quarta-feira, 6 de agosto de 2014

UMA PARÁBOLA DO ESTADO DE POESIA...



COMO OS PARDAIS, O AMOR NÃO PODE SER ENCARCERADO

Certa manhã, uma gaiola acordou e percebeu que, por distração, deixara a porta aberta e o pintassilgo que vivia nela tinha desaparecido. A gaiola sentiu um vazio enorme em suas entranhas, e a solidão a entristeceu. Sentia saudade do canto do passarinho. Atraído pelo cheiro das sementes, apareceu um pardal, entrou na gaiola e, quando a porta se fechou, ele percebeu que estava preso e começou a piar desesperadamente. A gaiola abriu a porta para deixá-lo sair, pois se lembrou de que os pardais morrem de tristeza ao se verem engaiolados. O pardal, agradecido, fez um acordo com a gaiola: viria todos os dias, para lhe fazer companhia, e se refugiaria nela nos dias de chuva. A gaiola nunca mais ficou sozinha e descobriu que o amor consiste em respeitar a liberdade da pessoa amada.

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