OS FILHOS DE CHICO BEZERA DE NOVA CRUZ:ANA E BERNARDO.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
FOTOS DA BARRA DE CUNHAÚ...
OS FILHOS DE CHICO BEZERA DE NOVA CRUZ:ANA E BERNARDO.
SEM COMPROMISSO...POR TRÁS DE UM HOMEM TRISTE HÁ SEMPRE UMA MULHER FELIZ...
Sem Compromisso
Chico Buarque
Composição: Nelson Trigueiro / Geraldo Pereira
Você só dança com ele
E diz que é sem compromisso
É bom acabar com isso
Não sou nenhum pai-joão
Quem trouxe você fui eu
Não faça papel de louca
Prá não haver bate-boca dentro do salão
Quando toca um samba
E eu lhe tiro pra dançar
Você me diz: não, eu agora tenho par
E sai dançando com ele, alegre e feliz
Quando pára o samba
Bate palma e pede bis
Deixe a Menina
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São dez horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz
Eu não queria jogar confete
Mas tenho que dizer
Cê tá de lascar
Cê tá de doer
E se vai continuar enrustido
Com essa cara de marido
A moça é capaz de se aborrecer
Por trás de um homem triste há sempre uma mulher feliz
E atrás dessa mulher mil homens, sempre tão gentis
Por isso para o seu bem
Ou tire ela da cabeça ou mereça a moça que você tem
Não sei se é para ficar exultante
Meu querido rapaz
Mas aqui ninguém o agüenta mais
São três horas, o samba tá quente
Deixe a morena contente
Deixe a menina sambar em paz
Não é por estar na sua presença
Meu prezado rapaz
Mas você vai mal
Mas vai mal demais
São seis horas o samba tá quente
Deixe a morena com a gente
Deixe a menina sambar em paz
SOBRE MÉDICOS E ADVOGADOS...
ADVOGADOS NÃO SÃO FÁCEIS, MAS MÉDICOS SÃO PIORES ...
Um advogado, andando pela rua, viu uma placa que dizia: Clínica
Médica: tratamos qualquer doença; resultado garantido ou seu dinheiro
de volta em DOBRO.'
E pensou: 'Esses caras tão se achando espertos, vou enganá-los e ainda
tirar uma grana.' Entrou na clínica, pagou a consulta e o médico o
recebeu sorridente:
- Pois não, o que o traz até aqui ?
- Doutor, estou aqui com um grande problema, perdi meu paladar, não
consigo mais sentir o gosto de nada; água, café, feijão, arroz.
E o médico: - Ah, pois não. Enfermeira, por favor, traga o pote número 13.
E veio o pote cheio de merda; o médico encheu uma colher e enfiou
rapidamente na boca do advogado.
- O que é isso? O senhor me deu merda?!!Tá maluco ???
E o médico imediatamente:!! - Pronto, recuperou seu paladar, está curado !
O advogado saiu puto da vida pensando: 'O filho da puta me pegou dessa
vez, mas agora tenho que recuperar minha grana.
Dessa vez vou meter uma infalível.'
Dias depois entrou na clínica, pagou novamente a consulta e...
- Ora, ora, o senhor aqui de novo ?!
E o advogado:
- Como assim, de novo ? Quem é o senhor, quem sou eu ? Perdi minha
memória. O que estou fazendo aqui ?
O médico sem pestanejar: - Ah, pois não, enfermeira, o pote número 13.
- O pote 13 de novo não, porra !
- Maravilha, recuperou a memória, está curado !
E o advogado, puto da vida... Levou meu dinheiro de novo. Não é
possível, esse cara é um lasarento!
Dessa vez não vou dar chance.' Uma semana depois lá estava o advogado
novamente e...
- Mas vejam só, o senhor novamente! Em que posso ajudá-lo dessa vez ?
- Pois é doutor, estou acabado dessa vez, perdi o tesão ! Não tenho
mais vontade de comer ninguém. Vejo a Juliana Paes, a Flávia
Alessandra, a Ana Paula Arósio e nada. Não tenho mais vontade
nenhuma...
O médico pensou um pouco e solicitou: - Enfermeira, o pote número...
- Se vier com essa porra de pote número 13 mais uma vez vou foder com
o senhor, vou foder com essa sua enfermeira filha-da-puta... vou foder
com todo mundo !...
- Pronto, já recuperou seu tesão ! Está curado novamente !!!
A VIDA É A PARTE QUE O SOL ME ENSINOU...
Força Estranha
Caetano Veloso
Composição: Roberto Carlos
Eu vi um menino correndo
eu vi o tempo brincando ao redor
do caminho daquele menino,
eu pus os meus pés no riacho.
E acho que nunca os tirei.
O sol ainda brilha na estrada que eu nunca passei.
Eu vi a mulher preparando outra pessoa
O tempo parou pra eu olhar para aquela barriga.
A vida é amiga da arte
É a parte que o sol me ensinou.
O sol que atravessa essa estrada que nunca passou.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha.
Eu vi muitos cabelos brancos na fonte do artista
o tempo não pára no entanto ele nunca envelhece.
Aquele que conhece o jogo, o jogo das coisas que são.
É o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé e é o chão.
Eu vi muitos homens brigando. Ouvi seus gritos
Estive no fundo de cada vontade encoberta,
e a coisa mais certa de todas as coisas.
Não vale um caminho sob o sol.
E o sol sobre a estrada, é o sol sobre a estrada, é o sol.
Por isso uma força me leva a cantar,
por isso essa força estranha no ar.
Por isso é que eu canto, não posso parar.
Por isso essa voz tamanha
domingo, 27 de fevereiro de 2011
SOBRE PELOS...
UM CARNAVAL DIFERENTE...
QUANDO O CARNAVAL CHEGAR
Tô me guardando pra quando o Carnaval chegar. Quando chegar, chegou. Tô nem aí. É ele prum lado e eu pro outro. Em relação ao Natal, mudei eu, admito. Mas em relação ao Carnaval, mudamos nós dois, eu e ele. E se alguém mudou pra pior, eu é que não fui.
