DR . BRUNO MARCELO...UROLOGISTA...CLIUN...RUA JOSÉ ALVES, CONTINUAÇÃO DA RUA JUNDIAÍ, APÓS ATRAVESSAR A HERMES DA FONSECA ...
-DRA ALINE MENEZES:DERMATOLOGIA...COSMETOLOGIA...BOTOX...
CLÍNICA PEDRO CAVALCANTE , AV RODRIGUES ALVES NATAL.
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quinta-feira, 19 de abril de 2012
O CENTENÁRIO DE FRANCISCO BEZERRA SOUTO...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL BEZERRA SOUTO.
A CASA FRANCISQUINHO BEZERRA: HÁ OITENTA E CINCO ANOS NO CORAÇÃO DE NOVA CRUZ...
SE ESTIVESSE VIVO, meu pai completaria hoje, cem anos...viveu até os setenta e seis...e teve saúde até os sessenta e quatro...
Sou o filho caçula de Francisco Bezerra souto,ou Francisquinho Bezerra ou CHICO BEZERRA...um comerciante que pontificou no seu tempo, em Nova Cruz...
O comércio era o trabalho e o prazer do meu pai...gostava de vender...tinha prazer em despachar...
Cresceu numa família pobre, mas repleta de disciplina e bons modos...era sobrinho do PROFESSOR CLEMENTINO CÃMARA...
Constatei na vida, tudo o que meu pai me ensinou...sem exceção...
o que ele falou que era bom, era...quem ele disse que era ruim era...tinha sabedoria para o comércio e a vida...
venceu com o seu próprio esforço...comprou o seu primeiro creme dental,quando começou a tocar na banda da cidade,clarinete...se criou lavando os dentes com juá...
Conseguiu de balconista,ser o dono do negócio...teve um comércio próspero no agreste...dominava...comprava diretamente das fábricas...vendia tudo...de milho alpiste a espoleta...de querosene Jacaré a baralho 139...
NUNCA CONHECÍ UM COMÉRCIO QUE TIVESSE A DIVERSIDADE DO NOSSO, ATÉ HOJE...de Nova Cruz, importava bacalhau da Noruega...
MEU PAI TINHA PRAZER DO BALCÃO...E NOS CRIOU, COM A OBRIGAÇÃO DE APRENDER NO BALCÃO, TUDO...
Juntou muito dinheiro, MAS VIVIA DENTRO DA PALAVRA ECONOMIZAR... nunca estragou, nunca esbanjou...viveu tomando conta do que era seu, sem nunca entrar no de ninguém...
NUNCA FEZ UM PAPEL SUJO...NUNCA PARTICIPOU DE NENHUMA BANDALHEIRA...SÓ RENDIA HOMENAGEM A DEUS...ESTE, ELE TEMIA...
TODO O DOMINGO, pela manhã, parava o comércio, vestia palitó e gravata, e ia rezar...era sagrado...não brincava contra as coisas de Deus...nadava em dinheiro, mas vivia modestamente...condenava o estrago, o esbanjamento...
ANALISANDO HOJE, A NOSSA CONVIVÊNCIA, sinto o quanto ele era importante, como ele era exato,como redigia bem um texto, sem ter muito estudo...como sabia orientar...como repreendia veementemente na hora certa e inadiável...
Ainda criança lembro-me de um ensinamento...estava com ele no balcão, E PASSOU UM CIDADÃO desfilando num carro zero...e eu, falei, papai fulano está é bem...ele perguntou, por que ? está num carro zero...ele repreendeu: NUNCA DIGA QUE ALGUÉM VAI BEM POR QUE COMPROU UM CARRO ZERO...EU POSSO COMPRAR DEZ DESTE, E NÃO TENHO NENHUM NEM ESTOU MAL...
Era UM HOMEM DE AMIZADES SOCIAIS...DE BATER PAPO...ADORAVA SENTAR Á NOITE, NA ESQUINA DE António NECO...
ERA UM HOMEM DA UDN...GOSTAVA DE ASSISTIR A UM COMÍCIO, mas, pela influencia da minha mãe, que era da UDN, estimulada pelo seu tio, O DR. LUIZ ANTONIO...
NO COMÉRCIO, SEU ÍDOLO MAIOR ERA ORLANDO GADELHA, JOSÉ GADELHA...além de HUMBERTO TEIXEIRA, que represntava ALIMONDA IRMÃOS EM NATAL,a margarina BEMTE VÍ...
GOSTAVA MUITO DE WILSON JUVINO, QUE REPRESENTAVA A FIAT LUX, O FÓSFORO MARCA OLHO, E ERA AMIGO DE JÚLIO CESAR,QUE REPRESENTAVA PRINCIPALMENTE A MANTEIGA TURVO, E o BARALHO 139...
nasceu, VIVEU E MORREU EM NOVA CRUZ...ERA AMIGO DE SEU ARRUDA, O ANTONIO ARRUDA CÃMARA, O GRANDE PATRIARCA...gostava de LUIZ MACIEL...
recusou VIR PARA NATAL,SER VIZINHO DE ORLANDO GADELHA, PARA DESLANCHAR OS NEGÓCIOS...DISSE A ORLANDO:EU NÃO TENHO CORAGEM DE SAIR DE NOVA CRUZ...
