segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

LITERATURA DE CORDEL...

* * *
Um folheto de Manuel Camilo dos Santos
 
 
NASCIMENTO, VIDA E MORTE DE JESUS
 
 
No ano de trinta e nove
Viajei para o sertão
Do Rio Grande do Norte
Com a minha profissão
Cantando e vendendo versos
Por vila e povoação
 
Cheguei num dia de sábado
Na vila de São Miguel
Às cinco horas da tarde
Me hospedei num hotel
Depois me deram um cartão
Do padre João Rafael
O cartão dizia assim:
Seu cantor, não lhe conheço
Mas se quer cantar um pouco
Minha casa lhe ofereço
De acordo a seu valor
Também farei o seu preço
 
Eu disse ao portador
Depois do cartão ter lido:
O senhor diga ao vigário
Que vou fazer-lhe o pedido
Pra faltar a gente boa
Antes eu não fosse nascido
O hoteleiro me disse:
— O vigário é especial
Às sete horas da noite
Me preparei afinal
Foi muita gente comigo
Pra casa paroquial
Chegando na porta eu vi
O padre se levantar
Com muita delicadeza
Tratei de o cumprimentar
Às ordens, seu reverendo
Disse ele: pode sentar
Sentei-me numa cadeira
Com a viola afinada
O padre também sentou-se
Noutra cadeira encostada
Perguntou se eu cantava
na Escritura Sagrada

Eu disse: seu reverendo
Quase nada estudei
Na Escritura Sagrada
Poucas lições decorei
Mas como o senhor me pede
Vou vê se o satisfarei
Disse o padre — na Escritura
Qualquer coisa me conforma
Sobre a vida de Jesus
É uma cantiga norma
Então com a ordem dele
Comecei por esta forma
Visto Adão ter pecado
Lúcifer se apresentou
Dizendo: Adão pecou
Merece ser condenado
Veio um anjo advogado
Com ordem do Criador
E disse ao tentador:
— Adão tem espírito imortal
Respondeu o maioral:
— Mas tornou-se pecador
Por Deus fui também criado
Primeiro do que Adão
Pela minha transgressão
Por Deus fui eu condenado
Adão não estava enganado
Porque meu exemplo viu
Duma vez que transgrediu
A ordem que Deus lhe deu
É pecador como eu
Porque na culpa caiu
Tornou o anjo a voltar
Deixando Adão em martírio
No trono do céu Impirio
Ouviram uma voz soar:
Dizendo: Eu vou encarnar
Nascer e morrer um dia
Sofrerei a tirania
Pelos cruéis e tiranos
Dai há quatro mil anos
Cumpriu-se esta Profecia
Foi no tempo que reinava
Na Judéia o grande rei
Herodes, com sua lei
A tudo subjugava
Decreto que ele criava
Se cumpria o seu intento
Malvado e sanguinolento
Era sem comparação
Perverso de coração
Diz o Novo Testamento
Nesse tempo residia
Uma Virgem em Nazaré
Esposada com José
E se chamava Maria
Era uma jovem pia
De grande merecimento
José de riqueza isento
Era justo e verdadeiro
Simples e pobre carpinteiro
Diz o Novo Testamento
Ora, um dia aconteceu
Que a Virgem estava orando
Ao seu Deus adorado
Um anjo lhe apareceu
A Virgem estremeceu
Naquele mesmo momento
Por ver em seu aposento
Uma celeste visão
Lhe fazer a saudação
Diz o Novo Testamento
— Deus vos salve, ó Maria
Cheia de graça e Bendita
Esta frase infinita
O anjo a ela dizia
Com calma e harmonia
Ali em seu aposento
E ela nesse momento
Atentamente escutou
O anjo inda lhe falou
Diz o Novo Testamento
Disse: — Não temas, Maria
Que luz a um filho darás
O qual Jesus chamarás
E é de soberania
Seu Pai do trono me envia
Pois tens o merecimento
É de Deus este intento
Há de cumprir-se enfim
O anjo lhe disse assim
Diz o Novo Testamento
Ela disse com ternura:
— E como acreditarei?