Não vou pegar a estrada, não vou a parte alguma. Nem praia, nem campo, nem hotel cinco estrelas. Em todo canto é perigoso. A gente corre o risco de topar com o Carnaval. Até no cafundó de Judas. Já topei com ele lá.
Vou ficar por aqui. “A literatura é a arte de ficar em casa”, segundo Proust, citado por Marcus Accioly numa crônica aqui no JC dia desses. Vou ficar de pernas pro ar, lendo, e com a bunda na cadeira, escrevendo. Sair, só pra caminhar. E ver os netos, que eu não sou de ferro. Jornal, só pra saber onde não tem Carnaval. Nada de restaurante. Cinema da Fundação, talvez. Bar, nem pensar! A pior coisa do mundo é bêbado de carnaval com talco na cara, colar de havaiana, camiseta regata e alegre por obrigação. “É Carnaval, pô!”.
Rádio do carro, só na JC/CBN. E TV aberta, só o Jornal Nacional pra saber os números da tragédia. Mortos e feridos em percentagem. E gráficos. Tanto por cento a mais do que no ano passado. E ano que vem tem mais, muito mais que este ano. Viva o Telecine e as entrevistas de Geneton Moraes Neto no GNT.
Alguém conhece coisa mais chata do que desfile de escola de samba? Tudo igual. Igual ao do ano passado, que foi igual ao do ano anterior e que será igual ao de para o ano. A sogra de um amigo meu dizia que gostava. Quando a Globo anunciou a transmissão ao vivo, ele sapecou um DVD com o desfile do ano anterior, comprado justamente pra sacanear com a velha. Ela viu duas escolas numa boa, como se estivesse assistindo pela primeira vez. Quando a terceira entrou, a velha já tava puxando o maior ronco.
(Em matéria de segredo, sou um túmulo. Por mim, ela não vai saber nunca que pagou esse mico. Se contei aqui, foi por que quem gosta de desfile de escola de samba não lê crônica; acha que a gente muda muito de assunto).
Carnaval já foi uma coisa engraçada. (Eu também já tive mais graça, reconheço). E não durava tanto tempo como agora, um mês e tanto. A coisa começava no sábado e acabava na madrugada da quarta. “Oh! quarta-feira ingrata / Chega tão depressa / Só pra contrariar.”
No sábado da semana pré, Grito de Carnaval nos clubes. No domingo, Manhã de Sol. Ah! tinha também o corso nas ruas do Centro. E Assustado. Sem que o dono da casa soubesse, chegava todo mundo de surpresa, a gente levando a bebida e as meninas, a comida. Na radiola, Capiba e Nelson Ferreira (“25 anos de Frevo” e “O que eu fiz e você gostou”), além das marchinhas do carnaval carioca. Frevo pra pular e marchinha pra dançar colado. “Vou beijar-te agora / Não me leve a mal / Hoje é Carnaval”.
O poeta Alberto Cunha Melo disse numa crônica há quatro anos, na revista Continente, que quando gostava de um filme, locava o DVD “uma, duas, três, ene vezes”. Os campeões de relocação foram Sob o domínio do medo, de Sam Peckinpah (“onde aprendi que a violência não tem pátria, ela mora no homem”) e Depois de horas, de Martin Scorsese (“o filme mais kafkiano a que já assisti”). Já liguei pra Classic e fiz as reservas.
Carnaval? Que o diabo o carregue!
Joca Souza Leão é pernambucano da gema e já foi folião; sabia até fazer o passo. Podes crer!
NOTÍCIA DE JORNAL, DO SOCIALISMO MODERNO...
Edital publicado pela Prefeitura de Catalão-GO, destinado à contratação de professores e outros trabalhadores, ganhou repercussão a partir de denúncia formulada por Doutores e Mestres da Universidade Federal de Goiás.
No Edital, o salário para Professor com Licenciatura Plena é de R$ 598,18 por mes, uma fortuna !
Até aí, nada demais, pois o salário que a maioria dos professores recebe é pouco mais do que isto.
Mas aí vem o pior: No mesmo edital, uma Merendeira com apenas o curso fundamental receberá R$ 510,00 por mes e um Operador de Máquinas Pesadas, irá perceber R$ 893,00.
* * *
Essa imprensa brasileira é uma merda mesmo: publica notinhas desse teor em tom de indignação e revolta.
Todavia, eles se esquecem dos tempos que estamos vivendo, das maravilhas do Socialismo Muderno e da implantação prática da Pedagogia do Oprimido.
Raciocinem comigo: o resultado do trabalho do professor, pelo menos teoricamente, é a educação dos alunos, a boa formação das nossas crianças e jovens para o futuro, a fim de que possam um dia ocupar seu lugar na sociedade.
Ora, a história recente do Brasil mostra que formação escolar e merda estão mais ou menos no mesmo nível. E que um sujeito que não sabe ler, escrever, contar ou que não tem a menor idéia da diferença entre os três poderes constitucionais da república, pode ser eleito para a Presidência e, a seguir, ser reeleito e, acreditem!, atingir índices estratosféricos de popularidade. Até mesmo entre as diplomadas bestas de oito patas que sabem ler e escrever e que supostamente deveriam saber raciocinar, enxergar a realidade e ser coerentes.
De todas as frases pronunciadas pelo Parasita Gordo durante os festejos momescos que foram seus oito anos de mando, a mais emblemática de todos foi esta:
“Depois de mim, qualquer um pode ser Presidente da República”.
Ele estava certíssimo quando pronunciou esta pérola!
Resumindo: o prefeito de Catalão, Sr. Velomar Rios (que é do PMDB…) está certíssimo ao pagar a um tratorista o mesmo que paga um professor. No Brasil contemporâneo, o resultado do trabalho do tratorista é mais importante que o resultado do trabalho do professor.
Acabei enviar mensagem de congratulações ao senhor prefeito de Catalão. Quem quiser fazer o mesmo, pode utilizar este endereço: ascom@catalão.go.gov.br.
CHICO NO FREVO....
