domingo, 31 de outubro de 2010
EXPLICANDO O VOTO...
MEU VOTO NAS ELEIÇÕES - Salete Maria
Minha decisão foi tomada após detida e compremetida meditação. Sigo considerando que a política é o melhor caminho, o melhor instrumento para o aprimoramento do espírito humano e, sobretudo, da vida em sociedade. Mas política não é sinônimo de partido. E muito menos de eleição. E menos ainda deste tipo de eleição. Política existe antes destes últimos e com eles deveria ir se aprimorando…
Acredito profundamente na ação da sociedade. Nos movimentos sociais. Nas novas formas alternativas de pensar e realizar o político. Naquilo que Marina Silva chama, com muita propriedade, de ”núcleos vivos” da sociedade.
Não penso que estou em contradição ao optar por votar nulo, muito ao contrário, pois com isto eu não abandono a política. Eu a reafirmo. Eu proponho o debate que, aliás, é o oxigênio da política e não o silêncio ou o embate. Eu abandono, sim, os políticos corruptos e seu jeito arrogante e hegemônico de politicar.
Sobre o medo que muitos têm de cair em contradição eu digo: até acredito que deveríamos ser muito mais contraditórios no sentido mais atual desta expressão…afinal, a tônica desta sociedade em que vivemos não é outra senão a contradição! E desta sociedade tanto sofremos influências como a influenciamos…por isto, temos sim algo de contradição. Mas contradição não precisa ser sinônimo de incoerência. Pois na incoerência ficamos do lado do que é pior por pensar que não temos opção…Coerência, mesmo que aparente ser contradição, é você não seguir sendo fiel a um jogo no qual você não acredita, e mesmo assim continua dando sua contribuição…Pode ser contraditório, mas não é incoerente optar por não ser leal com os desleais, não ser amiga dos desonestos, não ser condescendente com os ladrões…
Assim é que, após perceber o quanto o PT (e seus aliados) não são apenas CONTRADITÓRIOS, mas são, sobretudo criminosamente INCOERENTES, assumi minha corajosa e quase solitária decisão.
Veja: Eu votei e defendi o PT quando ele defendeu a Reforma Agrária. Hoje não defende mais. Quando defendeu a descriminalização do aborto. Hoje não defende mais. Quando defendeu a união entre pares do mesmo sexo. Hoje não defende mais. Quando defendeu o calote no FMI. Hoje não defende mais. Quando defendeu proposta contra a reeleição. Hoje não defende mais. Quando defendeu imposto sobre as grandes fortunas. Hoje não defende mais. Quando defendeu ética na política. Hoje não defende mais. Quando defendeu o fim da CPMF. Hoje nao defende mais. Quando defendeu o não cumprimento da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal. Hoje não defende mais. Quando defendeu nunca se aliar com gente como Collor, Sarney e Jader Barbalho. Hoje não defende mais. Quando defendeu o fim do capitalismo. Hoje não defende mais. Enfim, por conta de tantas coisas com as quais se comprometeu eu votei e pedi voto pro PT. Como ele as abandonou e eu sigo acreditando na necessidade da defesa delas, não posso seguir com eles…E isto nao significa que estou do lado do PSDB…aliás, este é o argumento que o PT e seus defensores usam para obrigar as pessoas de bem a seguir com eles mesmo quando percebem tudo de ruim que eles representam….É muito perversa esta situação…
Tenho consciência de que não quero, porém não temo, a volta do PSDB ao poder. E sabe por que? Porque coisa igual ou pior ou ao PSDB o PT, com seus aliados, está fazendo…Mas, para ocultar tudo isto, o que eu mais escuto são as seguintes frases: “ah, mas o PT tá distribuindo renda…tá fazendo obras, tá melhorando a vida da população…”ok. Ta distribuindo renda, isto é inegável…Mas ao estilo da música de Luiz Ganzaga: ”uma pra tu, cinco mil pra mim…uma pra tu, dez mil pra mim…uma pra tu, mais um milhão para mim…outra pra mim….” Para o povo o bolsa-esmola, para os caciques cuecões abarrotados de dinheiros…E quanto às obras? Obras foi o que mais fez os governos da ditadura…viaduto, estradas, o escambal…Obras de cimento e concreto são visíveis e duradouras…o caráter, a moral, o respeito…isto leva anos para se construir e segundos para se derrubar…Honestidade tem que ser o melhor legado para a presente e futuras gerações…Também melhora a vida da população ensinar que não vivemos sob uma monarquia em que o Rei governa até não querer mais e depois deixa pra seus filhos, seus netos, seus aliados…enfim, não permitindo a alternância no poder…
Eu a credito que a continuidade disto tudo leva à permanência da paralisia política dos movimentos sociais. À estagnação do debate. Leva ao pacto do silêncio que os intelectuais de esquerda fizeram para não mais considerar errado o que eles apontavam como roubo nos governos dos, agora, ”cumpanheiros” Collor, Barbalho e Sarney..
Colocar a gente nesta encruzilhada onde só podemos optar pelo PT ou pelo PSDB é uma estratégia elaborada por ambos os partidos e defendidas por seus caciques-mor. Não concordo que tenhamos que viver assim eternamente. Um dia vamos ter outras espécies de opção…Quanto ao presente momento, veja quantos votos nulos, quantos votos em branco, quantas deliberadas abstenções…os melhores cientistas políticos do país lêem isto como uma forma do eleitorado também tomar posição…
Quem sabe outra direita no poder, que não apenas esta direita do PT permita a retomada do debate e dos outrora aguerridos movimentos sociais? (MST, negros, mulheres, índios, sindicatos, estudantes, homossexuais, professores, intelectuais, etc)…
Quem sabe? Quem sabe? Quem sabe?
Eis, amigo meu, a continuidade da minha reflexão…
Forte abraço, camarada…
Saúde e paz….
E nunca viva em vão!
sábado, 30 de outubro de 2010
LA CUMPARSITA...A MINHA CANÇÃO DE NINAR.Bernardo Celestino Pimentel.
Desde a idade muito tenra,me lembro deste tango...era a música que minha mãe tocava diariamente no acordeon e com a qual eu adormecia,e também as vezes, acordava...as vezes, balançava a minha rede,solfejando-o,com a boca...La Cumparsita, um dos tangos mais bonitos...
A leitura que a minha mãe fazia da vida era a da beleza...era fã de Artur da Távola, da crônica,de Guerra Junqueiro, o poeta português,de Ivon Cury e de Cauby peixoto...cantava a serenata de Schubert constantemente...Tinha contatos imediatos com o Céu, e seu lema era:primeiro os pobres...ainda hoje, sinto falta de alguém, capaz de perceber uma coisa bonita, um acorde, um pensamento, uma frase...falta-me alguém para compartilhar da beleza...para escutar as flôres...por isso, as vezes sinto que falta-me o eu, e que este eu era tudo.Nos meus primeiros doze anos,Nova Cruz não tinha água nem luz...era candeeiro e banho de cuia, com água salgada, do cacimbão de Paulo Bezerra...água que deixava o cabelo duro...mas na minha infância, focava no meu berço a luz da sabedoria, que inclusive vem de Deus...Naquele tempo nós já éramos felizes,mas ninguém tinha morrido...saudades!... e éramos capazes de olhar para o céu e ouvir as estrelas, e como as amavamos, as entendiamos.Nunca mais eu ví as tres marias, nem o cruzeiro do sul...acho até que constelações só existiam no céu da minha infancia...as estrelas só brilhavam no breu das noites de Nova Cruz...no alto das flores, quando as corujas cantavam no bueiro da usina, e Dona Florentina voltava do culto da igreja dos crentes,com toda a certeza da salvação da alma, enquanto segurava o seu corpo pesado, com a sua sombrinha.
A minha mãe tinha um jardim...tratava com as próprias mãos as suas roseiras...inclusive conversava com elas... sob o olhar atento dos seus gatos, que tambem conversavam com ela, e eram ajudantes da jardineira...Depois de aguar o seu jardim, olhava para trás, e pela tristeza da roseira, ela percebia a que não tinha aguado...voltava e pedia desculpas,beijando as suas folhas e molhando-as...é por isso que eu tenho tanta dificuldade de conviver com sargentos,inspetores,chefes,barões,corruptos,e ateus,ou seja, com os pigmeus das virtudes...
Fui criado e feito para render homenagem somente ao talento,a cultura, ao desprendimento, a caridade...as coisas de Deus...as outras coisas, eu só aprendí no Colégio Marista e na Faculdade de Medicina, aí eu comprovei o que dizia Vinicius de Moraes:São demais os perigos desta vida.
O que me assusta,subitamente, é esta sensação de vácuo,provocada pela vida que já passou...é a sensação de uma hemorragia na alma...è o desfalecimento do espírito numa carne viva...é a tristeza de não saber voltar...de não alcançar escadas que fogem dos pés, nem chegar á tempo, com relógios que rodam pra trás...
Mas como hoje é Sábado, e há a perspectiva de um domingo, vou relembrar as duas tabuletas da gráfica Lux, do tio Paulo, onde se lia: Triste do bicho que outro come...e Mulher feia e jumento só quem vai atrás é o dono.
