sábado, 31 de julho de 2010

Sabedoria Milenar...


SABEDORIA MILENAR

DISCÍPULO: - Sábio Mestre, poderia ensinar-me a diferença entre a pérola e a mulher?

MESTRE: - A diferença, humilde gafanhoto, é que uma pérola pode-se enfiar por dois lados, enquanto numa mulher somente por um lado…

DISCÍPULO (um tanto confuso): - Mas Mestre, longe de mim contradizer vossa himalaiana sabedoria, mas ouvi dizer que certas mulheres permitem ser enfiadas pelos dois lados!

MESTRE (com um sorriso): - Nesse caso, curioso gafanhoto, não se trata de uma mulher, mas sim de uma pérola.

Angico e Cumarú...


Fui uma criança que tinha Bronquite asmática...acordei muitas vezes com falta de ar, tinha broncoespasmo, ficava cianótico,segurando nas abas da rede e lendo o sofrimento na face de minha mâe, que mandava chamar o médico da cidade,Dr Octacílio Lyra, de saudosa memória...nunca fui a pronto socorro...as crise eram tratadas em casa.já com dez anos, me consultei com um pneumologista,o melhor de Natal, Dr Milton Ribeiro Dantas...

Ainda sou usuário de VICK VAPORUB...ainda sinto a sensação de alívio, quando nas crise de PUXADO,mamãe passava-o no meu peito...
de tudo o que usei, o mais importante pra mim era o LAMBEDOR DE ANGICO COM CUMARÙ...é um grande expectorante na prática, mesmo sem eu saber o porquê e como? ratifico, é o melhor expectorante que eu conheço.
Quem ensinou a minha mãe a me dar este lambedor foi o dentista da cidade,Nova Cruz,um grande amigo da família, o Dr Gilberto Tinôco...o mesmo contou, que tinha uma filha chamada Dalila Maria, que é viva,que teve um período de muita bronquite e boncoespasmo...um puxado súbito e duradouro...tossia muito,tinha falta de ar,e o problema já estava querendo ficar crônico...ao chegar as férias escolares,a menina veio brincar na fazenda da avó,em Santo Antonio,na fazenda de Dona Dalila, também.A velha começou a administrar a neta, o lambedor de angico com cumarú....a criança começou a expectorar mais, e a velha ficou esperançosa e animada...até que um dia,durante um acesso de tosse, a menina elimina uma placa de catarro estranha, com algo dentro...a dissecção do eliminado mostrou que se tratava de um botão de cueca de homem...a partir desta data o problema foi se acabando, e a criança ficou curada.Esta história minha mãe não contou mil vezes na vida...as comadres, aos amigos...ainda hoje usamos este lambedor se for preciso...
Agora vou terminar repetindo CERVANTES:EU NÃO ACREDITO EM BRUCHARIAS NÃO...MAS QUE ELAS EXISTEM, EXISTEM.
Post script:consolo para um corno...
ESSE NEGÓCIO DE CHIFRE
É COISA MUITO COMUM
JÁ LEVEI CHIFRE DE NOITE
DE MANHÀ E EM JEJUM
O REMÉDIO É PACIÊNCIA
PITU E CINCOENTA E UM”

Albert Einstein


Albert Einstein nasceu em Ulm (Württemberg, sul da Alemanha) no dia 14 de março de 1879. Seu pai, Hermann Einstein, possuía uma oficina eletrotécnica e tinha um grande interesse por tudo que se relacionasse com invenções elétricas. Não obstante, seus negócios não prosperavam e, logo que seu filho nasceu, viu-se obrigado a se transferir para uma cidade maior, na esperança de que as finanças melhorassem. Escolheu Munique, capital da Bavária, porque já poderia abrir uma oficina em sociedade com irmão Jacob.

Foi nessa cidade que Albert recebeu sua educação primária e secundária. Quando criança, não apresentava nenhum sinal de genialidade; muito pelo contrário, seu desenvolvimento se deu de modo bastante moroso até a idade de nove anos. No entanto, a sua paixão em contemplar os mistérios da Natureza começou muito cedo - aos quatro anos - quando ficou maravilhado com uma bússola que ganhara de presente do pai. "Como é que uma agulha pode se movimentar, flutuando no espaço, sem auxílio de nenhum mecanismo?" - perguntava a si mesmo.
Na escola, Albert sentia grande dificuldade para se adaptar às normas rígidas do Estudo. Os professores eram muito autoritários e exigiam que os alunos soubessem tudo de cor.

Geografia, história e francês eram os seus grandes suplícios; preferia mais as matérias que exigiam compreensão e raciocínio, tal como a matemática.
Ao mesmo tempo, seu tio Jacob ia lhe transmitindo as primeiras noções de álgebra e geometria. Aos doze anos, ganhou um livro de geometria elementar e, a partir daí, seu gosto pela matemática se ampliou cada vez mais.
Um de seus professores mais exasperados, chegou a dizer que Albert nunca iria servir para nada e que, além disso, sua presença desatenta em classe era considerada negativa, porquanto influenciava seus colegas, o que o levou a ser suspenso várias vezes.
Quando estava no último ano do ginásio, seu pai viu-se forçado novamente a mudar de cidade. Mais uma vez os negócios haviam fracassado.

Desta vez decidira emigrar para a Itália e se estabelecer em Milão. Mas Albert permaneceu mais um ano em Munique a fim de concluir seus estudos secundários. No meio do ano, conseguiu uma dispensa médica e foi passar uma temporada com a família na Itália. Retomou os estudos na Escola Cantonal de Aarau e obteve o diploma que lhe permitiu prestar exame para admissão na Universidade.

Fez seus estudos superiores na Escola Politécnica de Zurique e, em 1900, Graduou-se em Matemática e Física. Durante esse período não chegou a ser um excelente aluno - sobretudo pelo fato de já estar fascinado por algumas questões que o absorviam completamente - enquanto que o curso exigia um estudo mais superficial devido ao grande número de matérias que eram ministradas.

Em suas notas autobiográficas, Einstein conta que nessa ficou tão enfastiado das questões científicas que, logo depois de se formar, passou um ano inteiro sem ler as revistas especiais que eram publicadas. Isto possivelmente pelo fato de já haver, durante o curso, feito a leitura de todos os grandes cientistas da época - particularmente Helmholtz, Hertz e Boltzmann - adiantando-se ao programa estabelecido pela Faculdade. Preferia ficar lendo em casa a ir assistir às aulas.

Um de seus professores de matemática, Hermann Minkowski, que mais tarde foi o primeiro a interpretar geometricamente a Teoria da Relatividade Restrita, quando viu o artigo de Einstein publicado na revista Annalen der Physik , em 1905, ficou estarrecido. "Será que é o mesmo Einstein?" - comentou com um colega - "E quem era aquele meu aluno há alguns anos atrás? Naquela época ele parecia conhecer muito pouco do que lhe era ensinado!"
Depois de se formar, Einstein procurou emprego durante muito tempo.

Enquanto isso, dedicava algumas horas do dia lecionando numa escola secundária. O emprego que mais queria, o de professor-assistente na sua Universidade, havia malogrado. Então, 1902, Grossmann, um colega de faculdade, consegue-lhe um emprego como técnico especializado no Departamento Oficial de Registro de Patentes de Berna, onde Einstein permaneceu até 1909, quando a Universidade de Zurique convida-o para o cargo de professor.
Em 1903, casou-se com uma antiga colega de classe - Mileva Maric.

Desse casamento nasceram dois filhos: Hans Albert (professor de hidráulica em Berkeley, Califórnia, USA) e Eduard. O casamento não foi bem sucedido, resultando em divórcio em 1913.
Os anos que Einstein viveu em Berna foram muito alegres e profícuos. Podia ele tocar seu violino, cujo prazer imenso propiciava-lhe alegres momentos de relaxamento.

Contando com o salário do registro de patentes para assegurar-lhe uma vida modesta, e com obrigações profissionais pouco exigentes, sobrava-lhe tempo para a contemplação. Liberto, então, de preocupações rotineiras, seu raciocínio criador pôde se desenvolver a passos largos. Seus três célebres enunciados de 1905 foram insuperáveis em brilhantismo lógico e ousadia.
Juntamente com seus amigos Conrad Habicht (matemático) e Maurice Solovine (filósofo), Einstein fundou a Academia Olímpia, de cujas animadas reuniões ele ainda se lembrava nostalgicamente no fim de sua vida. Solovine narra com entusiasmo e episódio de quando ele resolveu faltar a uma das reuniões para assistir a um concerto.

