quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A PÁTRIA...OLAVO BILAC...


Os militares se deleitavam com a palavra PÁTRIA,sobretudo na época da revolução...certa vez escutei, na conversa dos sapateiros , a seguinte comparação:estes homens enchem a boca de Pátria...eles deviam saber, que,com as mesmas letras que se escreve esta palavra,se escreve a palavra A TRIPA...e o povo está passando fome...me surprendí em ver um homem do povo fazer uma comparação deste Nipe...era Nova Cruz,era Paulo Bezerra... um homem tocado pelo veneno de Luiz Carlos prestes, a quem escutava toda noite, na Rádio Albania, da Albania,com o seu rádio de pilha,no exílio do Cavaleiro da esperança...Nesta época todas as crianças queriam escrever na escola com o caderno MINHA PÁTRIA...era o caderno da moda...fino, modesto, padrão...que trazia impresso na capa, a poesia de Olavo Bilac, MINHA PÁTRIA, que hoje estou transcrevendo para voces. ..Já adolescente, escutei de Eros Caldas de Araújo Pereira, meu cunhado, de saudosa memória:no Brasil existem dois tipos de pessoas:as que comem e não trabalham,e as que trabalham e não comem...se isto existisse pela vontade do criador, ela teria feito,os primeiros, sem os braços ,e os segundos, sem bocas.
Ainda de Paulo Bezerra...a ganancia é demais e sem limites...se pudessem já tinha engarrafado o ar, e voce estava comprando oxigenio em bala , todo o dia, sua cota, para não morrer asfixiado ...igual como se fez com a água mineral. O meu consolo é escutar a matuta Maria Maciel: A PATACA DO SOVINO, O DIABO VEM E CARREGA...E EU ACRESCENTO:E O ENFARTE MATA, DE PREFERENCIA NAS DUAS PRIMEIRAS HORAS...TENHO DITO.
Maus princípios,desastrosos fins...



.Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!

Criança! não verás nenhum país como este!
Olha que céu! que mar! que rios! que floresta!
A Natureza, aqui, perpétuamente em festa,
É um seio de mãe a transbordar carinhos.
Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos,
Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos!
Vê que luz, que calor, que multidão de insetos!
Vê que grande extensão de matas,
onde impera Fecunda e luminosa,
a eterna primavera!
.
Boa terra! jamais negou a quem trabalha
O pão que mata a fome, o teto que agasalha...
.
Quem com o seu suor a fecunda e umedece,
Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece!
.
Criança! não verás país nenhum como este:
Imita na grandeza a terra em que nasceste!
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Olavo Bilac

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