sábado, 13 de outubro de 2012

PARA REFLETIR...



A HORA DE PEDIR O BONÉ

Carlos Chagas
Com todo o respeito e correndo o risco de represálias, não há como evitar o comentário:  o voto  mais esdrúxulo, contraditório e velhaco na decisão do Supremo Tribunal Federal que condenou José Dirceu por crime de corrupção ativa foi do ministro Dias Toffoli.  Ainda bem que  oito integrantes da mais alta corte  nacional de justiça desmoralizaram o ex-advogado  do PT e braço  jurídico da Casa Civil nos tempos de José Dirceu. Deixaram o douto jurista de calças na mão.
Admite-se que Ricardo Lewandowski, votando pela absolvição dos líderes do PT, agiu conforme sua consciência. Teve todo o direito de errar, dentro das máximas do regime democrático.
Mas Dias Toffoli lambuzou-se todo. Porque obviamente para retribuir ao ex-patrão as benesses recebidas,  até sua designação para o Supremo, decidiu eximi-lo das culpas  de chefe da quadrilha da corrupção. Mas de forma cruel  condenou quantos se  encontravam sob as ordens de Dirceu, como José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério e outros. Quer dizer,  mandou os Sete Anões para a fogueira  mas poupou a Bruxa Malvada.
Depois de Joaquim Barbosa não perdoar  ninguém, Rosa Weber e Carmem Lúcia  mostraram-se indignadas. Gilmar Mendes acusou o próprio Lula. Marco Aurélio lembrou que no Brasil ninguém sabe de nada.  O decano Celso Mello bateu firme  e Ayres Brito jogou a pa-de-cal num dos maiores escândalos da República.
Pois Dias Toffoli mostrou que falta alguém em  Nuremberg. Felizmente, sendo contraditado, isolado e massacrado pela maioria de seus pares. Não seria o caso de pedir o boné?

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