sexta-feira, 15 de agosto de 2014

NO ESTADO DE POESIA...

Meu amor na despedida, por António Tomás Botto

Meu amor na despedida 
Nem uma fala me deu; 
Deitou os olhos ao chão 
Ficou a chorar mais eu. 
Demos as mãos na certeza 
De que as dávamos amando; 
Mas, ai!, aquela tristeza 
Que há sempre neste «Até quando?, 
Numa lágrima surgiu 
E pela face correu... 
Nada pudemos dizer, 
Ficou a chorar mais eu. 



António Tomás Botto (Casal de Concavada, Abrantes, Portugal, 17 de agosto de 1897 - Rio de Janeiro, 16 de março de 1959) - Poeta e contista português, causou polêmica nos meios religiosos conservadores em Portugal quando publicou o livro Canções. Também foi amigo de Fernando Pessoa. Mudou para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, onde morreu atropelado.

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