Diniz Vitorino
E as abelhas pequenas, sempre
mansas
Com as asas peludas e ronceiras
Vão em busca das pétalas das
roseiras
Que se deitam no colo das ervanças
Com ferrões aguçados como lanças
Pelo cálix das flores bebem essência
E fazem mel que os mestres da
Ciência
Com os séculos de estudo não
fabricam
Porque livros da Terra não publicam
Os segredos reais da Providência.
* *
*
Manoel Bentevi
Da bobina para o distribuidor
Há um cabo que passa uma centelha
clara
Meto o pé no arranco, ele dispara
Toda vez que acelero meu motor
O combustível entra no carburador
A entrada de ar transforma o gás
Com a compressão que ele faz
Forma o jato, o êmbolo vai subindo
Vai queimar na cabeça do cilindro
A fumaça da gasolina sai por trás.
* * *
Mariana Teles
Toca a brisa da noite no portão
O cabelo se assanha com o vento
O balanço da rede em movimento
E um rádio tocando uma canção
A saudade arranhando um coração
E a duvida de um sempre, ou nunca mais
Uma lágrima caindo e o vento faz
Se espalhar pela face entristecida
Eu na rua buscando achar saída
Pra tristeza que a tua falta trás.
O cabelo se assanha com o vento
O balanço da rede em movimento
E um rádio tocando uma canção
A saudade arranhando um coração
E a duvida de um sempre, ou nunca mais
Uma lágrima caindo e o vento faz
Se espalhar pela face entristecida
Eu na rua buscando achar saída
Pra tristeza que a tua falta trás.
Faço um verso, misturo com aguardente
Um cinzeiro com as cinzas do veneno
Numa noite sem lua me enveneno
Por não ter o clarão do céu presente
Um cinzeiro com as cinzas do veneno
Numa noite sem lua me enveneno
Por não ter o clarão do céu presente
O espelho espelhando em minha frente
A metade de um todo que foi nosso
Eu procuro não ver, mas tem um troço
Pra abrir os meus olhos quando fecho
Sem ter sono, inquieta me remexo
Que dormir sem você ,sei que não
posso.
Vem o vento, tocar-me bem mais forte
O relógio passando sem medida
Ao meu lado, um copo de bebida
Refletindo o futuro : que é a morte …
Nele afogo o desgosto, já que a sorte
Resolveu repartir nossa união
Te guiando pra outra direção
E deixando meus olhos sem os teus…
De lembrança ,restou o teu adeus
E a saudade entupindo o coração.
* * *
João Lourenço
Eu já passei tanta coisa
Que na vida nem pensava
Pra minha felicidade
A mulher que eu procurava
Deus teve pena de mim
Mostrou aonde ela estava
* * *
Fenelon Dantas
O rádio é para se ouvir
E todo mundo entender
O telefone é melhor
Para a gente ouvir sem ver
No telefone eu namoro
Sem minha mulher saber.
* * *
Dimas Batista
Na vida material
cumpriu sagrado destino :
o Filho de Deus, divino,
nos deu gloria espiritual.
Deu o bem, tirou o mal,
livrando-nos da má sorte.
Padeceu suplicio forte,
como o maior dos heróis.
Morreu pra dar vida a nós :
A vida venceu a morte.
* * *
José Adalberto
Quando aquela saudade impaciente
Me coloca no leito do seu colo
Minhas pernas não sentem mais o solo
Minha alma flutua intensamente
Fecho os olhos e a vejo em minha mente
Se despindo pra mim e eu pra ela
Parecendo uma cena de novela
Mas, no fundo, acontece de verdade
Quando sinto os impulsos da saudade
Faço um verso de amor pensando nela.
* * *
Dedé Monteiro
Vendo tanto açude cheio,
É necessário que eu diga:
“São José, peça a Jesus
Pra que essa chuva prossiga:
Transborde todas as grotas,
Encha ‘Rosário’, encha ‘Brotas’,
Deixe o meu Sertão contente,
Molhe o chão do meu roçado,
Acabe a fome do gado
E mate a sede da gente!”
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