segunda-feira, 15 de março de 2010

A Impunidade desestimula o Trabalho...








O MAL QUE ASSOLA O PAÍS, SE CHAMA: IMPUNIDADE!
Queria muito fazer uns versos sobre este tema, mas, na certeza de que sairia um poema muito triste resolvi escrevê-lo em prosa mesmo. Esta semana tive o desprazer de ver no noticiário pessoas próximas do meu convívio, jovens na sua totalidade, envolvidos em crimes de trafico de drogas, assaltos e até assassinatos. Quando falo em proximidade ressalto que, por eu morar num subúrbio um pouco violento, estes jovens são quase meus vizinhos, pois moram em ruas próximas ou, se não tão próximas, são parentes de pessoas do meu convívio.
O que me assusta muito é que estes jovens criminosos são provenientes de famílias de trabalhadores. Famílias sérias, de gente pacata, honesta. Famílias que, pelo que notei, na sua maioria consta apenas históricos de separação entre os pais (será essa a agravante para um jovem se desvencilhar do caminho do bem?)
O que tenho notado muito é a grande quantidade de jovens que não mais valorizam o trabalho. O esforço do ganho através do suor e da recompensa.
Conheço uma família onde num circulo só moram três primos, todos de um mesmo meio, de gente trabalhadora e ordeira. Um deles é funcionário de uma empresa de eletrodomésticos e, devido ao fato de trabalhar e já ter filho pra sustentar, não mais tem tempo de estudar. Outro, solteiro, trabalha numa empresa privada e cursa Direito numa faculdade particular. Daí todo seu dinheiro vai para a faculdade. Mas ele o faz com orgulho. O terceiro primo, nunca quis estudar. Nunca quis trabalhar. Nunca quis, enfim, nada, que não fosse vida mansa. Mas, daí pra se ter vida mansa a grana tem de vir do bolso de alguém. Como ele não tem pai rico, virou traficante. E eis que este jovem, aos dezoito anos de idade já trafica Crack, a pedra maldita!

É válido salientar que este, dos três primos, é o único que tem carro novo e dinheiro no bolso, e vez por outra vive rindo e zombando dos outros dois primos por andarem sempre “no vermelho”.
É bem sabido que este jovem traficante está com seus dias contados. O que o destino lhe reserva é uma cela de presídio ou um caixão. Mas, ele não quer saber disso. Não quer ter consciência disso. Sua preocupação hoje é desfilar com sua moto nova e seu carro com som potente.
Fico triste em imaginar que os valores éticos que movem o ser humano estão afundando numa vala comum. Tenho medo que estes rapazes honestos passem a admitir que quem está certo mesmo é o traficantezinho, pois eles dificilmente vão comprar um carro nos próximos anos.
Sigo pensativo, dentro do meu veiculo, de vidro fechado e portas travadas pelas ruas congestionadas do Recife. A cada sinal aquela praga a nos agredir com um esguicho d’água no vidro limpo dos carros a nos forçar que os dê algum trocado. Enquanto ao lado deles, outros jovens se digladiam para vender uma bolsa de Imbú, uma garrafa d’água, uma sacola de Jambo ou outra guloseima qualquer.
Na minha impressão, estes sim, são os heróis que deviam ser elogiados e parabenizados a cada dia. Estes vendedores ambulantes que passam o dia nos sinais nos oferecendo alguma coisa boa pra animar nossa engarrafada viagem. São trabalhadores que se recusam pedir esmola. Que se negam a um ganho maior e mais fácil do trafico de droga (ou será que não entram na vida do crime por medo?).
Mas, como os valores estão invertidos. Como hoje em dia honestidade é sinônimo de imbecilidade, a malandragem anda solta, em todas as esferas sociais. Na política, na policia e na rafameia solta por aí a roubar nosso tão sofrido dinheirinho que, graças à impunidade reinante lhe dá o direito de fazer o que bem entender e sair por aí rindo da nossa impotência e da nossa incredulidade!
Estamos perdidos!

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