sexta-feira, 29 de outubro de 2010

NAMORO NA INTERNET...


* * *

Um folheto de José Honório da Silva

A GORDINHA QUE SE DEU BEM POR CAUSA DA INTERNET

Essa tal de Internet
Não há quem possa negar
Trouxe muitos benefícios
Pra quem dela precisar
Também trouxe coisa ruim
Por isso é bom se cuidar.

Nela há como aprender
Dar cabo da própria vida
Fazer bomba, terrorismo
A lista é muito comprida
Dos malefícios que ela,
A Internet, é servida.

Golpes, roubos à distância
Surgem vários todo dia
Também nela se encontra
Sítios de pedofilia
Apologia ao racismo
E também à anarquia.

Tem mulher sendo atraída
Para armadilha fatal
Querendo encontrar um príncipe
Vai pra mão de marginal
Acha a morte quando sai
Do virtual pro real.

Das coisas boas da net
A lista é bem mais extensa
Cada vez aumenta mais
Numa rapidez imensa
A intenção de quem usa
É que faz a diferença.

Informações que se cruzam
Ajudando a salvar vidas
Idéias que perambulam
Nas virtuais avenidas
Levando planeta afora
Atitudes decididas.

Dos quatros cantos da Terra
Faz-se possível o contato
Pra conversar, pra comprar
Às vezes até mais barato
E recebendo na porta
Quase que de imediato.


Amigos que se descobrem
Depois de tempo afastados
Amigos que se conhecem
Sem terem se avistados
Amizades que se nutrem
Pelos toques dos teclados.

Paixões nascendo e formando
Os mais diversos casais
Que descobrem seus parceiros
Por meios não triviais
Nas salas de bate-papo
E namoros virtuais.

Como aconteceu com P.
Que vivia deprimida
Se sentindo mal-amada
Sem achar graça na vida
Só encontrando prazer
Quando a coisa era comida.

Por isso ficou obesa
Se achando uma baleia
Porém não fechava a boca
No café, almoço ou ceia
E nem queria saber
Se lhe achavam bela ou feia.

Era mesmo um mulherão:
Quase dois metros de altura
Comendo como comia
Se ampliou na largura
Quase cem quilos de tara
Diluídos na gordura.

Se tinha o peso em excesso
Tinha também o tesão
Mas não se via capaz
De encontrar um gatão
Que por aquela gordinha
Sentisse alguma atração.

Porém um dia uma amiga
Na net lhe apresentou
Um amigo virtual
Com quem um papo travou
E nesse papo primeiro
Um certo clima pintou.

Depois de muita paquera
De teclado pra teclado
Resolveram se encontrar
Porém no dia marcado
Ele não compareceu
Como haviam combinado.

Ela sentiu-se na “merda”
Mais uma vez rejeitada
Pondo culpa na gordura
Se achando condenada
A viver sem ter prazer
E somente sendo usada.

No entanto concedeu
Nova chance ao camarada
E nessa segunda vez
Acabou recompensada
Com momentos tão incríveis
Que até hoje está passada.

Foi muito grande a surpresa
No seu encontro primeiro
Se foi só esse, quem sabe?
Não se conhece o roteiro
Mas mesmo se foi o único
Seu valor foi verdadeiro.

Quando que ela pensava
Em fazer isso algum dia?
Se encontrar com alguém
Que ela não conhecia
No entanto dentro dela
Um forte desejo ardia.

Chutando o pau da barraca
Querendo dar uma guinada
Pensou: - Nem quero saber
Estava muito empolgada
Imaginando a sessão
De amor com o camarada.

Além do mais, quem diria?
- Nunca tive um homem assim
Bonito, forte, imponente
É muito mesmo pra mim
Um deus grego desse, vixe!
É fogo em meu estopim.

Ela toda ansiedade
Ele calmo e competente
Disse pra ela: - Relaxe
Calminha, não se apoquente
Deixe comigo que eu cuido
De nós dois daqui pra frente.

Olhou-a de baixo à cima
Quase que vira o pescoço
De tão alta que era ela
Nela não viu um só osso
E aqueles quase cem quilos
Não afugentou o moço.

Estavam em devaneios
Na intenção de curtir
Aquele momento único
E não podiam partir
Direto para o bem-bom
Tinha que deixar fluir.