Post scriptum:por favor me telefonem, se voces encontrarem um bazar,onde os sonhos esquecidos vão parar...
O GATO SOU EU...FERNANDO SABINO.
- Aí então, eu sonhei que tinha acordado. Mas continuei dormindo.
- Continuou dormindo.
- Continuei dormindo e sonhando. Sonhei que estava acordado na cama, e ao lado, sentado na cadeira, tinha um gato me olhando.
- Que espécie de gato?
- Não sei. Um gato. Não entendo de gatos. Acho que era um gato preto. Só sei que me olhava com aqueles olhos parados de gato.
- A que você associa essa imagem?
- Não era uma imagem: era um gato.
- Estou dizendo a imagem do seu sonho: essa criação onírica simboliza uma profunda vivência interior. É uma projeção do seu subconsciente. A que você associa ela?
- Associo a um gato.
- Eu sei: aparentemente se trata de um gato. Mas na realidade o gato, no caso, é a representação de alguém. Alguém que lhe inspira um temor reverencial. Alguém que a seu ver está buscando desvendar o seu mais íntimo segredo. Quem pode ser essa alguém, me diga? Você deitado aí nesse divã como na cama em seu sonho, eu aqui nesta poltrona, o gato na cadeira… Evidentemente esse gato sou eu.
- Essa não, doutor. A ser alguém, neste caso o gato sou eu.
- Você está enganado. E o mais curioso é que, ao mesmo tempo, está certo, certíssimo, no sentido em que tudo o que se sonha não passa de uma projeção do eu.
- Uma projeção do senhor?
- Não: uma projeção do eu. O eu, no caso, é você.
- Eu sou o senhor? Qual é, doutor? Está querendo me confundir a cabeça ainda mais? Eu sou eu, o senhor é o senhor, e estamos conversados.
- Eu sei: eu sou eu, você é você. Nem eu iria pôr em dúvida uma coisa dessas, mais do que evidente. Não é isso que eu estou dizendo. Quando falo no eu, não estou falando em mim, por favor, entenda.
- Em quem o senhor está falando?
- Estou falando na individualidade do ser, que se projeta em símbolos oníricos. Dos quais o gato do seu sonho é um perfeito exemplo. E o papel que você atribui ao gato, de fiscalizá-lo o tempo todo, sem tirar os olhos de você, é o mesmo que atribui a mim. Por isso é que eu digo que o gato sou eu.
- Absolutamente. O senhor vai me desculpar, doutor, mas o gato sou eu, e disto não abro mão.
- Vamos analisar essa sua resistência em admitir que eu seja o gato.
- Então vamos começar pela sua insistência em querer ser o gato. Afinal de contas, de quem é o sonho: meu ou seu?
- Seu. Quanto a isto, não há a menor dúvida.
- Pois então? Sendo assim, não há também a menor dúvida de que o gato sou eu, não é mesmo?
- Aí é que você se engana. O gato é você, na sua opinião. E sua opinião é suspeita, porque formulada pelo consciente. Ao passo que, no subconsciente, o gato é uma representação do que significo para você. Portanto, insisto em dizer: o gato sou eu.
- E eu insisto em dizer: não é.
- Sou.
- Não é. O senhor por favor saia do meu gato, que senão eu não volto mais aqui.
- Observe como inconscientemente você está rejeitando minha interferência na sua vida através de uma chantagem…
- Que é que há, doutor? Está me chamando de chantagista?
- É um modo de dizer. Não vai nisso nenhuma ofensa. Quero me referir à sua recusa de que eu participe de sua vida, mesmo num sonho, na forma de um gato.
- Pois se o gato sou eu! Daqui a pouco o senhor vai querer cobrar consulta até dentro do meu sonho.
- Olhe aí, não estou dizendo? Olhe a sua reação: isso é a sua maneira de me agredir. Não posso cobrar consulta dentro do seu sonho enquanto eu assumir nele a forma de um gato.
- Já disse que o gato sou eu!
- Sou eu!
- Ponha-se para fora do meu gato!
- Ponha-se para fora daqui!
- Sou eu!
- Eu!
- Eu! Eu!
- Eu! Eu! Eu!
UM POETA PERNAMBUCANO...
Carlos Pena Filho
SONETO DO DESMANTELO AZUL
Então, pintei de azul os meus sapatos
por não poder de azul pintar as ruas,
depois, vesti meus gestos insensatos
e colori as minhas mãos e as tuas,
Para extinguir em nós o azul ausente
e aprisionar no azul as coisas gratas,
enfim, nós derramamos simplesmente
azul sobre os vestidos e as gravatas.
E afogados em nós, nem nos lembramos
que no excesso que havia em nosso espaço
pudesse haver de azul também cansaço.
E perdidos de azul nos contemplamos
e vimos que entre nós nascia um sul
vertiginosamente azul. Azul.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
ESCLARECENDO...
Algumas pessoas me pediram para colocar no papel algo que eu disse, no final de minha exposição, no XXIV Congresso Brasileiro de Direito Administrativo, em Minas Gerais. Lembrei-me do que havia dito e desenvolvi um pouco, conforme se segue.
Inicialmente, lembrei que uma ditadura não precisa ser necessariamente militar, como a do Brasil, em 1964. Antes disso, tivemos a ditadura de Getúlio Vargas, de 1937 a 1946, que era uma ditadura populista, ou seja, fundada na popularidade do Presidente da República, a quem, por ser havido como pai dos pobres e dos trabalhadores, tudo foi permitido, como, por exemplo, a supressão das garantias constitucionais do cidadão e a supressão da liberdade de imprensa.
Atualmente, na América Latina, temos, como exemplos desse modelo, a ditadura de Hugo Chaves, na Venezuela, e a cinqüentenária ditadura de Fidel Castro, em Cuba. O elevado prestígio do líder, traduzido em popularidade (às vezes autêntica, outras vezes baseado num formidável esquema de propaganda e normalmente resultante de uma combinação de carisma pessoal com controle da mídia), não é suficiente para caracterizar uma democracia.
Ao final, me referi à relativização de certos princípios doutrinários e constitucionais elementares ao estado democrático de direito, como a moralidade pública, a probidade administrativa e a dignidade no exercício da função pública.
Antigamente, a chefia do governo era havida como uma magistratura; hoje, transformou-se numa caricatura, havendo governantes que se comportam como verdadeiros bufões, adotando posturas e comportamentos vergonhosos, grotescos ou caricatos, como é por exemplo, o caso do Berlusconi, na Itália. É altamente preocupante a tolerância com os destemperos e todas as violações da lei reiteradamente feitas pelo Presidente Lula, como se o princípio da legalidade não existisse ou, então, não se aplicasse a quem desfruta de grande prestígio popular.
O decoro parlamentar foi substituído pela prática do suborno desabrido, como no caso do mensalão, dos sanguessugas, do dinheiro na cueca, na bolsa, na meia etc. misturados com violação de sigilo, dossiês, aloprados, auxílio paletó, verbas de representação, uso indevido de passagens aéreas, viagens de estudo e representação com familiares e até amantes, e por aí vai. Tudo isso supostamente para garantir a governabilidade. Afinal, como disse um conhecido ator esquerdista: “não é possível fazer política sem enfiar a mão na merda” (Mário Covas deve ter-se revirado no túmulo !).
Corrupção era crime; hoje não é mais, pois “todo mundo faz isso” conforme salientou nosso líder máximo ao comentar a disseminação do chamado “caixa dois”. Ou seja; se o estupro passar a ser prática corriqueira, deixará de ser crime, a despeito do que possa estar consignado no Código Penal. A vontade popular está acima da lei formal.
Que a massa ignorante pense assim, vá lá. Mas a tolerância, a aceitação e até mesmo a exaltação da malversação de recursos públicos como indicador de esperteza e diligência, não conhece barreiras ou limites econômicos ou culturais. Pessoas da mais alta inserção social, formadores de opinião e até juristas da maior nomeada, convivem na mais santa paz com a corrupção e a violação dos princípios fundamentais da Constituição.
Atualmente, prepondera uma lastimável distinção ente a boa e a má corrupção: se for de esquerda é boa, se for de direita é ruim. O velho Adhemar de Barros ( “rouba mas faz”) e o incrível Paulo Maluf, são havidos como corruptos; mas quando o filho do Presidente, repentinamente, passa de guarda do Jardim Zoológico a milionário, tornando-se sócio de empresa concessionária de serviço público federal altamente favorecida pelo governo, ninguém se incomoda com isso! Honestidade é um preconceito burguês. Os fins justificam plenamente os meios . Tudo que for feito a pretexto de atingir uma finalidade “social” já está previamente validado.
Por exemplo, a Constituição garante o direito de propriedade, mas a nova ética pública confere valor preponderante às invasões perpetradas pelos chamados movimentos populares. Entre estes destaca-se o MST, que é uma organização clandestina, paramilitar, armada, de fins ilícitos e mantida com o desvio de verbas públicas. Mas seus dirigentes, em lugar de estarem na cadeia, são recebidos pelas autoridades com honras palacianas. E onde estão os órgãos que deveriam zelar pela defesa da Constituição ? É ensurdecedor o eloqüente silêncio dos juristas !
