Brasil de Oliveira da Silva do Samba
Altay Veloso
Canta pra subir que a moça tá engravidada
Vera Cruz taí, quase estourando a bolsa d`água
Oh ! Vera hermafrodita mãe gentil
Se faceira és verinha, se dolente és Brasil
De dia mulata maneira, materna malandra
De noite remexe brejeira na roda de bamba
Se torna Brasil de Oliveira da Silva do Samba
Metade usa terno de linho, metade miçanga
Pudera, tu és nação, tu és país
Por ti mesma fecundada
Pai e mãe dos teus guris
Alguns degeneram e fazem tumores em angra
Depois te operam e retiram as tuas muambas
Deixando aos irmãos de herança mendigos de tanga
Não sabem a dor de um peito
materno que sangra e se sente feliz
Mas eu sou sentinela de teus ais
E tenho orgulho de meus pais
Sou mercador de ilusões
Mas sei que é preciso urgentemente
Te resgatar completamente
Varrer a casa e os porões
Te assumir, Oh! Mãe
Canta pra subir que a moça tá engravidada
Vera Cruz taí, quase estourando a bolsa d`água.
Jose Antonio Pereira Rodrigues
PROCURADOR DO ESTADO DO RN
Câmara Cascudo disse que o bom do Brasil
é
o brasileiro. E eu digo que o ruim é o
marqueteiro.
Não quero nem posso
generalizar; referiro-me apenas a dois:
Duda Mendonça e João Santana, aqueles
que são causadores de todo o mal que aflige
a nação brasileira. A esperança frustrada,
que confirmou o medo; a mentira deslavada,
que emporcalhou a honra e conspurcou a
alma, que se queria guerreira. Não sei se me
permitiria dizer, se o Lima Barreto me
emprestaria o título, mas só o título, porque o
corpo do texto, aquela versão romanceada
do
Rio antigo, é mais nobre, mais rica, mais
plena de verdades. Noutro espaço de
costumes, de alta consciência moral
contrastada pela aversão ao caráter reto, por
ser o quadro real da política brasileira,
implantada em regime de sistema espúrio,
onde mal-feitores do poder e
descontinuadores da história impõem o
reconhecimento pela força e peso da palavra
- guardadas as diferenças: o triste fim do
Brasil, à maneira de Policarpo Quaresma.
Sempre com bom gosto. Parabéns, amigo!
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