Porque a Deus consagrei
Minha virgindade pura
Disse o anjo: — Deus da altura
Mandou-me neste momento
Pelo seu merecimento
De dons e graças ornada
Trazer-te esta embaixada
Diz o Novo Testamento
E sobre vós descerá
A virtude do Altíssimo
O Espírito Santo Puríssimo
Com a sombra te cobrirá
O fruto de Vós nascerá
É filho de Deus por intento
Ela deu consentimento
Puramente concebeu
O anjo apareceu
Diz o Novo Testamento
José não tendo sabido
Do mistério que havia
Que com a Virgem Maria
Ali tinha acontecido
Por ela não ter referido
Aquele acontecimento
Ele com mau pensamento
Mas sem querer infamá-la
Resolveu abandoná-la
Diz o Novo Testamento
Desde que José percebeu
Que ficou muito tristonho
Estando dormindo em sonho
O anjo lhe apareceu
E disse: A Virgem concebeu
Por Deus o consentimento
Ela tem merecimento
E a um filho dará a luz
Ao qual chamarão Jesus
Diz o Novo Testamento
Tornou o anjo a dizer
— Ele é quem há de salvar
Ao mundo e remediar
Pra isto é que vai nascer
José então pôde crer
Contendo arrependimento
Então naquele momento
O anjo a ele dizia:
— José, não deixes Maria!…
diz o Novo Testamento
Tendo o rei imperial
Novo decreto criou
Para ser matriculado
Todo aquele pessoal
De seu império em geral
como recenseamento
José tendo conhecimento
Que cumprir isto devia
Seguir com a Virgem Maria
Diz o Novo Testamento
Quando em Belém chegaram
Encontraram tanta gente
Na cidade geralmente
Que nem cômodo encontraram
Numa estrebaria acharam
Repouso e aposento
Meia-noite no firmamento
Uma estrela apareceu
Foi quando Jesus nasceu
Diz o Novo Testamento
A estrela resplandeceu
Uns pastores da cidade
Julgando outra novidade
Ali um por um tremeu
O anjo lhes apareceu
E deu-lhes contentamento:
— Não temam, neste momento
Nasceu Jesus Salvador
De todo mundo Senhor
Diz o Novo Testamento
Ouviram ali os pastores
De anjo u’a multidão
Com sagrada entoação
Cantando muitos louvores
Dedicando esses primores
Um hino de sacramento
Pelo santo nascimento
Do Messias prometido
Por graças divina ungido
Diz o Novo Testamento
Quando a estrela avistaram
Os três reis do Oriente
Partiram ansiosamente
Em Jerusalém entraram
Aos judeus perguntaram
Onde foi o nascimento
De Jesus pois no momento
Sua estrela avistemos
Para adorá-lo viemos
Diz o Novo Testamento
Herodes se enfureceu
Perguntou-lhes ocultamente:
— Em que tempo no Oriente
Essa estrela apareceu?
