequentes e sem capacidade de planejamento.
Talvez, joguemos por terra toda a confiança que o mundo está depositando em nossa companhia, por conta dessa opção desastrada.
A nossa burocracia é imensa e tudo necessita de tantos aceites e comprovações, para justificar os “cabides” de emprego, emperrando tudo.
Fora a carga tributária, que torna tudo mais caro.
Adicione-se a isso o despreparo de nossos empresários do setor de turismo, especialmente o hoteleiro que, pensando a curto prazo e praticando preços exorbitantes ao longo do tempo, inviabilizam a vinda de turistas estrangeiros ao Brasil, de forma regular e constante.
Até mesmo a nossa mão-de-obra no setor é de baixa qualidade por não receber o devido treinamento, que não pode ocorrer apenas para um evento, mas deve exisitr sempre.
Como todos sabem, morei em Natal por dez anos e lá pude observar a queixa dos hóspedes estrangeiros de que eram raros os funcionários dos hotéis que falavam inglês (e isso é básico e fundamental) e que os preços eram tão elevados, que os obrigava a ir de táxi aos supermercados para abastecer as geladeiras dos apartamentos.
Quem quer fidelizar clientes no setor de turismo, não pode depender tão somente de beleza natural e mulheres seminuas (o que não deixa de ser a mesma coisa hahaha!).
A mentalidade do país e do setor não vai mudar por causa de um único evento de grande porte. Essa mudança, para ocorrer, necessita de tempo e investimentos constantes, cursos de aperfeiçoamento e coisas tão básicas que, apesar de ridículo, devo citar: conheci empresários do setor de hotelaria que não pagavam cursos de línguas para os funcionários com medo deles serem cooptados pela concorrência.
Por isso, apesar de condenar a forma chula com que se expressou o Sr. Jérôme Volcker, da FIFA, ao dizer que o Brasil precisava de um chute no traseiro, não posso deixar de concordar que a morosidade das obras e demais providências, por aqui, são irritantes.
E como essa Copa está vindo por razões meramente políticas, em hora inadequada, esse entrevero FIFA X GOVERNO vai acabar em pizza, como já vem acontecendo.
O interlocutor disse que foi mal interpretado e mal “traduzido”, pediu desculpas e o governo aceitou, apesar de, aparentemente, ter endurecido o jogo, porque está comprometido até a medula e não pode voltar atrás.
O jogo pra plateia foi feito para demonstrar que há uma seriedade à toda prova na defesa da nossa soberania.
Mas, devagarinho, o Estatuto do Torcedor, que prevê a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos estádios, já foi pra cucuia e, certamente, outras tantas concessões serão feitas para atender aos interesses da toda poderosa FIFA.
Não duvidem que aqueles pontos, hoje anunciados como inegociáveis, amanhã já não o serão.
Ou seja, a cada dia, se fará mais uma concessão.
Como o apetite pelo poder foi o que fez o governo Lula trazer a Copa para o Brasil, sem medir as consequências, iremos pagar caro, não só pelo superfaturamento, mas porque estamos abrindo demais as pernas e que age assim leva chute no traseiro… pra não dizer outra coisa.
* * *
FALA SÉRIO!
Sob a alegação de evitar as consequências da “tsunami financeira” provocada pela “moratória branca” de países da zona do euro, que já se faz sentir por aqui desde o ano passado, haja vista o crescimento do nosso PIB abaixo do esperado, o Banco Central reduziu as taxas de juros.
Espera, assim, que o mercado interno cresça o suficiente para minorar os efeitos de toda essa problemática mundial. Excelente medida.
Mas por que ela não foi tomada quando o mercado internacional estava forte e permitiria um crescimento tamanho, capaz de tirar o povo da penúria?
Parece que o Banco Central, quando as condições de crescimento são favoráveis, quer que somente os banqueiros e grandes empresários levem vantagem.

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