quinta-feira, 2 de junho de 2011
TEM GENTE DE TERNO E GRAVATA MATANDO O BRASIL...
Favela
Arlindo Cruz
Entendo esse mundo complexo
Favela é a minha raiz
Sem rumo, sem tino, sem nexo
E ainda feliz.
Nem sempre a maldade humana
Está em quem porta um fuzil
Tem gente de terno e gravata
Matando o Brasil acima de tudo
Favela,ô
Favela que me viu nascer
Eu abro o meu peito e canto o amor por você.
Favela,ô
Favela que me viu nascer
Só quem te conhece por dentro
Pode te entender.
O povo que sobe a ladeira
Ajuda a fazer mutirão
Divide a sobra da feira
E reparte o pão.
Como é que essa gente tão boa
É vista como marginal
Eu acho que a sociedade
Tá enxergando mal
Entendo esse mundo complexo
Favela é a minha raiz
Sem rumo,sem tino,sem nexo
E ainda feliz.
Nem sempre a maldade humana
Está em quem porta um fuzil
Tem gente de terno e gravata
Matando o Brasil acima de tudo
POLÍCIA E BANDIDO ARLINDO CRUZ.
Um dia o bicho pegou o coro comeu
Polícia e bandido se encontraram
E bateram de frente
E aí rapaziada, foi chapa quente,
Chapa quente, chapa quente!
Bateu de frente
O bandido e o subtenente lá do batalhao
Foi tiro de lá e de cá
Balas perdidas no ar
Até que o silêncio gritou
Dois corpos no chão que azar
Feridos na mesma ambulância uma dor de matar
Mesmo mantendo a distância não deu pra calar...
Polícia e bandido trocaram farpas
Farpas que mais pareciam balas
E o bandido falou assim:
Você levou tanto dinheiro meu
E agora vem querendo me prender
Eu te avisei você não se escondeu
Deu no que deu a gente tá aqui
Pedindo a Deus pro corpo resistir
Será que ele tá afim de ouvir?
Você tem tanta bazuca pistola fuzil e granada
Me diz pra que tu tem tanta munição?
É que além de vocês nós ainda enfrenta
Um outro comando, outra facção
Só tem alemão sanguinário
Um bando de otário marrento querendo zoar
Por isso que eu tô bolado assim
Eu também tô bolado sim
É que o judiciário tá todo comprado
E o legislativo tá financiado
E o pobre operário que joga seu voto no lixo
Não sei se por raiva ou só por capricho
Coloca a culpa de tudo nos homens do camburão
Eles colocam a culpa de tudo na população
E se eu morrer vem outro em meu lugar
E se eu morrer vão me condecorar
E se eu morrer será que vão lembrar
E se eu morrer será que vão chorar
E se eu morrer
E se eu morrer
E se eu morrer
E se eu morrer
Chega de ser sub-julgado
Subtraído
Sub-nutrido
Um sub-bandido de um sub-lugar
Um subtenente de um sub-país
Sub-infeliz
Mas essa estória eu volto a repetir
Aconteceu numa cidade muito longe daqui
Que tem favelas que parecem as favelas daqui
Que tem problemas que parecem os problemas daqui.
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