Não Existe Pecado ao Sul do Equador
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque / Ruy Guerra
Não existe pecado do lado de baixo do equador
Vamos fazer um pecado rasgado, suado, a todo vapor
Me deixa ser teu escracho, capacho, teu cacho
Um riacho de amor
Quando é lição de esculacho, olha aí, sai de baixo
Que eu sou professor
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se me usa, me abusa, lambuza
Que a tua cafuza
Não pode esperar
Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar
Sarapatel, caruru, tucupi, tacacá
Vê se esgota, me bota na mesa
Que a tua holandesa
Não pode esperar
Não existe pecado do lado de baixo do equador
Vamos fazer um pecado, rasgado, suado a todo vapor
Me deixa ser teu escracho, teu cacho
Um riacho de amor
Quando é missão de esculacho, olha aí, sai de baixo
Que eu sou embaixador
O FREVO PERNAMBUCANO...
Valores do Passado
Maria Rita
Composição: Edgard Moraes
Bloco das Flores, Andaluzas, Cartomantes
Camponeses, Apôis Fum
e o Bloco Um Dia Só
Os Corações Futuristas, Bobos em Folia
Pirilampos de Tejipió
A Flor da Magnólia
Lira do Charmion, Sem Rival
Jacarandá, a Madeira da Fé
Crisântemos Se Tem Bote e
Um Dia de Carnaval
Pavão Dourado, Camelo de Ouro e Bebé
Os Queridos Batutas da Boa Vista
E os Turunas de São José
Príncipe dos Príncipes brilhou
Lira da Noite também vibrou
E o Bloco da Saudade, assim recorda tudo que passou.
Evocação Nº 1
Marchinhas de Carnaval
Composição: Nelson Ferreira
Felinto, Pedro Salgado, Guilherme, Fenelon
Cadê teus blocos famosos
Bloco das Flores, Andaluzas, Pirilampos, Apôs-Fum
Dos carnavais saudosos
Na alta madrugada
O coro entoava
Do bloco a marcha-regresso
E era o sucesso dos tempos ideais
Do velho Raul Moraes
Adeus adeus minha gente
Que já cantamos bastante
E Recife adormecia
Ficava a sonhar
Ao som da triste melodia
sábado, 26 de fevereiro de 2011
O XOTE DE NAVEGAÇÃO...
Xote De Navegação
Chico Buarque
Composição: Dominguinhos - Chico Buarque
Eu vejo aquele rio a deslizar
O tempo a atravessar meu vilarejo
E às vezes largo
O afazer
Me pego em sonho
A navegar
Com o nome Paciência
Vai a minha embarcação
Pendulando como o tempo
E tendo igual destinação
Pra quem anda na barcaça
Tudo, tudo passa
Só o tempo não
Passam paisagens furta-cor
Passa e repassa o mesmo cais
Num mesmo instante eu vejo a flor
Que desabrocha e se desfaz
Essa é a tua música
É tua respiração
Mas eu tenho só teu lenço
Em minha mão
Olhando meu navio
O impaciente capataz
Grita da ribanceira
Que navega pra trás
No convés, eu vou sombrio
Cabeleira de rapaz
Pela água do rio
Que é sem fim
E é nunca mais
O QUE FIZESTES SULTÃO,DE MINHA, ALEGRE MENINA???
Alegre Menina
Mart'nália
Composição: Dorival Caymmi / Jorge Amado
O que fizeste, sultão, de minha alegre menina?
Palácio real lhe dei, um trono de pedraria
Sapato bordado a ouro, esmeraldas e rubis
Ametista para os dedos, vestidos de diamantes
Escravas para servi-la, um lugar no meu dossel
E a chamei de rainha, e a chamei de rainha
O que fizeste, sultão, de minha alegre menina?
Só desejava as campinas, colher as flores do mato
Só desejava um espelho de vidro para se mirar
Só desejava do sol, calor para bem viver
Só desejava o luar de prata para repousar
Só desejava o amor dos homens para bem amar
No baile real levei a tua alegre menina
Vestida de realeza, com princesas conversou
Com doutores praticou, dançou a dança faceira
Bebeu o vinho mais caro, mordeu fruta estrangeira
Entrou nos braços do rei, rainha, mas verdadeira
Sem Compromisso
Chico Buarque
Composição: Nelson Trigueiro / Geraldo Pereira
Você só dança com ele
E diz que é sem compromisso
É bom acabar com isso
Não sou nenhum pai-joão
Quem trouxe você fui eu
Não faça papel de louca
Prá não haver bate-boca dentro do salão
Quando toca um samba
E eu lhe tiro pra dançar
Você me diz: não, eu agora tenho par
E sai dançando com ele, alegre e feliz
Quando pára o samba
Bate palma e pede bis
SOBRE A HIPNOSE DAS PAIXÕES...
Canção de Pedroca
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque/Francis Hime
Quando nos apaixonamos
Poça d'água é chafariz
Ao olhar o céu de Ramos
Vê-se as luzes de Paris
No verão é uma delícia
A brisa fresca de Bangu
Mesmo um cabo de polícia
Só nos diz merci beaucoup
Eu ouço um samba de breque
Com Maurice Chevalier
Bebo com Toulouse Lautrec
No bar do Caxinguelê
Daí ninguém mais estranha
O Louvre na Praça Mauá
E o borbulhar de champanha
Num gole de guaraná
Cascadura é Rive Gauche
O Mangue é Champs Elisées
Até mesmo um bate-coxa
Faz lembrar um pas-de-deux
Purê de batata roxa
Parece marron glacé
O LADRÃO BESTA E O SABIDO...
O Ladrão Besta E O Sabido
Caju & Castanha
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido só anda bem arrumado
O seu relógio é de ouro o seu carro é importado
Passa no meio da policia ainda é cumprimentado
Você vê o ladrão besta vive igual um Bacurau
Não pode ouvir um alarme pensa que é o auaua
Sai com a peste da carreira que é pra não morrer no pau
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido come muito e não enjoa
Conhece vários países não liga pra coisa à toa
E no guarda-roupa dele só entra seda da boa
Você vê o ladrão besta só come mesmo é batata
O que tem na casa dele é percevejo e barata,
Muriçoca, mosca e rato e um cachorro vira-lata.