A ditadura militar de 1964 foi suplantada pela força do direito. Os terroristas que pretendiam substituí-la por uma ditadura populista, de esquerda, fracassaram e somente prolongaram a agonia. Quem derrubou a ditadura foram as pessoas dotadas de sensibilidade jurídica, de verdadeiro espírito democrático, realmente empenhadas na restauração do estado social e democrático de direito, dotado de instrumentos jurídicos hábeis para promover o desenvolvimento econômico e o seu compartilhamento, como meios para a eliminação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e regionais.
Tempos difíceis se anunciam, como resultante de um conformismo generalizado. Os pobres estão satisfeitos, com as benesses do assistencialismo comprador de consciências, seus celulares e roupas de grife “Made in China”; os banqueiros jamais ganharam tanto; os setores da produção já se conformaram com a opressiva carga tributária e se contentam com protecionismos e favorecimentos (ainda que obtidos mediante propina, ou “taxa de sucesso” na novilíngua)); as oligarquias regionais tiveram seus desmandos perdoados e passaram a ser santificadas; as lideranças políticas são complacentes com qualquer coisa que não afete seus privilégios e interesses pessoais; os partidos políticos são meras aglutinações de conveniências episódicas. Não existe oposição. A maioria do eleitorado é analfabeta e altamente manipulável. Está preparado o caldo de cultura para implantação de uma ditadura populista.
Para sair desse impasse certamente teremos que contar com a coragem, o risco, o sacrifício pessoal e o talento de gente igual àqueles que nos livraram da ditadura militar. É preciso falar, protestar, denunciar, reagir, antes que seja demasiadamente tarde. Mas ainda temos juristas de verdade ? Ainda temos democratas realmente convictos ? Temos pessoas influentes que ainda acreditam nos antigos valores fundamentais da nacionalidade ? Ou todos já se renderam à nova ética pública?
ADILSON DALLARI...
A CARTA DE UM INTELECTUAL...
CARTA À CANDIDATA DILMA
Meu nome foi incluído no manifesto de intelectuais em seu apoio. Eu não a apóio. Incluir meu nome naquele manifesto é um desaforo! Mesmo que a apoiasse, não fui consultada. Seria um desaforo da mesma forma. Os mais distraídos dirão que, na correria de uma campanha… “acontece“. Acontece mas não pode acontecer. Na verdade esse tipo de descuido revela duas coisas:
1 - falta de educação e
2 - a porção autoritária cada vez mais visível no PT. Um grupo dominante dentro do partido que quer vencer a qualquer custo e por qualquer meio.
Acho que todos sabem do que estou falando.
O PT surgiu com o bom sonho de dar voz aos trabalhadores mas embriagou-se com os vapores do poder. O partido dos princípios tornou-se o partido do pragmatismo total. Essa transformação teve um “abrakadabra” na miserável história do mensalão . Na época o máximo que saiu dos lábios desmoralizados de suas lideranças foi um débil “os outros também fazem…”. De lá pra cá foi um Deus nos acuda!
Pena. O PT ainda não entendeu o seu papel na redemocratização brasileira. Desde a retomada da democracia no meio da década de 80 o Brasil vem melhorando; mesmo governos contestados como os de Sarney e Collor (estes, sim, apóiam a sua candidatura) trouxeram contribuições para a reconstrução nacional após o desastre da ditadura.
Com o Plano Cruzado, Sarney tentou desatar o nó de uma inflação que parecia não ter fim. Não deu certo mas os erros do Plano Cruzado ensinaram os planos posteriores cujos erros ensinaram os formuladores do Plano Real.
É incrível mas até Collor ajudou. A abertura da economia brasileira, mesmo que atabalhoada, colocou na sala de visitas uma questão geralmente (mal) tratada na cozinha.
O enigmático Itamar, vice de Collor, escreveu seu nome na história econômica ao presidir o início do Plano Real. Foi sucedido por FHC, o presidente que preparou o país para a vida democrática. FHC errou aqui e ali. Mas acertou de monte. Implantou o Real, desmontou os escombros dos bancos estaduais falidos, criou formas de controle social como a lei de responsabilidade fiscal, socializou a oferta de escola para as crianças. Queira o presidente Lula ou não, foi com FHC que o mundo começou a perceber uma transformação no Brasil.
E veio Lula. Seu maior acerto contrariou a descrença da academia aos planos populistas. Lula transformou os planos distributivistas do governo FHC no retumbante Bolsa Família. Os resultados foram evidentes. Apesar de seu populismo descarado, o fato é que uma camada enorme da população foi trazida a um patamar mínimo de vida.
Não me cabem considerações próprias a estudiosos em geral, jornalistas, economistas ou cientistas políticos. Meu discurso é outro: é a democracia que permite a transformação do país. A dinâmica democrática favorece a mudança das prioridades. Todos os indicadores sociais melhoraram com a democracia. Não foi o Lula quem fez. Votando, denunciando e cobrando foi a sociedade brasileira, usando as ferramentas da democracia, quem está empurrando o país para a frente. O PT tem a ver com isso. O PSDB também tem assim como todos os cidadãos brasileiros. Mas não foi o PT quem fez, nem Lula, muito menos a Dilma. Foi a democracia. Foram os presidentes desta fase da vida brasileira. Cada um com seus méritos e deméritos. Hoje eu penso como deva ser tratada a nossa democracia. Pensei em três pontos principais.
1) desprezo ao culto à personalidade;
2) promoção da rotação do poder; nossos partidos tendem ao fisiologismo. O PT então…
3) escolher quem entenda ser a educação a maior prioridade nacional.
Por falar em educação. Por favor, risque meu nome de seu caderno. Meu voto não vai para Dilma.
SP, 25/10/2010
Ruth Rocha, escritora
NAMORO NA INTERNET...
* * *
Um folheto de José Honório da Silva
A GORDINHA QUE SE DEU BEM POR CAUSA DA INTERNET
Essa tal de Internet
Não há quem possa negar
Trouxe muitos benefícios
Pra quem dela precisar
Também trouxe coisa ruim
Por isso é bom se cuidar.
Nela há como aprender
Dar cabo da própria vida
Fazer bomba, terrorismo
A lista é muito comprida
Dos malefícios que ela,
A Internet, é servida.
Golpes, roubos à distância
Surgem vários todo dia
Também nela se encontra
Sítios de pedofilia
Apologia ao racismo
E também à anarquia.
Tem mulher sendo atraída
Para armadilha fatal
Querendo encontrar um príncipe
Vai pra mão de marginal
Acha a morte quando sai
Do virtual pro real.
Das coisas boas da net
A lista é bem mais extensa
Cada vez aumenta mais
Numa rapidez imensa
A intenção de quem usa
É que faz a diferença.
Informações que se cruzam
Ajudando a salvar vidas
Idéias que perambulam
Nas virtuais avenidas
Levando planeta afora
Atitudes decididas.
Dos quatros cantos da Terra
Faz-se possível o contato
Pra conversar, pra comprar
Às vezes até mais barato
E recebendo na porta
Quase que de imediato.
Amigos que se descobrem
Depois de tempo afastados
Amigos que se conhecem
Sem terem se avistados
Amizades que se nutrem
Pelos toques dos teclados.
Paixões nascendo e formando
Os mais diversos casais
Que descobrem seus parceiros
Por meios não triviais
Nas salas de bate-papo
E namoros virtuais.
Como aconteceu com P.
Que vivia deprimida
Se sentindo mal-amada
Sem achar graça na vida
Só encontrando prazer
Quando a coisa era comida.
Por isso ficou obesa
Se achando uma baleia
Porém não fechava a boca
No café, almoço ou ceia
E nem queria saber
Se lhe achavam bela ou feia.
Era mesmo um mulherão:
Quase dois metros de altura
Comendo como comia
Se ampliou na largura
Quase cem quilos de tara
Diluídos na gordura.
Se tinha o peso em excesso
Tinha também o tesão
Mas não se via capaz
De encontrar um gatão
Que por aquela gordinha
Sentisse alguma atração.
Porém um dia uma amiga
Na net lhe apresentou
Um amigo virtual
Com quem um papo travou
E nesse papo primeiro
Um certo clima pintou.
Depois de muita paquera
De teclado pra teclado
Resolveram se encontrar
Porém no dia marcado
Ele não compareceu
Como haviam combinado.
Ela sentiu-se na “merda”
Mais uma vez rejeitada
Pondo culpa na gordura
Se achando condenada
A viver sem ter prazer
E somente sendo usada.
No entanto concedeu
Nova chance ao camarada
E nessa segunda vez
Acabou recompensada
Com momentos tão incríveis
Que até hoje está passada.
Foi muito grande a surpresa
No seu encontro primeiro
Se foi só esse, quem sabe?
Não se conhece o roteiro
Mas mesmo se foi o único
Seu valor foi verdadeiro.
Quando que ela pensava
Em fazer isso algum dia?
Se encontrar com alguém
Que ela não conhecia
No entanto dentro dela
Um forte desejo ardia.
