quinta-feira, 23 de maio de 2013

UMA POESIA INUSITADA...

Ofereço-lhe, com muito carinho, uma poesia de minha autoria, composta em 1990 e inspirada em Clarissa, de Érico Veríssimo e O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry.
Um grande abraço,
Isa saraiva...
 
 
Meu Poeta:
Ah, que poeta era ele!
Sem dúvida o meu preferido.
E todos os livros dele,
Eu havia lido e relido.
Seus poemas tão perfeitos,
Me faziam divagar.
Imaginar o meu eleito,
E seu coração conquistar.
Quinze anos, então eu tinha,
Naqueles anos dourados.
E um segredo eu mantinha,
Bem lá no fundo, guardado.
Dos poemas, o autor,
Eu sonhava conhecer.
O romântico escritor
Como haveria de ser?
Só podia ser um príncipe,
De tão lindos sentimentos.
Falava de amor, de saudade,
De adeus, de encantamento.
Um jovem e rico galã!
Instruído, alourado,
Olhos azuis, mente sã,
Um rapaz muito educado.
Era assim – o meu poeta!
E não podia ser diferente.
Conhecê-lo era minha meta.
(Coisas de adolescente!!)
Meus olhos, nesse dia enfim,
Só mostrariam admiração.
E ele veria em mim,
Sua fonte de inspiração.
Uma revista, por acaso,
Folheei num triste dia.
Era dele aquele verso,
Com sua fotografia!
Mas era ele, o meu poeta?
Olhar triste, ar sofrido…
Velho, feio e careca?
Como havia me iludido?!!!
Falava de sua vida,
assim como de sua morte.
E de sua poesia tão lida.
Nascera e morrera pobre!
Aquela revista maldita
Também matara em mim,
Aquele sonho já dito,
Que agora, chegava ao fim.
Bem cedo aprendi a lição,
Dessa maneira incrível!
Só se vê bem com o coração:
O essencial – dos olhos – é invisível!

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