quarta-feira, 31 de março de 2010

Corrupção Pactuada...UM CONLUIO

Vaccari: O PC DO PT....UM Paulo Cesar Farias da esquerda petista



LOGÍSTICA - A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, viajará de jatinho e ganhará salário: quem assina o cheque é Vaccari

A petista Dilma Rousseff sairá a pé do Palácio do Planalto nesta quarta-feira para percorrer a jornada eleitoral que, daqui a nove meses, poderá conduzi-la de volta ao poder pelo elevador privativo que leva ao gabinete do presidente da República. Dilma deixará o cargo de ministra da Casa Civil para se consagrar exclusivamente à pré-campanha, que dura até o fim de junho, quando a lei eleitoral estabelece o início oficial do pleito presidencial.

O PT montou uma estrutura de primeira linha para a ministra. Ela receberá salário, contará com cinco assessores, voará de jatinho e vai se hospedar em uma confortável casa em Brasília. Quem fechará esses contratos e pagará todas as despesas? Ele, o novo e já notório tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o homem que, segundo depoimentos em poder da Procuradoria-Geral da República colhidos durante o mensalão, cobrava propina de quem quisesse fechar negócios com os fundos de pensão das estatais – e que, de acordo com o promotor José Carlos Blat, participou dos desvios na Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo. À frente dos gastos com a pré-campanha petista, Vaccari por enquanto é o Delúbio Soares de Dilma. Pelo menos na prática.

Na semana passada, o tesoureiro deveria ter comparecido ao Congresso para prestar esclarecimentos sobre as acusações. Mas escapuliu. Argumentando que seu advogado estava em viagem ao exterior, Vaccari pediu que seu depoimento fosse adiado por duas semanas. Os senadores toparam. Na terça-feira, porém, os parlamentares da oposição puderam confirmar que a justificativa de Vaccari era apenas o que parecia ser mesmo – um álibi para tentar escapar da CPI.

Coube ao líder do governo no Senado, o peemedebista Romero Jucá, investigado no Supremo Tribunal Federal por compra de votos, a tarefa de mostrar os dentes. Ele correu à comissão para levar recados ameaçadores. Jucá ensaiou apresentar requerimentos para convocar promotores que investigam ilegalidades cometidas por tucanos no Rio Grande do Sul e no Paraná – e também por democratas em Brasília. “Por mim, podem chamar quem eles quiserem”, respondeu o senador tucano Alvaro Dias, autor da convocação de Vaccari. A tentativa de intimidação de Jucá falhou – por enquanto. O tesoureiro terá de depor.

Pressionado por colegas do PT, Vaccari admitiu a pelo menos três deles que realmente recebeu o corretor Lúcio Bolonha Funaro e o deputado Valdemar Costa Neto, réu no STF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, para uma “conversa rápida”, no fim de 2004 – conforme relatado pelo corretor ao Ministério Público Federal. A esses interlocutores, contudo, Vaccari assegurou que, ao contrário do que afirmou Funaro, ali não se discutiram negociatas com os fundos de pensão nem se mencionou a necessidade de pagamento de propina para que as tratativas prosseguissem.
O tesoureiro disse que deu detalhes da montagem de um fundo de pensão para os trabalhadores filiados à CUT, a Central Única dos Trabalhadores, aliada do PT, projeto que estaria sendo articulado por ele. Na conversa, jurou Vaccari, Valdemar apresentou Funaro e disse que ambos poderiam “trabalhar juntos” na captação de investimentos para esse fundo. Na versão dele, os três nunca mais se viram.



EXPLICAÇÕES - O tesoureiro do PT, João Vaccari: ele admitiu aos colegas que se encontrou com o corretor e o deputado mensaleiro

A explicação do tesoureiro é tão real quanto os prédios que a Bancoop deveria ter construído. Se Vaccari não tinha nada a ver com o caixa clandestino do PT, o que ele teria a tratar com um deputado poderoso como Valdemar e um corretor especializado em operações heterodoxas, ambos envolvidos com o mensalão?

Funaro confessou aos procuradores sua participação no esquema entre 2005 e 2006 e incluiu Vaccari na lista de operadores do PT quando nem sequer havia motivos eleitorais para atingi-lo. O corretor só virou o único réu-colaborador no caso do mensalão porque produziu provas. Flagrado em qualquer mentira, perderia automaticamente os benefícios advindos da colaboração.

Em 2006, o ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no STF, determinou que as denúncias apresentadas por Funaro fossem compartilhadas com procuradores que investigavam a ramificação do mensalão nos fundos de pensão. A Procuradoria da República em Brasília ainda não revelou qual foi o desdobramento da acusação de que o novo tesoureiro petista cobrava 12% de propina para o caixa do partido. A acusação foi registrada em depoimento oficial. Não vai desaparecer.













Mau Exemplo...


O EXEMPLO DE LULA

O descaso com que o presidente Lula trata as condenações que recebeu do Tribunal Superior Eleitoral resume bem o estado de complacência moral em que o país se debate, gerando o esgarçamento de seu tecido social com graves repercussões.

Está se impregnando na alma brasileira uma perigosa leniência com atos ilegais, que acaba tendo repercussões desastrosas no dia-a-dia do cidadão comum, que passa a considerar a “esperteza” como um atributo importante para vencer na vida.

Em vez de usar seu imenso prestígio junto ao eleitorado para dar o exemplo de cidadania, de respeito às leis, o presidente Lula vem, não é de hoje, confrontando publicamente as instituições que considera obstáculos a seus objetivos políticos, não apenas os meios de comunicação, a chamada “mídia”, mas principalmente órgãos encarregados da fiscalização dos atos governamentais.

Já em 2008, em Salvador, chegou a dizer um palavrão em público criticando a lei eleitoral que dificulta suas viagens pelo país.

Àquela altura ele já desdenhava das possíveis punições, fingindo ensinar ao povo como deve se comportar para não ferir a lei eleitoral.

Quando a torcida organizada começa a gritar o nome da ministra Dilma, ele se faz de desentendido: “(…) a gente não pode transformar num ato de campanha. É um ato oficial, é um ato institucional. (…) vocês viram que eu, por cuidado, não citei nomes. Vocês é que, de enxeridos, gritaram nomes aí. Eu não citei nomes”.

Igualzinho ao que continua fazendo, mesmo depois de multado.

Nos comícios, não é raro o presidente criticar o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público, por supostos entraves que imporiam à execução de obras, e chegou até mesmo a defender a alteração da Lei das Licitações, uma legislação que foi criada depois dos escândalos do governo Fernando Collor, exatamente para coibir a corrupção.

“Aqui no Brasil se parte do pressuposto de que todo mundo é ladrão”, disse o presidente certa vez, com a mesma atitude complacente com que trata os “mensaleiros” e os “aloprados”.




Lula se incomoda quando os organismos institucionais atuam para fazer o contraponto exigido pela democracia, que é o sistema de governo de pesos e contrapesos para controlar o equilíbrio entre os Poderes.

Se existe uma legislação que impede um determinado ato seu, ele tenta superá-la com a maioria parlamentar que obteve à custa da divisão do governo em verdadeiros feudos partidários.

O exemplo mais recente é o projeto de lei que transforma os recursos do programa Territórios da Cidadania, que leva a regiões do interior projetos de educação, saúde, saneamento básico e ação fundiária, em transferência obrigatória da União para cidades com menos de 50 mil habitantes, mesmo havendo inadimplência financeira com o Governo Federal, o que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal.

O caráter político da medida pode ser compreendido quando se sabe que 90% das Câmaras de Vereadores estão instaladas em municípios de menos de 50 mil habitantes.

O Tribunal de Contas da União (TCU) é uma vítima recorrente da obsessão de Lula, que o acusa constantemente de atrasar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Para Lula, de fato “quem governa é o TCU, que diz que obra pode ser realizada”.

O incômodo é tão grande que chega a existir no Congresso, incentivado pelo governo, um projeto que reduz os poderes do Tribunal de Contas da União (TCU) na fiscalização, com o objetivo de impedir que o TCU paralise obras públicas, mesmo que a fiscalização encontre indícios de irregularidades graves.

Enquanto não consegue seu objetivo de neutralizar a ação do TCU, Lula vai desmoralizando suas decisões. Recentemente inaugurou a primeira parte da ampliação e modernização da Refinaria Getúlio Vargas (Repar), obra apontada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) como suspeita, um dos quatro empreendimentos da Petrobras que não poderiam receber dinheiro público em 2010 por possíveis irregularidades.

A impugnação do TCU foi incluída na Lei Orçamentária para 2010, mas recebeu o veto presidencial, que garantiu a continuidade das obras. A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou o veto.

Na ocasião, fez comício e tudo, com sua candidata Dilma Rousseff a tiracolo, como sempre, e usando os trabalhadores como desculpa para ter ultrapassado a decisão do TCU. “Quem vai assumir as responsabilidades e explicar para as famílias dos 24 mil trabalhadores que tudo bem, a obra foi suspensa e a gente volta mais tarde?”, discursou Dilma, defendendo a decisão do chefe, de quem não discorda “nem que a vaca tussa”, como já disse uma vez..

Foi o TCU, um órgão do Poder Legislativo, por exemplo, que levantou os gastos exorbitantes dos cartões corporativos e exigiu maior transparência nas prestações de contas.