Chutando o pau da barraca
Querendo dar uma guinada
Pensou: - Nem quero saber
Estava muito empolgada
Imaginando a sessão
De amor com o camarada.
Além do mais, quem diria?
- Nunca tive um homem assim
Bonito, forte, imponente
É muito mesmo pra mim
Um deus grego desse, vixe!
É fogo em meu estopim.
Ela toda ansiedade
Ele calmo e competente
Disse pra ela: - Relaxe
Calminha, não se apoquente
Deixe comigo que eu cuido
De nós dois daqui pra frente.
Olhou-a de baixo à cima
Quase que vira o pescoço
De tão alta que era ela
Nela não viu um só osso
E aqueles quase cem quilos
Não afugentou o moço.
Estavam em devaneios
Na intenção de curtir
Aquele momento único
E não podiam partir
Direto para o bem-bom
Tinha que deixar fluir.
Porém foi lhe tratando
Como um nobre cavalheiro
Depois virou um moleque
Daquele bem presepeiro
Chegando a brincar com ela
De guerra de travesseiro.
Foi assim crescendo o clima
De ansiedade e sedução
Seus corpos se desejando
Transpirando de tesão
Corações acelerados
Também a respiração.
Ajustou a luz do quarto
Deixando um tom de lilás
E já desnudos os corpos
Seus eflúvios sensuais
Incensaram o ambiente
Fazendo-os quererem mais.
Explorou cada milímetro
Daquela mulher tão vasta
Confirmando que a danada
Não tinha nada de casta
E no esporte do sexo
Parecia uma ginasta.
E das teclas para as tetas
Seus dedos se deslocaram
A língua também foi cúmplice
Suas bocas se encontraram
Em beijos alucinantes
Mais de uma hora passaram.
E tome mãos atrevidas
Dedos afoitos também
Passeando sem pudor
Indo até no mais além
Do possível e esperado
Porém lhes fazendo bem.
Depois das preliminares
(Durou uma eternidade!)
Partiram para o serviço
Para a “hora da verdade”
E aí o cancão piou
Foi grande a felicidade.
Dando início aos finalmentes
Ela teve outra surpresa
Ao descobrir que o parceiro
Era mesmo um pé-de-mesa
No tamanho e na grossura
Foi-lhe boa a natureza.
De início se assustou
Nunca viu calibre igual
- Depois dessa estou lascada
Que coisa descomunal!
Será que tenho abertura
Para agüentar esse pau?
No entanto estava ali
Para o que desse e viesse
Não ia dar “ré pra trás”
Pudesse dar no que desse
Pra ter algo como aquilo
Tem até quem faça prece.
Sendo assim, seguiu em frente
Deixou por conta do bode
Pensando: outras conseguem
Por que essa aqui não pode?
Se benzeu e decidida
Se entregou ao pagode.
Como mulher consciente
Informada e prevenida
Perguntou: - e a camisinha?
Ele disse: - Minha querida
Eis aqui, é com você
Prontinha pra ser vestida.
Quem foi que disse que ela
Sabia como fazer?
Ficou toda atrapalhada
Sem querer reconhecer
Que era a primeira vez
Não parava de tremer.
Primeira vez que transava
Naquela situação
Antes só com seu marido
E aí precisava não
De usar preservativo
E nem daquela emoção.
E foi ficando sem graça
Por se ver pagando um mico
Mas ele tomou as rédeas
- Pode deixar que eu aplico
Você só olha e aprende
Se precisar eu te explico.
Depois da bicha vestida
Nada de maior espera
Partiram para o serviço
Ele mostrou ser um fera
Ela tal qual Afrodite
De fazer inveja à Hera.
Os seus corpos se juntaram
Sem querer mais separar
Grunhidos, gritos, sussurros
Ali se pôde escutar
Subiu a temperatura
Viu-se a hora incendiar.
Pegar fogo nos lençóis
As paredes irem ao chão
Tamanho o vuco-vuco
Daqueles dois em ação
Amantes em plena entrega
Aos caprichos do tesão.
Foram horas de prazer
Aventura inesquecível
Principalmente pra ela
Que não achava possível
Novamente estar vivendo
Momento assim tão incrível.
Gastou tantas calorias
Que ia ficar insone
Mas aí não teve dúvida
Pegou logo o interfone
E pra recobrar as forças
Mandou vir um canelone.
Não ia comer sozinha
O canelone fornido
Mas ele se recusou
Dizendo já estar nutrido
Pois o que ele queria
Ele já tinha comido.
Depois da manhã de amor
Cada qual foi pro seu lado
O destino se encarregue
De traçar o resultado
Pois o “hoje” foi vivido
Do modo mais desejado.
Talvez seja um início
Talvez não mais se repita
Talvez lembrança, ou talvez
Esporádica visita
De qualquer forma que for
Nada disso a deixa aflita.
Já se sente satisfeita
Pois fez o que há muito quis
Sentiu-se de novo fêmea
Viveu momentos febris
Se acha ainda baleia
Porém baleia feliz.
Lembrando que essa história
Na net teve o começo
Vê-se que um final feliz
Aconteceu sem tropeço
E que nem sempre se paga
Pelo prazer alto preço!
CHICO BUARQUE JAMAIS SERÁ O MESMO, DEPOIS QUE FEZ CAMPANHA PELA CORRUPÇÃO E PELO AUTORITARISMO...
Como sempre, te escrevo Com Açúcar e Com Afeto.
O carinho fraternal persiste, mas a admiração por uma das vozes mais afiadas e críticas do Brasil se foi.
Essa obsessão cega pelo PT, que a cada dia afronta mais e mais a cidadania, cansou. O apoio à Dilma e os disparates ditos por você (e outros colegas intelectuais) nesse evento espúrio no Rio de Janeiro, foi a Gota D’água.
Parece que só você não percebe que “Essa Moça Tá Diferente” por questões circunstanciais.
O Paulo Betti, o Gil e até o Niemeyer caírem nessa, dá para entender. Agora, você Chico???
Há alguns anos, era até compreensível uma certa simpatia pelo PT, o partido tinha o seu charme. Se olharmos para o PT nos seus primórdios, tinha gente séria, gente íntegra envolvida.
Mas, veja a declaração recente do Hélio Bicudo, falando sobre democracia e o que está havendo nesse atual governo. É integridade, coerência, retidão de caráter. O PT tinha sua importância como partido de oposição, tinha uma ideologia que não devia ser corrompida.
Mas, foi-se o tempo em que os Hélios Bicudo, as Marinas Silva e outras pessoas com dignidade e comportamento ético compunham os quadros do partido. Hoje em dia temos os aloprados, gente com nomes esquisitíssimos, tipos como Freud, Delubio, Waldomiro, Buratti, Dirceu - que gente é essa, Chico?
E esse acordo com o PMDB ?!?!
Quer dizer que para ganhar eleição vale se juntar a Sarney, Renan, Jader e essa quadrilha toda, Chico?? Só falta você cantar no aniversário do Michel Temer.
São Tantas Palavras presas na garganta, é tanta decepção com você, que nem que me peças Mil Perdões eu consigo te perdoar.
Esse entusiasmo pelo Lula não se justifica. Você tem a coragem de falar grosso com Washington e fino com a Bolivia (governada por aquele bipolar do Evo Morales).
Curioso, Chico, você não dizer que o Lula também fala docemente com o Fidel, com o Chaves e, caramba, com aquele louco ensandecido do Ahmadinejad.
Depois de toda a barbárie que essa turma tem feito, o Lula vai lá e abraça todos eles, como se irmãos fossem, comungando com esses babacas, abrindo a porta do Brasil para esses facínoras. Meu Deus Chico, o que há com você?
Só falta agora você recepcionar o Ahmadinejad no aeroporto cantando “Olha aí, é o Meu Guri, Olha aí”… Você está louco Chico?
Sinceramente, o que você acha que o Betinho diria desse comportamento? E o Tarso? Imagina o Desalento do Tarso te olhando lá de cima. Ele deve estar tomando dois litros de Chivas por dia para aceitar essa maluquice.
Francamente, Meu Caro Amigo Chico, não consigo entender como você, maduro, esclarecido, que já sofreu na pele com a ditadura dos milicos, apoia um governo que está com lama até o pescoço, um governo que se diz dos pobres, fracos e oprimidos e que só pensa em roubar, aparelhar o Estado, passar por cima dos direitos mais elementares, corromper a Constituição, calar a boca da imprensa, atacar adversários da forma mais truculenta, baixa, indigna, vil.
A Geni nunca foi tão humilhada, tão surrada, tão fodida, como agora. Nunca jogaram tanta merda, tanta pedra na Geni, na tua Geni, Chico!!! E você não levanta a voz para defendê-la. Lula e seu Zepelin gigante, afrontam e esmagam a Geni e, simplesmente, você não tem nada a ver com isso?
O que pensariam, Chico, as maravilhosas e saudosas Mulheres de Atenas te vendo?
Como pode um Presidente da República se comportar como um cão raivoso quando é contrariado?
Como pode, aquele que mais deveria zelar pela Constituição e pelas leis, ser o primeiro a banalizá-las, escarnecer delas?
