segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O BODE...


O bode de Zé Maria

Bode é um animal comum
Entre os bichos do sertão
Mas pode ser confusão
Bate-boca, zum-zum-zum
Aquí me refiro a um
Que gerou uma porfia
Conduzido certo dia
Para uma farra em Recife
Não se aproveitou um bife
(Do bode de Zé Maria)

O bicho foi retalhado
Em São José do Egitto
Um açougueiro imperito
O deixou mal temperado
Apesar de moqueado
E posto na câmara-fria
No terceiro ou quarto dia
Começou ficando azul
Fedia de norte a sul
( O bode de Zé Maria)

Alguém quis assar na brasa
Uma parte do cabrito
Porém um cheiro esquisito
Exalou por toda casa
Numa caçarola rasa
Outro pedaço fervia
Mas quanto mais aquecia
Mais o miasma aumentava
E a discussão atiçava
(O bode de Zé Maria)

Isto é carne de cachorro
Fala um velhote à esposa
Ela responde: é raposa
E grita a pedir socorro
Se isto feder mais, eu morro
Uma velhinha dizia
Uma moça se escondia
A bradar: isso não pode
Assim deu o maaior bode
( O Bode de Zé Maria)

Uma grávida ficou tonta
Com o fedor penetrante
Se fosse num restaurante
Ninguém pagaria a conta
A dona da casa, pronta
Pra degustar a iguaria
No auge dessa arrelia
Para a polêmica encerrar
Disse: eu vou mandar matar
(Outro bode e Zé Maria)

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