Outro órgão que se defronta com sérias críticas presidenciais é o IBAMA. Ainda em 2007 aconteceu a citação aos bagres, que ficaria famosa como demonstração da veia ecológica do presidente Lula.

Em reunião com o Conselho Político, o presidente não escondeu a sua irritação com o Ibama por causa da demora na concessão de licença ambiental para construção de usinas hidrelétricas no Rio Madeira.

“Agora não pode por causa do bagre, jogaram o bagre no colo do presidente. O que eu tenho com isso? Tem que ter uma solução”.

Dois anos depois, Lula estava em Copenhagen, na reunião do clima, no papel de defensor da ecologia. Mas esta é uma outra história de esperteza dessa auto-proclamada metamorfose ambulante.

Falta de Compostura...


GOSTA DE LEI QUEM DELA PRECISA

Quem tem uma caneta poderosa ou uma conta bancária gorda pode mobilizar mundos e fundos para tentar se salvar nas situações enroladas. Quem não tem nenhuma das duas depende de o estado de direito funcionar bem

Faz mal o presidente da República quando desdenha de punições impostas pela Justiça Eleitoral, por campanha antecipada para a candidata do PT. Há o argumento institucional: Luiz Inácio Lula da Silva deveria ser o primeiro a dar o exemplo, a prestigiar o funcionamento do estado de direito democrático.

Se o presidente pode escolher as leis que vai respeitar e as de que vai desdenhar, por que os demais cidadãos não podem também desfrutar da confortável escolha?

A legislação eleitoral é até certo ponto bizarra, por pretender definir um “momento zero” nas eleições? Sim, tanto que o presidente e sua candidata, assim como os nomes da oposição, trafegam nas brechas e dubiedades do texto para tocar adiante as campanhas, convenientemente chamadas de “pré”.

Mas o jogo está aí para ser jogado dentro das regras, enquanto não forem mudadas. Existe uma Justiça Eleitoral, e quando ela se manifesta as decisões devem ser cumpridas. E respeitadas.

Quem discorda pode continuar discordando, os punidos podem recorrer (se couber recurso), mas o acordo fundamental em sociedades civilizadas e democraticamente organizadas é aceitar e respeitar sentenças judiciais.

E a desobediência civil? Não é admissível em certas circunstâncias?

Talvez, mas é preciso saber quando. Suponha que o pai e a madrasta de Isabella Nardoni tivessem sido absolvidos. Seria socialmente quase insuportável. Mas seria necessário pagar essa conta, pela existência do estado de direito.




Respeitar a Justiça quando ela nos favorece ou quando concordamos com as decisões é moleza. Ninguém precisa ser muito democrata para isso.

Por falar em coisas bizarras, presidente da República ensaiando desobediência civil é bizarro à enésima potência. Quando não dá certo, acaba dando muito errado.

O mais adequado para Lula seria sair dessa rapidinho, descer do salto alto, parar de dar ouvidos a quem o trata como imperador genial e potencialmente perpétuo do Brasil. Parar de se achar.

É uma praga que dá no poder, bem descrita na literatura. Para proteger a teia alimentar, áulicos isolam o príncipe da realidade e passam a desqualificar a crítica e os críticos. Em teoria, estão defendendo o chefe. Na prática, tentam defender cada um seu próprio espaço de micropoder. Ou nem tão micro.

Mas há outro aspecto a tocar. Se Joãosinho Trinta fosse cientista político e não carnavalesco, talvez dissesse o seguinte: “O povo gosta de cumprir a lei, quem gosta de bagunça e confusão é intelectual”. O tema tem sido retomado recentemente pelo cientista político André Singer, professor da USP.

Por que o cidadão comum, sem poder e sem dinheiro sobrando, é adepto da legalidade? Fácil de responder.

Quem tem uma caneta poderosa ou uma conta bancária gorda pode mobilizar mundos e fundos para tentar se salvar nas situações enroladas. Quem não tem nenhuma das duas depende de o estado de direito funcionar bem.

A lógica muda quando o desarranjo do tecido social chega ao ponto de a maioria da sociedade ser empurrada para soluções à margem da lei. Mas mesmo quando isso acontece o primeiro movimento na nova ordem é restabelecer a normalidade da vida cotidiana. São forças centrípetas poderosíssimas.

Literatura de Cordel...

GOGÓ DE SOLA, O TERROR DO SERTÃO - Miguezim de Princesa

Apareceu em Princesa
Um sujeito bem gabola
Cujo lema é definido:
Ou rico ou pedindo esmola!
De tão feito e tão metido
Recebeu o apelido
Wilson Gogó de Sola.

Princesa é uma cidade
Da minha Paraíba antiga.
Fez guerra de Independência
Por não ter medo de briga
E nem rejeitar arenga.
Lá o homem mais molenga
Come preá com urtiga.

Porém, com Gogó de Sola
Não existe valentão:
Já brigou com o delegado,
Insultou o capitão,
Quis bater no promotor,
Pegou o vereador,
Bateu com ele no chão.

Roubou a caixa das almas,
Fechou a Rua do Canção;
Deixou Dada de Luizim
Com a cueca na mão;
A moça de Cachoeira
Se acordou com a bagaceira
Gogó lhe passando a mão.



Com Bosco de Antoim Cochim
Apostou quem bebia mais:
Tomou 10 litros de cana
Na porta de Mané Braz,
Inda cuspiu na janela,
Tirou gosto com a chinela
Da irmã de Maria da Paz.

Na porta do cabaré
Desafiou virgindade.
Lurdes Branca virou freira
Na igreja da cidade.
“Viva Maria Bate-Birro!”,
Disse, soltando um espirro
No caixão da caridade.

Se agarrou com Maria Doida
Que de gozar passou mal;
Deu um susto em Pecador
No escola do Mobral;
Chamou Gonzaga Cacimba
Pra um duelo de bimba,
De peixeira e de punhal.

Quando Tiago Pereira
Cortou o seu vencimento,
Ele foi pra Prefeitura
Escanchado num jumento
E o prefeito com medo
Fechou as portas mais cedo
E deu-lhe adiantamento.

No cabaré de Seo Terto
Pintaram uma mulher pelada
Com bonita cabeleira
E a feição enfezada.
O promotor não gostou,
A cabeleira raspou,
Deixou com frio a coitada.

Gogó soube da história
Na loja de Zé Pitada,
Correu atrás do Doutor
Uma carreira tão danada,
No Jericó já cansado,
O doutor já tinha chegado
Pra lá de Serra Talhada.

Wilson Gogó de Sola
É a reencarnação
De Virgulino Ferreira,
O famoso Lampião,
Dez vezes foi baleado.
Por onde passa é chamado
De “O Terror do Sertão”.

Está todo mundo louco...


PERFUME COM CHEIRO DE VAGINA!!!

O cheio erótico e íntimo de uma mulher irresistível… O precioso odor vaginal dentro de um pequeno vidro. Vulva Original é uma essência vaginal para o seu prazer olfativo. Aplique a substância orgânica nas costas da mão… e sinta o cheiro irresistível que exala de uma vagina sensual para intensificar as suas fantasias eróticas e inspirar a sua imaginação.”

Isso mesmo, uma empresa Alemã inventou um perfume com cheiro de vagina chamado Vulva, que pra variar também está sendo muito procurado e vem num frasco de 30ml e o preço é 19.90€ (cerca de 50 a 70 reais no Brasil). Atualmente, não há muitos lugares vendendo devido ao seu grande nível de procura, raramente você irá conseguir encontrar aqui no Brasil, o site oficial do perfume é

http://www.smellmeand.com/

Resumindo, apesar de ser a coisa mais bizarra e pervertida que eu já vi, achei uma grande criatividade, pelo menos consequiram variar um pouco no mercado de perfumes, e vocês, o que acharam?


Coelho da Páscoa...

DESCULPA FAJUTA...


O empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney, publicou um artigo no jornal “O Estado do Maranhão” de domingo no qual diz que não cometeu crime algum, mas é vítima de uma “tentativa de linchamento moral” de fundo político.

Fernando afirma que há três anos é alvo de uma das “maiores devassas” já feitas no país e que teve seus direitos de cidadão violados de “maneira violenta”.

No artigo, Fernando diz que há uma tentativa leviana de envolver sua família, especialmente seu pai, nas investigações.

* * *

Em momento algum do artigo, em nenhuma linha do texto, o filho de Zé fala dos 13 milhões depositados numa conta em seu nome e que o governo da suiça bloqueou.

Igualzinho à defesa que a petralhada faz do tesoureiro larápio do PT, João Vaccari, aquele que lesou inúmeras famílias no caso Bancoop. Eles escrevem milhares de linhas e, em nenhuma delas, falam do dinheiro roubado.

De tanto conviver e ser prestigiada pela petralhada, a família Sarney aprendeu a usar o macete quando é pega em flagrante.

EM OUTRO MUNDO


A presidente da Suíça, Doris Leuthard, disse ontem que seu país não fará diferença no tratamento de um escândalo de corrupção envolvendo a família Sarney apenas pela procedência ou importância política de seus membros. “Aqui tratamos todos de forma igual.”

terça-feira, 30 de março de 2010

DIFERENÇA:9%











Tomara...

Tomara
Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais

Rosa dos Ventos...