Como pode um Presidente da República se apropriar de feitos e obras de governos anteriores e simplesmente ignorar, negar os benefícios colhidos em seu próprio governo de tais obras?
Chico, falta nobreza, falta grandeza a esse governo. Abundam comportamentos mesquinhos. Como pode você apoiar essa gente?
Não há um Pedaço de Mim que concorde com você.
Com franqueza, Chico, acho que você já vai Pelas Tabelas.
Não Sonho Mais com um país que, apesar das diferenças sociais, de muita coisa ainda a ser feita, tinha de fato tudo para dar certo. Impossível imaginar que essa gentalha, que você ajuda a manter no poder, dê conta do recado.
Se a Dilma levar essa, Chico, perco minhas esperanças de ver um país melhor, mais digno, onde gostaria de educar meus filhos.
E você será culpado também. Sua voz ecoa, Chico, tem gente que realmente escuta você.
Fico tentando me convencer que esse Amor Barato pelo Lula e pelo PT, Vai Passar. Mas você está colado a essa gente como Tatuagem.
Sim, você mesmo Chico. Você, que sempre lutou contra a censura, que sempre bateu de frente com o autoritarismo, como pode agora defender justo o oposto?
Apesar de Você, Chico, ainda há gente coerente e digna nesse Brasil, e que não vai entrar nessa.
Trocando em Miúdos, Chico, para mim você passou.
Não aguento mais ver você se juntando a essa imundice toda.
O que digo pode não fazer diferença pois, ao que parece, você terá - pelo menos - mais quatro anos de shows garantidos nos recintos mais sórdidos de Brasília.
Mas, sua próxima música, provavelmente em parceria com o Franklin Martins, não tocará no meu rádio.
Bye Bye Brasil.
Luis Bernardo Vilaça
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
FAZENDO O PELO SINAL...GAGUEJANDO COM AS MÃOS.
O assunto continua o mesmo: o aborto. Você é contra ou a favor? Se não é candidato, tem o direito de achar o que quiser e, sobretudo, a mudar de opinião e negar, com muita clareza (como diz Dilma), o que disse antes, mesmo que suas declarações estejam gravadas, portanto, ao acesso de qualquer eleitor.
Como o passado para alguns não condena, o que interessa é o presente -e o segundo turno, é claro. Sobre o assunto, gostaria de saber a opinião do nosso vice-presidente, José Alencar. Como todos sabemos, ele se recusou a fazer o exame de DNA que provaria -ou não- uma sua suposta paternidade. Alencar se recusou a fazer o exame de DNA, declarando, elegantemente, que a mãe de sua possível filha freqüentava a “zona” e que, portanto, ele não tinha nenhuma responsabilidade sobre o caso. Pela lei, quem se recusa a fazer o exame é declarado legalmente pai, mas não vi uma só notícia, em nenhum jornal, esclarecendo essa história. Será que os vices têm imunidade e tudo bem?
Eu, por mim, torço para que essa moça, que já é uma senhora, tenha direito à parte da herança do seu possível pai, que não deve ser pequena. E fico pensando: será que se na época nosso vice, tão católico, tivesse sido procurado por sua parceira dos velhos tempos, teria dado força para que ela, em nome de suas (dele) profundas convicções religiosas, tivesse esse filho? Ou talvez até ajudado, financeiramente, a que ela fizesse um aborto?
Nenhuma mulher gosta de engravidar sem querer; milhões delas provocam o aborto nas condições mais primitivas e têm que procurar ajuda num hospital -correndo o risco de irem para a cadeia, como criminosas- e muitas morrem. A igreja proíbe o uso da pílula, da camisinha e continua firme: o ato sexual só existe para a procriação. Os séculos passam e só a igreja não vê que o mundo mudou. Nenhum dos candidatos fala em uma campanha, já nas escolas, de prevenção à gravidez, para que as meninas se previnam antes de ir para a balada do fim de semana. Porque é sempre às mães que vão caber todas as responsabilidades - vide o caso de José Alencar.
O poderoso Vaticano, que impõe suas leis, é todo formado por homens, e as freiras não têm voz para nada -até melhor, já que não entendem do assunto.
Não faço a defesa do aborto, mas não aceito que um mundo masculino tenha o direito de ditar regras que só dizem respeito a elas. Algum bispo tem ideia do que é enfrentar um estupro, ou a ter mais um filho -muitas vezes sem pai- sem ter como criá-lo,ou a uma gravidez indesejada para uma adolescente? A ex-candidata Marina falou em plebiscito, mas nem isso os católicos admitem. Se acontecer, e os que são contra vencerem, vai ficar tudo igual: as mulheres vão continuar abortando, e se é a favor da vida que tanto se fala, arriscando as suas (essas vidas não importam às religiões). Que venha o plebiscito, mas que fique estipulado que nele só as mulheres vão poder opinar. É um absurdo que os homens interfiram nesse assunto.
Dilma aprendeu -mais ou menos- a falar, mas não a sorrir. Apenas mostra os dentes, mas os olhos não acompanham, porque isso não se ensina. Poderia ter tido uma assessoria especial para aprender a fazer o sinal da cruz. Em Aparecida, foi patético: ela, literalmente, gaguejou com as mãos.
VERGONHA DE MORRRER...
Considero que bem pior do que um escândalo ou um bate-boca em público é o fato de se passar mal em público. Um chilique no meio do povo é um espetáculo deprimente e grotesco. Não conheço nada mais ridículo do que um cidadão se ver indefeso, desmaiado, ocupando as pessoas com cuidados e comentários piedosos.
E vem logo aquele ajuntamento de perus e curiosos, uns especulando, outros receitando e alguns, mais práticos, já tomando providências imediatas para a remoção do vivente para um hospital que o acuda. O pavor de me ver desacordado só é superado pelo pavor de imaginar aquela roda agourenta em redor - como diria Augusto dos Anjos -, do meu corpo inerme.
Sobretudo, mortifica-me o pensamento de que naqueles momentos terríveis estarei incapaz de me acudir a mim mesmo, dependendo das providências e dos esforços de outras pessoas.
Todavia, estes pensamentos de desconsolo não são nada quando me ponho a refletir sobre o miserável espetáculo da morte, que nos reduz a um monte de carnes sem ação. No fundo, estou conformado com a idéia de que irei morrer um dia, embora muito a contragosto. O que não me entra na cabeça é o fato de ter que ocupar outros mortais para tomar uma série de medidas que estarei irremediavelmente proibido de tomar por minha própria conta. Não digo os profissionais, como os agentes funerários, os médicos, os coveiros e outros que tais, que por dever de ofício sustentam suas vidas às custas das mortes alheias. Refiro-me aos parentes, anônimos, vizinhos e amigos, que são obrigados a tomar providências imediatas e inadiáveis, enquanto eu estarei condenado a ficar ali espichado, à vista de todos, sem ao menos poder dar uma sugestão.
Como dizia meu pai, esse negócio de morrer é tão miserável, imprevisto e ligeiro que não dá nem para mandar um recado. De mim sei dizer que, se pudesse escolher, eu morreria sumindo, desocupando o espaço do mundo como uma carta que desaparece das mãos do mágico. Assim que nem um passarinho solitário, sem testemunhas, que bate as asas na boca da noite e se perde na linha do horizonte. Me encantaria, sem dar chateações a ninguém com providências noturnas, velórios, enterro e choradeiras.
O cúmulo do ridículo são os suicidas que se matam em lugares públicos, oferecendo o deprimente espetáculo de suas mortes à apreciação do olhar mórbido das multidões. Se pelo menos se matassem no meio de uma floresta, ou se afogassem no oceano a quilômetros da costa, mereceriam de mim um pensamento de compreensão.
Como não acredito na eternidade, nem na monotonia de uma vida após a morte, resta-me o consolo de saber que não terei de ficar me lamentando, lá no infinito, da vergonha que eu passaria ao lembrar o vexame que, como todo mundo, cometerei ao morrer.
UM REQUERIMENTO INUSITADO...
Coração afoito, residente e domiciliado em peito nem tanto, de qualificações já conhecidas de Vossa Ternura, vem, mui esperançosamente, requerer o que se segue:
A vossa cumplicidade para embalar o sonho de sua doce paixão.
Em anexo, do arquivo de sua cabeça, junta certidões que embasam os seguintes desejos:
Que Vossa Ternura não se comprometa. Mas que não rejeite. Que não vos apresseis em encorajá-lo, mas que não demoreis em diligenciar para que ele perceba que nada tendes contra. E, sobretudo, que o estimuleis com alguns olhares que, se não encorajarem, pelo menos não proibam.
Requer muito? Crê que não. E mais deseja:
Que seja dispensável, exceto mais acurado juízo, que vosso coração se apaixone por ele, mas que ele possa recolher marotamente a finura, a brandura e a doçura de tudo isto que está sentido por vós.
E mais ainda:
Que seja dispensável que namoreis com ele, mas que lhe seja permitido saber que consentis ser ele vosso namorado.
