domingo, 4 de novembro de 2012

OS CANTORES DE DEUS...OS PÁSSAROS...

          ENCARCERÁ A ASA É APRISIONAR O ESPÍRITO...

      UMA VIDA SÓ ENCONTRA RAZÃO SE ELA FOR LIVRE...
        
          LIA PIMENTEL.



Passaredo

MPB4

Ei, pintassilgo
Oi, pintaroxo
Melro, uirapuru
Ai, chega-e-vira
Engole-vento
Saíra, inhambu
Foge asa-branca
Vai, patativa
Tordo, tuju, tuim
Xô, tié-sangue
Xô, tié-fogo
Xô, rouxinol sem fim
Some, coleiro
Anda, trigueiro
Te esconde colibri
Voa, macuco
Voa, viúva
Utiariti
Bico calado
Toma cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí
Ei, quero-quero
Oi, tico-tico
Anum, pardal, chapim
Xô, cotovia
Xô, ave-fria
Xô, pescador-martim
Some, rolinha
Anda, andorinha
Te esconde, bem-te-vi
Voa, bicudo
Voa, sanhaço
Vai, juriti
Bico calado
Muito cuidado
Que o homem vem aí
O homem vem aí
O homem vem aí

Vejam que são:
Graúna (ou Chico preto) é o regente da orquestra
A graúna (derivado do tupi “guira-una” = ave preta) é uma ave passeriforme da família Icteridae. Conhecido também como
Chico-preto (Maranhão), Arranca-milho, Chopim, chupão (Mato Grosso), Assum-preto, Cupido, Melro e Pássaro-preto. Dentre as várias inspirações ao cancioneiro popular, esta se destaca por sua letra e pujança na voz de Luiz Gonzaga:
Tudo em volta é só beleza
Sol de abril e a mata em flor
Mas assum preto, cego dos oio
Não vendo a luz, ai, canta de dor
Mas assum preto, cego dos oio
Não vendo a luz, ai, canta de dor
Essa letra relata um ato cruel entre passarinheiros, principalmente do nordeste, que furavam (em algumas regiões ainda o fazem) os olhos do assum preto pensando que assim ele cantaria mais na gaiola. Esse procedimento bizarro também é feito com o sabiá.
Excluindo-se a Amazônia, onde sua presença só é registrada no leste do Pará e Maranhão, é encontrado em todo o Brasil e, também, no Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.  O nome Graúna vem do Tupi: Guira-una, que significa Ave Preta.



Corrupião amarelo é um dos melhores músicos da Orquestra
O corrupião é um Passeriforme da família Icteridae. Também conhecido como Concriz, João-Pinto e Sofrê. Trata-se de uma das aves mais lindas e de cântico mais melodioso do continente, representada no Brasil em duas formas geográficas, consideradas geralmente espécies diversas: (1) sofrê, concriz, corrupião, Icterius j. jamacaii, cabeça e dorso negros. Ocorre do Maranhão à Bahia, Minas Gerais; (2) joão-pinto, rouxinol, Icterius jamacaii croconotus, alto da cabeça e costas de cor laranja. Ocorre do norte do continente e da Amazônia até os rios Paraguai e Piquiri, Mato Grosso.
Galo de campina – a extrema beleza silvestre da natureza
O cardeal-do-nordeste (Paroaria dominicana), também conhecido como galo-da-campina, galo-de-campina ou simplesmente cardeal, é uma ave da família Emberizidae, grupo dos cardeais.
A espécie tem cerca de 17 cm de comprimento, cabeça anterior e garganta vermelhas sem topete e abdomem branco, costas acinzentadas. Vive em bandos nas caatingas em quase todo o Nordeste brasileiro. Alimenta-se de sementes, bagas e insetos.