E do amor gritou-se o escândalo
Do medo criou-se o trágico
No rosto pintou-se o pálido
E não rolou uma lágrima
Nem uma lástima para socorrer
E na gente deu o hábito
De caminhar pelas trevas
De murmurar entre as pregas
De tirar leite das pedras
De ver o tempo correr
Mas sob o sono dos séculos
Amanheceu o espetáculo
Como uma chuva de pétalas
Como se o céu vendo as penas
Morresse de pena
E chovesse o perdão
E a prudência dos sábios
Nem ousou conter nos lábios
O sorriso e a paixão

Pois transbordando de flores
A calma dos lagos zangou-se
A rosa-dos-ventos danou-se
O leito do rio fartou-se
E inundou de água doce
A amargura do mar
Numa enchente amazônica
Numa explosão atlântica
E a multidão vendo em pânico
E a multidão vendo atônita
Ainda que tarde
O seu despertar

Armando Nogueira...

segunda-feira, 29 de março de 2010

UM DUELO DE CORDEL...


A PELEJA DE AZULÃO COM ZÉ LIMEIRA

Quem quiser rir a vontade
Leia esta discussão
De dois grandes cantadores
Um maluco e outro não
Trato da peleja de
Zé Limeira e Azulão.

Azulão estava cantando
Na cidade de Monteiro
Chegou Limeira e sentou-se
Ao lado do violeiro
Afinou o pinho e disse
Cante seu verço primeiro.

Azulão

Eu sou José João dos Santos
Azulão de Cabaceiras
Meu cantar é como a fúria
Das águas nas cachoeiras
Ou o rugir dos leões
Abalando as cordilheiras.

Zé Limeira

Eu me chamo Zé Limeira
Cantó de pilogamia
No ginuino da briba
Na baxa da selencia
Nos tafuis dos odriáco
No grão da gronofobia.

Azulão

Limeira, eu não conhecia
Seu estudo imaginário
Num conjunto de palavras
De estranho vocabulário
Aonde foi que arranjou
Este seu dicionário?

Zé Limeira

Mestre, eu comprei dum vigário
Num dia fora de hora
Lá nos pés da noite escura
Na cabeça da aurora
Na curribática de Cristo
No grão de Nossa Senhora.




Azulão

Descontrolou tudo agora
Nesta sua disparada
Que me deixou submerso
Com tanta frase inventada
De tudo que você disse
Eu não pude entender nada.

Zé Limeira

Nas escritura sagrada
Feita por Senhor São Bento
Livro de São Cipriano
Velho e Novo Testamento
Boi, porco, carneiro e bode
Burro, cavalo e jumento.

Azulão

Este seu conhecimento
Ninguém sabe de onde vem
O próprio você que canta
Não sabe explicar também
Dicionários não rezam
Nas Escrituras não tem.

Zé Limeira

Jesus nasceu em Belém
Pra mode fazer justiça
Com doze anos de idade
Discutiu na dotoriça
Com doze anos depois
Sentou praça na poliça.

Azulão

Me foge até a cobiça
De cantar com Zé Limeira
Com esse palavreado
Faz a maior bagaceira
Fugindo completamente
Da história verdadeira.

Zé Limeira

Canta, canta Zé Limeira
Cantador das escritura
Nas barbatanas dos bode
Nos véu das discumpustura
Dez légua de comprimento
Nove parmo de fundura.

Azulão

Colega, a sua escritura
Tem um vocábulo esquisito
Você cantando faz graça
Quem não sabe acha bonito
Mas nos seus versos não tem
Nada do que estar escrito.

Zé Limeira

São José foi pro Egito
Num burro velho cinzento
Carcava as espora nele
Corria sortando vento
Maria dizia: Zé
Assim tu mata o jumento.

Azulão

O seu novo testamento
É você mesmo quem cria
O povo rir, acha graça
Porém fazendo anarquia
Com isso você arranja
O seu pão de cada dia.

Zé Limeira

Saiu José e Maria
Passeando pelo brejo
José tinha uma espingarda
Deu logo um tiro num Tejo
Adispois de três mil anos
Ai foi que nasceu Jeso.

Azulão

Meu Deus, quanto mais eu rezo
Mais assombração me vem
Limeira, suas loucuras
Nas escrituras não tem
E eu cantando com louco
Vou findar louco também.

Zé Limeira

Jesus apanhou o trem
Saltou no Entroncamento
Procurava e não achava
Quem lhe desse um aposento
Drumiu na delegacia
Diz o novo testamento.

Azulão

Limeira seu pensamento
É uma contradição
Seu cantar é uma bomba
Sua voz uma explosão
Que sai destruindo tudo
Como as lavas de um vulcão.

Zé Limeira

Jesus foi fazer missão
Cunvidou sua famia
São José munto cansado
Disse cá Vrige Maria
Arranjasse outro jumento
Que a pé ele não ia.

Azulão

Nesta sua cantoria
Nem um cantador se apruma
Ninguém sabe onde você
Tanta heresia arruma
Que de história sagrada
Não existe coisa alguma.

Zé Limeira

Quem num bebe, quem num fuma
Num canta nas escritura
Dez jumento encangaiado
Cem costá de rapadura
Sete cavalo de lote
Criado cum fava pura.

Azulão

Meu colega Zé Limeira
Se firme em sua cadeira
E cante em boa maneira
Com rima e pontuação
Que seu colega Azulão
Está cantando ao seu lado
Firme e despreocupado
Nos oito pés de quadrão.

Zé Limeira

No outro sécro passado
Ensinei um deputado
Ser tangirino de gado
Na porta do barrracão
O gunvemo do Japão
Inventô o Zepelim
Adispois matou Caim
Nos oito pé de quadrão.

Azulão

Limeira você assim
Nesta mistura ruim
Não há quem chegue no fim
Desta sua confusão
Eu faço meditação
Do que sai da sua boca
Só sendo a pessoa louca
Canta assim oito a quadrão.

Zé Limeira

O Mestre bote uma tôca
Pra guela não ficar rôca
Se a farinha for pôca
Arrume seu matulão
Berto Lameu de Gurmão
Foi maquinista de trem
Morreu cumendo xerém
Nos oito pé de quadrão.

Azulão

Limeira você não tem
Juízo nem pensa bem
Que neste seu vai e vem
Me faz uma indecisão
Com desorientação
Me tirando o som da lira
Seu cantar me desinspira
Nos oito pés de quadrão.

Zé Limeira

Pru dentro da macambira
Eu corro pra Guarabira
E a carroça num vira
Cum vento chuva e truvão
Na serra do Buqueirão
O pai de Getúlio Varga
Matou seis burro de carga
Nos oito pé de quadrão.

Azulão

Limeira a sua descarga
Tão exagerada e larga
Me deixa de boca amarga
Sem rumo e sem direção
Mas vou dar-lhe uma lição
De viola e de garganta
Lhe mostrar como se canta
Nos oito pés de quadrão.

Zé Limeira

Uma cobra salamanta
Mordeu o pé duma pranta
O santo brigou cá santa
Sesta feira da paixão
Eu gritei por Salamão
Pra vim apartar a briga
Deu-lhe uma dor de barriga
Nos oito pé de quadrão.

Azulão

Limeira a sua cantiga
Não é nova nem antiga
Quero que você me diga
Qual é a sua instrução
Porque a sua expressão
Na sua história sagrada
Só tem besteira e mais nada
Cantando oito a quadrão.

Zé Limeira

Vou cantar agora em dez
Nos queleis da juvenia
Jesus José e Maria
Instrupiados dos peis
Acompanharo Moisés
Cum dois jipe e um jumento
Passaram pro Livramento
Jé perto do Maribondo
Assistiram um João Redondo
Diz o novo testamento.

Azulão

O Grande Deus Pai
Eterno Enviou seu filho amado
Pra nos tirar do pecado
E nos livrar do inferno
Que o homem seu subalterno
Perdeu o merecimento
Mas Jesus trouxe um lamento
Para aquele que o seguir
No inferno não cair
Diz o novo testamento.

Zé Limeira

São José fez uma broca
E tirou nessa derruba
Marmeleiro e sipauba
Frejoge, louro e taboca
Tamburete muriçoca
Num mês ele fez um cento
Depois comprou um jumento
Pra levar carga pra feira
De cama, mesa e cadeira
Diz o novo testamento.

Azulão

Jesus nasceu de Maria
Virgem de coração nobre
Inocente e muito pobre
Que em Nazaré vivia
Mas Deus com soberania
Viu nela o merecimento
Escolheu-a no momento
Em que orava ao Senhor
Para a mãe do Salvador
Diz o novo testamento.

Zé Limeira

São José todo corcundo
Botou no jegue a cangáia
Maria ageitou a sáia
E se tacaro no mundo
Chegaro num ermo fundo
Acharo um apartamento
Juda com atrivimento
Foi fazer cosca no jegue
São José deu-lhe um esbregue
Diz o novo testamento.

Azulão

Jesus nasceu em Belém
Numa manjedoura fria
Distante da burguesia
Para o exemplo do bem
Reinava em Jerusalém
Herodes sanguinolento
Esse teve um pensamento
Que Jesus ia tomar
Seu poder e seu lugar
Diz o novo testamento.

