segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Bolsa Copa...



UM TEXTO DE MARISTELA BAIRROS




BOLSA-COPA, A NOVA LULICE

Estamos já em meados de maio. Minha mãe jura que a Terra está girando mais rapidamente, que “antes” não era assim. Eu vivo rebatendo esta “descoberta” da dona Luci, mas a cada anoitecer súbito que me mostra que o dia foi curto para tantos compromissos e pouco lazer, tenho de admitir que nosso calendário precisa ser trocado por algo mais de acordo com esta vida atropelada. Particularmente este ano vai ser mais voraz no consumo do tempo: tem Copa do Mundo e eleições. Duas coisas com para as quais tenho a cada momento menos paciência.

Começam a abundar os anúncios, em todos os meios, em todos os horários, sobre a Copa e principalmente o chamamento, feito a cada quatro anos, para nosso patriotismo. Canarinho, ainda por cima. A única coisa que me deu satisfação, de fato, relativa a este jogo de interesses financeiros e econômicos que vai maquiar a miséria, desta feita na África, foi o fato de que ao menos um chinelão que ganha demais e é chamado de “imperador” ficou fora da bolada de grana que, perdendo ou ganhando, a turma de Seleção embolsa.

No entanto, me tapo de nojo ao saber que o governo lulista da silva quer criar um bolsa-copa para “ajudar” os boleiros que, coitadinhos, depois de defender a camisa nacional em campos daqui e de além, não juntaram um bom dinheirinho. Afinal, eles deram tantas alegrias a esta nação culta, saneada em saúde física e mental, tão bem na foto que pode se dar ao luxo de emprestar dinheiro para a Grécia e debochar da cara de quem ganha 500 pilas por mês que tem uns 250 bi em caixa! Frouxo, frouxo! Dinheiro so-bran-do!

Para os aposentados que cometem o pecado de ganhar mais de 2 salários mínimos, um aumento na base dos 7 por cento vai estourar as caixas da Previdência. Mas, que bobagem: somos ricos, reconhecidos, influentes, etc etc. Dar 100 mil reais de prêmio para quem fez o que era pago pra fazer (jogar futebol), por absoluta caridade cristã, é um privilégio. Eu é que sou mal-humorada, reacionária, uma direitista burra que não suporta mais ouvir a voz de Lula, que todo o mundo reconhece como um sujeito bom, preocupado com “ospóbri”, que desbancou “azelite”, um exemplar pai de família que reconheceu, sim, a filha que ignorava (na hora do voto, mas o que é que há, o cara é humano!) e hoje lhe dá uma vida folgadérrima, esse é nosso presidente, autor de projetos essenciais para nossa vida.

Acho, aliás, que estar na lista da Time como um dos sujeitos mais influentes do mundo é pouco para reconhecer o valor de Lula. Uma maldade os brothers terem dado, em 1930, capa para Al Capone e não terem feito o mesmo com mon président! Não se chateie, não, Lula! Continue firme, que em breve, o mundo será seu, somente seu. Sempre haverá lugar para meninos de origem pobre, que vencem as escabrosidades da vida e se fazem reconhecer. Veja Elvo. Veja Hugo. Veja Fidel. Veja aquele pequeno austríaco que expandiu suas fronteiras e provou que um novo mundo era possível. Afinal, não falta aloprado pra gritar: heil, heil, heil.

Mas, por favor, Lula: dê um sossego para meus ouvidos. Sua voz, a língua pegada e essa enxurrada de erros, quase 8 anos a fio, estão me fazendo consumir mais sal de fruta que o usual. Que tal um dublê de voz?

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