domingo, 10 de julho de 2011

A MORTE DE BILLY BLANCO...






Falecido na manhã desta sexta-feira (8), aos 87 anos, o cantor e compositor Billy Blanco foi pioneiro na transição entre o samba-canção e a bossa nova.

Nascido no Pará e radicado no Rio de Janeiro, Blanco protagonizou ao lado de João Gilberto, Tom Jobim e outros o nascimento e a ascensão da bossa nova, a partir de 1958.
A formação em arquitetura acabou ficando para trás quando a carreira musical começou a deslanchar nos anos 1950. Sua primeira canção foi "Pra variar", de 1951, e seu primeiro sucesso foi "Estatutos da gafieira", na voz de Inesita Barroso, gravado em 1954.


As composições de Billy Blanco logo chamaram atenção por seu estilo próprio, com samba sincopado e letras que combinavam humor, desilusões amorosas e descrições do cotidiano.

Nos anos 50 e 60 seus sucessos foram gravados por Dick Farney, Lúcio Alves, João Gilberto, Dolores Duran, Sílvio Caldas, Nora Ney , Jamelão, Elizeth Cardoso, Dóris Monteiro, Os Cariocas, Pery Ribeiro, Miltinho, Elis Regina e Hebe Camargo.

Ele também compôs em parceria com Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Sebastião Tapajós e outros. Entre seus sucessos estão "Tereza na praia", "O morro", "Mocinho bonito", "Viva meu samba", "Pra variar", "Sinfonia do Rio de Janeiro" e "Canto livre".

A Banca do DestinoA Banca do Destino
Composição: Billy Blanco


Não fala com pobre,
Não dá mão a preto
Não carrega embrulho
Pra que tanta pose, doutor
Pra que esse orgulho

A bruxa que é cega
Esbarra na gente
E a vida estanca
O enfarte lhe pega, doutor
E acaba essa banca

A vaidade é assim,
Põe o bobo no alto
E retira a escada
Mas fica por perto
Esperando sentada

Mais cedo ou mais tarde
Ele acaba no chão
Mais alto o coqueiro,
Maior é o tombo
Do coco afinal

Todo mundo é igual
Quando a vida termina
Com terra em cima
E na horizontal


Tereza da Praia

Composição: Antonio Carlos Jobim / Billy Blanco


Lúcio
Arranjei novo amor
No Leblon
Que corpo bonito
Que pele morena
Que amor de pequena
Amar é tão bom

O Dick
Ela tem
Um nariz levantado
Os olhos verdinhos
Bastante puxados
Cabelo castanho
E uma pinta
So lado
É a minha Tereza
Da praia

Se ela é tua
É minha também
O verão passou
Todo comigo
O inverno pergunta
Com quem
Então vamos
A Tereza
Na praia deixar
Aos beijos do sol
E abraços do mar
Tereza

É da praia
Não é de ninguém
Não pode ser tua
Nem minha também
Tereza
É da praia

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