Depois os encareceu
Porém com mau pensamento
Ido com acatamento
Voltem quando examiná-lo
Que depois eu vou visitá-lo
Diz o Novo Testamento
Assim que os reis partiram
Cada qual muito contente
Do lado do Oriente
A mesma estrela viram
No mesmo rumo seguiram
Cheios de contentamento
Chegaram no aposento
Jesus nascido encontraram
De joelhos o adoraram
Diz o Novo Testamento
Pra suas terras voltaram
Quantos presentes fizeram
De objetos que trouxeram
Por Jerusalém não passaram
Porque de volta sonharam
Que de Herodes o intento
E seu triste pensamento
Mal intenção e destino
Era matar o menino
Diz o Novo Testamento
Em Jerusalem vivia
Um virtuoso ancião
Se chamava Simão
Justo e muito a Deus temia
Então que não morreria
Dizia-lhe o pensamento
Sem que chegasse o momento
De vê o tal Salvador
Filho de Deus Criador
Diz o Novo Testamento
Esse profeta chegou
No templo de Nazaré
Jesus, Maria e José
Ali no templo encontrou
Ao Menino abraçou
Com suavíssima alegria
Abençoou José e Maria
Depois de assim feito
Disse: — Morrerei satisfeito
Diz o Novo Testamento
Quiseram se demorar
Algum tempo em Nazaré
Quando o anjo a São José
Em sonho veio avisar
Que ao Menino matar
O Herodes pretendia
Com o Menino e Maria
Para o Egito fugisse
O anjo assim lhe disse
Diz a Nova Profecia
Herodes vendo a tardança
Mandou por todos locais
De dois anos para trás
Matar a toda criança
Foi uma horrível matança
Um horror e tirania
Pensando com ironia
E nos tristes planos seus
Matar o rei dos judeus
Diz a Nova Profecia
O rei malvado e ferino
Ordenou essa matança
Não ficou uma criança
Já do sexo masculino
Mas um castigo divino
Depois dessa tirania
Fez tombar na terra fria
O bárbaro rei desumano
Morreu de um mal tirano
Diz a Nova Profecia
Herodes tendo morrido
O anjo a São José disse
Que para seu país seguisse
Que Herodes era falecido
Mas José tendo sabido
Que na Judéia há mais de um dia
Rei Arquelau residia
Outro destino tomou
Pra Nazaré caminhou
Diz a Nova Profecia
Jesus junto com José
O seu pai de criação
A quem tinha veneração
Morando em Nazaré
Seus pais nele tinham fé
Jesus se fortalecia
Em tamanho e sabedoria
Grande desenvolvimento
Pois tinha merecimento
Diz a Nova Profecia
Quando Jesus completou
Doze anos digo bem
Na festa de Jerusalém
No templo ele ficou
Quando os pais o procurou
Já fazia mais de um dia
Que ele ali discutia
No templo com os doutores
Assuntos superiores
Diz a Nova Profecia
A seus pais acompanhou
Novamente a Nazaré
Em casa de São José
Trinta anos interou
A São José ajudou
Em sua carpintaria
Até que chegou o dia
De sua santa missão
Batizou-se com São João
Diz a Nova Profecia
Depois dele batizado
Foi jejuar num deserto
Pra nos dá exemplo certo
Foi pelo demônio tentado
Jesus muito comportado
Ao demônio respondia
Que ele a Deus obedecia
O demônio obedeceu
E dali desapareceu
Diz a Nova Profecia
Logo depois que São João
Batista foi condenado
Para morrer degolado
Foi arrastado à prisão
Jesus saiu do Jordão
Pra Galiléia seguiu
Tirando a hipocrisia
Mostrando o caminho de Deus
Ensinando os galileus
Diz a Nova Profecia
Andando na beira-mar
Da Galiléia viu João
E a André seu irmão
Que viviam de pescar
Jesus para os ensinar
Chamou-os com alegria
Simão lhe disse que ia
Porque nele tinha fé
E o mesmo fez André
Diz a Nova Profecia
Para serem apóstolos seu
Os ensinou com afago
Adiante viu Tiago
Um filho de Zebedeu
Que era também judeu
E vivia de pescaria
Jesus ensinar queria
Chamou-os com satisfação
Tiago e João seu irmão
Diz a Nova Profecia
De Canaã Jesus marchou
E foi a Jerusalém
Com seus discípulos também
Na grande cidade entrou
Do templo Ele expulsou
Vendilhões de mercadoria
Com palavras que dizia:
— Esta casa é de orações
Não de negociações
Diz a Nova Profecia
Jesus em Jerusalém
Uma semana passou
Fez cura e batizou
E fez milagre também
Nicodemos digo bem
Perguntou-lhe um certo dia
Se filho de Deus seria
Jesus lhe disse: Eu sou
Nicodemos o acreditou
Diz a Nova Profecia
Jesus com seu pessoal
Foi à Canaã novamente
E lá encontrou doente
O filho de um oficial
Jesus lhe curou o mal
E disse com garantia
