AS VEZES, UMA FAMÍLIA DE ESCRAVOS ERA LEVADA PARA UMA FEIRA, E CADA INDIVÍDUO ERA VENDIDO PARA UM PATRÃO DIFERENTE,UM SENHOR...
OUTRO PROBLEMA ERA QUANDO A SINHÁ, A MULHER DO SENHOR, OU A SINHAZINHA ,A FILHA,SE APAIXOINAVA POR UM DELES..
NESTE CASO, OS OLHOS DO ESCRAVO ERAM FURADOS.
VEJAM ESTAS SITUAÇÕES RELATADAS NAS MÚSICAS ABAIXO...
Leilão
Cida Moreira
De manhã cedo, num lugar todo enfeitado,
nóis ficava amuntuado prá esperá os compradô
depois passava pela frente do palanque,
afincado ao pé do tanque, que chamava bebedô.
nóis ficava amuntuado prá esperá os compradô
depois passava pela frente do palanque,
afincado ao pé do tanque, que chamava bebedô.
E nesse dia minha véia foi comprada
numa leva separada, de um sinhô mocinho ainda
minha véinha era a frô dos cativêro
foi inté mãe do terreiro da famia dos Cambinda.
numa leva separada, de um sinhô mocinho ainda
minha véinha era a frô dos cativêro
foi inté mãe do terreiro da famia dos Cambinda.
No mesmo dia em que levaram minha preta
me botaram nas grieta, qui é prá mó d´eu não fugi
e desde então o preto veio aperreô.
ficou véio como tô
Mas como é grande este Brasil.
me botaram nas grieta, qui é prá mó d´eu não fugi
e desde então o preto veio aperreô.
ficou véio como tô
Mas como é grande este Brasil.
E quando veio de Isabé as alforria
percurei mais quinze dia,
mas a vista me fartô!
só peço agora, que me leve siá Isabé
quero ver se tá no céu
minha véia, meu amô!!
percurei mais quinze dia,
mas a vista me fartô!
só peço agora, que me leve siá Isabé
quero ver se tá no céu
minha véia, meu amô!!
Sinhá
Chico Buarque
Se a dona se banhou
Eu não estava lá
Por Deus Nosso Senhor
Eu não olhei Sinhá
Estava lá na roça
Sou de olhar ninguém
Não tenho mais cobiça
Nem enxergo bem
Eu não estava lá
Por Deus Nosso Senhor
Eu não olhei Sinhá
Estava lá na roça
Sou de olhar ninguém
Não tenho mais cobiça
Nem enxergo bem
Para que me pôr no tronco
Para que me aleijar
Eu juro a vosmecê
Que nunca vi Sinhá
Por que me faz tão mal
Com olhos tão azuis
Me benzo com o sinal
Da santa cruz
Para que me aleijar
Eu juro a vosmecê
Que nunca vi Sinhá
Por que me faz tão mal
Com olhos tão azuis
Me benzo com o sinal
Da santa cruz
Eu só cheguei no açude
Atrás da sabiá
Olhava o arvoredo
Eu não olhei Sinhá
Se a dona se despiu
Eu já andava além
Estava na moenda
Estava para Xerém
Atrás da sabiá
Olhava o arvoredo
Eu não olhei Sinhá
Se a dona se despiu
Eu já andava além
Estava na moenda
Estava para Xerém
Por que talhar meu corpo
Eu não olhei Sinhá
Para que que vosmincê
Meus olhos vai furar
Eu choro em iorubá
Mas oro por Jesus
Para que que vassuncê
Me tira a luz
Eu não olhei Sinhá
Para que que vosmincê
Meus olhos vai furar
Eu choro em iorubá
Mas oro por Jesus
Para que que vassuncê
Me tira a luz
E assim vai se encerrar
O conto de um cantor
Com voz do pelourinho
E ares de senhor
Cantor atormentado
Herdeiro sarará
Do nome e do renome
De um feroz senhor de engenho
E das mandingas de um escravo
Que no engenho enfeitiçou Sinhá
O conto de um cantor
Com voz do pelourinho
E ares de senhor
Cantor atormentado
Herdeiro sarará
Do nome e do renome
De um feroz senhor de engenho
E das mandingas de um escravo
Que no engenho enfeitiçou Sinhá
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