Oi, Tio!
Lendo a obra de Dante Alighieri "A Divina Comédia", vi uma referência ao Padre Pedro Morrone, eleito papa em 1294 com o nome "Celestino V". O nome "Celestino" chamou a minha atenção, e então resolvi fazer uma pesquisa sobre a vida desse Papa. Como você já é o "Padre Celestino" achei que o assunto poderia lhe interessar....rs.
Estou enviando um pequeno resumo do que encontrei. Também estou enviando trechos da homilia do Papa Bento XVI, que presidiu a celebração eucarística na Praça Garibaldi, em Sulmona, na Itália, em 04/07/2010, por ocasião dos oitocentos do nascimento do Papa Celestino V. Fiquei encantada com as palavras proferidas pelo Santo Padre!
Beijos
Daladiana
CELESTINO
Beneditino, Fundador, Papa e Santo
1215-1296
“Pedro nasceu em 1215, na província de Isernia, Itália, de pais camponeses com muitos filhos. Assim que terminou os estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por alguns anos.
Depois foi para Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.
Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada “dos Celestinos”, conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em 1273.
Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.
Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte.
Dez meses depois de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e ficou sabendo o dia de sua morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e aguardou por ela, que chegou exactamente no dia e momento previstos: 19 de maio de 1296. Logo, talvez pelo desejo de uma reparação, a Igreja declarou santo o papa Pedro Celestino, já em 1313.
A Bula do Perdão, publicada em 1294, representou um gesto revolucionário para o seu tempo: prescreveu uma indulgência plenária, oferecendo a todos a reconciliação com Deus, com a única exigência do arrependimento interior. Nascia assim o "Perdão Celestino”.
Seu epitáfio diz bem: "colocado no mais alto trono da terra por imprudência dos eleitores, voltou ao pó que o vento eleva aos céus pelo mérito de sua retidão e humildade".
Seguem, abaixo, trechos da homilia do Papa Bento XVI:
“Queridos amigos! A minha visita se realiza por ocasião do Ano Jubilar proclamado pelos bispos de Abruzzo e Molise para celebrar os oitocentos anos do nascimento de São Pedro Celestino. (...) Nesta Basílica eu mesmo, em Abril do ano passado, depois do terremoto que devastou a região, fui venerar a urna com seus restos mortais e deixar o pálio recebido no dia do início de meu pontificado. Passaram-se oitocentos anos do nascimento de São Pedro Celestino V, mas ele permanece na história pelos conhecidos acontecimentos de seu tempo e de seu pontificado e, sobretudo pela sua santidade. (...) Da vida de São Pedro Celestino gostaria de citar alguns ensinamentos válidos também para os nossos dias. Pedro Angelerio desde a sua juventude "buscava Deus", um homem que tinha o desejo de encontrar respostas às perguntas de sentido da existência: quem sou, de onde vim, para onde vou, porque vivo? Ele se coloca a caminho à procura da verdade e da felicidade, começa a procurar Deus e para ouvir a sua voz, decide se separar do mundo e viver como eremita. O silêncio se torna assim o elemento que caracteriza a sua vida quotidiana. (...) É importante sublinhar também um segundo elemento: a descoberta do Senhor feita por Pedro Angelerio não é o resultado de um seu esforço, mas se torna possível com a Graça de Deus que o acolhe. O que ele tinha, o que ele era, não vinha de si mesmo: lhe foi doado, era graça, e era por isso também responsabilidade diante de Deus e diante dos outros. (...) No silêncio interior, na percepção da presença do Senhor, Pedro del Morrone amadureceu uma experiência viva da beleza da criação, obra das mãos de Deus: sabia acolher o sentido profundo, respeitava os sinais e ritmos, usava aquilo que era essencial para a vida. (...) Na segunda leitura, extraída da Carta aos Gálatas, ouvimos uma belíssima expressão de São Paulo, que é também um perfeito retrato espiritual de São Pedro Celestino: "Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo" (Gl 6, 14). A Cruz é o centro de sua vida, lhe deu força para enfrentar as amargas penitências e os momentos mais difíceis, desde a juventude até a última hora: ele sempre foi consciente de que dela vem a salvação. A cruz deu também a São Pedro Celestino uma clara consciência do pecado, sempre a acompanhada de uma clara consciência da infinita misericórdia de Deus para com a sua criatura. (...) Como sacerdote, experimentou a beleza de ser administrador desta misericórdia absolvendo os penitentes de seus pecados, e quando foi eleito à Sé do Apóstolo Pedro, quis conceder uma particular indulgência, denominada "O Perdão Celestiniano. (...) Enfim, um último elemento: São Pedro Celestino, mesmo tendo uma vida eremita, não "se fechou em si mesmo", mas foi tomado pela paixão de levar a boa nova do Evangelho aos irmãos. E o segredo de sua fecundidade pastoral estava no "permanecer" com o Senhor, na oração, como nos recordou o Evangelho de hoje: o primeiro imperativo é sempre o de pedir ao Senhor da messe (cfr. Lc 10, 2). (...) Queridos Irmãos e Irmãs! Estou aqui entre vocês para confirmá-los na fé. Exorto a todos, com força e afecto, a permanecerem firmes fé que receberam, fé que dá sentido à vida e que doa a força de amar. Que nos acompanhe neste caminho o exemplo e a intercessão da Mãe de Deus e de São Pedro Celestino. Amém.”