Que o rapaz não morria
O oficial voltou
O filho são encontrou
Diz a Nova Profecia
Em Canaã se demorou
Toda as noites pregava
Na sinagoga ensinava
Espírito mau expulsou
A sogra de Simão curou
Duma febre que sofria
De toda parte se via
Doentes ali chegar
Para Jesus os curar
Diz a Nova Profecia
Chegando na beira-mar
Porto de Jenesaré
Mandou Simão e André
Em uma barca pescar
Foi cousa de admirar
A pesca daquele dia
Pois na barca não cabia
Os peixes que ele pegaram
O que mais admiraram
Diz a Nova Profecia
Jesus naquela manhã
Voltou pra mesma cidade
Pregando com a verdade
A religião cristã
Lhe trouxeram em um divã
Um paralítico que havia
Disse Jesus neste dia:
— Levanta e leva teu leito
E esse voltou perfeito
Diz a Nova Profecia
Jesus a fim de ensinar
Foi à beira-mar de novo
No meio de todo povo
Pôde a Mateus avistar
Chamou pra o acompanhar
E Mateus com alegria
Deixou o que possuía
E segue com Jesus Cristo
Que era Deus estava visto
Diz a Nova Profecia
Jesus no segundo ano
De sua publicidade
Foi visitar a cidade
De Jerusalém sem engano
Ali do povo romano
Um grande tanque havia
Grande multidão se via
De cego, coxo e aleijado
Para n’água ser curado
Diz a Nova Profecia
Quando Jesus foi chegando
No dito tanque falado
Encontrou um aleijado
Que vinha se arrastando
Quarenta anos inteirando
Que esse pobre sofria
Jesus que disso sabia
Mandou ele levantar-se
E a ninguém isso contasse
Diz a Nova Profecia
Em um monte galileu
Que tinha ali na ribeira
Oraram a noite inteira
E quando o dia amanheceu
Doze apóstolos escolheu
Para a sua companhia
Jesus com muita alegria
A todos deu instrução
E depois fez um sermão
Diz a Nova Profecia
Jesus do monte desceu
E foi a Cafarnaum
Nesse dia curou um
Leproso que apareceu
Jesus se compadeceu
Do mal que esse sofria
Curou também nesse dia
O servo do centurião
Nem sequer tocou-lhe a mão
Diz a Nova Profecia
Não foi só milagres assim
Jesus ainda fez mais
Ressuscitou um rapaz
Na cidade de Naim
Nos diz a história enfim
Que Jesus certo dia
Em uma barca seguia
Com calma e serenidade
Aplacou uma tempestade
Diz a Nova Profecia
Um dia Jesus chegando
Em casa de Jairo, então
Encontrou a multidão
Em alvoroço chorando
Jairo estava pranteando
A morte da filha amada
Jesus chegou-se à finada
E disse com frase doce
— Levanta-te!… ela levantou-se
Diz a Escritura Sagrada
E depois disto Jesus
Curou dois cegos de guia
Com palavras que dizia:
— Pela fé vos vem a luz
Mais tarde chamando os
Apóstolos com voz pausada
Lhes deu a missão sagrada
Com todos deveres seus
Lê-se em 10 de São Mateus
Na Escritura Sagrada
Um dia Jesus achou-se
Num monte onde ensinava
Do povo que o rodeava
Cinco mil homens contou-se
Pra comer apresentou-se
Cinco pãozinho de cevada
E dois peixinhos e mais nada
Jesus os abençoou
Disto comeram e sobrou
Diz a Escritura Sagrada
Jesus entrou triunfante
Um dia em Jerusalém
Com seus discípulos também
E uma multidão brilhante
Se vendo naquele instante
A rua toda forrada
Gritando com mil venturas
Hosana Deus nas alturas
Diz a Escritura Sagrada
Na ceia do último dia
De Jesus ser imolado
Quis mostrar que tinha amado
Aos de sua companhia
Tomando uma bacia
E uma toalha dobrada
Com humildade sobrada
Lavou os pés dos discípulos
Assim se ler nos versículos
Da Escritura Sagrada
Depois de ter terminado
Tomou o pão e benzeu
E disse: — Eis o Corpo Meu
Que irá ser imolado
E pra comer será dado
A alma resignada
Esta Páscoa preparada
Desejei ardentemente
Comer convosco somente
Diz a Escritura Sagrada
Tomando o calix benzeu
Deu aos apóstolos dizendo:
— Distribuam e vão bebendo
Pois isto é o sangue meu
E isto vos digo eu
É a aliança formada
Pra alma regenerada
Alcançar a santa glória
Fazei em minha memória
Diz a Escritura Sagrada
E dali se retirando
Pro horto das Oliveiras
Deixou em umas figueiras
Os apóstolos lhe esperando
Jesus se aproximando
De uma árvore copada
Com a alma angustiada
Suou sangue em gota forte
Sentindo os transes da morte
Diz a Escritura Sagrada
Disse com grande humildade
Sentindo o peso dos males:
— Meu Pai! Tirai-me este calix!