A sua ausência foi logo vingada. Ao retornar, encontrou seu quarto imerso em fumaça e sua cama coberta de fumo barato de cachimbo, o que lhe provocou imediatas náuseas, pois não tolerava de maneira alguma o cheiro da fumaça de tabaco. As reuniões eram centradas na discussão de livros filosóficos de Pearson, Hume, Mach, Riemann, Spinoza e Poincaré, as quais, freqüentemente, se estendiam até o amanhecer.

Inversamente, nos últimos anos de sua existência, Einstein raramente tinha paciência para ler tratados científicos, e tinha de depender de seus amigos para se manter informado acerca de trabalhos desenvolvidos por outros cientistas.
Em 1907, Einstein tenta obter a Venia Legendi ( direito para magistrar em faculdades) na Universidade de Berna.

Como dissertação inaugural, apresentou o artigo de 1905 intitulado "Eletrodinâmica dos Corpos em Movimento" (nessa época ainda extremamente controvertido), trabalho que o professor de física experimental recusou e criticou violentamente. Einstein se ressentiu com o fato que adiava novamente seu ingresso no magistério universitário. No entanto, meses mais tarde por insistência de seus amigos, tenta novamente e, desta vez, é admitido.
Rapidamente sua reputação ultrapassa os percalços iniciais, e Einstein começa a receber uma série de convites de universidades importantes. No início de 1909, a Universidade de Zurique convida-o para assumir uma cadeira, como professor-assistente, por três semestres.
O seu superior no Registro de Patentes não tinha a menor idéia das atividades que o cientista desenvolvia para além dos domínios do Departamento, de modo que, quando Einstein apresentou seu pedido de demissão, quis saber o motivo. Einstein contou que haviam lhe oferecido um cargo de professor na Universidade de Zurique.

O superior pediu para deixar de brincadeiras, pois ninguém jamais iria acreditar numa história absurda como aquela. No entanto, o absurdo era verdade, e Einstein deixou Berna e mudou-se para Zurique.
Como professor, não era eloqüente em suas exposições, em parte porque não dispunha de tempo para se preparar, e em parte porque não apreciava desempenhar o papel de dono da sabedoria.

Alguns alunos sentiam-se atraídos pela sua figura, devido à extrema simplicidade e modéstia que possuía.
Em 1911, Universidade Germânica de Praga (nessa época a capital da província austríaca da Boêmia), convidou-o para a cátedra de Física Teórica, na qualidade de professor-catedrático. A situação social e política de Praga não o atraía muito, mas seus três semestres contratuais estavam se findando. Foi quando a Escola Politécnica de Zurique ofereceu-lhe o cargo de professor catedrático. Em 1912, deu início, então, às sonhadas aulas na universidade onde estudara. Mas elas não prosseguiram por muito tempo.

Em 1913, o grande físico Max Planck e o célebre físico-químico Walter Nernst visitaram-no pessoalmente, convidando-o para o cargo de diretor de Física do Kaiser Wilhelm Institute, em Berlim, sucedendo Jacobus Hendricus Van't Hoff, que falecera em 1910. Einstein aceitou seus trabalhos em Zurique em abril de 1914. Nesse novo emprego, liberado do compromisso com as aulas, pôde concentrar-se integralmente nas pesquisas científicas.
Começa então uma nova fase de realizações na vida de Einstein. Berlim, nessa época era um dos maiores centros intelectuais do mundo.

A proximidade com Planck, Laue, Rubens e Nernst teve efeito eletrizante nas idéias de Einstein. Suas pesquisas sobre os fenômenos gravitacionais, originadas em Zurique, puderam ser brilhantemente finalizadas e apresentadas à Academia Prussiana de Ciências em 4 de novembro de 1915, sob o título de Teoria da Relatividade Generalizada.
Einstein solucionara o problema da harmonia celeste. Segundo ele, todas as tentativas anteriores para esclarecer a estrutura do Universo tinham se baseado numa suposição falsa: os cientistas julgavam que o que parecia verdadeiro a eles , quando observavam o Universo de sua posição relativa, devia ser verdadeiro para todos os que observavam o Universo de todos os outros pontos de vista.

Para Einstein, não existia essa verdade absoluta. A mesma paisagem podia ser uma coisa para o pedestre, outra coisa totalmente diversa para o motorista, e ainda outra coisa diferente para o aviador. A verdade absoluta somente podia ser determinada pela soma de todas as observações relativas.
Em oposição à doutrina newtoniana, Einstein declarava que tudo se acha em movimento (e não que tendem a permanecer em repouso).

E explicava que as velocidades dos diversos corpos em movimento no Universo são relativas umas às outras. A única exceção a essa relatividade do movimento, era a velocidade constante da luz, a maior que conhecemos, constituindo o fator imutável de todas as equações da velocidade relativa dos corpos em movimento. Além da velocidade, a lei da relatividade aplicava-se também à direção de um corpo em movimento.

Por exemplo, ao deixar cair uma pedra do alto de uma torre ao solo, para nós parecerá que caiu em linha reta; para um observador hipotético (pessoa ou um instrumento registrador) situado no espaço, a pedra descreveria uma linha curva, porquanto se registraria não só o movimento da pedra sobre o nosso planeta, mas também o movimento do planeta em redor do seu eixo; e para um terceiro observador, em outro planeta sujeito a um movimento diferente da Terra, a pedra descreveria outra linha diferente.

Todas as trajetórias, ou direções, de um corpo em movimento eram, pois, relativas aos pontos de onde se observava o deslocamento desse corpo. Ainda havia um terceiro fator na relatividade: o tamanho de um corpo em movimento. Todos os corpos se contraem ao mover-se: para um observador num trem em grande velocidade, o trem é mais comprido que para um observador que o vê da margem da via férrea; a contração de um objeto em movimento aumentaria proporcionalmente à velocidade.

Uma vara que mede uma jarda em estado de repouso, ficaria reduzida a zero se posta em movimento com a velocidade da luz. O espaço, pois, era relativo. E o mesmo se podia dizer do tempo: o passado, o presente e o futuro não passariam de três pontos no tempo, como os três pontos do espaço ocupados, por exemplo, por três cidades (Washington, New York e Boston). Segundo Einstein, cientificamente falando, era tão lógico viajar de amanhã para ontem como viajar de Boston a Washington.

Se um homem pudesse deslocar-se com uma velocidade superior à da luz, alcançaria o seu passado e teria a data do seu nascimento relegada para o futuro; veria os efeitos antes das causas, e presenciaria os acontecimentos antes que eles sucedessem realmente. Cada planeta possui o seu sistema cronométrico próprio, diferente de todos os outros. O sistema da Terra, longe de constituir uma medida absoluta do tempo para toda parte, não passa de uma tabela do movimento do nosso planeta em redor do Sol.

O dia é uma medida de movimento através do espaço. Nossa posição no tempo depende inteiramente da nossa situação no espaço. A luz que nos traz a imagem de uma estrela distante, pode ser a estrela de milhões de anos atrás; um acontecimento ocorrido na Terra há milhares de anos só agora poderia estar sendo presenciado por um observador em outro planeta, que, por conseguinte, o considera como um episódio anual. O que é hoje em nosso planeta, pode ser ontem num outro planeta, e amanhã em um terceiro, pois o tempo é uma dimensão do espaço, e o espaço é uma dimensão do tempo.

Para Einstein, o Universo era uma continuidade espaço-tempo; um dependia do outro. Ambos deviam ser encarados como aspectos coordenados da concepção matemática da realidade. O mundo não era tridimensional - consistia nas três dimensões do espaço e numa Quarta dimensão adicional: o tempo.
Mais tarde, concluiu ainda Einstein, sobre os fenômenos gravitacionais, que não existe embaixo nem em cima no Universo, no sentido de que os objetos caíam por serem puxados para baixo na direção de um centro de gravitação. "O movimento de um corpo se deve unicamente à tendência da matéria para seguir o caminho de menor resistência."

Os corpos, no espaço, escolheriam os caminhos mais fáceis e evitariam os mais difíceis; não havia mais motivo para admitir a existência de uma força de gravitação absoluta. Einstein provou, por meio de uma série de fórmulas matemáticas, a curvatura do espaço, cujo ponto principal da teoria é: a distância mais curta entre dois pontos não é uma linha reta, mas uma linha curva, pois que o Universo consiste numa série de colinas curvas, e todos os corpos do Universo caminham em redor das ladeiras curvas dessas colinas.

Na verdade, não existe movimento em linha reta em nosso Universo. Um raio de luz, que viaje de uma estrela remota em direção à Terra, é desviado ao passar pela ladeira do espaço que rodeia o Sol. Einstein calculou matematicamente o ângulo reto desse desvio, que foi revelado correto no eclipse de 1919.
Esse trabalho, fruto de anos de intensas pesquisas, acabou por reafirmar o seu reconhecimento por parte da comunidade científica do mundo todo. Sua influência se fez sentir em praticamente todos os campos da física. Tendo praticamente todo o seu tempo absorvido no desenvolvimento de suas idéias, a tarefa de leitura de escritos científicos ficou a cargo do "Physics Coloquium" - organizado por von Laue, professor de Física na Universidade de Berlim - , que acabou por se tornar a sede comum de encontro de vários físicos acadêmicos e de laboratoristas industriais de Berlim.

