quinta-feira, 2 de junho de 2011

SOBRE PORCOS...







GENTE E PORCO: NO BRASIL MUDERNO NÃO É POSSÍVEL DISTINGUIR UM DO OUTRO


Reinaugurado nesta segunda-feira, o chamado Túnel do Tempo do Senado, que retrata os principais fatos da história brasileira desde a proclamação da República em 1889, acabou suprimindo acontecimentos mais recentes como o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, aprovado pela Casa em 1992. O presidente do Senado, José Sarney, tentou minimizar o fato, argumentando que o impeachament teria sido “um acidente” da história recente que “não deveria ter acontecido”

* * *

Esta eu não vou comentar.

Limito-me a transcrever o que escreveu Carlos Brickmann em seu blogue sobre o assunto:

“O senador José Sarney tem toda a razão quando explica que o impeachment do presidente Fernando Collor, acusado de corrupção, foi apenas um incidente na História do Brasil. No momento, aquilo até parecia importante: Congresso mobilizado, gente nas ruas com a cara pintada em sinal de protesto, investigações. Para que? Para nada. PC Farias, símbolo do Governo Collor, foi preso e condenado como intermediário da corrupção - o único caso no mundo em que houve intermediário, mas não surgiu quem lhe pagasse nem quem dele recebesse.

E os astros do caso que movimentou a República? Sarney, que Collor chamou de ladrão; Renan Calheiros, que foi aliado, adversário e aliado de Collor; Lula, que só não chamou Collor de santo. Hoje eles estão juntos, todos flecha, todos arco, unidos no mesmo barco, só não aceitam perder. Lula também chamou Sarney de ladrão, Renan foi inimigo e é aliado de Sarney, eles, mais Collor, aliaram-se a adversários históricos como Paulo Maluf, Jader Barbalho, Nelson Jobim, e formaram um só grupo. Por que lembrar episódios tristes como o impeachment, em que um foi punido por fazer, sem habilidade, o que outros fizeram melhor?

No clássico A Revolução dos Bichos, George Orwell fala de uma fazenda em que os animais se uniram e expulsaram os homens. Os porcos assumiram o comando e viraram ditadores. Depois, aliaram-se aos homens e procuraram imitá-los. O livro termina com os animais assistindo pela janela à confraternização entre porcos e homens.

E lhes era difícil distinguir quem era gente, quem era porco.”

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