quinta-feira, 23 de junho de 2011
SOBRE A FARSA DA COPA 2014...
FOI TUDO MENTIRA
WALTER JORGE.
Políticos de todos os escalões e siglas partidárias atreladas aos governos empenhados na aprovação de seus Estados como sede da Copa do Mundo de 2014, só faltaram jurar que tudo seria bancado pelo setor privado e que o poder público não entraria com verbas para as obras destinadas ao referido evento.
Decorridos mais de dois anos da escolha das cidades e com todas as obras atrasadas, os “bestinhas” estão querendo mudar as regras do jogo e até já escolheram uma palavra mágica para destravar tudo: Flexibilização. Este é o “palavrão” mais pronunciado nos gabinetes governamentais. Servirá tão somente para justificar as alterações nos orçamentos e assinaturas de contratos adicionais sobre as licitações.
Em Brasília, querem aprovar uma medida que cria o que podemos chamar de cortina de fumaça, cuja finalidade é simplesmente esconder os valores gastos com a malfadada Copa. A transparência está indo pro brejo.
Mesmo sem ser vidente, muito antes da aprovação do Brasil, manifestei a minha opinião contrária. Alguns leitores do Jornal do Commércio que leram as minhas cartas me chamaram de pessimista. Se a maioria da população brasileira é a favor. Os políticos e as empreiteiras, é claro, também são favoráveis. Qual a razão de tanta birra? Direi já.
Começo lembrando que as contas do Pan-Rio–2007, ainda não fecharam. Muitas das coisas que previ, estão acontecendo: Obras emperradas e para completar, surge essa tentativa de burlar a Lei de Licitações. Isto quer dizer que os preços dos serviços poderão ser alterados, mas ninguém terá o direito de acompanhar. É muita Democracia!
Nossas autoridades precisam levar em conta que a realização de um campeonato mundial vai muito além de um torneio de futebol, pois quem vier ao Brasil em 2014, não será apenas para ver os jogos. Fazer turismo é o seu principal objetivo.
E é justamente no setor de turismo que a porca torce o rabo. Nenhuma das cidades escolhidas está em condições. O Recife é a pior de todas. Não está, nem estará pronta para receber os turistas, porque os seus problemas se arrastam por mais de cinco décadas. Jornais dos anos 60 já publicavam reclamações dos recifenses pedindo providências ao então prefeito, Dr. Miguel Arraes, no sentido de disciplinar o trânsito e melhorar as condições sanitárias e urbanas da cidade.
É certo que tanto ele, como os prefeitos que o sucederam fizeram alguma coisa, mas não o suficiente para conter o crescimento desordenado dessa cidade coberta de lixo, cheia de ruas esburacadas, “enfeitadas” por barracos e sem estacionamento.
Os problemas da violência urbana serão resolvidos até lá? E a situação dos morros mudará até 2014? Se não melhorar, os turistas vão testemunhar o vergonhoso espetáculo que é encenado anualmente por ocasião das chuvas: áreas de risco da cidade sendo cobertas por lonas plásticas. O Recife, toda a área metropolitana e as cidades interioranas estarão com os seus eternos problemas de saneamento básico solucionados? E as estradas receberão os devidos melhoramentos? Tenho minhas dúvidas.
A Copa é uma festa e como tal, defendemos o ponto de vista de que faz festa quem pode. E o Brasil, por mais que os dirigentes digam o contrário, não está em condições de sediar uma Copa do Mundo. É um evento para países desenvolvidos. Aqui, sobram carências e prioridades e faltam administradores competentes. Só não enxerga, quem não quer. Estão colocando as vaidades pessoais acima dos interesses coletivos.. A conta, inevitavelmente, será bem elevada e a fatura sobrará para as futuras gerações. Cidadãos independentes e responsáveis mostram-se preocupados.
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