No início de cada semestre, Laue investigava a literatura internacional sobre física, separava os artigos mais importantes e enviava-os a alguns comentadores voluntários que os representavam brilhantemente nas reuniões que se davam semanalmente. Ninguém que participasse desses encontros poderia se esquecer do espetáculo quase mítico de ver entrando em cena homens como Rubens, Nernst, Planck, Einstein, Laue - uma verdadeira tela onde se viam pintados os maiores físicos da época - tomando seus lugares na primeira fila.
Einstein estava sempre presente nesses encontros e participava das discussões com grande entusiasmo.

Mantinha-se longe de qualquer dogmatismo e era capaz de se colocar, às vezes, em posições completamente opostas às suas próprias convicções, em marcante contraste com Planck, que participava sempre de modo mais neutro, sendo mais reservado em suas respostas.
A relação entre esses dois mestres do pensamento físico era particularmente interessante. Einstein sentia grande admiração e carinho para com seu colega mais velho, mas sua abordagem filosófica em relação aos seus objetivos de pesquisa era diferente. O entusiasmo de Planck pela teoria originava-se de sua profunda convicção da existência da harmonia fundamental entre o nosso pensamento racional e a estrutura do mundo físico.

Para Planck, a observação aparecia como a confirmação da teoria, mais do que como a premissa básica na qual a teoria deveria se fundamentar. Em conseqüência, Planck foi radicalmente contra o pensamento positivista de Ernst Mach, que considerava primitivo e anti-intelectual. Einstein defendeu Mach perante Planck e era inclinado a dar importância prioritária às observações. Essa atitude mudou radicalmente sob o impacto da relatividade generalizada, teoria que produziu profundo efeito em seu criador. Apesar de sua conversão Ter sido lenta, ela foi definitiva: de 1930 até o fim de sua vida, Einstein adotou a visão platônica, que era, em sua essência, idêntica à própria filosofia de Planck.

Esse dualismo peculiar explica a enigmática abordagem que esses dois físicos tinham da teoria dos quanta. Planck descobriu os quanta através da sua lei de radiação, de 1900, mas essa descoberta, de certa maneira, era contrária aos seus próprios desejos, porque a emissão peculiar de energia, sob a forma de discretos pacotes não podia ser explicada em bases racionais. De fato, a descoberta de Planck continuou estéril até que Einstein, em 1905, percebeu que a derivação de Planck na sua própria lei não estava errada e, efetivamente, deveria ser substituída por uma suposição muito mais avassaladora.

A partir desse instante, Einstein ficou cada vez mais interessado na estrutura da radiação e compartilhou com Bohr na indiscutida liderança da teoria dos quanta.
Em 1919, Einstein casou-se com sua prima Elsa, adotando as duas filhas do primeiro casamento dela: Ilse e Margot.
A confirmação da Teoria da Relatividade Generalizada por duas expedições inglesas que fizeram observações durante um eclipse solar em 1919, tornaram-no reconhecido mundialmente.

Sua audácia de investigação o tornou insuperável, e sua teoria revolucionária fez mudar os principais conceitos físicos que explicavam o Universo até então. Com tal feito, não havia dúvida de que Einstein era um dos maiores gênios que a humanidade já havia produzido.
A residência de Einstein, perto da Bayrischer Platz, tornou-se parada obrigatória de todos os filósofos, artistas e cientistas de renome que se dirigiam a Berlim. A publicidade não agradava Einstein, mas não havia maneira de escapar a ela. Preferia se isolar no pequeno estúdio que fora construído especialmente para ele, na parte superior da casa. Era lá que ele recebia seus assistentes e colaboradores, e ajudava a resolver os detalhes matemáticos de suas idéias geniais.

Ocasionalmente, reunia-se com os amigos e realizavam concertos, onde em geral tocava como segundo violino. Isso constituía agradável entretenimento que o relaxava e divertia bastante, fazendo-o esquecer por instantes o mundo da fama e de muitas responsabilidades para a ciência.
Nessa mesma época começavam a se organizar na Alemanha grupos nacionalistas extremistas.

O fato de Einstein ser judeu, somado à sua posição contrária à toda forma de nacionalismo e militarismo, e ainda à sua fama mundial, aumentaram a inveja e o ódio dos imperialistas reacionários, que se organizaram contra ele, sob a égide do físico ultranacionalista Philipp von Lenard. E as ações desse grupo se tornaram ainda mais ofensivas após 1921, quando Einstein recebeu o prêmio Nobel.

Ele foi ficando cada vez mais alarmado, principalmente após o assassinato de Walter Rathenau, ministro das Relações Exteriores da Alemanha e seu amigo íntimo. Apesar de ter possibilidades de mudar para qualquer outro lugar fora da Alemanha, decidiu permanecer em Berlim para não se afastar do excelente clima científico que lá existia. No entanto, a vitória do partido nazista em 1933, compeliu-o a desistir de continuar em seu país natal. Demitiu-se da Academia Prussiana de Ciências através de carta datada de 28 de março de 1933. Suas posses foram confiscadas e sua cidadania alemã (da qual ele já havia renunciado voluntariamente) foi cassada e, quando a situação se tornou insustentável, já não estava mais na Alemanha.

Durante o ano de 1921, Einstein viajara aos Estados Unidos, onde fora recebido com inigualável entusiasmo. Nenhum monarca reinante havia recebido tão boa acolhida quanto ele. Milhares de pessoas tinham comparecido às ruas Nova York para saudá-lo, quando passara desfilando em carro aberto. Dez anos mais tarde, as mesmas cenas se repetiram em Los Angeles, quando Charles Chaplin foi à estação para recepcioná-lo e levá-lo através das ruas de Hollywood. Este, virando-se para Einstein, disse: 'Você vê, eles aplaudem a mim porque todos me entendem; a você eles aplaudem porque ninguém o entende.'

De 1930 a 1933, Einstein esteve em Pasadena, no Instituto Tecnológico da Califórnia, onde trabalhou no recém-fundado Instituto para Estudos Superiores de Princeton. Tornou-se cidadão americano em 1940.
Sua participação no projeto Manhattan foi inteiramente acidental e muito lamentada mais tarde, se bem que o projeto teria se concretizado mesmo sem a sua participação.

Em 1939, foi persuadido a escrever uma carta ao presidente Rooselvelt, recomendando a aceleração das pesquisas que levariam à criação da bomba atômica. O contexto histórico praticamente o obrigou a tal atitude: os alemães estavam também desenvolvendo idêntico projeto e, se viessem a produzir a bomba antes, os efeitos poderiam ser muito mais trágicos.

A destruição de Hiroshima pela bomba atômica, porém, constituiu-se no pior dia de sua vida.
Suas convicções democráticas e sentimentos humanitários foram freqüentemente desafiados pela incessante onda de agressividade que caracterizou a atmosfera social e política do pós-guerra. Mesmo assim, Einstein defendeu abertamente todos os princípios da liberdade nos difíceis anos do macartismo.
Os últimos 22 anos de Einstein foram vividos em Princeton, em relativo isolamento.

Lecionava na Universidade e continuava seus estudos, que nessa época eram integralmente dedicados à sua teoria gravitacional. Almejava chegar à Teoria do Campo Unificado que permitiria englobar todos os fenômenos gravitacionais e eletromagnéticos, como emanações de uma única estrutura lógica. Depois de muito insucesso nas suas tentativas, conseguiu elaborar um esquema que era uma generalização formal das equações gravitacionais. Seus contemporâneos, no entanto, longe de se interessarem por esquemas de pesquisa e por modelos matemáticos, que eram mais adequados a uma série de fenômenos em estudo, acabaram por se afastar da linguagem utilizada por Einstein, criando assim, um imenso abismo de incompreensão entre eles e a novas gerações de físicos teóricos, ao contrário dos tempos de Berlim, onde a sua palavra era a de mestre absoluto.

Em 1952, o recém-fundado Estado de Israel ofereceu a Einstein a honraria de ser o seu presidente, em substituição a Chaim Weizmann, primeiro presidente recém-falecido. Apesar de Einstein Ter sua origem em um meio judaico assimilado, ele sempre manteve em sua vida os dois preceitos básicos do judaísmo: Justiça e Caridade. O caráter democrático e humanitário das Leis Mosaicas haviam penetrado profundamente em sua consciência e a magnífica poesia do Velho Testamento causava-lhe profunda admiração.