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido só rouba muito dinheiro
Rouba hoje no Brasil amanhã no estrangeiro
Se hospeda em cinco estrelas e ninguém sabe seu roteiro
Você vê o ladrão besta dorme até no meio da praça
Rouba o relógio de um vende pra tomar cachaça
Que quando a policia pega volta pra mesma desgraça
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Se morre o ladrão sabido o seu enterro é filmado
Sai em jornal e revista passa três dias velado
E o velório se enche de ladrão engravatado
Ladrão besta quando morre nem tem vela nem tem cruz
Ele apodrece no mato seu corpo ninguém conduz
E o corpo dele fede de longe pra os urubus
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido rouba carro e avião
Seqüestra filho de rico leva ele pro Japão
Se o rico quiser seu filho tem que pagar um milhão
Você o ladrão besta se acorda de manhãzinha
Entra no quintal alheio vai roubar uma galinha
Recebe um tiro de doze bem pela porta da cozinha
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido tem médico e advogado
Mora em uma mansão vive muito sossegado
Até pra falar com ele tem que ser autorizado
Você vê o ladrão besta quando não tem condição
Dorme até no meio da praça em favela e barracão
E quando a policia chega derruba as tábuas no chão
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido tem até rádio amador
Telefone escritório tv e computador
Tem mais vinte secretárias que lhe tem muito valor
Você o ladrão besta é pior do que otário
Rouba de noite e de dia pra ele não tem horário
Se é de roubar um barão rouba que ganha uma salário
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido vai buscar aonde tem
Ele rouba, mas não mata e toda vez sai bem
E quem mora junto dele é o cidadão de bem
Se você vê o ladrão besta vive de cabeça tonta
No bairro que ele mora dificilmente ele apronta
Mas quando aparece um roubo todo mundo lhe aponta
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido tem mais de uma empregada
Tem a que faz a comida que serve a água gelada
A que lava sua roupa e uma que limpa a morada
Você vê o ladrão besta no dia que é flagrado
Leva tanta cacetada fica todo esculhambado
Não tem um tostão no bolso que pague o advogado
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido vai ao parque e a igreja
Vai ao clube vai a praia vai aonde ele deseja
E quem for amigo dele tem grana whisk e cerveja
Você vê o ladrão besta tem uma vida ruim
Rouba sapato cueca rouba calça trança e linho
Muitos não chega nem vive porque os homens dão lhe fim
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Diz o ladrão sabido vive de barriga cheia
Possui terra e fazendo e com nada se aperreia
Quando vai preso se solta não passa um dia em cadeia
Você vê o ladrão besta anda amarelo e doente
Quando rouba cem cruzeiros vai comer cachorro-quente
E a policia chega grite teje preso novamente
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
Quem é que vive mais o ladrão besta ou o sabido
O besta morre logo e o sabido é garantido
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
NO TEMPO DOS QUINTAIS..
No Tempo Dos Quintais
Fagner
Composição: Sivuca & Paulinho Tapajós
Era uma vez um tempo de pardais, de verde nos quintais
Faz muito tempo atrás, quando ainda havia fadas
No bonde havia um anjo pra guiar, outro pra dar lugar
Pra quem chegar sentar, de duvidar, de admirar.
Havia frutos num pomar qualquer, de se tirar do pé
No tempo em que os casais, podiam mais se namorar
Nos lampiões de gás, sem os ladrões atrás
Tempo em que o medo se chamou jamais.
Veio um marquês de uma terra já perdida
E era uma vez se fez dono da vida
Mandou buscar cem dúzias de avenidas
Pra expulsar de vez as margaridas
Por não ter filhos, talvez por nem gostar
Ou talvez por mania de mandar.
Só sei que enquanto houver os corações
Nem mesmo mil ladrões podem roubar canções
E deixa estar que há de voltar
O tempo dos pardais, do verde nos quintais
Tempo em que o medo se chamou jamais
ESQUENTANDO OS TAMBORINS...SPOK
MAESTRO SPOK: O EMBAIXADOR DO FREVO
Com sua versatilidade e inquestionável talento, o maestro Spok despontou no cenário musical brasileiro e mundial. Com a uma magistral orquestra tem destaque especial pelo repertório e aprimorada afinação, oferecendo ao público de todo o mundo seu exemplo de excelente instrumentista, ao lado dos demais componentes da Spokfrevo Orquestra.
Aliás, o frevo precisa mesmo de um estimulo desse tipo, já que em seu nascedouro não desfruta de um espaço condizente com sua grandeza como ritmo representativo do Recife – Capital do Frevo.!
Se por um lado uns poucos abnegados dão o melhor de si, a exemplo do Maestro Nenéu Liberalquino, que se dedica de corpo e alma nos trabalhos do concurso de frevo promovido pela Prefeitura do Recife por outro, há quem se acomode e deixe o tempo passar. De fato, ele é um abnegado pela causa que abraça e trabalha com esmero e competência orgulhando a todos nós.
O mastro Spok com a sua atuação no exterior deu “asas ao frevo” que já foi muito longe brilhar e encantar as mais variadas platéias do mundo e seguirá muito além, atuando como um verdadeiro embaixador do frevo, cuja batuta é o seu saxofone...
Comprovadamente o frevo tem merecido os maiores aplausos nos países por onde passou a Spokfrevo Orquestra. Há outros que merecem destaque, mas são muito poucos, o que deixa nosso frevo mesmo como patrimônio imaterial, de certa forma órfão, na terra onde nasceu, o que é lamentável.
Entre altos e baixos ele sobreviveu e completou o seu primeiro centenário numa trajetória de êxitos e frustrações. Mesmo assim, superou tudo isso e galgou degraus que jamais pensou alcançar.
Dessa forma, tem seu valor reconhecido o que lhe dá sempre um novo fôlego para atingir muitos outros centenários, assim espero.
Pelo visto, jamais sucumbirá, por conta da sua garra e altivez que não permitirão que isso aconteça. Tem personalidade forte e qualidade inconteste no seu perfil audacioso, nostálgico e poético com o denodo que todos conhecem.
