Ontem, 21 de julho de 2010, é uma data histórica. É o dia em que o presidente chorou.
Lula dava uma entrevista na TV Record, a entrevistadora perguntou sobre as realizações do seu governo, Lula animou-se e para exemplificar o que de importante havia feito referiu-se ao empréstimo que o BNDES concedeu, creio que de duzentos milhões de reais, a uma cooperativa de catadores de papéis.
Nesse momento, as lágrimas do estadista rolaram: suas palavras não eram “da boca para fora”, ele falava mesmo de uma realização importante, importante para ele, envolvendo pessoas pobres, humilíssimas, que puderam receber uma fatia na partilha da riqueza nacional.
Mas não parou por aí, recuperava o fôlego enquanto a entrevistadora perguntava se sua emotividade estaria ligada à “reta final”, à proximidade da saída do governo.
Lula respondeu que não era isso. E começou a expor, na mesma linha, o que caía fundo em seus sentimentos dentre as realizações do seu governo, dizendo que uma das coisas que o emocionaram foi quando recebeu a visita de moradores de rua e ao indagar sobre suas necessidades eles terem dito que não queriam nada, que lhes bastava estarem fazendo algo que nunca imaginaram que seria possível - era estar dentro de um palácio, sendo recebidos pelo presidente da república.
Nesse momento, o presidente desabou novamente em lágrimas.
É claro que o ele falou sobre muitas outras coisas; entretanto o destaque é que para Lula as realizações que revelam a base de sua doutrina política são aquelas relacionadas diretamente aos despossuídos, ao trabalho em favor dos pobres, à assistência aos humildes.
Se isso é pouco e insignificante para você, está na hora de rever seus valores.
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