Ele logo reconhecera a urgente necessidade de se criar uma nação para o seu povo já tão perseguido, e passara a acompanhar com vivo entusiasmo os altos e baixos da nova nação. Todavia, ele não podia aceitar a honra de ser seu presidente, porque seu temperamento não se adaptava bem aos cargos e funções sociais e administrativas exigidas. Nesta época, chegou a declarar à viúva de Weizmann, que não podia aceitar o cargo porque não entendia nada de relações sociais; entendia apenas um pouco de matemática.

Ademais não desejava se dedicar a um só país, pois seu interesse era a humanidade.
Einstein sempre pareceu mais velho do que realmente era. A efervescência intelectual esgotou prematuramente suas reservas físicas. Mais de uma vez em sua existência ficou gravemente enfermo, porém sempre com uma boa chance de recuperação. Mas em 1954, o rápido declínio de suas forças físicas se manifestou de forma alarmante. Quando, em abril de 1955, ele foi transferido para o hospital de Princeton, sentiu que o fim havia chegado. Na manhã de 18 de abril, sua vida se extinguiu.

Morreu com a mesma simplicidade e humildade com que sempre viveu: calma e imperturbavelmente, sem remorsos.
"A serenidade de sua morte ensina-nos como devemos viver" - foram as palavras de sua filha adotiva Margot.
"O homem livre em nada pensa menos que na morte; e sua sabedoria não é uma meditação da morte, mas da vida", disse o grande filósofo Baruch Spinoza, de quem Einstein foi um grande admirador.
Einstein foi um homem livre.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O BICHON FRISÉ...


O Bichon Frisé é um cão de porte pequeno e pelagem fina e sedosa. São animais de estimação populares, e muito semelhantes com os poodles em aparência, resultante geneticamente da cruza de Maltes e Poodle. É o mais típico dos cães de companhia que existe, o traço fundamental de sua personalidade é a doçura, a sensibilidade, a sutileza no dar e receber. Consegue, até a velhice, manter as características de um filhote. Está sempre investigando, correndo pela casa, fazendo brincadeiras. Brinca bem sozinho, mas prefere a companhia de pessoas para brincar, principalmente, crianças. É muito social, alegre, simpático, meigo, bastante afeiçoado ao dono, com porte majestoso.




Temperamento
É um cão extremamente activo, simpático, divertido, amistoso, expansivo, muito sociável mesmo com pessoas estranhas e outros cães, alegre, sempre a tentar agradar ao dono e a estar perto dele, meigo, robusto, vivo, de temperamento estável, com movimentação elegante, estilo e ar de dignidade e inteligência, com porte majestoso. O seu temperamento excepcional faz dele um cão ideal para famílias com crianças.

É também muito usado em terapias humanas que envolvem a presença de animais já que o seu tamanho e aspecto contribuem favoravelmente no relacionamento com os doentes, que se sentem estimulados pela sua docilidade. Mas apesar do seu aspecto frágil e de brinquedo, assume perfeitamente o papel de desportista, ganhando reconhecimento em competições como o agility e o flyball.

O Bichon tem também um especial talento para travessuras, o que poderá surpreender quem adquiriu o cão apenas pela sua aparência. Por isso, deve ser educado desde muito cedo por forma a que perceba facilmente os limites para as suas brincadeiras. Se for preciso deixá-los longos períodos sozinhos, os donos devem acostumá-los desde pequenos a não latir enquanto estiverem sós. Procure não o mimar demasiado, e assuma a posição de líder da matilha. O principal elemento para o sucesso de uma boa educação será a postura dos donos que não devem deixar-se levar pelo aspecto frágil do filhote, mimando excessivamente o cão.

Apesar de se adaptar muito bem a apartamentos, os Bichons precisam de gastar a sua energia em passeios diários. Mesmo sendo um cão de aparência frágil, aguentam facilmente longas caminhadas ao lado do dono. Gosta de ter espaço para correr e brincar.

FILHOS, È MELHOR NÂO TÊ-LOS...VINICIUS DE MORAES.





Poema Enjoadinho

Vinícius de Moraes


Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem shampoo
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Oswaldo Lamartine...Doutor Honoris Causa.


Me impressionou o discurso do escritor Oswaldo Lamartine,na ocasião em que recebeu o Título de Doutor Honoris causa da UFRN.A sua verbe nos mostra o homem culto e inteligente que ele foi...usando uma linguagem totalmente nossa...do sertanejo.è uma PÈROLA.

Discurso de Oswaldo Lamartine



Oswaldo Lamartine de Faria
o doutor de Acauã

“À UFRN na pessoa do seu reitor dr.
Ivonildo Rego, professores, funcionários
e alunos.


Perdi horas de sono e de sossego tentando
entender a razão de tudo isso.
De primeiro, cuidei ter sido pelos descaminhos
dos homens neste mundo de
ranger dentes, desassossegado que nem
as ondas do mar. Depois, quem sabe, o
afago de vosmecês, no adeus desse meu
imerecido viver. Sei lá (?). É que a balança
do julgamento dos amigos costuma
ser manca.
E não é astúcia, pantim, nem cavilação
pois o que botei no papel foram apenas
momentos do dia-a-dia do nosso sertanejo.
Convivi com alguns deles debaixo das
mesmas telhas – tenho repetidamente
confessado.
Mestre Pedro Ouvires e seu fi lho Chico
Lins – magos do couro, zelosos e ranzinzas,
da escolha do couro-verde ao
derradeiro nó-cego da costura. Ramiro e
Bonato Dantas, pescadores d’água-doce
e memorialistas. Zé Lorenço, tora de
homem, analfabeto, cujos instrumentos
de trabalho se resumiam em um nível
de pedreiro e um novelo de cordão. Pois
bem, apenas com eles, levantou 640 metros
de parede do açude Lagoa Nova sem
deixar um caculo nem uma barroca. O
que deixou o engenheiro do DNOCS de
queixo caído.
Olinto Ignácio, rastejador e vaqueiro
maior das ribeiras do Camaragibe. Vi,
um dia, ele se acocorar na beira do caminho
e ler no chão da terra: “– passou
fulano, beltrana e uma menina. É que
a gente dessa terra tanto faz eu espiar a
cara cumo o rastro...E todos já envultados
com a Caetana”.
Daí eu repetir é mais deles do que meu
esse título.
Mesmo assim: encabulado, areado e zonzo
tenho de confessar: – não sou soberbo
nem ingrato.
Agradeço a vosmecês, mais ainda, ao
doutor reitor – sertanejo das terras de
Pôr-do-sol – onde, naqueles ontens
os condutores das boiadas ferravam o
tronco de um pé-de-pau onde se arranchavam.
Coisas de um sertão de nuncamais.
Tempos do imperador velho. Mas
isso é outra conversa.
Boa noite. Façam, agora como manda
aquele menino: batam palmas com vontade,
faz de conta que é turista...”
16 Nov/Dez 2005




O sertão do nunca-mais:Oswaldo Lamartine...
"Não tive que reencontrar o sertão porque nunca me apartei dele. Morei 38 anos no Rio, mas todas as minhas férias eu vinha pro sertão. Tudo que eu lia - é exagero dizer tudo, né? - mas a maior parte do que eu lia era literatura sertaneja, do nordeste, viu? Eu chegava ao ponto de copiar determinadas expressões que eu tinha esquecido. É aquela saudade das palavras que chega, não sabe?, feito namorado que lê carta da namorada não sei quantas vezes. O sertão que eu conheci e que amei, esse não existe mais. Foi a terraplanagem cultural da eletricidade, da eletrônica, das estradas, dos meios de comunicação. Moro num pé de serra, sozinho, estou ali há quatro anos, ainda não ouvi um aboio. Não tem um vaqueiro encourado, no Seridó ainda tem, andei por lá e vi. O povo anda de bicicleta por todo canto. Você tem uma boa burra de sela, pra andar aonde? Só se for dentro da sua propriedade. Mas um animal de sela você só sabe se é bom depois que enfada, viagem de seis léguas pra cima. Você hoje anda dois, três quilômetros, é a divisa da propriedade, uma BR daquela, onde passam uns malucos a 100, 120 km. A tradição sertaneja acabou-se. A única tradição que ainda vejo, não falo nas festivas, que eu não entendo desse negócio, sou bicho do mato: é a vaquejada''.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Quando o Canto é Reza...

Este é o título do novo CD de Roberta Sá.Ela canta acompanhada do Trio Madeira.Baixei agora no Site UM QUE TENHA.Mais uma vez a cantora transborda TALENTO...é a grande artista potiguar, e hoje, do Brasil.
Destaque para a composição:Água da minha sede, que depois de lançada por Zeca Pagodinho, está sendo regravada por muitos cantores...esta canção tem uma melodia impressionante e vai se eternizar.A Base de todas estas músicas é o SAMBA DE RODA,autóctone do Recõncavo Baiano, que é cantado batendo a palma da mão.