Zé Limeira

São Pedro mais São José
Foi fazer uma corrida
Mais quage que se liquida
No camim de Nazaré
Pru caso de Salomé
Que espantou o jumento
O jegue nesse momento
Deu a mulesta a dá úpa
Cum São Pedro na garupa
Diz o novo testamento.

Azulão

Pois quando Jesus nasceu
O céu ficou diferente
Uma luz do Oriente
De uma estrela apareceu
Logo Herodes percebeu
Um grande acontecimento
Soube então do nascimento
Do menino Deus, Jesus
E o sinal era a luz
Diz o novo testamento.

Zé Limeira

Jesus ia de viagem
Sozinho pra Cafarnaum
Escutou um zum zum zum
Numa curva da rodagem
Pensou que fosse visagem
Mais era senhor São Bento
Escanchado num jumento
Que vinha cantando um xote
Batendo nos cabeçote
Diz o novo testamento.

Azulão

Herodes enfurecido
Formou um grupo assassino
Pra matar todo menino
Que fosse recém-nascido
Mas foi logo acometido
De um mal triste e violento
Que chagou-se num momento
Seu corpo, pernas e braços
Morreu largando os pedaços
Diz o novo testamento.

Zé Limeira

Bem perto de Limoeiro
José Jesus e Maria
Discançava ao meio dia
Na sombra dum juazeiro
Veio um judeu cangaceiro
Escanchado num jumento
Igual um leão fomento
Pra morder a mãe de Deu
Num mordeu ele nem eu
Diz o novo testamento.

Azulão

Herodes tendo morrido
Jesus Maria e José
Voltaram pra Nazaré
Lugar santo e preferido
Jesus depois de crescido
Deus deu-lhe consentimento
Pra cumprir seu mandamento
Foi ao Rio do Jordão
Batizou-se com São João
Diz o novo testamento.

Zé Limeira

Jesus botou um roçado
Nesse ano não chuveu
Ele ai se arrependeu
Foi ser vaqueiro de gado
Num cavalo espaduado
Pior d.o que um jumento
Encontrou-se cum São Bento
Aí fizeram uma troca
Pru três carga de mandioca
Diz o novo testamento.

Azulão

Jesus depois do batismo
Andou toda Palestina
Pregando a santa doutrina
E afastando o paganismo
O Cézar vendo um abismo
Contra seu regulamento
Ficou muito violento
Mandou logo procura-Io
Prende-Io e crucifica-Io
Diz o novo testamento.

Zé Limeira

Jesus chegou no Egito
Tava Santa Madalena
Cum a saia bem pequena
Mostrando o corpo bonito
Passando São Benedito
Soltou-lhe um enxirimento
A santa nesse momento
Disse: - Nego se acãe
Gostosa é a sua mãe
Diz o novo testamento.

Azulão

Jesus foi crucificado
No Calvário da Judéia
Por José de Arimatéia
Foi num túmulo sepultado
Depois de ressuscitado
Viram seu merecimento
Com grande arrependimento
Disseram muitos judeus
Este é o Filho de Deus
Diz o novo testamento.

Zé Limeira

Foi no ano de dois mil
São Pêdo estava pescando
Um vento saiu levando
Deixô ele no Brasil
A vinte e quatro de abril
Ele encontrou cum São Bento
Assistiro o casamento
Duma filha do pagé
Depois vortaro de pé
Diz o novo testamento.

Azulão

Zé Limeira eu lhe faço convidado
Pra mudar a rotina e o assunto
Não estranhe a mudança eu lhe pergunto
Se és bom em martelo agalopado
Cante solto, amistoso ou malcriado
Não repita as saladas que já fez
Eu não vou lhe tratar com polidez
Desde já se previna só porque
Eu vou dar-lhe um arrocho que você
Ou se apruma ou endoida duma vez.

Zé Limeira

Já cantei novo e velho testamento
Já mostrei que sou bom na juvenia
Nasce o sol da meia noite pro dia
Assinado cum todos documento
Quem tem fé dá um grito pro São Bento
Esse santo chegô dos estrangêro
No sertão encontrou um cangacêro
E um frade que faz santa missão
Eles três apanharo um caminhão
E se danaro pru santo Juazêro.

Azulão

Seu cantar deste jeito eu arrenego
Misturando Brasil com estrangeiro
Une santo, jumento e cangaceiro
Com palavras que vem da caixa prego
E assim faz igual feijão de cego
Heresias com coisas divinais
Mil assuntos de formas desiguais
Sem sentido, sem ética e sem conforto
Bem que dizem que o pau que nasce torto
Morre torto e não endireita mais.

Zé Limeira

Uma vez que peguei São Salamão
Que estava escondido em meu roçado
Ele ai quis correr tava pegado
Eu com raiva danei-lhe o cinturão
Ele era ispetô de quarterão
E me butou para ser o delegado
Nesse dia ele tava encachaçado
Se ajuntou com Maria Madalena
Foi morar na usina Santa Helena
E nunca mais quis saber de ser sordado.

Azulão

Contigo Limeira canta o Azulão
Mudei pra galope vou cantar ligeiro
É tostão, é vintém, é centavo, é cruzeiro
É cruzeiro, é centavo, é vintém, é tostão
Segure no leme da embarcação
Pra sua canoa não se naufragar
Se você for mole não souber pescar
Confesse a verdade, logo me responda,
Senão eu lhe pego lhe atiro na onda
Que você se afoga na beira da mar.

Zé Limeira

Sou cantador macho nasci no Teixeira
Canto nas ciência pru baixo e pru cima
Sou lima limeira sou limeira lima
Sou limeira lima sou lima limeira
Cheguei no roçado bati na porteira
Escutei de longe o meu gado berrar
Esqueci do anzó vortei fui buscar
Trouxe a espingarda borná e bizaco
Guariba, cutia, saguim e macaco
Tudo isso eu pego na beira do mar.

Azulão

É lindo na praia o vento soprando
Os leques espalmados dos seus coqueirais
As ondas chegando em grupos iguais
A lua surgindo e as águas brilhando
Os peixes alegres nas ondas pulando
Com tanta destreza de admirar
Vem o pescador começa a remar
A sua jangada quando o vento apruma
Das lindas maretas nascendo a espuma
E as ondas trazendo pra beira do mar.

Zé Limeira

Meu cavalo manco minha besta cega
Cum três carga dágua subindo a ladeira
Três cabra maninha todas três leiteira
Peguei minha vaca troquei numa jéga
Tatu a tão liso que chega escorrega
Pro baixo da terra nu céu e no ar
Quem tiver menino pode acalentar
Cum leite de cabra toda branca e preta
Chegaro dez anjo tocano trombeta
Numa pescaria da beira do mar.



Assim findou-se a peleja
Zoaram palmas do povo
Uma cantoria alegre
Limeira ganhou seu louvo
Acertaram para ter
Outro encontro ali de novo.

Carlos Pena Filho... o poeta de Pernambuco...


Neste papel levanta-se um soneto,
de lembranças antigas sustentado,
pássaro de museu, bicho empalhado,
madeira apodrecida de coreto.

De tempo e tempo e tempo alimentado,
sendo em fraco metal, agora é preto.
E talvez seja apenas um soneto
de si mesmo nascido e organizado.

Mas ninguém o verá? Ninguém. Nem eu,
pois não sei como foi arquitetado
e nem me lembro quando apareceu.

Lembranças são lembranças, mesmo pobres,
olha pois este jogo de exilado
e vê se entre as lembranças te descobres

O Amigo do Irã...

A Fada Madrinha de Lula...


Paulo Okamoto, presidente do Sebrae, o japonês generoso que quitou o débito de 30 mil reais do presidente Lula para com o PT e pagou o aluguel de 26 mil reais de sua filha Lurian, tudo a fundo perdido

Dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo estão organizando uma vaquinha para tentar quitar a multa de R$ 10 mil que o Tribunal Superior Eleitoral impôs ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por propaganda eleitoral antecipada em favor da presidenciável do PT, ministra Dilma Rousseff.

* * *

Não tem a menor necessidade de fazer vaquinha.

Se os dirigentes deste sindicato conhecessem a história recentíssima do Brasil, convocariam Paulo Okamoto, o doador universal, para quitar a dívida.

Assim como o ex-presiente General Geisel tinha o seu “japonesinho”, Shigeaki Ueki, o Presidente Lula tem o seu “japonesão”, Paulo Okamoto, o sujeito mais generoso e mão aberta do bando petralha, capaz de quitar dívidas insolúveis dos amigos do peito. Essa história é tão antiga, tão pré-histórica que quase ninguém mais se lembra dela. Só os arquivos implacáveis do JBF ainda guardam registros desta tremenda nebulosa do universo governista.

De modo que este sindicato não precisa fazer vaquinha, nem chamar Vaccari, o mafioso tesoureiro petralha do caso Bancoop.

Okamoto resolveria a parada de imediato.

domingo, 28 de março de 2010

Coerencia...sempre...Ontem e Hoje....

Dieta Radical...

O Piano na Mangueira

Piano na Mangueira
Chico Buarque
Composição: Tom Jobim / Chico Buarque

Chico buarque e tom Jobim são parceiros em apenas dez composições...esta é uma delas.
a mesma tem um verdadeiro achado...diz que a música não é de causar muto entrondo, mas é capaz de entrar no barracão,onde a foliã pendura a saia, na quarta feira de cinza...ou seja, vem para ficar...