Outrossim:
Que se possa alardear que ele será um namorado terno, diligente, cuidadoso e preocupado com a vossa paz e o vosso bem-estar. Preocupado, sobretudo, em não constranger-vos e nem permitir que este enredo venha criar-vos constrangimentos. Com discrição cumprirá as datas e deixará discretas rosas sobre vossa mesa.
Que permita-lhe amar-vos e admirar-vos, sem que necessariamente Vossa Ternura, em contrapartida, se sinta na obrigação de amá-lo. Muito embora, talvez, viesse a ficar desapontado se não tentasse, pelo menos, admirá-lo.
Quando nada, admirar esta lezeira de se apaixonar assim tão bestamente.
Por oportuno, deseja mais ainda:
Que vos seja permitido cobrá-lo e exigi-lo. E que Vossa Ternura finja que está tendo ciúmes dele.
Permitindo-lhe amar-vos - e dando-lhe ciência disso - haverá tanta paz e tantos cuidados ao vosso redor que um longo tempo de vida cobrirá vosso destino, e fará felizes todos os pensamentos que irão aflorar na cabeça de Vossa Ternura.
Que, enfim, em sendo este favoravelmente despachado, lhe seja permitido voar seu amor de passarinho com a mesma descomunal alegria do menino que recebe o "sim" da menina. Com a mesma inominável felicidade que só aos corações apaixonados é dado pressentir.
Que, mais ainda, dando por findo os trâmites, seja-lhe assegurado a mesma explosão do adolescente apaixonado que acabou de beijar a moça cheirosa de alfazema e cravo. Pois que disso, de um adolescente, ele não passará, em lhe sendo este despachado favoravelmente.
Nestes termos,
ansioso,
pede e espera
deferimento
UMA CRÔNICA DE SÉRGIO PÔRTO...
"Por fora" de Xanás
Todo dito popular funciona e ficaria o dito pelo não dito se os ditos ditos não funcionassem, dito o que, acrescento que há um dito que não funciona ou, melhor dito, é um dito que funciona em parte uma vez que, no setor da ignorância, o dito falha, talvez para confirmar outro velho dito: o do
não-há-regra-sem-exceção. Digo melhor: o dito mal-de-muitos-consolo-é encerra muita verdade, mas falha quando notamos que ignorância é o que não falta pela aí e, no entanto, ninguém gosta de confessar sua ignorância. Logo, pelo menos aí, o dito dito falha.
Tenho experiência pessoal quanto à má-vontade do próximo para com a própria ignorância, má-vontade esta confirmada diversas vezes em poucos minutos, graças a uma historinha vivida ao lado do escritor Álvaro Moreira, num dia em que fomos almoçar juntos, na cidade.
Já não me lembro qual o motivo do almoço. Lembro-me, isto sim, que íamos caminhando, quando Alvinho disse, em voz alta:
— Leônio Xanás.
— O quê? — perguntei, e Alvinho explicou que Leônio Xanás era o nome do pintor que estava pintando seu apartamento. Até me mostrou um cartãozinho, escrito "Leônio Xanás — Pinturas em Geral — Peça Orçamento".
— Hoje acordei com o nome dele na cabeça. A toda hora digo Leônio Xanás — contava o escritor. — Ainda agorinha, ao entrar no lotação, disse alto "Leônio Xanás" e levei um susto, quando o motorista respondeu: "Passa perto". Ele pensou que eu estava perguntando por determinada rua e foi logo dizendo que passa perto, sem, ao menos, saber que rua era.
Foi aí que nos nasceu a vontade de experimentar a sinceridade do próximo e nos nasceu a certeza de que ninguém gosta de confessar-se ignorante mesmo em relação às coisas mais corriqueiras. Entramos numa farmácia para comprar Alka-Seltzer (pretendíamos tomar vinho no almoço) e Alvinho experimentou de novo, perguntando ao farmacêutico:
— Tem Leônio Xanás?
— Estamos em falta — foi a resposta.
Saímos da farmácia e fomos ao prédio onde tem escritório o editor do Alvinho. No elevador, nova experiência. Desta vez quem perguntou fui eu, dirigindo-me ao cabineiro do elevador:
— Em que andar é o consultório do Dr. Leônio Xanás?
— Ele é médico de quê?
— Das vias urinárias — apressou-se a mentir o amigo, ante a minha titubeada.
Então é no sexto andar — garantiu o cara do elevador, sem o menor remorso. E se não tivéssemos saltado no quarto andar por conta própria, teria nos deixado no sexto a procurar um consultório que não existe.
E assim foi a coisa. Ninguém foi capaz de dizer que não conhecia nenhum Leônio Xanás ou que não sabia o que era Leônio Xanás. Nem mesmo a gerente de uma loja de roupas, que — geralmente — são senhoras de comprovada gentileza. Entramos num elegante magazine do centro da cidade para comprar um lenço de seda para presente. Vimos vários todos bacanérrimos, mas — para continuar a pesquisa — indagamos da vendedora:
— Não tem nenhum da marca Leônio Xanás?
A mocinha pediu que esperássemos um momento, foi até lá dentro e voltou com a prestativa senhora gerente. Esta sorriu e quis saber qual era mesmo a marca:
— Leônio Xanás — repeti, com esta impressionante cara-de-pau que Deus me deu.
Madame voltou a sorrir e respondeu: — Tínhamos, sim, senhor. Mas acabou. Estamos esperando nova remessa.
Foi uma pena não ter. Compramos de outra marca qualquer e fomos almoçar. Foi um almoço simpático com o velho amigo. Lembro-me que, na hora do vinho, quando o garçom trouxe a carta, Alvinho deu uma olhadela e disse, em tom resoluto:
— Queremos uma garrafa de Leônio Xanás tinto.
O garçom fez uma mesura: — O senhor vai me perdoar, doutor. Mas eu não aconselho esse vinho.
Devia ser uma questão de safra, daí aconselhar outro: — O Ferreirinha não serve?
Servia.
É irmãos, mal de muitos consolo é, mas ignorante que existe às pampas, ninguém quer ser.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
TIREM O BRASIL DAS MÃOS DA ESQUERDA FESTIVA...
Vamos para o 2º turno
derrotar a Dilma - a sem idéias próprias.
DIVULGUEM!!!
LEMBREM-SE!
Foi a internet que ganhou o plebiscito do desarmamento!!!
"DILMA CAIU APESAR DE AFIRMAR
QUE NEM CRISTO TIRARIA SUA VITÓRIA.
"VAMOS CONTINUAR NOSSA LUTA !!!!
Independente do que se possa achar sobre o resultado desta eleição,
foi fundamental a conquista para realização de um segundo turno!!
Afinal, eles não ganharam no primeiro turno.
Agora eles sabem que não podem tudo.
Peço que cada um tire 5 minutos do seu tempo
e repasse este e-mail para pelo menos 15 conhecidos de sua rede
e peça para votarem no Serra quem votou nele ou na Marina no primeiro turno
ou está indeciso ou ainda o eleitor da Dilma que deseja mudar!!!
1- VOCÊ É CONTRA A VOLTA DA CPMF (A DILMA IRÁ TENTAR RETORNAR ESTE IMPOSTO) ;
2- VOCÊ É CONTRA A DEPENDÊNCIA DO POVO BRASILEIRO DO BOLSA FAMÍLIA,
SE TORNANDO REFÉM DO GOVERNO;
3- VOCÊ É CONTRA A CORRUPÇÃO DESENFREADA
DO GOVERNO MAIS CORRUPTO NA HISTÓRIA DESTE PAÍS;
4- VOCÊ É CONTRA A CENSURA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
(CUIDADO COM O FRANKLIN MARTINS);
5- VOCÊ É CONTRA O JADER BARBALHO/ JOSÉ DIRCEU / SARNEY /
COLLOR / RENAN CALHEIROS E OUTROS ;
6- VOCÊ É CONTRA A QUEBRA DO SIGILO FISCAL
E DA INVASÃO DE PRIVACIDADE ;
7- VOCÊ É CONTRA O APOIO AO IRÃ; CUBA; VENEZUELA (CHAVEZ!!)
TODOS AMIGOS DOS DITADORES;
8- VOCÊ É CONTRA O CAOS AÉREO QUE VIVEMOS...,
E a Erenice!!!!
DOLLAR NA CUECA,
MALA DO DOSSIÊ,
MENSALÃO, ETC, ETC,...
ENTÃO NÃO VOTE NA DILMA
AINDA HÁ TEMPO DE REESCREVER O NOSSO FUTURO DOS PRÓXIMOS 4 ANOS
Por favor isto é importante...
ESCUTE MARINA DA SILVA...
Marina ataca biografia de Dilma e diz Brasil não pode ser entregue a ‘quem não conhece’
Em campanha no Sul do País, a candidata Marina Silva, do PV, fez críticas em relação ao desconhecimento geral sobre a biografia da candidata do PT, Dilma Rousseff. Em café da manhã em Curitiba nesta quinta-feira, 26, com lideranças do PV paranaense, Marina pediu ao povo brasileiro que “pense duas vezes” antes de fazer suas escolhas.
“Que o povo brasileiro pense duas vezes antes de entregar o futuro do Brasil para quem não conhecemos direito”, disse ela.
