Carlos Drummond de Andrade
Fechando a semana, trecho do poema Obrigado, do mineiro itabirano universal, Carlos Drummond de Andrade:
Obrigado
“Aos que me dão lugar no bonde
E que conheço não sei donde,
Aos que me dizem terno adeus,
Sem que lhes saiba os nomes seus,
Aos que me chamam deputado
Quando nem mesmo sou jurado,
Aos que, de bons, se babam: mestre!
Inda se escrevo o que não preste.
– eu agradeço humildemente
Gesto assim vário e divergente,
Graças ao qual, em dois minutos,
Tal como o fumo dos charutos,
Já subo aos céus, já volvo ao chão,
Pois tudo e nada nada são.”
E que conheço não sei donde,
Aos que me dizem terno adeus,
Sem que lhes saiba os nomes seus,
Aos que me chamam deputado
Quando nem mesmo sou jurado,
Aos que, de bons, se babam: mestre!
Inda se escrevo o que não preste.
– eu agradeço humildemente
Gesto assim vário e divergente,
Graças ao qual, em dois minutos,
Tal como o fumo dos charutos,
Já subo aos céus, já volvo ao chão,
Pois tudo e nada nada são.”
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