Mangueira
Estou aqui na plataforma
Da Estação Primeira
O Morro veio me chamar
De terno branco e chapéu de palha
Vou me apresentar à minha nova parceira
Já mandei subir o piano pra Mangueira

A minha música não é de levantar
Poeira
Mas pode entrar no barracão
Onde a cabrocha pendura a saia
No amanhecer da quarta-feira
Mangueira
Estação Primeira de Mangueira

O Que escutei na infancia...sobre o Domingo...

Hoje é domingo pé de cachimbo, o cachimbo é de barro bate no jarro , o jarro é fino bate no sino, o sino é de ouro bate no touro , o touro é valente , bate na gente a gente é fraco cai no buraco ,o buraco é fundo, acabou-se o mundo….


-


Hoje é domingo, toca o sino; o sino é de ouro, que deu no besouro; o besouro é valente, que deu no tenente; o tenente é mofino, que deu no menino; o menino é bom, que toca pistom.

Outra poesia da infancia...

- Cadê o toucinho que estava aqui?
O Gato comeu
Cadê o gato?
Fugiu pro mato
Cade o mato?
O fogo queimou
Cadê o fogo?
A água apagou
Cadê a água?
O Boi bebeu
Cadê o boi?
Amassando o trigo
Cadê o trigo?
A galinha espalhou
Cadê a galinha?
Botando ovo
Cadê o ovo?
O frade comeu
Cadê o frade?
Rezando missa
Cadê a missa?
Tá na Igreja
Cadê a Igreja?
Ta no seu lugar………

então, vai por aqui, por aqui, por aqui………….


A versão que fixei, e como, é diferente, em detalhes, de muitas outras, todas imporantes, importantes para cada um, é:

“Hoje é domingo,

Pé de cachimbo,

Cachimbo é de barro,

Bate no jarro,

O jarro é de ouro,

Bate no touro,

O touro é valente,

chifra a gente,

A gente é fraco,

Cai no buraco,

O buraco é fundi,

Acabou-se o mundo!”

O Velho Chico...

O Velho Francisco
Chico Buarque

Já gozei de boa vida
Tinha até meu bangalô
Cobertor, comida
Roupa lavada
Vida veio e me levou

Fui eu mesmo alforriado
Pela mão do Imperador
Tive terra, arado
Cavalo e brida
Vida veio e me levou

Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Ela vem toda de brinco
Vem todo domingo
Tem cheiro de flor

Quem me vê, vê nem bagaço
Do que viu quem me enfrentou
Campeão do mundo
Em queda de braço
Vida veio e me levou

Li jornal, bula e prefácio
Que aprendi sem professor
Freqüentei palácio
Sem fazer feio
Vida veio e me levou

Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Ela vem toda de brinco
Vem todo domingo
Tem cheiro de flor

Eu gerei dezoito filhas
Me tornei navegador
Vice-rei das ilhas
Da Caraíba
Vida veio e me levou

Fechei negócio da China
Desbravei o interior
Possuí mina
De prata, jazida
Vida veio e me levou

Hoje é dia de visita
Vem aí meu grande amor
Hoje não deram almoço, né
Acho que o moço até
Nem me lavou

Acho que fui deputado
Acho que tudo acabou
Quase que
Já não me lembro de nada
Vida veio e me levou

Belíssima...quase inédita...Amigo Velho

Chico buarque e as irmãs cantam uma música para Sérgio Buarque de Holanda, o genitor...Miucha,Cristina e Bahia.

O Velho...


O VELHO...


O VELHO
Chico Buarque

O velho sem conselhos
De joelhos
De partida
Carrega com certeza
Todo o peso
Da sua vida
Então eu lhe pergunto pelo amor
A vida inteira, diz que se guardou
Do carnaval, da brincadeira
Que ele não brincou
Me diga agora
O que é que eu digo ao povo
O que é que tem de novo
Pra deixar
Nada
Só a caminhada
Longa, pra nenhum lugar
O velho de partida
Deixa a vida
Sem saudades
Sem dívidas, sem saldo
Sem rival
Ou amizade
Então eu lhe pergunto pelo amor
Ele me diz que sempre se escondeu
Não se comprometeu
Nem nunca se entregou
E diga agora
O que é que eu digo ao povo
O que é que tem de novo
Pra deixar
Nada
E eu vejo a triste estrada
Onde um dia eu vou parar
O velho vai-se agora
Vai-se embora
Sem bagagem
Não se sabe pra que veio
Foi passeio
Foi Passagem
Então eu lhe pergunto pelo amor
Ele me é franco
Mostra um verso manco
De um caderno em branco
Que já se fechou
Me diga agora
O que é que eu digo ao povo
O que é que tem de novo
Pra deixar
Não
Foi tudo escrito em vão
E eu lhe peço perdão
Mas não vou lastimar

Soneto de Separação...Vinicius de Moraes...

SONETO DE SEPARAÇÃO
Vinícius de Morais

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Antologia Poética)

No Dia que eu Brochei...Allan Sales...

I
Dia de segunda-feira
Eu sempre naquele bar
Lá no Pátio de São Pedro
Pra minha turma encontrar
Como eu os trovadores
De violão tocadores
Só coisa boa a tocar

II
“Meu Refúgio” era o lugar
Onde meu povo ficava
Um deles no cavaquinho
Belos chorinhos tocava
Sem claque de auditório
O talentoso Tenório
Ali nas cordas mandava

III
Ali do lado eu estava
Duas mulheres entraram
Uma coroa e uma nova
E bem do lado sentaram
Ouvindo o nosso som
Acho que acharam bom
Pediram se aproximaram

IV
Meus olhos então brilharam
A mais nova assim chegou
Pediu uma do Roberto
E esse poeta tocou
Era sim muito vistosa
Bem feita e muito gostosa
O cabra aqui se ligou

V
Meu amigo nos deixou
Teve que sair embora
Despediu-se educado
Pegou a reta pra fora
Foi cuidar das coisas suas
Eu ali com essas duas
Duas da tarde era a hora

VI
E assim sem mais demora
A coroa foi também
Eu ali com a mocinha
Pensando: vou me dar bem
O clima foi esquentando
Eu proseando e cantando
Conversa vai também vem




VII
Eu tinha algum vintém
Dava pra gastar direito
Aquela mulher bonita
Belas coxas e cada peito
Fazendo chamego nela
Uma e outra pegadela
E a coisa pegando jeito

VIII
Ela ajeita, eu ajeito
A moça me convidou
- Vamos pra um lugar “mais calmo”?
Meu pau na calça pulou
Era pra um restaurante
Dali não muito distante
No AIP que rolou

IX
A gente ali chegou
Vixe que vista bonita
Eu chamegando com ela
Com xaveco e rola aflita
Tasquei-lhe um beijo arretado
De língua doido e molhado
Tesão que coisa bendita

X
Saudade da periquita
Eu num atraso do cão
Algum tempo separado
Com muitos calos na mão
Eu ali fungando junto
Ela mudou de assunto
Foi dando uma explicação

XI
- Escuta aqui ô paixão…..
Disse ela bem manhosa
Hoje é segunda-feira
Dia de ser preguiçosa
Nesse dia não trabalho
Eu passeio, durmo ou malho
Ou bebo loura espumosa

XII
E continuou dengosa:
- Achei você tão legal
Educado e carinhoso
Etc. coisa e tal
Mas lá onde eu “batalho”
Pro cabra quebra seu galho
Eu cobro é “cinqüenta pau”

XIII
De você “vinte real”
É quanto que vou querer
Eu fui com a sua cara
Tocou pagou pra eu beber
Aí, tudo acabaria
Como ducha de água fria
Na chama quente a arder

XIV
-“Onde nós vamos meter?”
Disse assim bem desbocada
Eu disse: -mudei de idéia
Ela ficou bem irada
Deixe de ser pirangueiro
Eu vi, você tem dinheiro
Carteira bem recheada

XV
Eu disse pra essa danada
Menina veja o coroa
Descasado e tão carente
E vendo mulé tão boa
Eu pensei ter conquistado
Mas iludido e abestado
Imaginei coisa à toa

XVI
Olhe pra minha pessoa
Bonito, forte e sabido
Não preciso pagar gente
Pra aliviar tal libido
Menina linda me escuta
Se eu quisesse prostituta
Noutro lugar tinha ido

XVII
Eu ali sem alarido
Veja que situação
Eu pensei ser bola cheia
Mas no fim outra ilusão
Romance ali? Que nada
Encontrei uma folgada
Quenguinha por profissão

XVIII
Ela vendo eu dizer não
Dizendo não me entender
Como que um cabra macho
Desistindo de fazer
Com desconto e bem barato
Amor barato de fato
Impropérios foi dizer

XIX
- Que cabra frouxo é você?
Correndo duma mulé
Coitada não entendia
Como a coisa toda é
Na mesa do lado estava
Outro cabra que escutava
Ouvindo de orelha em pé

XX
Chamei garçom Seu José
Pra minha conta pagar
O cabra de olho nela
Eu disse: - pode encarar
Ela se foi ligeirinha
Pra mesa dessa morrinha
Ali pra negociar

XXI
Eu fiquei a matutar
Um pensamento na mente
Deixe a moça e o cabra
Fornecedora e cliente
Na profissão mais antiga
Mas procurar rapariga
Quem for macho incompetente

XXII
Quero uma trepada decente
Na vida assim me toquei
Não recrimino quem busca
Mas outra meta eu tracei
Fiquei sem gás, nem pra bronha
E conto aqui sem vergonha
Naquele dia eu brochei

XXIII
Com putas muito transei
Quando era mais menino
Não sabia me virar
Era sem graça e franzino
Mas depois melhoraria
De outro modo faria
Teria outro figurino

XXIV
Assim o verso eu termino
Palavras aqui não somem
Você que faz como quer
Dilemas que nos consomem
Ô perguntinha mais tola
O homem que tem a rola?
Ou ela é que tem homem

Um Conto... Fernando Portela...