Água da Minha Sede
Zeca Pagodinho


Eu preciso do seu amor
Paixão forte me domina
Agora que começou
Não sei mais como termina
Água da minha sede
Bebo na sua fonte
Sou peixe na sua rede
Por do sol no seu horizonte
Quando você sambou na roda
Quando você sambou na roda
Fiquei afim de te namorar
Fiquei afim de te namorar
O amor tem essa história
Se bate já quer entrar
Se entra não quer sair
Ninguém sabe explicar

O meu amor é passarinheiro
O meu amor é passarinheiro
Ele só quer passarinhar
Ele só quer passarinhar
Seu beijo é um alçapão
Seu abraço é uma gaiola
Que prende meu coração
Que nem moda de viola
Na gandaia (na gandaia)
Fruto do seu amor me pegou (na gandaia)
Sua renda me rodou (foi a gira)
Foi cangira que me enfeitiçou
Apaixonado
Preciso do seu amor








O CD Trio Madeira Brasil; Roberta Sá – Quando o Canto É Reza Grande encontro de Roberta Sá com o Trio Madeira em homenagem à música do grande compositor baiano Roque Ferreira.
Roque Ferreira já foi gravado por nomes de destaque da MPB como Maria Bethânia, Clara Nunes, Alcione, Zeca Pagodinho, Pedro Luis, entre outros. Repertório com 13 músicas, sendo 8 inéditas e regravações.
CD Trio Madeira Brasil; Roberta Sá – Quando o Canto É Reza

Faixas do CD Quando o Canto É Reza / Lista das Músicas:

1. Mandingo
2. Chita Fina
3. Zambiapungo
4. Cocada
5. Água da Minha Sede
6. Orixá de Frente
7. Água Doce
8. Menino
9. Tô Fora ( com Moyses Marques)
10. Xirê
11. Marejada
12. A Mão do Amor
13. Festejo

quarta-feira, 28 de julho de 2010

O Berço que eu tive...


É impossível esquecer, a qualidade do berço que me acalentou na infância...como minha mãe era fantástica...como minha mãe captava as coisas bonita e as introduziam nas mentes das suas crianças.Como em 1960,eu com cinco anos, Nova Cruz sem água e sem luz,a gente tomando banho de cúia, regrado, com água salgada,retirada do cacimbão de Paulo Bezerra,iluminando as noites com lamparinas á querosene, de pavio de algodão,queimando querosene jacaré,com um Rádio que MAIS CHIAVA DO QUE FALAVA,e a minha mãe amanhecia o dia dizendo:Estou maravilhada, com uma crônica que escutei de Artur da Távola, na radio MAYRINK VEIGA...
Anos depois,conhecí Artur da Távola,na TV senado, apresentando o programa:Quem tem medo da música clássica...o mesmo era senador pelo Rio de Janeiro, mas era um intelectual, ilustríssimo,culto,com o sentimento do mundo na alma...minha mãe tinha razão,era um homem encantador...Depois soube,por Leonardo Arruda Câmara,que Artur da Távola tinha como psiquiatra,um homem from Nova cruz,o Dr Domício Arruda Câmara, um famoso psiquiatra do Rio de janeiro,irmào de Lauro Arruda Câmara,o patriarca...o médico e o paciente se tornaram muito amigos.
O Certo, é que tudo que fosse poesia, que fosse humano,que tivesse tolerância, que tivesse caridade, que tivesse poesia, a minha mãe reverberava para os filhos...tínhamos uma educação continuada nesta linha.Mamãe respirava a caridade ,e a liberdade....tinha horror a lacaios...era casada com as letras...e só rendia homenagem ao talento.Tinha ódio da corrupção...
Agora mesmo,estava sem sono, e começou a açoitar nos ouvidos, uns versos que minha mãe declamava incessantemente quando eu era criança...liguei o computador e e valí-me do GOOGLE,e descubro esta beleza de OLAVO BILAC: O PÁSSARO CATIVO.
Relembrei quantas vezes, escutava ela declamando,Esta poesia, toda vez que eu queria criar um passarinho preso, coisa que ganhava muito, de presente,quando era criança...com poucas horas, depois de recitar muito esta POESIA, ela escondida, abria a gaiola e soltava o pássaro.
Sinceramente,relembrei deste fato,colocando na interpretação da poesia,os meus calos de cinquentão, e a experiencia acumulada,e ao mesmo tempo, vendo também com os olhos de menino e compreendí e agradecí a DEUS....é por isso que eu não me chamo João,sou um homem livre,não moro de lado ,nem sou Maria vai com as outras...NEM SOU AVE QUE VOA EM BANDO...NEM VIVO DE VIVAS,NEM MORRO DE MORRAS, como dizia Lauro Arruda Cãmara.
TENHO DITO.
POST SCRIPt: já não acho tudo gozado...quem só acha assim, é faxineira de motel...continúo sendo um ELIXIR,e a minha POSOLOGIA é:de hora em hora, uma colher de chá...Canário que acompanha morcego, tem que aprender a dormir de cabeça pra baixo.beijos...



O PÁSSARO CATIVO



Armas, num galho de árvore, o alçapão.
E, em breve, uma avezinha descuidada, batendo as asas cai na escravidão.

Dás-lhe então, por esplêndida morada, a gaiola dourada.
Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo.

Por que é que, tendo tudo, há de ficar o passarinho
mudo, arrepiado e triste, sem cantar?

É que, criança, os pássaros não falam.
Só gorgeando a sua dor exalam, sem que os homens os possam entender.
Se os pássaros falassem,
talvez os teus ouvidos escutassem este cativo pássaro dizer:

"Não quero o teu alpiste!

Gosto mais do alimento que procuro na mata livre em que a voar me viste.
Tenho água fresca num recanto escuro.

Da selva em que nasci; da mata entre os verdores,
tenho frutos e flores, sem precisar de ti!

Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola de haver perdido aquilo que perdi...
Prefiro o ninho humilde, construído de folhas secas, plácido, e escondido.

Entre os galhos das árvores amigas...
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?

Quero saudar as pompas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde, entoar minhas tristíssimas cantigas!

Por que me prendes? Solta-me, covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade!
Não me roubes a minha liberdade...

QUERO VOAR! VOAR!..."

Estas coisas o pássaro diria, se pudesse falar.
E a tua alma, criança, tremeria, vendo tanta aflição.
E a tua mão, tremendo, lhe abriria a porta da prisão...

Olavo Bilac




Passaredo
Chico Buarque
Composição: Francis Hime e Chico Buarque
Ei, pintassilgo
Oi, pintaroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol sem fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí

Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chapim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô, pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí

terça-feira, 27 de julho de 2010

O PRAZER ESTÁ NA ESTRADA...

Os novos futuros médicos...dutorandos que estão estagiando na Proctologia...MABEL,SAMARA,MARCELO,TAYSA E VINICIUS...estamos aí, para ratificar que o serviço público existe,somos sus, respeitamos o sus,e o paciente é quem tem razão. A INTELIGENCIA de um homem só tem valor, quando ela é distribuida,com prazer, para ajudar TODOS.


CERVANTES DIZIA, NO SEU DOM QUIXOTE, QUE O PRAZER ESTAVA NA ESTRADA,E TRISTE DE QUEM SÓ TINHA PRAZER NA HOSPEDARIA....ISTO É UMA CONSTATAÇÃO CERTA, QUE DEVE SEMPRE POLICIAR O HOMEM MODERNO...
Dom Quixote ainda exagerava mais, ao dizer, eu só entro no fim do dia, na hospedaria, por que é a única maneira de poder retornar a estrada...
Esta semana, eu ví no Twitter uma frase importante que trtata da mesma coisa: O HOMEM QUE NÃO ENCONTRAR O PRAZER NO TRABALHO,NÃO O ENCONTRARÁ EM MAIS NADA...é com muito trabalho, que as horas de folga são mais prazeirosas...Ninguém pode se tornar um Sibarita,ou seja, um homem que só vive do prazer...Os Portugueses, até exageravam com o mesmo objetivo:NAVEGAR É PRECISO, VIVER NÃO É PRECISO...
Conheço muita gente que se transforma no domingo a tarde, pelo pavor da segunda feira...conheço gente que todo domingo a tarde chora...conheço gente que já fica deprimido, somente com o Jingle do FANTÀSTICO...é a perspectiva de voltar a rotina, ao batente,isso é dos homens, mas precisa de um certo controle...

Duelo em Cordel...


