POR ALLAN SALES.
GLOSAS SOBRE O MOTE DO POETA RAIMUNDO NONATO
Uma obra escrota e atrasada
Que parou de fazer a diferença
Pois transpor Velho Chico nos compensa
Vamos nós exigir essa parada
Nosso rio pro povo camarada
Matar sede de si, da criação
E seguir do Nordeste a redenção
Pro povão não ter mais viver no risco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão
Que parou de fazer a diferença
Pois transpor Velho Chico nos compensa
Vamos nós exigir essa parada
Nosso rio pro povo camarada
Matar sede de si, da criação
E seguir do Nordeste a redenção
Pro povão não ter mais viver no risco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão
Um canal que precisa terminar
E levar água boa ao sertanejo
O sertão bem ferrado hoje vejo
Numa seca demais pra nos lascar
Nosso rio de vida vai salvar
Matar sede do povo de montão
Redimir nosso povo com razão
Do destino malvado tão arisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão
E levar água boa ao sertanejo
O sertão bem ferrado hoje vejo
Numa seca demais pra nos lascar
Nosso rio de vida vai salvar
Matar sede do povo de montão
Redimir nosso povo com razão
Do destino malvado tão arisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão
Quando a seca castiga nossa gente
Não tem como barrar tal sofrimento
O sertão fica só no desalento
É assim triste quadro deprimente
O poder quer manter por dependente
Sertanejo escravo nesse chão
O canal se não vem com solução
No futuro da gente faz confisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão
Não tem como barrar tal sofrimento
O sertão fica só no desalento
É assim triste quadro deprimente
O poder quer manter por dependente
Sertanejo escravo nesse chão
O canal se não vem com solução
No futuro da gente faz confisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão
Ao transpor Velho Chico com canais
E levar redenção aos camponeses
Pra criar no sertão as suas reses
Redimir dos abismos colossais
Os poderes daqui são tão venais
Que só buscam o voto em eleição
E depois esquecer tal cidadão
E correr dele feito um corisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão
E levar redenção aos camponeses
Pra criar no sertão as suas reses
Redimir dos abismos colossais
Os poderes daqui são tão venais
Que só buscam o voto em eleição
E depois esquecer tal cidadão
E correr dele feito um corisco
Um por cento do rio São Francisco
É igual cem por cento no sertão
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