Nessa luta em alguns momentos inglória, não se curvou a nada. Nenhum obstáculo deteve seu ímpeto comparável a um guerreiro incontrolável, que sabe o que quer e para onde vai, ou seja, vai muito longe e sem destino certo dar o seu recado com objetivo firme, levando alegria e dando oportunidade para que seja apreciado o talento dos nossos músicos que são produto de exportação...
É assim que o nosso frevo se comporta. Destemido, contagiante, parecendo saber da sua “competência”, convencido mesmo do seu valor diante de tantos outros ritmos. Mas, ele não caminha só. Agrega outros valores como as orquestras e o povo, que participam desse cortejo colossal.
Verdadeiro exemplo de superação, o frevo deixa a cada ano sua marca registrada, infelizmente só no período momesco. Que assim seja, ao menos sazonal, contudo, deixa uma grande saudade quando o carnaval termina...
Quer seja de rua, canção ou de bloco, agrada a todos os gostos, mostrando que é versátil em suas modalidades. Que outros embaixadores venham juntar-se ao maestro Spok,pois, há lugar para todos e o frevo merece.
Mesmo assim, seu espaço é pequeno, muito pequeno para quem é tão imenso e grandioso. Basta observar e comprovar essa assertiva. Ele satisfaz os ouvidos e os olhos, aguçando nossa mente por conta da sua beleza melódica, harmônica e rítmica.
Impetuoso sendo de rua, irreverente quando canção e nostálgico nos blocos, ele é completo no contexto da nossa música carnavalesca.
Que sobreviva infinitamente deixando um rastro perene de alegria e principalmente, a certeza de que voltará a brilhar a cada ano...
Maestro Spok: que belo exemplo de pernambucanidade. Outros deverão segui-lo. Parabéns!
LUIZ GUIMARAES
Recife/PE - Brasil
OS INOCENTES...
O cara - João Paulo Cunha, acusado de lavagem de dinheiro e corrupção, retorna ao poder
A VOLTA DOS INOCENTESPublicado por Luiz Berto .
O PT conquistou a Presidência da República pela terceira vez consecutiva. Comanda a Câmara dos Deputados e responde pela vice-presidência do Senado Federal. Está à frente de dezessete ministérios e avança sobre cargos de segundo escalão antes comandados por aliados. Ou seja, o partido tem um glorioso presente e um futuro que se anuncia ainda longo e brilhante. Mas isso tudo dá ao PT poder para mudar o passado? Pois é justamente isso que seus líderes estão tentando fazer.
Luta-se agora pela absolvição e reabilitação de dirigentes partidários processados por planejar e operar o mensalão, o notório esquema de desvio de dinheiro e compra de apoio no Congresso pelo governo passado. Nas últimas semanas, a estratégia começou a sair do papel numa sucessão de movimentos políticos. Movimentos que têm em comum o propósito de lustrar a imagem de petistas denunciados à Justiça e ao mesmo tempo, influenciar o Supremo Tribunal Federal (STF) a inocentá-los.
Na semana passada, o PT escolheu João Paulo Cunha para comandar a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. João Paulo foi presidente da Casa entre 2003 e 2005, quando jorravam para os bolsos de parlamentares governistas recursos das arcas do empresário Marcos Valério, o caixa do mensalão. No Supremo, o petista responde por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e peculato (apropriação indevida de bem público). Mesmo assim, ele foi indicado para a mais poderosa comissão temática, por onde passam os principais interesses do Legislativo, do Executivo e do Judiciário.
Segundo um líder petista, João Paulo ganha com a posse na CCJ uma espécie de atestado público de boa conduta, ou como se diz no jargão constitucional de reputação ilibada. Além disso, terá a chance de estreitar laços com representantes dos tribunais superiores, ao negociar temas prioritários da magistratura entre eles, reajustes salariais para togados e servidores.
Há dez dias, foi a vez de o PT acudir o ex-ministro e deputado cassado José Dirceu. Numa reunião fechada que precedeu a festa de comemoração de 31 anos do partido, petistas anunciaram a disposição de realizar mobilizações nacionais em defesa da absolvição do colega processado por formação de quadrilha, e reafirmaram a intenção de anistiá-lo no Congresso. Cassado em 2005, Dirceu está inelegível até 2015.
Recentemente, numa rodinha de petistas, o ex-ministro divagava sobre suas amizades e a posição, segundo ele, que ministros do Supremo Tribunal Federal deverão adorar no julgamento do processo do mensalão. Em dado momento, disse ser amigo do ministro Luiz Fux, que ainda não tomou posse: “Ele está bem alinhado comigo”, profetizou. “Não tenho conhecimento da amizade entre Dirceu e Pux. Nenhum ministro se dará por suspeito. Não há nada que justifique um eventual impedimento”, afirma José Luís Oliveira Lima, advogado do petista.
João Paulo Cunha e José Dirceu reconhecem a importância do respaldo do PT na batalha judicial. Mas contam mesmo é com o apoio de Lula. Na festa de aniversário do PT, o ex-presidente mais uma vez tentou reescrever o passado. Repetiu as teses da “conspiração das elites” contra seu governo e de que os pagamentos a parlamentares se destinavam a saldar dívidas de campanha. Lula insistirá nessa cantilena até o dia do julgamento.
Na tentativa de confundir, os petistas espalham falsas” versões sobre o maior escândalo de corrupção da história e usam como podem a influência de colegas de governo. Os petistas processados contam, por exemplo, com uma mãozinha de Nelson Jobim, ministro da Defesa. Ex-presidente do Supremo, conhecido pela afinidade que tem com alguns ministros da corte, ele convidou o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino para trabalhar como seu assessor. Genoino também é réu no mensalão por formação de quadrilha. A parceria de Jobim com Genoino é usada como prova da fragilidade das acusações.
“O Jobim deu um recado ao governo e ao PT. Por que nossos ministros não convidam companheiros processados para trabalhar? Vamos vencer a batalha da opinião pública”, prega o deputado petista Devanir Ribeiro. Outros pesos-pesados do mensalão também apostam no indulto. Entre eles, o ex-ministro Luiz Gushiken, o ex-tesoureiro Delúbio Soares e os ex-deputados Paulo Rocha e Professor Luizinho.