Cego Aderaldo e Domingos Fonseca

Domingos Fonseca

Aderaldo eu vou na frente
Cantando conveniente
Vou traduzindo o repente
Que alguém dê atenção
Eu estou de prontidão
Junto com meu companheiro
Fazendo verso ligeiro
Eu oiço verso em quadrão

Cego Aderaldo

Eu cheguei nesse lugar
Mas aqui não é meu lar
Outras terra e outros mar
Outro céu e outro sertão
Vou falar de prontidão
Não é um cantar bem dito
Porém meu verso é bonito
Em quadrado, quadro, quadrão

Domingos Fonseca

Cheguei ao Rio de Janeiro
Junto com meu companheiro
De fato ganhei dinheiro
Mas já estou em percisão
Porém nesta ocasião
Dona Dulce nos convidou
E nossa sorte melhorou
Cantando oitavo em quadrão

Cego Aderaldo

Vou preparar o quadrado
E vou arrumar o esquadro
Para ver se faço quadro
Preparar a quadração
Ver as quadras como são
Depois do quadro bem feito
Canto muito satisfeito
O quadrado, quadro, quadrão


Domingos Fonseca

Eu dou a bala ao meu peito
Quadrando do mesmo jeito
Para ficar satisfeito
Quadro o dedo e quadro a mão
Quadro o café, quadro o pão
Quadro o pão, quadro o café
Quadro a igreja, quadro a fé
E termino tudo em quadrão

Cego Aderaldo

Pra fazê um oitavado
Pra depois ficá quadrado
Pra ficá sextivado
Vou fazê a quadração
Mostro os quadro como são
Tudo riscado ao compasso
Tendo lá um pé de aço
Em quadrado, quadro, quadrão

Domingos Fonseca

Quadro a fôrma, quadro o queijo
Quadro a boca, quadro o beijo
A vontade e o desejo
O gozo e a satisfação
Aqui tenho o coração
O coração e a vida
Quadro a praça e a avenida
E termino tudo em quadrão

Cego Aderaldo

Ó meu Deus, que cousa boa
Não levo a conversa à toa
Minha palavra revoa
Pela força de um pulmão
Não me dói o coração
E não é uma cousa louca
Sai o meu verso da boca
Em quadrado, quadro, quadrão

Domingos Fonseca

Eu não quero me gabar
Desejo apenas cantar
Agora é pra terminar
Que o moço acenou a mão
Eu olhei pra posição
Vou terminar meu repente
Sim, senhor, já estou ciente
Vou terminar meu quadrão

* * *

Geraldo Amâncio e Severino Feitosa trabalhando o tema:

A ENCHENTE NO SERTÃO

Severino Feitosa

Outros poetas vieram
escalar nessa jazida,
nesse ambiente se teve
muita noite divertida,
e a voz de Geraldo Amâncio
precisava ser ouvida.

Geraldo Amâncio

Nunca vi na minha vida
um inverno como esse,
porém cantar hoje à noite
era do meu interesse,
São Pedro escondeu a chuva
pra que o verso aparecesse.

Severino Feitosa

É nesse grande interesse,
que eu descubro o continente,
com o preparo da fé
e com a coragem da mente,
DEUS trouxe a chuva de água
e você trouxe a de Repente.

Geraldo Amâncio

É rio botando enchente,
é sapo fazendo espuma,
vim fazer três cantorias,
findei fazendo só uma,
mas até com prejuízo
o cantador se acostuma.

Severino Feitosa

Todo rio tem espuma,
que a mão de Deus expôs,
as casas já desabaram,
desceram novilha, bois,
e o prejuízo de hoje
será de lucro depois.

Geraldo Amâncio

Tem água em baixa de arroz,
toda lagoa alagada,
tem açude se arrombando,
tem chuva cortando estrada,
Deus satura a terra seca
e ninguém pode fazer nada.

Severino Feitosa

A mata está enfeitada
de muriçoca e mutuca,
o pingo d’água maior
em cima da flor machuca,
e a terra parece mais
como um pano de sinuca.

Geraldo Amâncio

Cada nuvem arapuca,
que chega com cor escura,
o Orós há 15 anos,
sem ter água com largura,
há 3 dias tá sangrando,
com 10 metros de altura.

Severino Feitosa

Voa alto a tanajura,
canta melhor o tetéu,
o torreão no nascente
vem vestido no seu véu,
pra Deus abrir as torneiras
da companhia do céu.

Geraldo Amâncio

Se vê nuvem de chapéu
passando sem dar aviso,
abriram todas torneiras
que existem no paraíso,
em vez de dar muito lucro
tou temendo é prejuízo.

Severino Feitosa

Deus não mandou um aviso,
pra fazer nenhum passeio,
mas hoje está gargalhando
quem achava o tempo feio,
quem pensou que não chovia,
hoje vê o rio cheio.

Geraldo Amâncio

Com esse inverno que veio,
que traz fartura sem fim,
dá pra nascer a semente,
lavoura, grama e capim,
porém pesado demais
pode até se tornar ruim.

Geraldo Amâncio

Nos temos que suportar
as chuvas torrenciais,
as enchentes aparecem
e o povo perdendo a paz,
ninguém pode é blasfemar
do que a natureza faz.

Severino Feitosa

Se acabaram meus ais
depois dessa decisão,
com a nuvem no espaço
e água rolando no chão,
se vê um açude cheio
dentro do meu coração.

Geraldo Amâncio

Tem pipoco de trovão,
que no espaço eu escuto,
tem muito pobre escapando
debaixo de viaduto,
o pobre é predestinado
não tem sossego um minuto.

Severino Feitosa

Ficou melhor pra o matuto,
que dormia no terraço,
e depois que a chuva veio
se acaba todo fracasso,
quem nunca mais limpou mato,
prepare seu espinhaço.

Severino Feitosa

Enche a cacimba mais rasa,
sobra para o poço fundo,
o que cai em um minuto
é dividido em segundo
Deus quando manda é pra todos,
que é pensando em todo mundo.

Geraldo Amâncio

Graça de Deus que é Pai,
que tem grandeza sem fim,
mas se tem conhecimento,
que um velho falou pra mim,
que todo ano de 4
nunca tem inverno ruim.

Geraldo Amâncio

Eu acho espetacular,
ter inverno em nosso chão,
o sapo canta no mato,
e a jia no cacimbão
e as borboletas voando,
brincando de procissão.

Geraldo Amâncio

Galo de campina canta,
o seu grito apareceu,
perguntou ao bem-te-vi
e a rolinha respondeu,
o sebite lá na frente
diz que no sertão choveu.

Severino Feitosa

Foi isso que aconteceu,
de Patos a Imaculada,
Teixeira e Taperoá,
quem trafega na estrada,
vai saber que pra o matuto,
vai sobrar terra molhada.

Geraldo Amâncio

Não está faltando nada,
que o sertão tá colorido,
o feijão botando rama,
e o pendão está comprido,
que até do Fome Zero
o povo está esquecido.

Severino Feitosa

Melhor é o resultado,
que é força do Pai eterno,
ele é onipotente,
poderoso e é moderno,
nós temos que agradecer
à beleza do inverno.

Geraldo Amâncio

A terra fica mais bela
vê-se a enchente descer,
a grama enfeitando o chão,
e a pastagem aparecer,
e Coremas despacha água
pra o oceano beber.

Geraldo Amâncio

Tem água por toda veia,
ou meu Deus muito obrigado,
muita gente tem morrido,
passando rio de nado,
quem se acabava de sede,
está morrendo afogado.


Geraldo Amâncio

Meu rio ficou moderno,
que passa lá em Aurora,
está muito diferente
daquele tempo de outrora,
que agora está viajando
bem meia légua por fora.

Gente da Pior qualidade...


Ao embarcar em nova crise diplomática com a Colômbia, Hugo Chávez tenta desviar atenção da crise econômica vivida pelo país, que terminará 2010 com a maior inflação e uma das recessões mais severas do mundo. A radiografia da catástrofe econômica vivida pela Venezuela se reflete em uma série de recordes estatísticos negativos que o país colecionará este ano, segundo projeções de bancos, consultorias e instituições multilaterais. A Venezuela deverá terminar 2010 com inflação de cerca de 40%, algo entre 10 e 20 pontos percentuais maior do que a dos outros países com forte descontrole de preços (como Gana e Argentina).

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Jogo é Democrático...






.Dez falsos motivos para não votar na Dilma
por Jorge Furtado em 25 de julho de 2010
Tenho alguns amigos que não pretendem votar na Dilma, um ou outro até diz que vai votar no Serra. Espero que sigam sendo meus amigos. Política, como ensina André Comte-Sponville, supõe conflitos: “A política nos reúne nos opondo: ela nos opõe sobre a melhor maneira de nos reunir”.

