segunda-feira, 9 de julho de 2012

POESIA...


DIVINA MENTIRA – Judas Isgorogota

Pobrezinha da mãe que teve um filho poeta
E o viu cedo partir para as bandas do mar…
Nunca mais que ele volte à mansão predileta,
Nunca mais que ela deixe, um dia, de chorar…
É como a água de um lago, inteiramente quieta,
A alma de toda mãe que vive a meditar:
O mais leve sussurro é-lhe um toque de seta,
A mais leve impressão basta para a assustar…
Eu, por sabê-la assim, quando lhe escrevo, digo:
“— Minha querida mãe, não se aflija comigo.
E eu vou passando bem… Jesus vela por mim…”
É que assim, ela — a humana expressão da bondade
Contente por saber que vou sem novidade,
Jamais há de pensar que eu vá mentir-lhe assim…

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