Já fazia uma semana que Nhá Sirvina não pisava na loja. “Alguma coisa errada tem”, pensou seu Ferreira. Outra que não aparecia era dona Rosa Machado, mas esta só há uns três dias.

O português, apesar da aparência largada, barba por fazer, camiseta regata, e de soltar uns palavrões que, de vez em quando, deixavam as pessoas arrepiadas, era muito cioso das suas conquistas comerciais. E aquelas duas mulheres, entradas em anos (Nhá Sirvina já passara dos setenta), visitavam todos os dias, com rigor religioso, a lojinha de tecidos. Compravam, no máximo, três peças por semana. Um zíper hoje, uns botões amanhã, e entretelas, agulhas, linha. Coisinhas. Mas compravam.

Seu Ferreira estava convencido de que dona Rosa Machado guardava ilusões românticas a seu respeito, apesar de comportar-se como uma dama, sempre; já o problema de Nhá Sirvina era de solidão mesmo: largada no mundo, morando com o filho único, Lulão, que jamais aparecia em casa, ela precisava conversar com alguém. Escolhera o português.
“O que está errado na porra desta loja?”, perguntou seu Ferreira para si mesmo, em voz alta, assustando umas clientes que olhavam peças de algodão cru. “Será que elas não vêm por causa dos assaltos?”

Imaginou, por um momento, que o noticiário da televisão sobre os perigos da zona portuária, onde se estabelecera, estaria afastando a clientela. “Mas, grandes merdas”, dizia-se sempre em voz alta. “Os bairros ricos são os mais perigosos, aqui só tem pé de chinelo, uns coitados que roubam pra beber cachaça… Será que tem alguma coisa a ver com Xibiu?”

Lá estava Xibiu, olhando para ele com um “amor desesperado que me faz chorar”, como o próprio seu Ferreira definia o afeto que o adolescente, portador da Síndrome de Down, lhe dedicava. Xibiu estaria completando, agora, uns quinze anos. Seu Ferreira até evitava encará-lo por mais tempo, pois o rapaz soltava um urro assustador, de amor puro, levantava-se desengonçado (estava engordando demais) e corria até o português para abraçá-lo e cobri-lo de beijos.

“Ô, pare com isso, maluco, pare, pare…”

Seu Ferreira dizia “pare, pare”, mas, no fundo, não podia passar sem aquele carinho. Nunca tivera irmãos, namoradas, amantes. Servia-se das prostitutas ali de perto, uma de cada vez para não “pegar costume”. Dona Adélia, sua querida mãe e até então a única afeição da vida, morrera em Trás-os-Montes aguardando a passagem para viajar ao Brasil. Mas isso já fazia uns vinte anos. O segundo afeto do português era o Xibiu.

“Xibiu, você fez alguma coisa com dona Rosa Machado e com Nhá Sirvina?”

O garoto balançou alegre e violentamente a cabeça, de um lado para o outro, enquanto emitia seus impressionantes ruídos guturais.

“Entende tudo, o puto”, pensou seu Ferreira, sem deixar de sentir uma ternura definitiva pelo garoto. Xibiu surgira na sua vida há treze anos, quando uma mulher jovem e bem-vestida apareceu na lojinha. Trazia uma criança num saco às costas, o que não era muito comum por ali. De relance, porque atendia a outros clientes, seu Ferreira pensou tratar-se de uma criança japonesa. “Pai japonês, ou chinês”, pensou consigo. De repente não viu mais a mulher e, quando foi fechar a loja para almoçar (era o único comerciante que ainda fazia isso na rua), descobriu, numa pilha de tecidos desfraldados, que haviam sido arrumados como um berço, a estranha criança, dormindo. Teve certeza, depois, que lhe haviam dado alguma droga para que não fizesse barulho.

“Mas que filha duma puta!”, foi sua primeira reação. Correu para a rua atrás da mãe desalmada, mas nem sinal. Preocupado, logo voltou à loja vazia, e o garoto ainda dormia.
Desconsolado, mostrou o troféu para seu Golinho, do bar ao lado, e dona Aírdes, do brechó da esquina. Seu Golinho não teve reação, já estava tão calibrado àquela hora do dia que confundiu o garoto com um delirium tremens inédito.

“Que agonia!”, foi seu único comentário.

Já dona Aírdes encantou-se.




“Tão engraçadinho”, ela disse, sempre de coração mole. “Dá pra mim, seu Ferreira?” E ele, cuja reação natural seria livrar-se do problema o mais rápido possível, surpreendeu-se com a própria resposta: “Não, não. Já que veio, agora é meu”.

Recebeu, depois, todos os conselhos para procurar a polícia, o Juizado de Menores, as associações que cuidam de crianças com Síndrome de Down, mas negou-se, com firmeza. “Se veio é porque Deus mandou; se mandou, Ele sabe o que faz.”

“Mas você é sozinho, não tem nem mulher”, dizia-lhe o pessoal da rua. “E se você morrer? ”

“Bem, se eu morrer estarei fudido, mas o maluquinho vai ficar fudido e meio e aí alguém dará um jeito…”

Assim, a criança foi criada sem nome e sem documentos. O único cuidado que seu Ferreira tomou foi o de procurar Augusto Preto, o policial que dava proteção ao comércio da rua. Preto lhe garantiu: se ele chegasse à delegacia com a criança, iriam levá-la na hora para uma casa de caridade qualquer. “Ah, esta não, Augusto. Deus não iria me perdoar. Se Ele mandou…”, repetia seu Ferreira, com sua lógica inamovível. “Vai levando, vai levando…”, desconversou Augusto Preto, especialista na arte de fingir que não via.
Desde os cinco anos o garoto olhava para as pessoas com aquele “amor de fazer chorar”, mas com seu Ferreira era diferente. Além do olhar profundo, melado, ele agitava braços, pernas, o corpo todo ao ver o português. Um fenômeno de afeição. Seu Ferreira não aguentava. Mas, agora, ele sentia que o filho adotivo aprontara alguma.

“Diz pra mim, Xibiu, que foi que você fez?”

Neste momento apareceu Lulão, que há muito tempo não via. Andava com raiva dele: como podia largar a própria mãe, às vezes por semanas, e sumir no mundo? Não é atitude de filho. E o português sempre o cobrava de uma forma rude:

“E aí tu somes, ô gajo, e sou eu que tenho de aguentar as baldas da tua mãe…”

“Ah, seu Ferreira, casa com ela…”

“Estás louco, patife? Pensas que tua mãe é uma misse?”

Lulão soltava gargalhadas. Era todo errado, mas bem-humorado e paciente. Muito, muito safado. Fora ele que dera o apelido de Xibiu ao garoto. Lulão não perdia uma chance de inventar alguma maldade. Somente anos depois da chegada do filho adotivo, seu Ferreira foi descobrir que xibiu era nada mais nada menos do que um dos muitos apelidos populares de vulva.

“Ó canalha”, irritou-se o português, “por que destes o nome de buceta ao meu menino?”

“Ele parece, seu Ferreira.”

“Mas como parece, canalha, se nem pelos tem no rosto…”

“É o jeito, a expressão…”

“Canalha!”

E lá estava Lulão, com seu sorriso cínico. Por que aparecera? Cumprimentou o rapaz e aproveitou para perguntar pela mãe dele.

“Não pisará mais aqui”, disse Lulão.

“Mas por quê? Que aconteceu?”

“Xibiu mostrou o pinto pra ela. Parece que tava meio doidão. Coitada, mãe não vê isso há mais de trinta anos. Ficou traumatizada.”

“Mas é só um menino, Lulão. E maluquinho.”

“Mas pelo jeito é uma grandeza.”

“Grandeza que nada. É um pinto qualquer. Você conhece caralho, não conhece?”

“Só o meu.”

“Que é isso, Lulão? Venha cá, vou mostrar pra você…”, disse o português dirigindo-se ao garoto, que continuava a expor sua eterna felicidade.

“Não, não, pode deixar, seu Ferreira. Quero ver não…”

“Não fala asneiras, pois.”

Então era isso. O garoto virando rapazinho e, sem noção de coisa alguma, mostrava o pinto às freguesas. O português ganhara um problemão. Não poderia tirá-lo da loja, prendê-lo em algum lugar. Não adiantaria dar-lhe uma surra, ele não iria entender. Arrumar uma prostituta para aliviá-lo, nem pensar. Nesta idade, recordou, tesão não tem fim.
Ou seja: o garoto continuaria a mostrar o pinto.

“Estou falido”, decretou o português, “se não der um jeito nisso, o mais rápido possível.”