FOI PARANDO NO TEMPO...COLOCOU TODOS OS SEUS OVOS EM UMA ÚNICA CESTA..
.AOS SESSENTA E QUATRO ANOS,QUANDO PASSEI NO VESTIBULAR DE MEDICINA,TEVE UMA TROMBOSE,ficando hemiplégico...NINGUÉM É MAIS NINGUÉM, DEPOIS QUE UMA TROMBOSE LHE TIRA OS MOVIMENTOS,ENTORTA A BÔCA, E TRAZ A DEPRESSÃO...
VIDA EXEMPLAR...UM RICO QUE VIVIA MODESTAMENTE...TINHA LOUCURA PELA MINHA MÃE...VIVIA DO COMÉRCIO PRA CASA...SÓ DEIXAVA O COMÉRCIO PARA A IGREJA,SEU PORTO SEGURO,ONDE ELE TRANSCENDIA...
QUERIA QUE HOJE ELE ESTIVESSE VIVO,PARA ME FAZER UMA VISITA,conhecer os seus netos:Breno, Brena,e Bruno...assistir o reporter numa TV de cinquenta polegadas á cores...
dormir num ar condicionado SPLIT e com edredon...passear no MIDWAY, sentar no café Santa Clara...passar o veraneio na barra de cunhaú, na casa de Violante com todos o seus netos...almoçar no guinza...jantar nos Camarões...tomar um bom vinho francês ou chileno...andar em carros confortáveis, com ar condicionado....
NA SUA VIDA,O SEU Midway foi a calçada de António Neco...só tomou café em casa...
seu vinho era uma sangria feito com o vinho SANGUE DE BOI, aos domingos, em casa...o seu repórter era num rádio á bateria, que chiava mais do que dava notícia....sua praia era o açude pau-barriga...o seu carro era o jeep de praça de ERNANI RAMALHO.
SE HOJE ELE PUDESSE COMPARTILHAR DAS NOSSAS VIDAS, MORRERIA DE PRAZER, TERIA ORGULHO, ADORARIA...MAS TENHO CERTEZA QUE DE VEZ EM QUANDO RECLAMARIA:ou povo estragado...ou povo louco!!!
Meu querido pai...eu sei onde você está...este lugar você conquistou durante toda uma vida na terra...receba o meu amor e o meu reconhecimento...até um dia...
Já gozei de boa vida Tinha até meu bangalô Cobertor, comida Roupa lavada Vida veio e me levou
Fui eu mesmo alforriado Pela mão do Imperador Tive terra, arado Cavalo e brida Vida veio e me levou
Hoje é dia de visita Vem aí meu grande amor Ela vem toda de brinco Vem todo domingo Tem cheiro de flor
Quem me vê, vê nem bagaço Do que viu quem me enfrentou Campeão do mundo Em queda de braço Vida veio e me levou
Li jornal, bula e prefácio Que aprendi sem professor Freqüentei palácio Sem fazer feio Vida veio e me levou
Hoje é dia de visita Vem aí meu grande amor Ela vem toda de brinco Vem todo domingo Tem cheiro de flor
Eu gerei dezoito filhas Me tornei navegador Vice-rei das ilhas Da Caraíba Vida veio e me levou
Fechei negócio da China Desbravei o interior Possuí mina De prata, jazida Vida veio e me levou
Hoje é dia de visita Vem aí meu grande amor Hoje não deram almoço, né Acho que o moço até Nem me lavou
Acho que fui deputado Acho que tudo acabou Quase que Já não me lembro de nada Vida veio e me levou
O VELHO
CHICO BUARQUE
O velho sem conselhos De joelhos De partida Carrega com certeza Todo o peso Da sua vida Então eu lhe pergunto pelo amor A vida iteira, diz que se guardou Do carnaval, da brincadeira Que ele não brincou Me diga agora O que é que eu digo ao povo O que é que tem de novo Pra deixar Nada Só a caminhada Longa, pra nenhum lugar
O velho de partida Deixa a vida Sem saudades Sem dívida, sem saldo Sem rival Ou amizade Então eu lhe pergunto pelo amor Ele me diz que sempre se escondeu Não se comprometeu Nem nunca se entregou E diga agora O que é que eu digo ao povo O que é que tem de novo Pra deixar Nada E eu vejo a triste estrada Onde um dia eu vou parar
O velho vai-se agora Vai-se embora Sem bagagem Não sabe pra que veio Foi passeio Foi passagem Então eu lhe pergunto pelo amor Ele me é franco Mostra um verso manco De um caderno em branco Que já fechou Me diga agora O que é que eu digo ao povo O que é que tem de novo Pra deixar Não Foi tudo escrito em vão E eu lhe peço perdão Mas não vou lastimar
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