Porém foi lhe tratando
Como um nobre cavalheiro
Depois virou um moleque
Daquele bem presepeiro
Chegando a brincar com ela
De guerra de travesseiro.

Foi assim crescendo o clima
De ansiedade e sedução
Seus corpos se desejando
Transpirando de tesão
Corações acelerados
Também a respiração.

Ajustou a luz do quarto
Deixando um tom de lilás
E já desnudos os corpos
Seus eflúvios sensuais
Incensaram o ambiente
Fazendo-os quererem mais.

Explorou cada milímetro
Daquela mulher tão vasta
Confirmando que a danada
Não tinha nada de casta
E no esporte do sexo
Parecia uma ginasta.

E das teclas para as tetas
Seus dedos se deslocaram
A língua também foi cúmplice
Suas bocas se encontraram
Em beijos alucinantes
Mais de uma hora passaram.

E tome mãos atrevidas
Dedos afoitos também
Passeando sem pudor
Indo até no mais além
Do possível e esperado
Porém lhes fazendo bem.

Depois das preliminares
(Durou uma eternidade!)
Partiram para o serviço
Para a “hora da verdade”
E aí o cancão piou
Foi grande a felicidade.

Dando início aos finalmentes
Ela teve outra surpresa
Ao descobrir que o parceiro
Era mesmo um pé-de-mesa
No tamanho e na grossura
Foi-lhe boa a natureza.

De início se assustou
Nunca viu calibre igual
- Depois dessa estou lascada
Que coisa descomunal!
Será que tenho abertura
Para agüentar esse pau?

No entanto estava ali
Para o que desse e viesse
Não ia dar “ré pra trás”
Pudesse dar no que desse
Pra ter algo como aquilo
Tem até quem faça prece.

Sendo assim, seguiu em frente
Deixou por conta do bode
Pensando: outras conseguem
Por que essa aqui não pode?
Se benzeu e decidida
Se entregou ao pagode.

Como mulher consciente
Informada e prevenida
Perguntou: - e a camisinha?
Ele disse: - Minha querida
Eis aqui, é com você
Prontinha pra ser vestida.

Quem foi que disse que ela
Sabia como fazer?
Ficou toda atrapalhada
Sem querer reconhecer
Que era a primeira vez
Não parava de tremer.

Primeira vez que transava
Naquela situação
Antes só com seu marido
E aí precisava não
De usar preservativo
E nem daquela emoção.

E foi ficando sem graça
Por se ver pagando um mico
Mas ele tomou as rédeas
- Pode deixar que eu aplico
Você só olha e aprende
Se precisar eu te explico.

Depois da bicha vestida
Nada de maior espera
Partiram para o serviço
Ele mostrou ser um fera
Ela tal qual Afrodite
De fazer inveja à Hera.

Os seus corpos se juntaram
Sem querer mais separar
Grunhidos, gritos, sussurros
Ali se pôde escutar
Subiu a temperatura
Viu-se a hora incendiar.

Pegar fogo nos lençóis
As paredes irem ao chão
Tamanho o vuco-vuco
Daqueles dois em ação
Amantes em plena entrega
Aos caprichos do tesão.

Foram horas de prazer
Aventura inesquecível
Principalmente pra ela
Que não achava possível
Novamente estar vivendo
Momento assim tão incrível.

Gastou tantas calorias
Que ia ficar insone
Mas aí não teve dúvida
Pegou logo o interfone
E pra recobrar as forças
Mandou vir um canelone.

Não ia comer sozinha
O canelone fornido
Mas ele se recusou
Dizendo já estar nutrido
Pois o que ele queria
Ele já tinha comido.

Depois da manhã de amor
Cada qual foi pro seu lado
O destino se encarregue
De traçar o resultado
Pois o “hoje” foi vivido
Do modo mais desejado.

Talvez seja um início
Talvez não mais se repita
Talvez lembrança, ou talvez
Esporádica visita
De qualquer forma que for
Nada disso a deixa aflita.

Já se sente satisfeita
Pois fez o que há muito quis
Sentiu-se de novo fêmea
Viveu momentos febris
Se acha ainda baleia
Porém baleia feliz.

Lembrando que essa história
Na net teve o começo
Vê-se que um final feliz
Aconteceu sem tropeço
E que nem sempre se paga
Pelo prazer alto preço!

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