FESTA DE INLEIÇÃO
Amigo,
Pras nossa banda
Quando é festa de inleição,
Os candidato é que manda,
Dão cumida e cundução.
E todos que vão votá
Come inté se arripuná
Carne de porco e pirão.
Lá só tem dois partido,
Que é governo e opusição
E que o cabra queira ô que não,
Tem que iscuiê um dos dois
Prá podê votá dispois,
Nos dia das inleição.
Tamém nenhum deles presta:
Nem se cunhece esses hôme!
Mas nós vamo memo é pra festa
Tirá a barriga da fome.
Dispois, votá pur votá
Do voto que a gente dá
Só se apruveita o que come!...
Foi pur isso que o Vicente,
Nessa úrtima inleição,
Cumeu, inté ficá doente,
Carne de porco, pirão,
Sarapaté e churiço
E dispois, com sacrifiço,
Foi votá na opusição.
Mas quano chegô na hora
Dele ir pra urna votá,
O pobre quis ir lá fora
Pra pudê se aliviá.
Mas o tá do presidente
Começô chamá Vicente
E mandô logo ele entrá:
"Assine seu nome nesses papé,
dispois entra na gabine
e votá lá em quem quisé.
Mas não demora lá dentro
Que os otro tamém qué".
Aí Vicente assinô
O que tinha de assiná,
E se turceno de dô,
Nem pudendo nem falá,
Mostra o título, se privine,
Fecha a porta da gabine
E aí cumeça a votá!
Já fazia meia hora
E o pessoá lá fora,
Começô a recramá.
Diz um: "Seo presidente,
Óia a demora,
Esse hóme vota ou num vota?"
Diz outro fazendo chacota:
"Ah! Bamo simbora,
a urna é só pro Vicente,
o peste do presidente
num bota ele pra fora!"
Aí, pra num havê revorta,
Foi dipressa o presidente
Baté cum força na porta
Da gabine do Vicente.
Dispois de muita batida,
Uma voz grossa, isprimida,
Falô lá de dentro:
"Tem gennnte!"
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