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Cultivar a infelicidade é que é uma burrice. O que não falta nessa vida é gente sofrendo pelos mais diversos motivos: ganham mal, não tem amor, padecem de uma doença, sei lá, cada um sabe o que lhe dói.
Cultivar a infelicidade é que é uma burrice. O que não falta nessa vida é gente sofrendo pelos mais diversos motivos: ganham mal, não tem amor, padecem de uma doença, sei lá, cada um sabe o que lhe dói.
Todos trazem uns machucados de estimação, você e eu inclusive. No que me diz respeito, dedico meus machucados um bom templo de reflexão, mas não vou fechar a cara.
Felicidade depende basicamente de duas coisas: sorte e escolhas bem feitas. Tem que ter a sorte de nascer numa família bacana, sorte de ter pais que incentivam a leitura e o esporte, sorte de eles poderem pagar os estudos pra você, sorte de ter saúde. Até ai, conta-se com a providência divina. O resto não é mais conta do destino: depende das suas escolhas.
Os amigos que você faz, se optou por ser honesto ou ser malandro, se valoriza mais a grana do que a sua paz de espirito, se costuma correr atrás ou desistir dos seus projetos, se nas suas relações afetivas você prioriza beleza ou as afinidades, se reconhece os momentos de dividir e de silenciar, se sabe a hora de trocar de emprego, se sai do país ou se fica, se perdoa seu pai ou preserva á mágoa para o resto da vida, esse tipo de coisa.
A gente é soma das nossas decisões, todo mundo sabe. Tem gente que é infeliz porque tem câncer. E outros são infelizes porque cultivam a preguiça existencial. Os que têm câncer não têm sorte. Mas os outros, sim, têm a sorte de optar. E estes só continuam infelizes se assim escolherem."
[Martha Medeiros]
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