Lendo a obra de Dante Alighieri "A Divina Comédia", vi uma referência ao Padre Pedro Morrone, eleito papa em 1294 com o nome "Celestino V". O nome "Celestino" chamou a minha atenção, e então resolvi fazer uma pesquisa sobre a vida desse Papa. Como você já é o "Padre Celestino" achei que o assunto poderia lhe interessar....rs.
Estou enviando um pequeno resumo do que encontrei. Também estou enviando trechos da homilia do Papa Bento XVI, que presidiu a celebração eucarística na Praça Garibaldi, em Sulmona, na Itália, em 04/07/2010, por ocasião dos oitocentos do nascimento do Papa Celestino V. Fiquei encantada com as palavras proferidas pelo Santo Padre!
Beijos
Daladiana
CELESTINO
Beneditino, Fundador, Papa e Santo
1215-1296
“Pedro nasceu em 1215, na província de Isernia, Itália, de pais camponeses com muitos filhos. Assim que terminou os estudos, retirou-se para um local ermo, onde viveu por alguns anos.
Depois foi para Roma, recebendo o sacerdócio em 1239. Assumiu, então, o nome de Pedro de Morrone, pois foi viver no sopé do morro do mesmo nome, onde levantou uma cela, vivendo de penitências e orações contemplativas.
Em 1251, fundou, com a colaboração de dois companheiros, um convento. Assim, ele fundou uma nova Ordem, mais tarde chamada “dos Celestinos”, conseguindo, pessoalmente, a aprovação do papa Leão IX, em 1273.
Em 1292, morreu o papa Nicolau V e, após um conclave que durou dois anos, ainda não se tinha chegado a um consenso para sua sucessão. Nessa ocasião, receberam uma carta contendo uma dura reprovação por esse comportamento, pois a Igreja precisava logo de um chefe. A carta era de Pedro de Morrone e os cardeais decidiram que ele seria o novo papa, sendo eleito em 1294 com o nome de Celestino V. Entretanto, a sua escolha foi política e por pressão de Carlos II, rei de Nápoles. Com temperamento para a vida contemplativa e não para a de governança, o erro de estratégia logo foi percebido pelos cardeais.
Pedro Celestino exerceu o papado durante um período cheio de intrigas, crises e momentos difíceis. Reconhecendo-se deslocado, renunciou em favor do papa Bonifácio VIII, seu sucessor. Isso gerou nova crise, com o poder civil ameaçando não reconhecer nem a renúncia, nem o novo sumo pontífice. Para não gerar um cisma na Igreja, Pedro Celestino aceitou, humildemente, ficar prisioneiro no castelo Fumone. Ali permaneceu até sua morte.
Dez meses depois de seu confinamento, Pedro Celestino teve uma visão e ficou sabendo o dia de sua morte. Assim, recebeu os santos sacramentos e aguardou por ela, que chegou exactamente no dia e momento previstos: 19 de maio de 1296. Logo, talvez pelo desejo de uma reparação, a Igreja declarou santo o papa Pedro Celestino, já em 1313.
