A VISITA DAS CORUJAS...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.

SOU visitado toda a noite pelas corujas...existe um casal de rasga mortalhas que passam a noite voando,da torre da igreja de Santo António, para os meus coqueiros...neste vôo gritam, geme , e rasgam as mortalhas...foi não foi, dão uma rebaixada para pegar um animal indefeso, um filhote...acho muito interessante...quando eu era criança mamãe falava sobre o pio da coruja...

Elas são ave de rapina, que como o carcará, pegam , matam e comem...pegam os filhotes pelos pés...

faz um mês que DALILA,minha cachorra pariu...mas ela é sabida e pastora os filhotes,e eu mando-os colocar numa maternidade por segurança...

ESTA semana BIBÌ,outra cadela pariu, a primeira cria, uma relação incestuosa com o próprio pai...ela,marinheiro de primeira viagem, deve ter dado sopa, e os seus rebentos não apareceram, devem ter sido comidos pelas corujas...BIBÌ pensa que os filho dela são os de DALILA, e vive compulsivamente a amamentá-los...

Foi bom para os filhotes,que estão mamando em duas mães...há um verdadeiro rodízio de tetas...os garotos devem ficar parrudos...

analisando as duas, acho que este entendimento foi traumático, pois percebo marcas de briga na pelagem do focinho de DALILA...mas o certo é que está reinando a paz...

O DANADO E O DIFICIL É EXPLICAR A BIBÍ, QUE OS FILHOTES SÃO DE DALILA...ela quer dedicação exclusiva...

Hoje estão me fazendo companhia TITO,DALILA e BIBÌ...resolví homeanagea-los, e ficar do meu lado na minha suite, onde estou no notebooke...Pense num silencio...os três cachorros estão felizes com a minha deferência...dormem, acordam, me checam e voltam a dormir...e eu, estou parecendo o cachorro mais velho,o chefe da matilha...não é lindo...

hoje não dá para cantar Waldick soriano :EU NÃO SOU CACHORRO NÃO...

Somente os poetas compreendem os animais...vejam com Vinicius de Moraes,o poeta plural até no nome, se referia as corujas...

A CURUJINHA É A MOÇA FEIA,DAS AVES E NA VIDA DOS HOMENS.

Corujinha

Vinicius de Moraes

Corujinha, corujinha
Que peninha de você
Fica toda encolhidinha
Sempre olhando não sei quê

O seu canto de repente
Faz a gente estremecer
Corujinha, pobrezinha
Todo mundo que te vê
Diz assim, ah, coitadinha
Que feinha que é você

Quando a noite vem chegando
Chega o teu amanhecer
E se o sol vem despontando
Vais voando te esconder

Hoje em dia andas vaidosa
Orgulhosa como quê
Toda noite tua carinha
Aparece na TV
Corujinha, coitadinha
Que feinha que é você