Mas faça-se a vossa vontade
Jorrou sangue em quantidade
Da sua face humilhada
Nisto uma tropa armada
Que Judas o falso a conduz
Chegou pra prender Jesus
Diz a Escritura Sagrada
Jesus ainda orava
Quando esta tropa chegou
Jesus logo perguntou
Quem era que procurava
Se era a Ele ali estava
A tropa tomou chegada
São Pedro com uma espada
A orelha de um cortou
Mas Jesus o reprovou
Diz a Escritura Sagrada
Logo a força conduziu
Jesus pra casa de Anaz
De Pilatos e de Caifaz
Jesus a todos ouviu
O povo todo o seguiu
De varapaus e espada
Aquela gente malvada
Gritando: — Crucificai-o
E Barrabas, esse soltai-o
Diz a Escritura Sagrada
Deram-lhe na marcha voraz
Sete quedas matadeiras
Do horto das Oliveiras
Até a casa de Anaz
E os pontapés brutais
Doze dúzias foi contadas
Cento e vinte bofetadas
Seis mil e sessenta e seis
chicotadas dessa vez
Dizem as Escrituras Sagradas
Quando conduzia a cruz
Deu mais três quedas tão forte
Sentindo os transes da morte
O nosso amado Jesus
Nos olhou faltou-lhe a luz
Naquela hora minguada
Foi sua alma angustiada
Setenta vezes nos caminhos
Coroado com mil espinhos
Diz a Escritura Sagrada
Quando na cruz o puseram
Setenta vezes cuspiram
Em seu rosto e o despiram
Os malvados assim fizeram
Setenta e dois golpes deram
Isto é de marteladas
E as gotas derramadas
De sangue foram as seguintes
Dezoito mil, duzentas e vinte
Dizem as Escrituras Sagradas
E as lágrimas que chorou
Sessenta mil e duzentas
E seis mil e quatrocentas
Feridas o magoou
Sete palavras falou
Na cruz com a voz pausada
Sua alma santificada
A Deus Pai encomendou
Pendeu a fronte, expirou
Diz a Escritura Sagrada
Nessa hora escureceu-se
O mundo por todos os cantos
E o véu do santo dos santos
De alto abaixo rompeu-se
O espaço estremeceu-se
E a brisa ficou parada
E a cruz foi designada
Para a nossa salvação
É o símbolo da redenção
Diz a Escritura Sagrada
O padre se levantou
De onde estava sentado
E disse: — Pode parar
Eu estou certificado
Que você é um cantor
Por Deus mesmo inspirado
Mais ainda eu cantaria
A pedido do vigário
Na Escritura Sagrada
O que fosse necessário
Eu iria descrevendo
Legalmente sem desvario
Como o padre me mandou
A ordem seria a dele
Meu dever era cantar
Inda mais quisesse ele
Logo que mandou parar
Ouve satisfação nele .

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