terça-feira, 7 de setembro de 2010
NÃO BASTA VESTIR-SE DE PALHAÇO, TEM QUE FAZER SORRIR…
“Cada povo tem o governo que merece”! Frase lapidar que me ocorreu no momento de escrever este texto. Talvez pela assertiva que se encerra nas entrelinhas, talvez pela sabedoria popular que nela se encerra, talvez pela afinidade que tem com o momento político, talvez por tudo isso junto e algo mais. Talvez, quem sabe…
Dispenso a modéstia, rodo a baiana, chuto o pau da barraca… Êpa, espere aí! Eu não! Eu mereço coisa melhor! Será? É muito grande o numero de políticos candidatos a reeleição que estiveram ou estão envolvidos, ou foram citados em roubos e corrupção. Portanto, no meu modesto entender, se elegermos algum “Ficha Suja” é porque não sabemos votar. É minha a culpa, minha máxima culpa…
Se por um lado, trocar o voto por uma cesta básica, é condenável; por outro lado, é muito difícil ver um filho pequeno chorando com fome e dispensar a ajuda de alguém que se diz sem nenhum interesse no momento que não seja resolver o seu problema, daí a votar no candidato por pura gratidão, é apenas um passo. Pela segunda vez: não sabemos votar…
Observando esta linha de conduta do eleitor brasileiro, que na maioria dos casos não temos o direito de condenar, e sem desmerecer o brasileiro trabalhador, honesto, “um povo tão bom que vive mal”, como verberou Orlando Tejo. Ratifico pela terceira vez: não sabemos votar.
Percebo com imenso pesar que na Região Nordeste do Brasil, em que o índice de analfabetismo é maior, onde grassa a fome e a miséria, onde, onde… É justo ali que os programas assistencialistas do governo federal atinjam seu apogeu. Coincidentemente foi naquela região que o candidato a presidente da república (Luiz Inácio Lula da Silva) teve uma maioria esmagadora de votos. Pela quarta vez confirmo: não sabemos votar, ou não podemos votar em…
Quero crer que se o Brasil encontra-se em situação deplorável, “com noventa milhões de analfabetos e multidão maior de miseráveis” mais uma vez cito Orlando Tejo. É nossa a culpa, nossa máxima culpa. Outra alusão clara à nossa culpa com respeito à situação do Brasil está no texto de minha autoria (MEIAS METADES) quando disse: – Meu país está à deriva/ Sua gente está na fossa/ Meia culpa é dos políticos/ A outra metade é nossa. Pela quinta vez: não sabemos votar, por isso votamos mal.
Tenho observado com um misto de tristeza, que os discursos são os mesmos de pleitos anteriores. Mudam-se os candidatos, mudam-se as datas, mas as falas são as mesmas, o mesmo tom solene, as mesmas falsas promessas, capazes de convencer São Tomé, o santo que só acreditava vendo.
A carência de argumentos consistentes para defender suas propostas é constante nos políticos; por outro lado, a dificuldade do eleitor identificar onde se esconde o golpe é muito maior ainda. Daí a votar errado dista apenas da sua casa ao local em que se encontra as urnas.
O problema está naquele que reclama: você, eu, nós! O problema está no brasileiro. Afinal, o que se poderia esperar de um povo que sempre dá um jeitinho? Que valoriza o esperto, e não o sábio? Que aplaude de pé o vencedor do Big Brother, mas não sabe o nome de um escritor brasileiro? Que admira o pobre que fica rico da noite para o dia? Que ri quando consegue instalar um “gato” na energia da sua residência ou quando sonega todo imposto que pode, e até o que não pode?
O que esperar de um povo que não sabe o que é pontualidade? Que joga lixo na rua e reclama da sujeira? O que esperar de um povo que não valoriza a leitura, cujo Presidente diz: ler é muito chato? O que esperar de um povo que finge dormir quando um idoso entra no ônibus? O que dizer de um povo que elege políticos envolvidos ou citados em corrupção?
O problema do Brasil não é só os políticos: somos também nós que não sabemos votar.
Minha modesta crônica não tem o objetivo de ofender ninguém: é mera constatação dos fatos. É óbvia, repetitiva, inútil, mas tinha de ser escrita. Todavia, refletir antes de tomar uma decisão importante, é necessário; às vezes dói, mas em geral, salva.
Perdoem-me, caros eleitores dispersos por esse Brasil inteiro! Mas, “não basta vestir-se de palhaço, tem que fazer sorrir; não basta ser eleitor, tem que saber votar”.
Senhores políticos, caríssimos eleitores: desmintam-me se for capaz!
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