quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A POESIA DE BERNARDO CELESTINO PIMENTEL: ABULIA...



             ABULIA.

          Meus amigos,
me carreguem nos ombros,
me levem até os montes,
pra ver se eu consigo avistar,
os sonhos que nasceram dentro de mim...


          Meu sono,
me mergulhem em sonhos,
pra que eu possa sentir a saudade e o dulçor,
do doce que guardei  da infância...

          Mulheres que passam,
deixem-me o olhar que eu procuro,
para encontrar minhas asas,
pois me encontro ápodo,
catatônico e perplexo...

          Estrela da manhã,
me restitua o sol,
me banhe da luz,
que trás a alegria,
 e reacende os desejos...

          Noite fria,
me traga com o vinho,
a sede de amar,
a coragem de sangrar,
e ser somente fluido,
como um gozo...

          Fada perdida,
manda-me o teu endereço,
e a fantasia que eu preciso,
pra desfilar no próximo amanhã...

          Meu destino,
replique mil sinos,
pra eu acordar,
 e ser novo como um pássaro que emplumou,
e vai se lançar no desfiladeiro,
ao vôo...
cego e infinito...

          Flores que se abrem,
abram o meu coração,
fechem pra sempre a minha saudade,
me transformem, pra sempre,
 num poço de amor...

me desamarrem os punhos fechados...

          Eu profundo,
pai da vida interior,
Semei  a alegria neste peito doído,
ferido, tangido, quase morto,
e sem voz...

          OH moça do sonho,
fantasia da alma,
me devolve a paz e a calma,
que me roubastes na noite profunda...
me faz sonhar acordado...
com o espírito livre,
e os olhos vidrados...

Minha primeira profesora,
mostre-me com régua e compasso,
os caminhos que eu devia ter seguido,
para chegar somente a clarividencia,
do amor  pleno...

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