A Bula do Perdão, publicada em 1294, representou um gesto revolucionário para o seu tempo: prescreveu uma indulgência plenária, oferecendo a todos a reconciliação com Deus, com a única exigência do arrependimento interior. Nascia assim o "Perdão Celestino”.
Seu epitáfio diz bem: "colocado no mais alto trono da terra por imprudência dos eleitores, voltou ao pó que o vento eleva aos céus pelo mérito de sua retidão e humildade".
Seguem, abaixo, trechos da homilia do Papa Bento XVI:
“Queridos amigos! A minha visita se realiza por ocasião do Ano Jubilar proclamado pelos bispos de Abruzzo e Molise para celebrar os oitocentos anos do nascimento de São Pedro Celestino. (...) Nesta Basílica eu mesmo, em Abril do ano passado, depois do terremoto que devastou a região, fui venerar a urna com seus restos mortais e deixar o pálio recebido no dia do início de meu pontificado. Passaram-se oitocentos anos do nascimento de São Pedro Celestino V, mas ele permanece na história pelos conhecidos acontecimentos de seu tempo e de seu pontificado e, sobretudo pela sua santidade. (...) Da vida de São Pedro Celestino gostaria de citar alguns ensinamentos válidos também para os nossos dias. Pedro Angelerio desde a sua juventude "buscava Deus", um homem que tinha o desejo de encontrar respostas às perguntas de sentido da existência: quem sou, de onde vim, para onde vou, porque vivo? Ele se coloca a caminho à procura da verdade e da felicidade, começa a procurar Deus e para ouvir a sua voz, decide se separar do mundo e viver como eremita. O silêncio se torna assim o elemento que caracteriza a sua vida quotidiana. (...) É importante sublinhar também um segundo elemento: a descoberta do Senhor feita por Pedro Angelerio não é o resultado de um seu esforço, mas se torna possível com a Graça de Deus que o acolhe. O que ele tinha, o que ele era, não vinha de si mesmo: lhe foi doado, era graça, e era por isso também responsabilidade diante de Deus e diante dos outros. (...) No silêncio interior, na percepção da presença do Senhor, Pedro del Morrone amadureceu uma experiência viva da beleza da criação, obra das mãos de Deus: sabia acolher o sentido profundo, respeitava os sinais e ritmos, usava aquilo que era essencial para a vida. (...) Na segunda leitura, extraída da Carta aos Gálatas, ouvimos uma belíssima expressão de São Paulo, que é também um perfeito retrato espiritual de São Pedro Celestino: "Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo" (Gl 6, 14). A Cruz é o centro de sua vida, lhe deu força para enfrentar as amargas penitências e os momentos mais difíceis, desde a juventude até a última hora: ele sempre foi consciente de que dela vem a salvação. A cruz deu também a São Pedro Celestino uma clara consciência do pecado, sempre a acompanhada de uma clara consciência da infinita misericórdia de Deus para com a sua criatura. (...) Como sacerdote, experimentou a beleza de ser administrador desta misericórdia absolvendo os penitentes de seus pecados, e quando foi eleito à Sé do Apóstolo Pedro, quis conceder uma particular indulgência, denominada "O Perdão Celestiniano. (...) Enfim, um último elemento: São Pedro Celestino, mesmo tendo uma vida eremita, não "se fechou em si mesmo", mas foi tomado pela paixão de levar a boa nova do Evangelho aos irmãos. E o segredo de sua fecundidade pastoral estava no "permanecer" com o Senhor, na oração, como nos recordou o Evangelho de hoje: o primeiro imperativo é sempre o de pedir ao Senhor da messe (cfr. Lc 10, 2). (...) Queridos Irmãos e Irmãs! Estou aqui entre vocês para confirmá-los na fé. Exorto a todos, com força e afecto, a permanecerem firmes fé que receberam, fé que dá sentido à vida e que doa a força de amar. Que nos acompanhe neste caminho o exemplo e a intercessão da Mãe de Deus e de São Pedro Celestino. Amém.”
NOTA DO PADRE...
Fico feliz com a sua pesquisa...Quando alguém me pergunta:há possbilidade das minhas hemorróidas virarem cancer, eu respondo: é a mesma de eu vir a ser Bento XVII...
achei lindo e interessante foi uma citação de Sào Paulo, que se voce reparar, existe no meu perfil:
"Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo" (Gl 6, 14). A Cruz é o centro de sua vida...
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