Delúbio não foi à festa da legenda, mas já formalizou seu pedido de refiliação. Portavoz do mantra dos “recursos não contabilizados”, ele foi expulso do PT na esteira do mensalão. Responde a processo por formação de quadrilha e corrupção ativa. Os vitoriosos reescrevem a história a seu modo. Isso é sabido. Mas mesmo para eles existem limites.
* * *
DISCURSO ENSAIADO
Depois do ostracismo, os envolvidos no escândalo do mensalão voltam à cena política repetindo o mesmo e enganoso enredo.
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“Foi tudo conspiração das elites”
A verdade - A revelação de que parlamentares se vendiam ao governo foi feita por um aliado, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, confirmada por uma CPI presidida por um petista e demonstrada pela Procuradoria-Geral da República.
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“Eram recursos não contabilizados”
A verdade - O Supremo Tribunal Federal abriu processo contra quarenta acusados de envolvimento no mensalão. Eles respondem por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, evasão de divisas, peculato e gestão fraudulenta.
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“Não teve dinheiro público”
A verdade - Trecho da denúncia da Procuradoria-Geral da República ao STF: “Pode-se afirmar à luz das provas colhidas que recursos públicos foram desviados para os crimes descritos. Refiro-me, como exemplo, ao montante desviado do Banco do Brasil através da empresa Visanet”. Só nessa operação citada, foram desviados 10 milhões de reais.
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“Não havia pagamento de mesada”
A verdade - O mensalão foi denunciado por muitos de seus beneficiários. Os pagamentos eram regulares e quase sempre feitos no fim de cada mês.
O PROESSOR EM SANTOS...
NA BOLA DE CRISTAL
Um professor de matemática de uma escola estadual de Santos, no litoral de São Paulo, é acusado de fazer “apologia ao crime” por passar aos alunos do primeiro ano do ensino médio seis problemas que citam temas como tráfico de entorpecentes, prostituição, roubo de veículos, assassinato e uso de armas de fogo.
Nas questões, o professor pergunta, por exemplo, qual a quantidade de pó de giz que um traficante deverá misturar para ganhar 20% na venda de 200 gramas de heroína ou quantos clientes cada prostituta deverá atender para que o cafetão compre uma dose diária de crack.
* * *
Não vejo nada de surpreendente nisso.
Num país onde a polícia vai para as Marchas da Maconha, não pra prender os participantes, mas pra proteger os apologista da droga, eu acho que este meu colega, de magistério e de disciplina, é até inofensivo.
Está próximo o dia em que o crack será distribuído nas escolas públicas e incluído no Bolsa Família.
Em breve futuro, os alunos deste professor serão ministros dos tribunais superiores, senadores, governadores, deputados federais, presidentes de estatais, dirigentes do PT e ministros de estado.
E irão legislar sobre “respeitar as diferenças”, sobre “prolongamento eterno da liberdade condicional” e sobre “não ter preconceito” contra quem rouba dinheiro público.
Quem viver, verá!
SOBRE O BBB...
Glosas: Adeval Soares (Tabira-PE)
Quem gostar de baixaria
Ou fizer papel de bobo
Pra ser um refém da Globo
No prêmio da putaria,
Ligue a Tv todo dia
Entre nesse cabaré
Porque dela você é
O que ela quer de você.
Lutar contra o BBB
É remar contra a maré.
A Globo junta milhões
Em uma noite somente
Porque ainda tem gente
Que cai nessas tentações.
São milhões de ligações
De gente alta ou ralé
Que faz prece e ora até
Nas mentiras da TV
Lutar contra o BBB
É remar contra a maré.
Escutar Pedro Bial
Com sua vil babaquice
Cara de pau e chatice,
Seu mau humor imoral
Tem que ser ator global
Do programinha “balé”
Para estar na marcha ré
Da cultura que não lê
Lutar contra o BBB
É remar contra a maré.
Esse programa insinua
A exposição do sexo
De mulher que sem complexo
Tira a roupa e fica nua.
Expondo a matéria sua
Da cabeça até o pé
Pra mostrar quem ela é
Atrás de ganhar cachê.
Lutar contra o BBB
É remar contra a maré.
Um cidadão de respeito
A sua Tv não liga
Pra ver safadeza e briga,
Falsidade e preconceito.
Mulher mostrando o seu peito
Barriga, cintura e pé,
E outra peça que até
Leva o “cara” ao ponto G.
Lutar contra o BBB
É lutar contra a maré.
Se essa nossa educação
Fosse mais levada a sério
Havia um outro critério
Pra se ver televisão
A vil banalização
Que da vergonha é chulé
Morria no pontapé,
Murro, tapa ou caratê.
Lutar contra o BBB
É luta contra a maré.
Esqueça a sua cultura
Não dê crença a hóstia santa,
Não valorize que canta
Música que tem letra pura.
Não acredite na cura
Do Cristo de Nazaré
Se você só bota fé
Na programação que vê.
Lutar contra o BBB
É remar contra a maré.
Se a justiça é omissa
Como todo mundo sabe
É ao cidadão que cabe
Fazer a própria justiça.
Ligar Tv só na missa,
Do Papa, na Santa Sé,
Se não for mais um mané
A Globo muda a turnê.
Lutar contra o BBB
É remar contra a maré.
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
NA BOCA DA NOITE...PAULO VANZOLINE...