Marina fez uma comparação entre algumas figuras da política nacional para questionar a experiência de Dilma.”Nós conhecemos o presidente Lula, a gente conhecia o Fernando Henrique Cardoso, a gente conhece o Serra – eu discordo dele, mas conheço. O povo pode até discordar de mim, mas me conhece. Eu estou aí há 16 anos na política nacional”, afirmou Marina.
E em seguida concluiu: “Mas, com todo respeito à ministra Dilma, nós não conhecemos ela nesse lugar de eleita. Conhecemos como ministra de Minas e Energia, da Casa Civil e até respeitamos o trabalho dela, mas daí a ser presidente da República?”.
Ainda na mesma linha, a candidata do PV ironizou, sem citar nomes, a indicação que Lula vem fazendo em favor de Dilma. “Quem aqui que se casa só por que chega alguém e diz: ‘casa com esse moço, é uma maravilha de moço’? Não, a gente quer conhecer a pessoa primeiro, não é isso?”
CASSIMIRO DE ABREU...CHICO BUARQUE...
Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !
Como são belos os dias
Do despontar da existência !
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor !
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar !
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !
Oh ! dias da minha infância !
Oh ! meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã !
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã !
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis !
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar !
.........................................................................................
Oh ! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras,
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !
Doze Anos
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
Ai, que saudades que eu tenho
Dos meus doze anos
Que saudade ingrata
Dar banda por aí
Fazendo grandes planos
E chutando lata
Trocando figurinha
Matando passarinho
Colecionando minhoca
Jogando muito botão
Rodopiando pião
Fazendo troca-troca
Ai, que saudades que eu tenho
Duma travessura
Um futebol de rua
Sair pulando muro
Olhando fechadura
E vendo mulher nua
Comendo fruta no pé
Chupando picolé
Pé-de-moleque, paçoca
E disputando troféu
Guerra de pipa no céu
Concurso de pipoca
UMA CRONICA DE RUBEM BRAGA...
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval — uma pessoa se perda da outra, procura-a por um instante e depois adere a qualquer cordão.
É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil. Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível que não adiantasse nada. Para que explicações?
Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena palavra: adeus. A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo.
AS EXIGENCIAS DA VIDA MODERNA...
E uma banana pelo potássio.
E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina, previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
Todos os dias deve-se comer fibra. Muita, muitíssima fibra. Fibra suficiente para fazer um pulôver.
Você deve fazer entre quatro e seis refeições leves diariamente. E nunca se esqueça de mastigar pelo menos cem vezes cada garfada. Só para comer, serão cerca de cinco horas do dia...
E não esqueça de escovar os dentes depois de comer. Ou seja, você tem que escovar os dentes depois da maçã, da banana, da laranja, das seis refeições e enquanto tiver dentes, passar fio dental, massagear a gengiva, escovar a língua e bochechar com Plax. Melhor, inclusive, ampliar o banheiro e aproveitar para colocar um equipamento de som, porque entre a água, a fibra e os dentes, você vai passar ali várias horas por dia.
Há que se dormir oito horas por noite e trabalhar outras oito por dia, mais as cinco comendo são vinte e uma.
Sobram três, desde que você não pegue trânsito. As estatísticas comprovam que assistimos três horas de TV por dia. Menos você, porque todos os dias você vai caminhar ao menos meia hora (por experiência própria, após quinze minutos dê meia volta e comece a voltar, ou a meia hora vira uma).
E você deve cuidar das amizades, porque são como uma planta: devem ser regadas diariamente, o que me faz pensar em quem vai cuidar delas quando eu estiver viajando.
Deve-se estar bem informado também, lendo dois ou três jornais por dia para comparar as informações.
Ah! E o sexo! Todos os dias, tomando o cuidado de não se cair na rotina. Há que ser criativo, inovador para renovar a sedução. Isso leva tempo - e nem estou falando de sexo tântrico.
Também precisa sobrar tempo para varrer, passar, lavar roupa, pratos e espero que você não tenha um bichinho de estimação. Na minha conta são 29 horas por dia.
A única solução que me ocorre é fazer várias dessas coisas ao mesmo tempo! Por exemplo, tomar banho frio com a boca aberta, assim você toma água e escova os dentes. Chame os amigos junto com os seus pais. Beba o vinho, coma a maçã e a banana junto com a sua mulher... na sua cama.
Ainda bem que somos crescidinhos, senão ainda teria um Danoninho e se sobrarem 5 minutos, uma colherada de leite de magnésio.
Agora tenho que ir.
É o meio do dia, e depois da cerveja, do vinho e da maçã, tenho que ir ao banheiro.
E já que vou, levo um jornal... Tchau!
Viva a vida com bom humor!!!
Luís Fernando Veríssimo
PENSANDO BEM...
**Hoje, refletindo sobre o efeito do nada, sobre o porra nenhuma, me dei conta de que o Brasil é o único país do mundo:**
**a) governado por um alcóolatra que instituiu uma lei seca; **
**b) um analfabeto que assinou uma reforma ortográfica;* *
**b) tem um filho formado em porra nenhuma, que é o gênio das finanças, e**
**c) teve a cara de pau de pedir a Deus para dar INTELIGÊNCIA a Barack Obama, que é formado em Harvard.**
**Depois disso, EU TINHA QUE MUDAR DE LADO.**
**Resolvi ficar ao lado de Lula. **
**Que me desculpem os meus amigos e, por favor, não me critiquem, nem mandem e-mail's indignados. Antes, reflitam
melhor sobre a situação atual. Tenho certeza que também ficarão ao lado do Lula. **
**Afinal, se eu ficar atrás... ele me caga e se eu ficar na frente... ele me fode. **
**Portanto, a melhor opção é ficar ao lado dele.**
**ENQUANTO ISSO, ESPERO E SONHO QUE TUDO VOLTE AO NORMAL.***
**Será o dia em que:**
ARRUDA será uma simples plantinha pra espantar mal olhado;
GENUINO será algo verdadeiro;
GENRO apenas o marido da filha;
SEVERINO apenas o porteiro do prédio;
FREUD voltará a ser o só criador da Psicanálise;
LORENZETTI será só uma marca de chuveiro;
GREENHALGH voltará a ser um almirante que participou de nossa história;
Dirceu, Palloci, Delúbio, Silvio Pereira, Berzoini,Gedimar, Valdebran, Bargas, Expedito Veloso, Gushiken,
Renan etc, serão simples.... presidiários.
**E LULA APENAS UM FRUTO DO MAR.**** **
**Finalmente, quando olho meu titulo de eleitor velhinho, coitado, sempre usado desde 1959 e vejo o Lula aliado ao Collor
e, pasmem, na defesa da vida ilibada dos Sarneys, concluo que entendo o verdadeiro significado do nome
****'ZONA ELEITORAL' escrito nele!**"
QUEM É O DONO?
Quando a gente pensa que já viu de tudo...
O DIREITO É BRILHANTE...
"Ejaculou? Perdeu!!!"
Justiça decide: Esperma é propriedade da mulher!
Usar esperma para engravidar sem autorização do homem não caracteriza roubo porque 'uma vez ejaculado, o esperma se torna propriedade da mulher'..
O entendimento é de uma corte de apelação em Chicago, nos Estados Unidos, que devolveu uma ação por danos morais à primeira instância, para análise do mérito.
Nela, o médico Richard Phillips acusa a colega Sharon Irons de 'traição calculada, pessoal e profunda', ao final do relacionamento que mantiveram há seis anos.
Sharon teria guardado o sêmen de Richard, depois de fazerem sexo oral, e usado o esperma para engravidar.
Richard Phillips alega ainda que só descobriu a existência da criança quando Sharon ingressou com ação exigindo pensão alimentícia.
Depois que testes de DNA confirmaram a paternidade, o médico processou Sharon por danos morais, roubo e fraude.
Os juízes da corte de apelação descartaram as pretensões quanto à fraude e roubo, afirmando que 'a mulher não roubou o esperma'.
O colegiado levou em consideração o depoimento da médica, onde ela afirma que quando Richard Phillips ejaculou, ele entregou seu esperma, deu 'de presente' (?!?!).
Para o tribunal, 'houve uma transferência absoluta e irrevogável de título de propriedade, já que não houve acordo para que o esperma fosse devolvido'.
Agora é oficial:
Os homens não mandam em PORRA nenhuma!
terça-feira, 26 de outubro de 2010
A CARTA DA SEMANA...
“Chico, você foi, é e será sempre meu herói. Pelo que você foi pelo que você é e pelo que creio que continuará sendo. Por isso mesmo, ao ver você declarar que vai votar na Dilma “por falta de opção”, tomei a liberdade de lhe apresentar o que, na opinião do seu mais devoto e incondicional admirador, pode ser uma opção.
Eu também votei no Lula contra o Collor. Tanto pelo que representava o Lula como pelo que representava o Collor. Eu também acreditava no Lula. E até aprendi várias coisas com ele, como citar ditos da mãe. Minha mãe costumava lembrar a piada do bêbado que contava como se tinha machucado tanto. Cambaleante, ele explicava: “Eu vi dois touros e duas árvores, os que eram e os que não eram. Corri e subi na árvore que não era aí veio o touro que era e me pegou.” Acho que nós votamos no Lula que não era aí veio o Lula que era e nos pegou.
