terça-feira, 20 de novembro de 2012


LUIZ OTÁVIO CAVALCANTI...
TENHO MEDO

Tenho medo de Zé Dirceu. Não medo físico. Pois a esse tenho como opor-me. Nem medo moral. Pois não sou seu cúmplice. Meu medo de Zé Dirceu é político. Medo político.
Pela capacidade que ele tem de mobilizar a estrutura do PT contra sua condenação. E, mobilizando-a, produzir instabilidade política ao processo de aplicação das penas aos condenados do mensalão. O ministro da Justiça já disse que as prisões brasileiras são medievais. E o ministro Dias Toffoli, em sequência, afirmou que é conveniente transformar prisão em penas pecuniárias.
Sabe-se que há opiniões divergentes, dentro do PT, sobre como conduzir a reação partidária à condenação de seus quadros. Sabe-se que o ex presidente Lula pediu moderação. E que, logo depois, o presidente do Partido leu declaração, assinada por sua direção, defendendo os condenados e acentuando o caráter político da decisão do STF.
Quem é refém de quem nesta história ?
A insubmissão histórica de Zé Dirceu extrapola o PT e volta-se, agora, contra o Judiciário. E naturalmente vai se projetar no governo Dilma. Haja vista a declaração do ministro da Justiça. Ao envolver o governo, a crise pessoal de Zé Dirceu corre o risco de se ampliar em crise de governo.  É o que menos deseja a presidente.
E o ex presidente Lula vai continuar dizendo que não viu?

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