Na Boca da Noite
Toquinho
Composição: Paulo Vanzolini/ Toquinho
Cheguei na boca da noite,
Parti de madrugada
Eu não disse que ficava
Nem você perguntou nada
Na hora que eu ia indo,
Dormia tão descansada,
Respiração tão macia,
Morena nem parecia
Que a fronha estava molhada
Vi um rosto na janela,
Parei na beira da estrada
Cheguei na boca da noite,
Saí de madrugada
Gente da nossa estampa
Não pede juras nem faz,
Ama e passa, e não demonstra
Sua guerra, sua paz
Quando o galo me chamou,
Eu parti sem olhar pra trás
Porque, morena, eu sabia,
Se olhasse, não conseguia
Sair dali nunca mais
Vi um rosto na janela,
Parei na beira da estrada
Cheguei na boca da noite,
Saí de madrugada
O vento vai pra onde quer
A água corre pro mar
Nuvem alta em mão de vento
É o jeito da água voltar
Morena, se acaso um dia
Tempestade te apanhar
Não foge da ventania,
Da chuva que rodopia,
Sou eu mesmo a te abraçar
Vi um rosto na janela,
Parei na beira da estrada
Cheguei na boca da noite,
Saí de madrugada
UM PÉ DE PICA... JORNALISTA LUIZ BERTO...O PAPA BERTIUS I...
A aparência curiosa de uma planta chamou a atenção de moradores do município de São José de Ribamar, Maranhão. O maracujazeiro de apenas dois anos, brotou frutos cujo formato é semelhante à genitália masculina. A dona de casa, Maria Rodrigues de Aguiar Farias, 53 anos, é a proprietária do maracujazeiro e explica como tudo começou. “Minha filha me deu as sementes há dois anos. No começo até recusei, pois maracujá dá em todo lugar, mas ela insistiu disse que seria um bom lugar para descansar embaixo da sombra e acabei aceitando”, acrescentou. Ela alega que a semente é parecida com a semente do maracujá tradicional, contudo, acha que não é maracujá. “Estou curiosa para saber que gosto tem”.
Segundo dona Maria, os frutos começaram a brotar no mês passado e a descoberta foi feita por seu filho que imediatamente comunicou o fato. “Mamãe, está nascendo um pé de pica no nosso quintal!”, contou.
O desenvolvimento da planta deve-se também a extrema dedicação da vizinha Maria Elizabeth da Cruz, que diariamente regava o maracujazeiro. (Certamente regava com “água de priquita”…) “Eu sempre regava o pé, mas nunca imaginei que fosse ficar nesse formato. É muito estranho e engraçado. Parece muito com aquilo”.
O fato mais intrigante é que Maria Rodrigues nega qualquer tipo de manipulação. “Eu só plantei e ela ficou assim. Meus vizinhos já batizaram de maracujá pica”, ressaltou.
Comentários sobre a postagem UM PÉ DE PICA.
Dalinha Catunda:
“Valha-me dona Maria!
Que coisa sensacional!
Esta plantinha nascida
No seio do seu quintal
E pra quem gosta da fruta
Esta reina absoluta
Porque é descomunal
*
Um pé de fruta assim
Encanta qualquer cristão
Se verde está deste jeito
Madura imagine então?
Meus olhinhos revirei
Quando me deparei
Com sugestiva visão.”
* * *
Maciel Carneiro:
“Parodiando versos líricos sobre saudade.
Quem for plantar pé de pica
Escalde bem a semente.
Não plante no Maranhão.
Plante em solo bem mais quente
Pois se for em terra fértil
Quando crescer fode a gente.”
* * *
Cardeal Bernardo:
“Foi essa aí a fruta que a Eva comeu até impanzinar.
Maçã é invenção da Biblia.”
* * *
Neide Santos:
“Onde posso conseguir uma muda???”
NO TEMPO QUE SE SONHAVA...
Eles eram poucos.
E nem puderam cantar muito alto a Internacional.
Naquela casa de Niterói em 1922.
Mas cantaram e fundaram o partido.
Eles eram apenas nove, o jornalista Astrojildo, o contador Cordeiro, o gráfico Pimenta, o sapateiro José Elias, o vassoureiro Luís Peres, os alfaiates Cendon e Barbosa, o ferroviário Hermógenes.
E ainda o barbeiro Nequete, que citava Lênin a três por dois.
Em todo o país eles eram mais de setenta.
Sabiam pouco de marxismo, mas tinham sede de justiça e estavam dispostos a lutar por ela.
Faz sessenta anos que isso aconteceu, o PCB não se tornou o maior partido do Ocidente, nem mesmo do Brasil.
Mas quem contar a história de nosso povo e seus heróis tem de falar dele.
Ou estará mentindo.
Ferreira Gullar
O mergulho na militância política foi para mim uma alternativa real em contraponto à vida fácil, da boemia, por um lado, e de emprego garantido como funcionário público, sem que houvesse a necessidade de prestar concurso, por outro. A generosa oferta foi por mim recusada; preferi caminhar em sentido contrário.
O entendimento que adotei conscientemente indicou um rumo diferente das orientações familiares. Num primeiro momento causou um choque, no mínimo um espanto, mas como tinha iniciado no final da década de 1970 os contatos com a militância de esquerda emergente no movimento estudantil, a partir de 1979, descortinou-se a oportunidade de entrar para o PCB em Alagoas. O fato de fazer parte do pequeno núcleo reorganizador do Partidão fez com que eu amadurecesse rápido em todos os sentidos.
Passei a dividir responsabilidades com outros companheiros, alguns bem mais velhos, outros nem tanto, mas a vontade de organizar o Partido ocupava todo o meu tempo, apesar da minha insegurança, fruto essencialmente da pouca idade e da grande responsabilidade que me impus em trabalhar diuturnamente na reconstrução de uma organização política que andava totalmente desarticulada no estado, o que me deixava tenso.
Os embates internos deram outra dimensão aos primeiros anos de militância partidária. Os castelos erguidos por mim foram caindo, e outras realidades se sobrepuseram. Fui me dando conta de que aqueles homens eram comuns e passíveis de erros e de acertos, com vícios e vicissitudes também. Nada que fosse de um outro mundo; tudo era normal e, para tanto, a superação dos entraves organizacionais só foi possível com a entrada de novos militantes para, como se diz habitualmente, oxigenar o ambiente.
A vontade de criar uma nova estrutura partidária provocou inevitavelmente atritos, e a relação de amizade e camaradagem em muitos instantes foi rompida. A possibilidade de alterar a “hegemonia” interna passou a ser um objetivo a ser perseguido por mim e pelos companheiros. Tudo era doloroso. Estavam envolvidas relações afetivas e emocionais que acabavam por ter um peso significativo na estruturação e condução do trabalho de (re)organização do PCB.