 
Xexéu – é um pássaro lendário para os indígenas
Os indígenas apelidaram o xexéu de cacique, pois são muito maiores que as fêmeas e também, os machos não trabalham deixando a construção do ninho e o cuidado dos filhotes por conta das fêmeas.
Pássaro capaz de imitar perfeitamente o canto de outras aves como tucanos, araçaris, papagaios, gaviões, martim-pescador e muitos outros e até mesmo de mamíferos como a ariranha. É curioso observar que um xexéu pode imitar um tucano e logo depois um araçari, o que às vezes faz pensar que o pássaro identifica as espécies.
Ao cantar, o xexéu inverte a sua posição, permanecendo com a cabeça na posição da calda e a calda no lugar da cabeça. Deixa as asas meio caídas e eriça as penas da cauda. Exalam mal cheiro e nota-se que após o banho em cativeiro deixam a água com cheiro de barata. O mau cheiro já nos filhotes atrai moscas para o ninho e em alguns casos os filhotes são parasitados por bernes de passarinho. O curioso é que os filhotes se alimentam das larvas, arrancando-as do corpo de seus irmãos.
Os indígenas citam na lenda do Japim mágico, onde o japim era o pássaro do Deus Tupã. São encontrados do Panamá até a Bolívia, Mato Grosso do Sul, Goiás e sul da Bahia.
Sabiá laranjeira – o saxofone da orquestra
O sabiá-laranjeira [Turdus rufiventris] é uma ave muito comum na América do Sul e o mais conhecido de todos os sabiás, identificado pela cor de ferrugem do ventre e por seu canto melodioso durante o período reprodutivo. É popular especialmente no Brasil, tendo se tornado por lei, em 2002, a ave-símbolo do país.  Já era símbolo do estado de São Paulo desde 1966. É citada por diversos poetas como o pássaro que canta o amor e a primavera. A ave também está presente no emblema oficial da Copa das Confederações de 2013, que será realizada no Brasil.
O nome sabiá deriva do tupi haabi’á.  No Brasil tem uma quantidade de denominações populares, entre elas sabiá-cavalo, sabiá-ponga, piranga, ponga, sabiá-coca, sabiá-de-barriga-vermelha, sabiá-gongá, sabiá-laranja, sabiá-piranga, sabiá-poca, sabiá-amarelo, sabiá-vermelho ou sabiá-de-peito-roxo.
 
Trinca-ferro
O trinca-ferro-verdadeiro é uma ave passeriforme da família Thraupidae. No Brasil existem cerca de oito formas do gênero Saltator, todas relativamente parecidas. Apenas uma das espécies, o bico-de-pimenta é bem diferente, pois uma máscara preta desce até a garganta, e o bico tem uma cor laranja bem intenso. Muito caçado e apreciado por seu belo canto.
Também é chamado de trinca-ferro, bico-de-ferro, tempera-viola, pixarro, pipirão, estevo, papa-banana (Santa Catarina), titicão, tia-chica e chama-chico (interior de São Paulo).
Um pouco menor do que outras espécies do mesmo gênero, possuem o mesmo bico negro e forte que originou o nome comum dessas aves. Como no tempera-viola (Saltator maximus), apresenta dorso verde, cauda e lados da cabeça acinzentados. A listra superciliar é a mais comprida das três espécies (ave adulta), com o “bigode” menos definido e garganta toda branca. Por baixo, domina o cinza nas laterais, tornando-se marrom alaranjado e branco no centro da barriga. Asas esverdeadas. O juvenil não possui a listra tão extensa, sendo a mesma falhada ou inexistente, logo após saírem do ninho.
Seu canto varia um pouco de região a região, embora mantenha o mesmo timbre. Para diferenciar o macho da fêmea é necessário perceber o canto do macho e o piado da fêmea.
Protegidas por leis brasileiras, essas aves não têm o hábito de realizar apresentações públicas. Podem ser encontradas em diversas regiões brasileiras, dos arroios ao Chuí. São todas aves silvestres e seu aprisionamento para criação em cativeiro não é permitido. Infelizmente, leis brasileiras são algo que dificilmente se cumpre, até por não existir uma fiscalização rigorosa que aplique as penas da legislação contra os infratores.
Mas, quem consegue juntar no mesmo ambiente todas essas aves, é um transgressor, mas tem sob sua batuta uma das maiores e melhores orquestras do mundo.

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