Naquela noite passou horas diante de Xibiu tentando adverti-lo, inclusive com gestos dramáticos: se mostrasse o pinto às mulheres, elas poderiam reagir, cortando-o com uma tesoura. Mas o garoto não deu mostras de ter compreendido. Acabou dormindo, como um anjo, nos braços do pai.

“Por que Deus, que lhe tirou o juízo, não lhe tirou também o tesão?”, indagou-se seu Ferreira. “Uma coisa deveria depender da outra…” Depois, concluiu que Deus sabe o que faz, pediu perdão a Ele na oração noturna. Quando acordou, no dia seguinte, a solução do problema veio junto. Deus ouvira suas preces. E a solução era simples.

Seu Ferreira levou dois dias ensaiando o que dizer às duas mulheres escandalizadas. Primeiro iria procurar Nhá Sirvina, o caso mais complicado; depois, dona Rosa Machado. Pôs seu paletó branco de dez anos atrás, vestiu Xibiu com sua melhor roupa, que já estava apertadíssima, e lá foram os dois, rua afora, recebendo cumprimentos e sorrisos. Eram extremamente populares no bairro.

Foi a própria Nhá Sirvina que atendeu, e não parecia zangada ao vê-los.

“Seu Ferreira, que milagre, esta é a primeira visita que o senhor me faz!” – disse, abrindo a porta e convidando os dois a se acomodar na mínima sala de estar do sobradinho.

Apesar dos protestos do português (“já comi, estou inchado”), Nhá Sirvina serviu cafezinho, ofereceu bolos e doces. Xibiu aceitou por ele e pelo pai adotivo. Comia com volúpia.

“O assunto é de grande constrangimento, Nhá Sirvina”, iniciou o português. “Mas sou obrigado a lhe falar…”

“Que aconteceu, seu Ferreira?”

“Bem, fiquei sabendo que o Xibiu aqui mostrou o pinto para a senhora lá na loja.”

Ele não esqueceria aquele silêncio pelo resto da vida. Nhá Sirvina ficou pálida, primeiro; depois se levantou, sem rumo, arrumou a mesa, que não carecia de arrumação. Disse, com a voz trêmula:

“Ninguém me mostrou nada, seu Ferreira…”

“O maluquinho não lhe mostrou o pinto, Nhá Sirvina?”

“Nada, nada, nada, seu Ferreira”, a voz já havia se transformado, elevara-se alguns decibéis.

“Mas que canalha!”

“Quem, seu Ferreira? O menino não fez nada…”

“Não, não é o Xibiu, não. É quem inventou essa história…”

“Ah, não ligue, seu Ferreira. O senhor tem certeza de que não aceita compota de goiaba?”

“Sabe, até vou aceitar. Me saiu um peso da cabeça…”

E ali ficou, quase uma hora, a loja fechada, ouvindo a mulher discorrer sobre a gripe terrível que se abatera sobre o bairro e que derrubara muita gente, ela e dona Rosa Machado inclusive. Seu Ferreira olhava, de vez em quando, para Xibiu, pensando que o garoto era mesmo o seu único e definitivo amor, e o rapazinho lhe retribuía em dobro, às vezes ronronando, às vezes soltando uns gritos arrepiantes, enquanto devorava o último naco de goiaba da compoteira.

Querelas do Brasil...

Observem a imensidão de palavras cujo significado nós Não sabemos...baseado nisso, Aldir Blanc fez esta canção onde afirma:o Brasil não conhece o Brasil...

O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil
Tapi, jabuti, liana, alamandra, alialaúde
Piau, ururau, aquiataúde
Piau, carioca, moreca, meganha
Jobim akarare e jobim-açu
Oh, oh, oh

Pererê, camará, gororô, olererê
Piriri, ratatá, karatê, olará

O Brazil não merece o Brasil
O Brazil 'tá matando o Brasil
Gereba, saci, caandra
Desmunhas, ariranha, aranha
Sertões, Guimarães, bachianas, águas
E marionaíma, arirariboia,
Na aura das mãos do jobim-açu
Oh, oh, oh

Gererê, sarará, cururu, olerê
Blá-blá-blá, bafafá, sururu, olará

Do Brasil, S.O.S. ao Brasil

Tinhorão, urutu, sucuri
O Jobim, sabiá, bem-te-vi
Cabuçu, cordovil, caxambi
Madureira, Olaria e Bangu
Cascadura, Água Santa, Acari
Ipanema e Novo Iguaçu, Olarê

Do Brasil SOS ao Brasil...
Do Brasil SOS ao Brasil...

SOS ao Brasil...

sábado, 27 de março de 2010

A Revolução das Xananas...


A minha Proposta é a Revolução das xananas:não reeleja ninguém…quer tirar ladrão da política? você pode:não reeleja ninguém… a revolucão da Xananas é eficaz, eficiente e tem efetividade…
Padre Celestino Pimentel

Faça este gesto bonito pelo Brasil:não reeleja ninguém...
Ninguém foi Tão excelente que mereça ser Reeleito...Não reeleja ninguém...
O maior Desinfetante para o Brasil é não reeleger ninguém...
Faça o que você gostaria que a Justiça tivesse feito;não reeleja ninguém...
incorpore esta IDEIA, DIVULGUE, Faça a sua faixa,amarre na coleira do seu cachorro, dê este presente ao Brasil:Não reeleja ninguém...
Você vive se queixando da corrupção e da impunidade...você pode atuar:Não Reeleja ninguém...
Não devolva á política, á mesma podridão...Não Reeleja ninguém
O que nós podemos fazer é:Nào reeleger ninguém...isto é uma grande revoluçào...acredite.
Quer mudar o congresso? Não reeleja ninguém...Vamos difundir esta Revolução Pacífica e eficiente para todo o Brasil...Ninguém deu um Show pelo Brasil, Nào reeleja Ninguém.

A Festa dos Cachorros...






Um folheto de José Pacheco


A FESTA DOS CACHORROS

Caro leitor se não lestes
mas alguém já vos contou
que nos remotos passados
até barata falou
porém isto foi no tempo
quando o Trancoso reinou
Eu ainda estou lembrando
que meus bisavós contavam
muitas histórias passadas
de quando os bichos falavam
como bem fosse a da festa
quando os cachorros casavam
Nesse tempo os animais
era tudo interesseiro
só se casavam com bichas
que os pais tinham dinheiro
tanto que devido a isto
um gato morreu solteiro
Contudo sempre viviam
em regimes sociais
respeitando aos governos
ao atos policiais
crendo no catolicismo
conforme a lei de seus pais
Não eram lá tão chegados
à nossa religião
mas não desvalorizavam
nem faziam mangação
dizem até que macaco
deu provas de bom cristão
Tamanduá era padre
como todos sabem disto
naquele tempo também
pelos antigos foi visto
uma lavadeira velha
lavando a roupa de Cristo