Os contatos desse núcleo reorganizador com a direção nacional aos poucos foram ampliando a figura do “assistente da direção”. Antes, em 1980, duas visitas, a do jornalista Gildo Marçal Brandão e a do médico e sindicalista Agrimeron Cavalcanti da Costa a Alagoas, abriram veredas que pareciam largos caminhos em direção ao centro do Poder.
A presença do velho dirigente comunista Nilson Miranda também contribuiu para energizar a jovem militância. As vindas a Alagoas do historiador Dirceu Lindoso, que vivia no Rio de Janeiro desde 1965, foi importante e transmitiu confiança ao trabalho de uma novíssima geração de dirigentes e militantes comunistas.
Os novos foram sendo recrutados, e eram essencialmente homens; poucas mulheres fizeram parte desse núcleo. Duas delas que se destacaram no trabalho foram Réa Silvia Pedrosa e Cristina Amélia Pereira. A primeira, alagoana de Anadia, e a segunda, portuguesa de Évora. O trabalho duro de viajar, reunir-se pelos bairros de Maceió e em cidades do interior, a advogada Réa Silvia fez com uma dedicação quase sacerdotal.
As ligações com o passado continuavam a ser mantidas através das figuras de Antonio Omena [ex-motorista], Mario Correia [ex-portuário], Rubens Colaço [ex-borracheiro] e José Graciano dos Santos [ex-operário]. Desses, o que mais me impressionou e continua até hoje a me chamar a atenção foi o velho operário têxtil José Graciano. Analfabeto, pobre, família numerosa, mas de uma dedicação invejável ao Partido. Íntegro. Jamais ouvi reclamações do velho Graça. Para mim foi o maior exemplo de homem que conheci. A forma que o criou se quebrou, como se diz na gíria interiorana.
O caso específico da Cristina Amélia exigiu nos primeiros anos cautela. Por ser de nacionalidade portuguesa, havia impeditivos na lei dos estrangeiros, e a militância política era um deles. Mas nem por isso Cristina deixou de trabalhar; trabalhou duro na retaguarda, quase clandestina. Organizada, disciplinadíssima, trazia o mais importante: a experiência de ter sido militante da juventude comunista do Partido Comunista Português.
Os desafios eram maiores que as nossas idades e experiências na arte da organização partidária. Este imprensado que vivíamos: de um lado o gigantismo do PCdoB e dos seus aliados; do outro, o conservadorismo das forças políticas, enfileiradas no PMDB, sem deixar de considerar que se tratava dos que combateram a ditadura em maior ou menor grau.
A participação nas eleições com candidatos próprios foi a prova de que tínhamos de participar desse mundo ainda desconhecido. Uma espécie de zona cinzenta. Escolher candidatos nem sempre é uma coisa fácil; o processo eleitoral é sedutor e envolvente, não é difícil identificarmos os candidatos ou os que estão em sua volta envolvidos com irregularidades, com o ilegal. A “conquista do voto” invariavelmente é como se fosse um imã, um vale-tudo. O ilegal transita da compra propriamente dita do voto ao tráfico de influência e à distribuição de benesses – na maioria das vezes públicas: são favores, empregos etc.
Transitar nesse ambiente foi um rito de passagem para o amadurecimento que chegou em meio às lutas, com derrotas e vitórias.
Viagem a Moscou
Surgiu a possibilidade de ser enviado a Moscou, onde participaria de um curso na Escola Internacional de Quadros do Partido Comunista da União Soviética. Essa proposta foi inicialmente aventada pelo assistente político da direção nacional, Francisco Inácio de Almeida, ainda no início da década de 1980.
Fiquei com essa ideia em minha cabeça, achei-a interessante e, para ser honesto, passei alguns anos sonhando com a possibilidade. Mas, por outro lado, uma conversa muito franca com Nilson Miranda me deixou com a pulga atrás da orelha. O experiente comunista me disse: “Só vá para URSS quando terminar o curso universitário”. O argumento do Nilson era correto e abria a minha cabeça para não voltar do curso e me tornar um funcionário político do Partido.
Esse argumento, acabei aceitando-o, e realmente em 1984, quando estava no final do curso de História e havia me preparado para viajar, discuti com o assistente político da direção nacional a melhor maneira de realizar este projeto. Fiz parte de uma turma de quinze pessoas de vários estados. Antes de embarcar fui a Recife me encontrar com Natanael Sarmento, então dirigente do PCB em Pernambuco, com quem obtive informações que foram de grande valia.
A minha ida para Moscou era uma espécie de abertura de uma nova geração de comunistas que seriam formados na antiga URSS. Durante muitos anos vários militantes e dirigentes de Alagoas foram enviados para o Leste europeu. Haviam ido: Dirceu Lindoso, Nilson Miranda, Wladimir e Anivaldo Miranda, Paulo Elisiário, Rubens Colaço.
Natan era meu velho conhecido e parceiro dos carnavais em Olinda; aliás, era em sua casa onde eu me hospedava durante os festejos carnavalescos. Para lá vinham companheiros conhecidos e também outros convidados e convidadas que não sabiam sequer quem era o dono da residência, mas que rapidamente se tornavam íntimos ou intimas, quase amigos de infância, e com liberdade suficiente para convidar outras pessoas, como namorado(a), ou simplesmente se encostar para curtir o porre.
A militância política no velho PCB me ensinou como se fosse uma universidade − mais que qualquer universidade, para ser sincero. A minha formação como cidadão, devo ao Partido. Faço uma ressalva: é que no PCB encontrei e convivi com homens e mulheres dignos, na grande maioria, mas também conheci canalhas e gente indigna com barbicha, barba ou sem pelos no rosto.
Sumariamente e sem qualquer ressentimento, cheguei à conclusão de que a atividade política é insalubre e periculosa muitas vezes. A opinião pública vem dando as costas para os que exercem essa atividade, isso não é novidade para ninguém. A desconfiança que se tem dos políticos e da política, convenhamos, é justificável, pois esta se tornou infelizmente um caso de polícia.