sábado, 10 de novembro de 2012

     A MELHOR CRONICA DO ANO...UMA 

PÉROLA...


UMA CRONICA DE YVELISE CASTRO: 

UM AMOR ETERNO...

Um amor eterno. 


O amor eterno – até que a morte nos separe ou até que nem a morte nos separe , não é uma imposição , uma escolha , uma decisão , um juramento ou um vaticínio . É um destino , é uma sina e, talvez , um carma. 


No início parecia ser uma chuva de verão ou um verão. Mas o verão se foi , vieram as demais estações e novamente outros verões e ele não se foi. A sua duração não é passível
 de medição pela cronologia do calendário gregoriano. Sua duração se mede em luas...e já se foram e virão muitas e muitas luas!





A cabeça se torna uma medusa ensandecida com cabeças substituindo as serpentes . Uma cabeça chora , a outra ri , a outra dorme e uma até se perde , mas todas permanecem ,igualmente ,impregnadas e inebriadas. Nenhuma esquece.





Nas mãos ,uma rosa-dos-ventos ,aponta para uma só direção , desnorteando ao invés de nortear.
Pode ser à primeira ou à última vista . Ambas ficam . E a imagem é o perfil de
um jovem sonhador com os olhos castanhos , cor-de avelã, fitando um horizonte que só ele via .





Na parede da sala um velho retrato dos dois . Ele , olhando para o mesmo horizonte de sempre e eu , olhando para ele – meu pote de ouro no final do arco-íris . Somos hoje como a Itabira de Drummond . "Apenas um retrato na parede , mas como dói! "Aqui , sentada nesta poltrona ,converso ,silenciosamente ,com ele .Faço as mesmas perguntas.
. Não , não precisa responder . Não tem resposta . Nunca teve resposta.





Por vezes , a estiagem deixa aparente a cidade submersa . Por vezes , posso também vislumbrar a paisagem desolada de uma história que se perdeu nas brumas do tempo e se foi para o país do nunca mais.


Tal qual a Atlântida de Platão que submergiu no mar tragada pelo mar num maremoto ou, talvez , destruída pelo impacto de um cometa. Tem horas que tudo some. Nem mesmo sei quem sou . Nem onde estou. Terá existido nossa história?





Envelheço , perdida no labirinto de Creta deste amor eterno, com o fio de ouro de Ariadne nas mãos mas sabendo que nunca procurei a saída. 





Faz parte de mim e será sempre parte de mim .. . 

    COMENTÁRIOS DE BERNARDO CELESTINO 

PIMENTEL ...       



YVELISE...ESTOU DIANTE DE UMA 


CRONICA BONITA, UMA PÉROLA...


ALÉM DO SEU LADO POÉTICO, VOCÊ EXPÕE 


SEU FACIES ERUDITO...



VOCÊ FALA DE ALGO IMATERIAL, 

ATEMPORAL, ETERNO, COMO SÃO AS COISAS 

DA ALMA...DO EU PROFUNDO, DA VIDA 

INTERIOR...



SE REFERE A TATUAGENS DO ESPÍRITO, QUE 

VOCÊ PEGA, NEGA, MAS NÃO LAVA...


SUA CRONICA É UMA PROVA DE QUE NÃO 

EXISTE CONTRATO DE SEPARAÇÃO PARA A 

ALMA, O ESPÍRITO, PARA O EU PROFUNDO, 

PARA A VIDA INTERIOR...



AS EMOÇÕES DOEM COMO UM A FISGADA,TAL 

QUAL ARRUMAR O QUARTO DO FILHO QUE JÁ 

MORREU...


NA VIDA, VOCÊ PODE SE DESFAZER DE UM 

MÓVEL QUE DEU CUPIM, NUNCA, SE DESFAZ 

DO QUE NÃO É MORTAL, POSTO QUE É 

CHAMA...



CADA PESSOA ESTARÁ MAIS VIVA,QUANDO 

SONHAR COM O SEU ANTIGO BRINQUEDO,

SONHAR COM A LENDA DO BEIJO, E COM OS


INSTANTES QUE TATUARAM 

DEFINITIVAMENTE TODA A NOSSA 

EXISTÊNCIA...


É INÚTIL FAZER UM CONTRATO DE 

SEPARAÇÃO COM A SAUDADE...


Contrato de separação

Jane Duboc

Olha, esta saudade
Que maltrata o meu peito
É ilusão
E por ser ilusão
É mais difícil de apagar
Ela vai me consumindo
Lentamente
Ela brinca com meu peito
E leva sempre a melhor
Eu quis fazer com ela
Um contrato de separação
Negou-se então a aceitar
Sorrindo da minha ilusão
Só tem um jeito agora
É tentar de vez me libertar
Brigar com a lembrança
Pra não mais lembrar

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