Leio diariamente o noticiário político e ainda não encontrei bons argumentos para votar no Serra, uma candidatura que cada vez mais assume seu caráter conservador. Serra representa o grupo político que governou o Brasil antes do Lula, com desempenho, sob qualquer critério, muito inferior ao do governo petista, a comparação chega a ser enfadonha, vai lá para o pé da página, quem quiser que leia. (1)

Ouvi alguns argumentos razoáveis para votar em Marina, como incluir a sustentabilidade na agenda do desenvolvimento. Marina foi ministra do Lula por sete anos e parece ser uma boa pessoa, uma batalhadora das causas ambientalistas. Tem, no entanto (na minha opinião) o inconveniente de fazer parte de uma igreja bastante rígida, o que me faz temer sobre a capacidade que teria um eventual governo comandado por ela de avançar em questões fundamentais como os direitos dos homossexuais, a descriminalização do aborto ou as pesquisas envolvendo as células tronco.

Ouço e leio alguns argumentos para não votar em Dilma, argumentos que me parecem inconsistentes, distorcidos, precários ou simplesmente falsos. Passo a analisar os dez mais freqüentes.

1. “Alternância no poder é bom”.

Falso. O sentido da democracia não é a alternância no poder e sim a escolha, pela maioria, da melhor proposta de governo, levando-se em conta o conhecimento que o eleitor tem dos candidatos e seus grupo políticos, o que dizem pretender fazer e, principalmente, o que fizeram quando exerceram o poder. Ninguém pode defender seriamente a idéia de que seria boa a alternância entre a recessão e o desenvolvimento, entre o desemprego e a geração de empregos, entre o arrocho salarial e o aumento do poder aquisitivo da população, entre a distribuição e a concentração da riqueza. Se a alternância no poder fosse um valor em si não precisaria haver eleição e muito menos deveria haver a possibilidade de reeleição.

2. “Não há mais diferença entre direita e esquerda”.

Falso. Esquerda e direita são posições relativas, não absolutas. A esquerda é, desde a sua origem, a posição política que tem por objetivo a diminuição das desigualdades sociais, a distribuição da riqueza, a inserção social dos desfavorecidos. As conquistas necessárias para se atingir estes objetivos mudam com o tempo. Hoje, ser de esquerda significa defender o fortalecimento do estado como garantidor do bem-estar social, regulador do mercado, promotor do desenvolvimento e da distribuição de riqueza, tudo isso numa sociedade democrática com plena liberdade de expressão e ampla defesa das minorias. O complexo (e confuso) sistema político brasileiro exige que os vários partidos se reúnam em coligações que lhes garantam maioria parlamentar, sem a qual o país se torna ingovernável. A candidatura de Dilma tem o apoio de políticos que jamais poderiam ser chamados de “esquerdistas”, como Sarney, Collor ou Renan Calheiros, lideranças regionais que se abrigam principalmente no PMDB, partido de espectro ideológico muito amplo. José Serra, por sua vez, tem o apoio majoritário da direita e da extrema-direita reunida no DEM (2), da “direita” do PMDB, além do PTB, PPS e outros pequenos partidos de direita: Roberto Jefferson, Jorge Borhausen, ACM Netto, Orestes Quércia, Heráclito Fortes, Roberto Freire, Demóstenes Torres, Álvaro Dias, Arthur Virgílio, Agripino Maia, Joaquim Roriz, Marconi Pirilo, Ronaldo Caiado, Katia Abreu, André Pucinelli, são todos de direita e todos serristas, isso para não falar no folclórico Índio da Costa, vice de Serra. Comparado com Agripino Maia ou Jorge Borhausen, José Sarney é Che Guevara.

3. “Dilma não é simpática”.

Argumento precário e totalmente subjetivo. Precário porque a simpatia não é, ou não deveria ser, um atributo fundamental para o bom governante. Subjetivo, porque o quesito “simpatia” depende totalmente do gosto do freguês. Na minha opinião, por exemplo, é difícil encontrar alguém na vida pública que seja mais antipático que José Serra, embora ele talvez tenha sido um bom governante de seu estado. Sua arrogância com quem lhe faz críticas, seu destempero e prepotência com jornalistas, especialmente com as mulheres, chega a ser revoltante.

4. “Dilma não tem experiência”.

Argumento inconsistente. Dilma foi secretária de estado, foi ministra de Minas e Energia e da Casa Civil, fez parte do conselho da Petrobras, gerenciou com eficiência os gigantescos investimentos do PAC, dos programas de habitação popular e eletrificação rural. Dilma tem muito mais experiência administrativa, por exemplo, do que tinha o Lula, que só tinha sido parlamentar, nunca tinha administrado um orçamento, e está fazendo um bom governo.

5. “Dilma foi terrorista”.

Argumento em parte falso, em parte distorcido. Falso, porque não há qualquer prova de que Dilma tenha tomado parte de ações “terroristas”. Distorcido, porque é fato que Dilma fez parte de grupos de resistência à ditadura militar, do que deve se orgulhar, e que este grupo praticou ações armadas, o que pode (ou não) ser condenável. José Serra também fez parte de um grupo de resistência à ditadura, a AP (Ação Popular), que também praticou ações armadas, das quais Serra não tomou parte. Muitos jovens que participaram de grupos de resistência à ditadura hoje participam da vida democrática como candidatos. Alguns, como Fernando Gabeira, participaram ativamente de seqüestros, assaltos a banco e ações armadas. A luta daqueles jovens, mesmo que por meios discutíveis, ajudou a restabelecer a democracia no país e deveria ser motivo de orgulho, não de vergonha.

6. “As coisas boas do governo petista começaram no governo tucano”.

Falso. Todo governo herda políticas e programas do governo anterior, políticas que pode manter, transformar, ampliar, reduzir ou encerrar. O governo FHC herdou do governo Itamar o real, o programa dos genéricos, o FAT, o programa de combate a AIDS. Teve o mérito de manter e aperfeiçoá-los, desenvolvê-los, ampliá-los. O governo Lula herdou do governo FHC, por exemplo, vários programas de assistência social. Teve o mérito de unificá-los e ampliá-los, criando o Bolsa Família. De qualquer maneira, os resultados do governo Lula são tão superiores aos do governo FHC que o debate “quem começou o quê” torna-se irrelevante.

7. “Serra vai moralizar a política”.

Argumento inconsistente. Nos oito anos de governo tucano-pefelista - no qual José Serra ocupou papel de destaque, sendo escolhido para suceder FHC - foram inúmeros os casos de corrupção, um deles no próprio Ministério da Saúde, comandado por Serra, o superfaturamento de ambulâncias investigado pela “Operação Sanguessuga”. Se considerarmos o volume de dinheiro público desviado para destinos nebulosos e paraísos fiscais nas privatizações e o auxílio luxuoso aos banqueiros falidos, o governo tucano talvez tenha sido o mais corrupto da história do país. Ao contrário do que aconteceu no governo Lula, a corrupção no governo FHC não foi investigada por nenhuma CPI, todas sepultadas pela maioria parlamentar da coligação PSDB-PFL. O procurador da república ficou conhecido com “engavetador da república”, tal a quantidade de investigações criminais que morreram em suas mãos. O esquema de financiamento eleitoral batizado de “mensalão” foi criado pelo presidente nacional do PSDB, senador Eduardo Azeredo, hoje réu em processo criminal. O governador José Roberto Arruda, do DEM, era o principal candidato ao posto de vice-presidente na chapa de Serra, até ser preso por corrupção no “mensalão do DEM”. Roberto Jefferson, réu confesso do mensalão petista, hoje apóia José Serra. Todos estes fatos, incontestáveis, não indicam que um eventual governo Serra poderia ser mais eficiente no combate à corrupção do que seria um governo Dilma, ao contrário.

8. “O PT apóia as FARC”.

Argumento falso. É fato que, no passado, as FARC ensaiaram uma tentativa de institucionalização e buscaram aproximação com o PT, então na oposição, e também com o governo brasileiro, através de contatos com o líder do governo tucano, Artur Virgílio. Estes contatos foram rompidos com a radicalização da guerrilha na Colômbia e nunca foram retomados, a não ser nos delírios da imprensa de extrema-direita. A relação entre o governo brasileiro e os governos estabelecidos de vários países deve estar acima de divergências ideológicas, num princípio básico da diplomacia, o da auto-determinação dos povos. Não há notícias, por exemplo, de capitalistas brasileiros que defendam o rompimento das relações com a China, um dos nossos maiores parceiros comerciais, por se tratar de uma ditadura. Ou alguém acha que a China é um país democrático?

9. “O PT censura a imprensa”.

