quarta-feira, 11 de julho de 2012

PARA DAR ÁGUA NA BOCA...


A DIETA SERTANEJA
CARLOS CAVALCANTI.

No sertão nós comemos tapioca,
Jerimum, feijão gordo e milho assado,
Maxixada e farofa com guisado,
Carne seca moída na paçoca;
Milho quente dançando  na pipoca,
O tutano a brilhar sobre o pirão, 
Mamão verde no falso camarão,
Carne assada comida com angu,
Café quente tomado com beijú,
Logo após de um gostoso rubacão.
Saboroso cuscuz (ralando o milho)
E depois borrifado em leite quente,
A comida legal de nossa gente,
As espigas ligadas pelo atilho;
Sobremesa crocante de sequilho,
Mel de abelha por cima do cará,
A terrina esborrando munguzá,
No domingo a famosa panelada,
Manhã cedo, a tigela de umbuzada,
Mel de furo, castanha e  corrumbá.
Mariola, jabá e macaxeira,
O pirão degustado na buchada,
O sabor destacado da cocada, 
Água doce apanhada na biqueira,
Goma pura e farinha sem crueira,
Bode assado e também raspa de queijo
Deixa a boca repleta de desejo,
Nessa vasta dieta do  sertão,
Sem  falar na galinha de capão,
Mesa farta a do nosso sertanejo.
A famosa galinha à cabidela,
O gostoso feijão baião de  dois,
Onde a carne cozida  com arroz
Faz o cheiro emanar lá da panela;
A bana  adoçada e com canela,
Fava branca cozida  e temperada,
Jerimum machucado na  coalhada
Sem deixar de comer queijo de coalho,
A batata assadinha, no borralho,
Leite cru no curral, de madrugada.
A farinha de milho no feijão,
A canjica e a pamonha no jantar,
Bolo preto, o melhor do paladar,
Café forte batido no pilão;
Charque assada e farofa de bolão,
O sabor  dessa mesa é inconteste;
Essa nossa dieta se reveste
Das melhores riquezas naturais.
Nossas frutas e nosso vegetais
São manjares na mesa do nordeste.




Nenhum comentário:

Postar um comentário