sexta-feira, 9 de outubro de 2015

O MASOQUISMO...OU BATA NEGO, PODE BATER...



POR DR. MAURILTON MORAIS.

A SEXUALIDADE HUMANA – O MASOQUISMO

O masoquismo sexual é a excitação erótica provocada pela dor, medo ou humilhação (física, social ou verbal). Forma dupla com o sadismo, sob a denominação de algolagnias. O nome provém do escritor austríaco Leopold Von Sacher Masoch (1836-1895)o qual escreveu vários romances, indo do marco inicial “O Último Rei dos Magires” (1836) até o mais famoso “A Vênus de Peliça” quando o personagem Séverin proferia significativas palavras: ”Para mim existe um atrativo singular no sofrimento; a tirania, a crueldade e acima de tudo, a infidelidade da mulher amada; são os estimulantes mais fortes da paixão”. As suas preferências foram iniciadas com Mme de Rtottwstz e depois com a baronesa de Pristow, sendo eterno escravo de ambas. Casou-se depois com a jovem Rumelin, a qual sob o nome de Wanda de Dounaieff transformou-se em personagem de alguns de seus romances. Divorciando-se desta, casou-se com Hulda Meister, repetindo o mesmo comportamento.

O curioso é que Sacher Masoch ao casar-se colocava uma cláusula onde se comprometia a ser escravo durante seis meses, obrigando-se a cumprir todos os caprichos, reservando para si, em troca, seis horas para suas atividades intelectuais, bem como: nada poderia ser feito contra sua honra de homem e cidadão. Após seis meses, estariam livres e deveriam esquecer-se mutuamente. Outras cláusulas obrigavam, em caso de desobediência, castigos corporais, beijar os pés de Rumelin e se tentasse fugir, poderia ser torturado até morrer e ou praticar crimes, desde que lhe fosse ordenado. Rumelin que serviu de inspiração ao personagem Wanda, relatou em seu livro ”Confessions de Ma Vie” os anúncios que o marido colocava em Jornais em nome da mesma, convidando homens para infidelidade. E relata: ”Quando os mesmos chegavam, sob forte emoção, Masoch os recebia com a frase-Como estás bela,tão delicada, casta e tímida...como uma noiva!!!

Tanto no sadismo como no masoquismo há graus intermediários em várias sociedades dentro da cultura. Por exemplo é prática comum entre os hindus, arranhar e morder no ato sexual (Kamasutra). Mallinowski (Em “ Vida Sexual dos Selvagens”),diz ser a dor necessária nos Tobriandeses. As Sociedades, desde a Inglesa, norte americana, nos clubes em Sampa, há os B&D (bomage and dominance), quando os indivíduos, amordaçados e imóveis são submetidos a leves torturas, até ao ato sexual. Filmes como a “Bela da Tarde/Buñel/Catherine Deneuve,1967” e “O Império dos Sentidos”, produção japonesa, atraíram multidões, o que demonstra que há em nosso inconsciente ancestral(biológico)resquícios de tais práticas. O “piercing”, iniciado comercialmente em Los Angeles e a escarificação da pele, auto flagelo são conhecidos dos que se dedicam ao estudo da História.

Para Stoller (1981) o sadomasoquismo é um “acting out”, de fantasias infantis atualizadas na realidade. Os impulsos de morte que tanto dividem, até os psicanalistas, permanecem como uma explicação nebulosa e anti Darwiniana. O estupro seria a erotização máxima da agressividade que não encontra saída social. Quem estudar a biografia de Sacher-Masoch, entenderá a violência que assistiu na revolução polonesa de Viniki (1846), além da influência educacional despótica de sua parente, a Condessa Xenóbia, a qual ajudava a vesti-la, alisar suas peliças e fazer com que o menor, de dez anos, a beijasse os pés

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