Muitos viviam da arte
outra parte do roçado
na vida comercial
quem era rico e letrado
aqueles mais pobrezinho
viviam do alugado
Como bem a lagartixa
o calango e o teju
que são pelados de tudo
da mesma forma o tatu
que tem somente o casco
e aquilo que faz pufu
Com este verso eu aviso
a quem atenção me presta
que vou tratar dos cachorros
e da grandiosa festa
talvez que nunca se visse
outra melhor do que esta
Havia um cachorro velho
chefe da localidade
os outros lhe veneravam
com respeitabilidade
tanto porque era o chefe
como pela sua idade
Tinha relações com todos
era muito acreditado
não tinha muito dinheiro
como grande potentado
mas também não era desses
que come um pão apertado
Tinha uma filha bonita
trabalhava em seu socorro
dessas que se diz assim:
por aquela eu mato e morro
capaz de embelezar
o coração dum cachorro
Certo dia um primo dela
vindo duma batucada
passando pelo terreiro
ela estava acocorada
catando pulga e matando
no batente da calçada
Bom dia querida prima
o cachorro assim falou
ela respondeu: bom dia
e disse, como passou
então, como vai meu tio?
o mesmo lhe perguntou
Palestraram bastante
cada qual bem satisfeito
foi um namoro pesado
porém com muito respeito
mas para se apartarem
não tinha quase jeito
Trocaram dúzias de beijos
ambos ali abraçados
choravam um pelo outro
e todos dois agarrados
devido a grande amizade
quase que ficam pegados
Chegou em casa escreveu:
prima do meu coração
eu não posso deslembrar-me
da tua linda feição
portanto venho pedir-te
tua delicada mão
Recomendação a todos
um abraço em minha tia
sem mais assunto desculpe
a ruim caligrafia
deste teu primo cachorro
edcetra companhia
Depois fez no envelope
um ramalhete de flor
ele mesmo foi levar
pra dar mais prova de amor
e mesmo é muito custoso
cachorro ter portador
Chegou ela estava só
prosaram mais de uma hora
depois apertou-lhe a mão
deu-lhe a carta e foi embora
ela ficou tão contente
quando leu que quase chora
Quando o velho viu a carta
disse logo que não dava
mas ela bateu nos peitos
lhe dizendo que casava
o velho jurou de dar-lhe
e que amaldiçoava
A velha também foi contra
os parentes não queriam
os irmãos quando souberam
todos numa voz diziam
que esse tal casamento
o pai nem eles faziam
Disseram: ele é parente
mas anda de cachaçada
é um liso e não trabalha
portanto não vale nada
e por fim até juraram
de botar-lhe uma emboscada
A cachorra noite disse:
a ele você não comem
eu acho conveniente
que nova reforma tomem
porque eu só não me caso
se cachorro não for homem
Ou fazem o meu casamento
ou então de madrugada
eu vou arribar com ele
e fico sendo amigada
embora nossa família
fique desmoralizada
O velho considerando
da desmoralização
disse pra ela: eu te caso
mas sustento opinião
de nem cruzar teus batentes
nem te botar mais bênção
Depois ele disse aos filhos:
de noite depois da ceia
vamos fazer isto logo
se não ela se aperreia
e vai nos fazer vergonha
na força da lua cheia
Não havia inimizade
todos os bichos se davam
quando casava uma bicha
com muito gosto ajudavam
ainda que fosse rica
de gastar não precisavam
Vamos tratar dos presentes
que a noiva recebeu
sapato, roupa e capela
a dona preguiça deu
aranha mandou-lhe um véu
que ela mesma teceu
Guariba deu-lhe um boqué
da barba do guaribão
o gato deu aliança
o timbu, deu a loção
o preá deu um bilro
o rato deu-lhe um botão
O noivo também comprou
agulha, linha e dedal
uma panela e dois pratos
uma colher de metal
balaio de guardar ovo
vasilha de botar sal
Abano, esteira e pilão
um ralo e um samburá
marmita, gamela e cuia
vassoura, estopa e puçar
fez a conta e depois disse:
pra quem é pobre já dá
No dia do casamento
estava tudo arrumado
faltava somente a carne
para tratar do guisado
com pouco cada cachorro
chegava mais carregado
Um trazia um pinto morto
não sei onde foi achá-lo
outra trazia também
uma ossada dum galo
teve um que trouxe até
o mocotó dum cavalo
Vinha um com tanto troço
que no caminho quase cansa
umas queixadas d’um burro
os encontros d’uma gansa
pedaços de couro velho
pontas de boi da matança
Uma parenta do velho
era até boa parteira
pegava cachorro novo
ali naquela ribeira
por ser curiosa e limpa
foi servir de cozinheira
Chegou e disse: meu povo
eu vim porque fui chamada
porém estou com rabuge
e muito encatarruada
o dono da casa disse:
ora comadre, isto é nada
Temos ai muita carne
arroz, macarrão, farinha
guise lombo e faça bife
torre porco, encha galinha
eu quero é que todos digam
que na festa tudo tinha
Está certo meu compadre
disse um cachorro cotó
disse a noiva, sendo assim
eu hoje encho o bozó
disse o noivo: eu como tanto
que o rabo chega dá nó
O velho disse: comadre
você é a governante
tome conta da cozinha
ai tem um ajudante
de tarde chega mais três
penso que quatro é bastante
Pode trabalhar com gosto
vá pedindo o que faltar
não tema que seu trabalho
quando a festa terminar
o seu compadre cachorro
tem com que recompensar
Qual lá meu compadre velho
respondeu a cozinheira
lá para o fim do pagode
você dar qualquer besteira
e com relação a preço
entre nós não tem ladeira
Eu quero é que meu compadre
mande um comprar tempero
eu vou preparando a carne
diga que volte ligeiro
porque se não tratar logo
pode até criar mau cheiro
Então o velho entregou
o dinheiro e um saquinho
dizendo: traga dois cocos
e um quilo de cominho
vamos ver que desmantelo
assucedeu no caminho
O cachorro ia fazer
como seu chefe mandou
botou o dinheiro dentro
do saco e depois dobrou
botou debaixo do rabo
saiu e disse: eu já vou
Mas lá no meio do caminho
viu uma casa caída
com uma parede em pé
porém bastante pendida
ele ali foi urinar
quase que perdia a vida
Ele encostando-se nela
mais ou menos abalou
e lá vai por cima dele
porém o cabra pulou
faltando o palmo dum grilo
para se dizer: matou
É este o motivo justo
que quando vão urinar
ainda sendo uma moita
só mija quando escorar
gato escaldado tem medo
de água fria o pelar
Afinal sempre seguiu
até que chegou na feira
fez as compras pra voltar
numa pisada ligeira
mas aconteceu-lhe outra
pior do que a primeira
Quando ele foi passou
num rio bastante cheio
como ia sem carrego
atravessou pelo meio
quando veio tinha mais água
quase que vai no paleio
Chegou na margem do rio
esbarrou na ribanceira
vinha os dois cocos no saco
ele amarrou na traseira
e apertou o tempero
debaixo da macaxeira
Então dentro do embrulho
vinha um anel que comprou
era de um seu amigo
que a ele encomendou
teve medo de perder
no tal pacote botou
Mas quando bateu nas águas
desmantelou-se o papel
desceu com o tempero e tudo
quando saiu de revel
olhou debaixo da cauda
tinha somente o anel
Todo seu acontecido
chegou em casa contou
mas ninguém acreditava
o chefe lhe maltratou
dizendo, que o dinheiro
ele bebeu e jogou
Onde trazia o tempero
cabra safado mesquinho?
assim perguntou-lhe o chefe
ele mostrou o cantinho
um cheirou e disse: é certo
que tem cheiro de cominho
É por isto que cachorro
tem uma certa ciência
de cheirar onde o tempero
deixou uma grande essência
qualquer que duvidar nisto
faça sua experiência
Ele ficou tão vexado
que pensou que perdeu tudo
o chefe lhe perguntou
ele respondeu trombudo:
até eu quase me afogo
quanto mais troço miúdo
Mas dum lado tinha um
desses gomos miudinhos
e disse a ele: rapaz
tu só perdesse o cuminho
olhou por detrás e disse:
olha os cocos no saquinho
Finalmente sempre a festa
da casa grande a barraca
corria cachimbo e vinho
licor, gasosa e truaca
gritava o cachorro velho:
bota pra diante a fuzaca
Veio muitas qualidades
entre bicho bom e mau
paca tocava pandeiro
tatu corneta de pau
urso tocava num buzo
macaco num berimbau
Mestre galo era o carcante
da quadrilha no salão
timbu era despachante
na boca do garrafão
o gato fiscalizava
as panelas no fogão
Estava a festa animada
a carne ali abortou
porém por causa dum osso
grande briga se travou
deram uma tapa no gato
que o cabelo avuou
Ali o dono da casa
riminou-se contra os tais
meteu a ripa pra cima
dando em todos animais
correram deixando a sala
só com ele e ninguém mais
Meus leitores essa historia
que vosso poeta fez
o meu bisavó contava
meu avô disse uma vez
o meu pai contou a mim
eu hoje conto a vocês…

Meditaçào...








AH SE O HOMEM QUISESSE!
Ah se o homem quisesse
Passar a limpo o passado
Re-escrever a história
Sem cometer o pecado
De querer se igualar a Deus
Com tamanhos predicados
Ah se o homem quisesse
Deveras, repartir o pão
Semear a concórdia
Entre todos os irmãos
Não ter essa conduta sórdida
Que o impede de estender a mão
Ah se o homem quisesse
Tornar feliz a humanidade:
Pelo amor, pela tolerância,
Pelo respeito, pela igualdade…
Talvez, quem sabe… Refletisse
A essência divina da santidade
Ah se o homem quisesse!
Mudar de vez esse tom!
Se lavássemos nossas culpas
Com o orvalho de Hermon
E amássemos nosso próximo
Meu Deus, como seria bom!
Bastaria que o homem
Usasse a sabedoria
Escrevesse leis amenas
Em verso, rima e poesia
E o mundo seria um poema
Ao invés de uma utopia
Ah se o homem quisesse!

Tem Pouca Diferença...


Tem Pouca Diferença
Gal Costa

Composição: Durval Vieira

Que diferença da mulher o homem tem?
Espera aí que eu vou dizer, meu bem
É que o homem tem cabelo no peito
Tem o queixo cabeludo
E a mulher não tem

No paraíso um dia de manhã
Adão comeu maçã, Eva também comeu
Então ficou Adão sem nada, Eva sem nada
Se Adão deu mancada, Eva também deu

Mulher tem duas pernas, tem dois braços, duas coxas
Um nariz e uma boca e tem muita inteligência
O bicho homem também tem do mesmo jeito
Se for reparar direito tem pouquinha diferença.




A Honesta Família Sarney...



O governo da Suíça encontrou e bloqueou conta de US$ 13 milhões controlada por Fernando Sarney, filho mais velho de José Sarney, presidente do Senado.
Os depósitos foram rastreados a pedido da Justiça brasileira. O dinheiro não está declarado à Receita. O bloqueio ocorreu quando Fernando tentava enviar recursos da Suíça para Liechtenstein, paraíso fiscal.
A medida é administrativa; se comprovado que o dinheiro tem origem ilícita, o bloqueio passará a ter caráter criminal, e os recursos poderão ser repatriados.
* * *
Treze milhões de dólares….
É dinheiro pra ladrão não acabar nunca. Nem mesmo ladrão do PT e da Bancoop ou do DEM de Brasília!
Eu tô aqui só pensando com meus botões: de onde será que foi que ele tirou todo este dinheiro? Será que foi vendendo picolé no Maranhão? Esse Fernando, filho de Zé e irmão de Roseana, é danado…