Em seus oito anos de governo o presidente Lula enfrentou a oposição feroz e constante dos principais veículos da antiga imprensa. Esta oposição foi explicitada pela presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) que declarou que seus filiados assumiram “a posição oposicionista (sic) deste país”. Não há registro de um único caso de censura à imprensa por parte do governo Lula. O que há, frequentemente, é a queixa dos órgãos de imprensa sobre tentativas da sociedade e do governo, a exemplo do que acontece em todos os países democráticos do mundo, de regulamentar a atividade da mídia.


10. “Os jornais, a televisão e as revistas falam muito mal da Dilma e muito bem do Serra”.

Isso é verdade. E mais um bom motivo para votar nela e não nele.

x


(1) Alguns dados comparativos dos governos FHC e Lula.

Geração de empregos:
FHC/Serra = 780 mil x Lula/Dilma = 12 milhões

Salário mínimo:
FHC/Serra = 64 dólares x Lula/Dilma = 290 dólares

Mobilidade social (brasileiros que deixaram a linha da pobreza):
FHC/Serra = 2 milhões x Lula/Dilma = 27 milhões

Risco Brasil:
FHC/Serra = 2.700 pontos x Lula/Dilma = 200 pontos

Dólar:
FHC/Serra = R$ 3,00 x Lula/Dilma = R$ 1,78

Reservas cambiais:
FHC/Serra = 185 bilhões de dólares negativos x Lula/Dilma = 239 bilhões de dólares positivos.

Relação crédito/PIB:
FHC/Serra = 14% x Lula/Dilma = 34%

Produção de automóveis:
FHC/Serra = queda de 20% x Lula/Dilma = aumento de 30%

Taxa de juros:
FHC/Serra = 27% x Lula/Dilma = 10,75%


(2) Elio Gaspari, na Folha de S.Paulo de 25.07.10:

José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro. O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.

Explicando um dito popular...



Voce amiga, já escutou dizer que: as lágrimas de alguém eram lágrimas de crocodilo.sabe por que ? A expressão “lágrima de crocodilo” é usada geralmente para simbolizar um choro fingido ou hipócrita. Ela surgiu devido ao fato do animal derramar lágrimas enquanto come sua vítima, pois o ato de mastigar faz com que ele pressione suas glândulas lacrimais.

As Bem aventuranças...


Nesta época de tantos discursos, de tantas promessas,época que até se vende a alma ao diabo,é tempo de rever estas palavras, que não foram proferidas por nenhum corrupto, nenhum político,nenhum escritor, mas peloFILHO DE DEUS.
As bem-aventuranças são 9 ensinamentos que, de acordo com o Novo Testamento, Jesus Cristo pregou no Sermão da Montanha para ensinar e revelar aos homens a verdadeira felicidade. Segundo os ensinamentos de Cristo, nós atingimos na plenitude a nossa felicidade quando, depois da nossa morte, vivermos eternamente ao lado de Deus, fonte da vida, de toda a verdade e de toda a felicidade.

As bem-aventuranças anunciam também a vinda do Reino de Deus através da palavra e acção de Jesus, que tornam a justiça divina presente no mundo. Elas revelam também o carácter das pessoas que pertencem ao Reino de Deus, exortando as pessoas a seguir este carácter exemplar.

Resumindo e usando as palavras do Catecismo da Igreja Católica , as bem-aventuranças nos ensinam o fim último ao qual Deus nos chama: o Reino de Deus, a visão de Deus, a participação na natureza divina, a vida eterna, a filiação divina, o repouso em Deus
Felizes as pessoas que sabem que são espiritualmente pobres, pois o Reino do Céu é delas.
Felizes as pessoas que choram, pois Deus as consolará.
Felizes as pessoas humildes, pois receberão o que Deus tem prometido.
Felizes as pessoas que têm fome e sede de fazer a vontade de Deus, pois ELE as deixará completamente satisfeitas.
Felizes as pessoas que têm misericórdia dos outros, pois Deus terá misericórdia delas.
Felizes as pessoas que têm o coração puro, pois elas verão a Deus.
Felizes as pessoas que trabalham pela paz, pois Deus as tratará como seus filhos.
Felizes as pessoas que sofrem perseguições por fazerem a vontade de Deus, pois o Reino do Céu é delas.

domingo, 25 de julho de 2010

Foi Papo de ÌNDIO?






Há um dado a registrar nos desdobramentos das acusações de Índio da Costa sobre as ligações do PT com as Farc: nenhuma das manifestações em contrário tratou do conteúdo do que disse. Todas, sem exceção, centraram-se em desqualificar quem as disse.

O que está em pauta, porém, não é apenas o denunciante, mas o teor do que foi denunciado, que vai muito além de sua dimensão pessoal ou política. Se o que disse é verdadeiro, então cumpriu seu papel de homem público. Se não é, deve ser responsabilizado judicialmente e o que contra ele já se disse ainda terá sido pouco.

Só se pode chegar à segunda assertiva depois de elucidada a primeira. No entanto, ignorou-se a primeira e aplicou-se a segunda.

O PT acabou estabelecendo a solução: levou o caso à Justiça. Lá, Índio terá que provar o que disse ou se submeter às penas da lei. Ele diz que tem provas do que disse. O país as aguarda. O que disse, afinal, não é pouca coisa – e o lugar que ocupa confere-lhe ao menos o benefício da dúvida, negado desde o primeiro momento.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia surgiram em 1964, como guerrilha política, de índole marxista-leninista. A partir dos anos 80, derivaram para ações criminosas. São hoje a principal organização narcotraficante do continente e mantêm relações, já comprovadas pela Polícia Federal brasileira, com organizações criminosas como Comando Vermelho e PCC.

Estão no centro da presente discórdia (mais uma) entre Venezuela, acusada de fomentá-las, e a Colômbia. Em 1990, ao criar o Foro de São Paulo, que teve como seu primeiro presidente Lula e presidente de honra Fidel Castro, o PT convidou as Farc a integrá-lo. Reconheceu assim a legitimidade do papel político que exerce.

Em 2002, com o sequestro da senadora e candidata à Presidência da Colômbia Ingrid Bettencourt, as Farc deixaram formalmente o Foro, a cujas reuniões, no entanto, continuaram a comparecer informalmente.

“Esse sujeito é um perturbado”, disse Marco Aurélio Garcia. “Quando terminar as eleições, vai ser vereador no Rio de Janeiro”. Tem sido essa a linha de argumentação, o que, convenhamos, está longe de obedecer à mais elementar norma de debate público.

Se é um despropósito atribuir vínculo do PT com as Farc, então, antes de condenar o acusador, ou simultaneamente a essa condenação, é preciso mostrar a improcedência dessa acusação.

Dizer algo como: o PT não tem e nunca teve vínculo com as Farc. O PT condena – e considera criminosa – a ação narcoguerrilheira das Farc. E aí outras explicações se impõem: por que então o governo Lula deu refúgio político ao narcoguerrilheiro Olivério Medina e requisitou sua mulher, Angela Slongo para trabalhar na Casa Civil da Presidência da República?

Dizer também porque o mesmo Marco Aurélio Garcia, assessor especial de Lula, se negou a considerar as Farc terroristas, não obstante sua prática de sequestro e assassinatos de pessoas, inclusive gente alheia à luta política na Colômbia – e não obstante ser essa a classificação que lhes dão União Europeia e Estados Unidos.

Mais: por que o PT, ao criar o Foro de São Paulo, em 1990, convidou as Farc, que, já naquela época, praticavam sequestros e tráfico de drogas?

Não basta dizer que o acusador é um nada, até porque não o é. É deputado federal e candidato a vice-presidente da República. Se fosse um nada, o PT não o levaria à Justiça. Se o levou, é porque viu gravidade no que disse. E, se o que disse é grave – e é -, precisa ser respondido, e até agora não foi.

sábado, 24 de julho de 2010

Conheça MONARCO

MONARCO É UMA DAS VOZES MAIS BONITAS DO BRASIL,TEM O SEU TALENTO,NÃO É APENAS O SOGRO DE ZECA PAGODINHO....É O REI DA VELHA GUARDA DA PORTELA...ESTÁ NO SONG BOOK DE CHICO BUARQUE, E É UMA DOS CONVIDADOS QUE CANTOU MAIS BONITO, CANTANDO DE CHICO, LOGO EU...MONARCO TAMBÉM É UM GRANDE COMPOSITOR...É DA SUA AUTORIA:VAI VADIAR...












OS GRANDES MAESTROS DO FREVO...CLÒVIS PEREIRA...



O maestro Clóvis Pereira foi muitos anos professor da Escola de Música da UFRN,quanda a mesma ainda era na praça Cívica, na época que eu estudei música.Gravou o Compacto do Hino que Saudou o papa João Paulo II: A BENÇÃO JOÃO DE DEUS... na sua primeira visita ao Brasil.

Ti...Ti...Ti...