Chico, meu mestre, acho que nós, na nossa idade, fizemos a nossa parte. Se a fizemos bem feita ou mal feita, já é uma outra história. Quando a fizemos, acreditávamos que era a correta. Mas desconfio que nossa geração não foi tão bem-sucedida, afinal. Menos em função dos valores que temos defendido e mais em razão dos resultados que temos obtido. Creio que hoje nossa principal função será a de disseminar a mensagem adequada aos jovens que vão gerenciar o mundo a partir de agora. Eles que façam mais e melhor do que fizemos, principalmente porque o que deixamos para eles não foi grande coisa. Deixamos um governo que tem o cinismo de olimpicamente perdoar os “companheiros que erraram” quando a corrupção é descoberta.
Desculpe, senhor, acho que não entendi. Como é mesmo? Erraram? Ora, Chico. O erro é uma falha acidental, involuntária, uma tentativa frustrada ou malsucedida de acertar. Podemos dizer que errou o Parreira na estratégia de jogo, que erramos nós ao votarmos no Lula, mas não que tenham errado os zésdirceus, os marcosvalérios, os genoinos, dudas, gushikens, waldomiros, delúbios, paloccis, okamottos, adalbertos das cuecas, lulinhas, beneditasdasilva, burattis, professoresluizinhos, silvinhos, joãopaulocunhas, berzoinis, hamiltonlacerdas, lorenzettis, bargas, expeditovelosos, vedoins, freuds e mais uma centena de exemplares dessa espécie tão abundante,desafortunadamente tão preservada do risco de extinção por seu tratador. Esses não erraram. Cometeram crimes. Não são desatentos ou equivocados. São criminosos. Não merecem carinho e consolo, merecem cadeia.
Obviamente, não perguntarei se você se lembra da ditadura militar. Mas perguntarei se você não tem uma sensação de déjà vu nos rompantes de nosso presidente, na prepotência dos companheiros, na irritação com a imprensa quando a notícia não é a favor. Não é exagero, pergunte ao Larry Rother do New York Times, que, a propósito, não havia publicado nenhuma mentira. Nem mesmo o Bush, com sua peculiar e texana soberba, tem ousado ameaçar jornalistas por publicarem o que quer que seja. Pergunte ao Michael Moore. E olhe que, no caso do Bush, fazem mais que simples e despretensiosas alusões aos seus hábitos ou preferências alcoólicas no happy hour do expediente.
Mas devo concordar plenamente com o Lula ao menos numa questão em especial: quando acusa a elite de ameaçá-lo, ele tem razão. Explica o Aurélio Buarque de Hollanda, seu tio, que elite, do francês élite, significa “o que há de melhor em uma sociedade, minoria prestigiada, constituída pelos indivíduos mais aptos”.
Poxa! Na mosca. Ele sabe que seus inimigos são as pessoas do povo mais informadas, com capacidade de análise, com condições de avaliar a eficiência e honestidade de suas ações. E não seria a primeira vez que essa mesma elite faz esse serviço. Essa elite lutou pela independência do Brasil, pela República, pelo fim da ditadura, pelas diretas-já, pela defenestração do Collor e até mesmo para tirar o Lula das grades da ditadura em 1980, onde passou 31 dias. Mas ela é a inimiga de hoje. E eu acho que é justamente aí que nós entramos.
Nós, que neste país tivemos o privilégio de aprender a ler, de comer diariamente, de ter pais dispostos a se sacrificar para que pudéssemos ser capazes de pensar com independência, como é próprio das elites - o que, a propósito, não considero uma ofensa -, não deveríamos deixar como herança para os mais jovens presentes de grego como Lula, Chávez, Evo Morales, Fidel - herói do Lula, que fuzila os insatisfeitos que tentam desesperadamente escapar de sua “democracia”. Nossa herança deveria ser a experiência que acumulamos como justo castigo por admitirmos passivamente ser governados pelo Lula, pelo Chávez, pelo Evo e pelo Fidel, juntamente com a sabedoria de poder fazer dessa experiência um antídoto para esse globalizado veneno. Nossa melhor herança será o sinal que deixaremos para quem vem depois, um claro sinal de que permanentemente apoiaremos a ética e a honestidade e repudiaremos o contrário disto. Da mesma forma que elegemos o bom, destronamos o ruim, mesmo que o bom e o ruim sejam representados pela mesma pessoa em tempos distintos.
Assim como o maior mal que a inflação causa é o da supressão da referência dos parâmetros do valor material das coisas, o maior mal que a impunidade causa é o da perda de referência dos parâmetros de justiça social. Aceitar passivamente a livre ação do desonesto é ser cúmplice do bandido, condenando a vítima a pagar pelo malfeito. Temos opção. A opção é destronar o ruim. Se o oposto será bom, veremos depois. Se o oposto tampouco servir, também o destronaremos. A nossa tolerância zero contra a sacanagem evitará que as passagens importantes de nossa História, nesse sanatório geral, terminem por desbotarem na memória de nossas novas gerações.
Aí, sim, Chico, acho que cada paralelepípedo da velha cidade, no dia 3 de outubro, vai se arrepiar.
Seu admirador número 1,
Zé Danon
QUEM É O CHEFE?
Depois da criacáo do homem, todos os órgãos do corpo recém-criado queriam ser o chefe. O cérebro dizia com a arrogância própria dos cérebros: “eu penso por todos vocês. Eu controlo tudo por meio das ações dos meus neurônios. Então, se alguém aqui tem que ser chefe, esse alguém sou eu.”
“Nós é que devemos assumir a chefia, pois somos nós que transportamos todo o corpo aos mais diversos lugares. Ainda que o cérebro queira ir a algum lugar, se nós não quisermos levá-lo então o corpo não vai a lugar algum” falaram as pernas em coro recusando o falacioso argumento da cinzenta massa.
E as mãos: “Isso é pura bobagem. Nós executamos todo o trabalho e é com ele que ganhamos dinheiro para o corpo sobreviver. É com esse dinheiro que todo o resto do corpo se mantém. Nós vamos ser o chefe.”
“Onde não há sangue não há vida. Quem manda o sangue a todas as partes do corpo sou eu. Portanto, eu devo ser o escolhido”. Foi o que o coração falou tentando deixar de lado toda a emoção do momento.
A certa altura, ninguém entendia mais o que os outros falavam, pois todos falavam ao mesmo tempo, até a própria boca. Os pulmões ficaram arquejantes. Os olhos, irritados. O fígado e os rins reclamavam e, até mesmo, os intestinos se manifestaram provocando um grande mal-estar.
De repente, fez-se um inexplicável silêncio e ouviu-se uma voz muito grave e solene:
- Quem vai ser o chefe sou eu.
Quem falava isso era o Olho do Cu.
E todos deram uma sonora gargalhada. Afinal de contas, ele nunca havia sido levado a sério. Nunca nada fizera por merecer qualquer atenção, a não ser alguns ruídos ininteligíveis e fedorentos. E merda, muita merda. Mas o Olho do Cu insistiu:
- Quem vai ser o chefe sou eu. Querem ver?
E mais não disse. Nem fez. Fechou-se em si mesmo, ou em copas como dizem alguns, numa imagem bem apropriada. Enfim, deixou de funcionar.
Em poucos dias, o cérebro não mais conseguia raciocinar direito. Não pensava mais quase nada e o controle, de que ele tanto se orgulhava, quase sucumbiu. Os olhos ficaram embaçados. As pernas não mais se punham em pé e as mãos pendiam flácidas sob braços enfraquecidos. As batidas do coração ficaram imperceptíveis de tão débeis. Os pulmões estavam nas últimas. Todos sobreviviam com dificuldade. O corpo estava à beira da falência total: a morte.
Sem alternativa, todos os órgãos concordaram em reunir-se ao final do expediente e elegeram o Cu como chefe.
A partir daí, as coisas começaram a se normalizar. Cada uma das partes do corpo fazia o seu trabalho enquanto o Olho do Cu a tudo observava, organizava e dirigia. Mas, principalmente, fazia o que dele se esperava: merda e muita merda como convém a qualquer chefe digno dessa função.
Moral da Historia
Não é necessário ter cérebro para ser Chefe basta ter Cu.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
CONFISSÕES DA ALMA...BERNARDO CELESTINO PIMENTEL...
quando encontrei a luz
ja estava cego,e a boca torta,pelo uso da dor...
fui um personagem constante da angústia,
quando voltei, fui.
grande e misteriosa somente a vida...do tamanho das tentações...
o que excedeu da inteligencia serviu para explicar nada...
tudo confuso, agitado e surdo.
sou um rei das minhas dúvidas...
sou um súdito das minhas paixões...
da rosa que brotei somente lágrimas...
tempo frio com palmas...
dificil é comviver com a criança, que me rosna as mágoas...
sou de ferro e bronze,com alma de palha.
caminham na vida os muito que fui,
nas trevas,nos claros da ausencia de luz.
A MINHA FEBRE É DE SONHOS,enquanto resisto.