sábado, 17 de novembro de 2012

CHICO BUARQUE E OS SANFONEIROS...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.











          DESDE CRIANÇA sou apaixonado por sanfona,acordeon,gaita de fole, musete, bandoneon...

          há dez anos, todas as principais gravações de dvds, colocaram um acordeon no acompanhamento...

          HOJE eu quero mostrar o que é que acontece, quando Francisco Buarque de Holanda faz parceria com um sanfoneiro...
          
NA PARCERIA COM SEVERINO DE ITABAIANA, O SIVUCA, nasceu João e Maria,uma das musicas mais bonitas que eu conheço...
          

com NENEN, O DOMINGUINHOS, COMPÔS DUAS PÉROLAS:

TANTAS PALAVRAS E O XOTE DE NAVEGAÇÃO...

ESCUTEM, E VEJAM SE EU NÃO TENHO RAZÃO...



JOÃO E MARIA


CHICO 


BUARQUE E 

SIVUCA

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês
Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país
Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?



XOTE DE NAVEGAÇÀO

CHICO BUARQUE E 
DOMINGUINHOS

Eu vejo aquele rio a deslizar
O tempo a atravessar meu vilarejo
E às vezes largo
O afazer
Me pego em sonho
A navegar
Com o nome Paciência
Vai a minha embarcação
Pendulando como o tempo
E tendo igual destinação
Pra quem anda na barcaça
Tudo, tudo passa
Só o tempo não

Passam paisagens furta-cor
Passa e repassa o mesmo cais
Num mesmo instante eu vejo a flor
Que desabrocha e se desfaz
Essa é a tua música
É tua respiração
Mas eu tenho só teu lenço
Em minha mão

Olhando meu navio
O impaciente capataz
Grita da ribanceira
Que navega pra trás
No convés, eu vou sombrio
Cabeleira de rapaz
Pela água do rio
Que é sem fim
E é nunca mais

TANTAS PALAVRAS
CHICO BUARQUE E DOMINGUINHOS
Tantas palavras
Que eu conhecia
Só por ouvir falar, falar
Tantas palavras
Que ela gostava
E repetia
Só por gostar
Não tinham tradução
Mas combinavam bem
Toda sessão ela virava uma atriz
``Give me a kiss, darling''
``Play it again''
Trocamos confissões, sons
No cinema, dublando as paixões
Movendo as bocas
Com palavras ocas
Ou fora de si
Minha boca
Sem que eu compreendesse
Falou c'est fini
C'est fini
Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz
Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi, perdi
Palavras tontas
Nossas palavras
Quem falou não está mais aqui



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