terça-feira, 5 de julho de 2011

VATES POPULARES...

Valdir Teles

Rapaz que não quer casar
Tem na orelha um brinquinho
Tem mais um reboladinho
Que é pra impressionar
Deixa uma mão pendurar
E aquele sinal da mão,
Tem biquine e não calção,
Meu Deus, assim é viado!
Isso é Quadrão perguntado
Isso é responder Quadrão

João Lourenço

Macho que dorme com macho
Não tem nem o que dizer,
Num dá pra gente entender
E a mão trabalhando em baixo
Um grande defeito eu acho
Dois bicudos num colchão
É Maria em vez de João
Um é louco, outro é viado
Isso é Quadrão perguntado
Isso é responder Quadrão

* * *

Lourival Batista e Pinto do Monteiro

Lourival Batista

Isso foi naquele tempo,
Quando você era macho.
Porém, um cabra valente
Passou-lhe o facão por baixo,
Que o sangue correu na perna
E o gato comeu-lhe o cacho.

Pinto do Monteiro

Por isso é que me rebaixo
Em cantar com cabra bruto,
Pois, quando correu a notícia
De que eu perdi esse fruto,
Sua mãe chorou de pena
E nunca mais tirou o luto.


* * *

Sebastião Dias e Raimundo Caetano

Sebastião Dias

Eu preciso deixar nesse momento
esse mar que a gente se inspira,
e a casa chamada Caipira,
pra chamar o poeta Nascimento,
ele aqui vai fazer o lançamento
e cumprir o que estava no seu plano,
com apoio de Deus , o soberano,
o seu livro LASCADO DE SAUDADE,
o seu sonho tornou realidade
Nos dez pés de martelo alagoano.

Eu preciso deixar nesse momento
esse mar que a gente se inspira,
e a casa chamada Caipira,
pra chamar o poeta Nascimento,
ele aqui vai fazer o lançamento
e cumprir o que estava no seu plano,
com apoio de Deus , o soberano,
o seu livro LASCADO DE SAUDADE,
o seu sonho tornou realidade
Nos dez pés de martelo alagoano.

Raimundo Caetano

Eu procuro esconder a minha dor,
com os versos da mente quando eu faço
e através de uma luta sem fracasso,
eu me torno na arte um vencedor,
se eu nasci um poeta cantador,
procurando vencer a cada ano,
de novato passei a veterano,
se faltar quem me escute, eu vou parando,
e se tiver quem me ouça, eu vou cantando
Nos dez pés de martelo alagoano.

* * *

Sebastião da Silva e Ismael Pereira

Sebastião da Silva

Geraldo é o nosso irmão,
que gosta de cantador,
quer que a gente fale agora,
com expressões de amor,
implora em certa distância,
para cantar sua infância
como foi no interior.

Ismael Pereira

Ele no interior
teve uma infância bela,
subia em pé de mamão,
tirando pau de cancela,
bebendo água de poço,
andando em jumento em osso,
porque não tinha uma sela.

Sebastião da Silva

Teve uma infância singela,
cuidando dos animais,
nu de cintura pra cima
naqueles seus arraiais,
descendo e subindo serra
e punhado de terra
jogava dos pés pra trás

Ismael Pereira

Geraldo tempos atrás,
residindo na terrinha,
se quisesse melancia,
assim pela manhãzinha,
pra ver a barriga cheia,
roubava na roça alheia,
porque na dele não tinha.

Sebastião da Silva

Corria atrás de galinha,
e pegava tanajura,
bebia o leite de casa
e quebrava rapadura,
quando o sol mostrava o brilho,
abria boneca de milho,
pra ver se estava madura.

Ismael Pereira

Caçava na mata escura
rolinha, tejo e sibita,
comia cuscuz com fava,
bebia chá de marmita,
escorregava em ladeira,
caçava de baladeira,
e assediava cabrita.

Sebastião da Silva

Teve uma infância bonita
cheia de amor e fé,
pôs algodão no sapato,
para dar certo no pé,
quando mijava na rede,
pendurava na parede,
pra sua mãe não dar fé.

Ismael Pereira

Sem o chinelo no pé,
andava de pé no chão,
dormia em rede rasgada
ou em paiol de algodão,
se curava de jalapa
e matava mocó de tapa,
pra temperar o feijão.

Sebastião da Silva

Ele tem recordação
da sua antiga divisa,
do seu primeiro sapato,
sua primeira camisa,
e um forró longe da praça,
que bebeu muita cachaça,
quase levava uma pisa.

Ismael Pereira

Ele tinha a cara lisa
no tempo de inocente,
viu mulher tomando banho,
fez isso principalmente
num poço que ele encostava,
nem a mãe dele escapava,
quanto mais a mãe da gente.

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