Faróis distantes,
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite no convés, que consequências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar...
De luz subitamente tão acesa,
De noite e ausência tão rapidamente volvida,
Na noite no convés, que consequências aflitas!
Mágoa última dos despedidos,
Ficção de pensar...
Faróis distantes...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...
Incerteza da vida...
Voltou crescendo a luz acesa avançadamente,
No acaso do olhar perdido...
Faróis distantes...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...
A vida de nada serve...
Pensar na vida de nada serve...
Pensar de pensar na vida de nada serve...
Vamos para longe e a luz que vem menos grande.
Faróis distantes...
Faróis distantes...
Álvaro de Campos nasceu em Tavira, Algarve, Portugal, e depois se mudou para
Glasgow, Escócia, onde foi estudar engenharia. Primeiro mecânica, depois naval.
"Quase se conclui do que diz Campos, de que, o poeta vulgar sente
espontâneamente com a largueza que naturalmente projetaria em versos como os
que ele escreve; e depois, refletindo, sujeita essa emoção a cortes e retoques
e outras mutilações ou alterações, em obediência a uma regra exterior. Nenhum
homem foi alguma vez poeta assim" afirmou Ricardo Reis em um de seus
apontamentos. Álvaro de Campos é um dos mais conhecidos heterônimos de Fernando
Pessoa.
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