domingo, 25 de outubro de 2015

O NÓ GORDIO...


NÓ GÓRDIO!

POR ADONIS OLIVEIRA
               
É engraçado como ladrão sempre se lasca ao final, embora ramente isto ocorra como consequência da eficiência da polícia. O problema ocorre na hora de dividir o roubo. Como só tem bandido, ninguem confia em ninguem. Bobeou, lascou-se! Alem de que, está todo mundo sempre armando alguma sacanagem para enganar os demais. É a guerra de todos contra todos. Todos se acham espertos. Na realidade, são mesmo um bando de otários. É o mesmo caso do saco de gatos do governo brasileiro. Esfolam tanto a sociedade que paga suas contas que, ao final, qual câncer com metástase, matarão o hospedeiro. A bandalheira no comando deste país já ultrapassou há muito o ponto em que haveria possibilidade de retorno à moralidade. A principal consequência da situação atual é ser praticamente impossível a reversão deste quadro.
Maquiavel escreveu, em sua famosa obra “O Príncipe”, de 1513: “Não há coisa mais difícil de se tratar e de êxito mais duvidoso nem de manejo mais perigoso do que aventurar-se alguém a impor novas instituições, pois aqueles que as impõe têm como inimigos todos a quem a ordem antiga aproveitava e como tíbios defensores apenas os que poderão se aproveitar da nova”. Analisemos alguns casos mais detalhadamente. Vejam se dá para encarar esta multidão de parasitas.
CASO 1 – O sujeito começa a vida profissional como operário de baixa qualificação em uma indústria metalúrgica qualquer de nosso país. Semianalfabeto e de origem humilde, foi o melhor emprego que pôde conseguir. Gasta um tempo enorme para ir e para voltar do trabalho, chacoalhando em ônibus lotados e de manutenção precária. De repente, seu grupo de colegas o convida a participar de uma chapa que se canditará à direção do sindicato. De cara, são alguns meses de estabilidade no emprego. Se ganhar, aí a estabilidade será de anos e, melhor que tudo, sem ter nem que ir na empresa onde trabalhava. Ao final de alguns anos, e após algumas reeleições, o mesmo está craque em vender aquela retórica mixuruca e cheia de chavões esquerdistas para seus “cumpanheiros”. É quando decidem fundar um Partido dos Trabalhadores. Que ideia maravilhosa! Logo, são eleitos vereadores, deputados, prefeitos, e até senadores e, acima de tudo, Presidente da República. A classe operária vai ao paraíso! São altos salários, mordomias mil, carros importados, jantares com vinhos caros, charutos, viagens internacionais, reuniões de “alto nível” decidindo o destino de bilhões. É o CÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉU!!!! Isso sem nem mencionar os famigerados pixulecos.
No âmago, continuam os mesmíssimos broncos, sem nenhum polimento maior de refinamento cultural, porem expertíssimos e competentíssimos na arte da sobrevivência política.
Aí…. tchan, tchan, tchan, tchan!!!!! Surge a ameaça de todo este castelo de cartas desmoronar e perderem todas as boquinhas que conseguiram a duras penas. Só de pensar em ter de procurar emprego outra vez eles passam mal. E que emprego vão conseguir, se só sabem vender conversa pra boi dormir? Vão, ou não, “fazer o diabo” para manter a situação atual?
CASO 2 – O sujeito teve a sorte de poder contar com pai e mãe para cuidar do seu sustento e da sua educação. Estes priorizam que o filho estude e só trabalhe depois de se formar. O garoto é um tanto lerdo. Vaidoso, mas de raciocínio lento, odeia administração, odeia matemática, odeia ver sangue. Conclusão: Vai estudar direito. Lá pelos vinte e poucos anos, prestes a se formar, começa a pensar no trabalho que vai fazer na vida. Botar um escritório de advocacia? Nem pensar! Dá um trabalho desgraçado! É uma despesa danada, um corre corre sem fim atrás de audiências que se prolongam indefinidamente no tempo, sem que entre nenhum pixuleco. Não dá! Vou fazer um concurso, conclui! Um juiz do trabalho, AO INICIAR A CARREIRA, ganha por mês mais de R$ 29.000,00 (Vinte e Nove mil reais). Quem quiser ganhar um salário desses em alguma empresa privada, terá que urinar guaraná e defecar chocolate. Mesmo que não passe para juiz, insiste e termina se enganchando como procurador, auditor, promotor, corregedor, ouvidor, delegado, ou qualquer outra função desse tipo que proliferou como bactéria em nosso país nesses tempos bolivarianos do PT. Não é nada, não é nada, são uns R$ 15.000,00 (Quinze mil) por mês. Salário de diretor de empresa multinacional. E só vai lá quando quer, não faz praticamente nada, além de ser uma “otoridade”. Bota logo um adesivo com o brasão da república no carro, que é para a patuleia saber com quem está lidando. Sou do “gunverno” e ninguém me toca! Agora, é só esperar pela aposentadoria integral. Vai mudar pra que?
CASO 3 – O cara é cunhado do irmão do sobrinho da piniqueira da rapariga do deputado. Por conta desse “curriculo”, e como remuneração por ter desempenhado a contento a função de xeleleu do deputado durante a campanha eleitoral, descolou uma indicação do mesmo para ocupar um cargo de DAS em um órgão responsável por cuidar de nada com coisa nenhuma. Quase não vai lá, pois está sempre ocupado nas “articulações políticas” em prol do seu padrinho. Também, é só o isso que ele, mal e porcamente, sabe fazer. Se perder esta boquinha estará literalmente lascado. Vai lutar com unhas e dentes para manter a situação atual! Dizem que são mais de CEM MIL.
CASO 4 – O elemento passou em um concurso público há muitos anos. Quando não está aposentado, com vencimentos integrais, está só esperando completar o tempo necessário para requerer. Dizem que são alguns milhões. Como é antigão, tem certas regalias: Trabalha quando quer, vai no horário que quer, diz sempre que está de saco cheio com o trabalho e que só quer se aposentar. Pra variar, todos os anos adere a uma longuíssima greve de uns 3 ou 4 meses. Aliás, adere não é bem o termo que define sua atitude. Simplesmente fica em casa e, mesmo assim, recebe religiosamente em dia seus proventos. É o único caso que eu conheço no mundo em que a greve é remunerada. E seus clientes? DANEM-SE! E os contribuintes que lhes paga o salário sem contrapartida do trabalho? DANEM-SE! Querem o seu e o resto que se dane! O passivo atuarial desta turma consome uma gordafatia do PIB e, segundo especialistas, ficará cada vez mais pesada. Que mudar que nada. Está muito bom!
CASO 5 – O cara tá tão lascado que, se não fose o Bolsa Família, não sabe o que seria dele e de toda sua família. São algo entre 45 e 50 milhões de brasileiros nesta condição. Não mude não, pelo amor de Deus, se não nós estamos lascados.
CASO 6 – O Brasil tem hoje mais de 5.500 municípios. Deste, só uma minoria ínfima possui arrecadação própria que lhes garante o pagamento das despesas da administração municipal. Vivem todos pendurados no fundo de participação. A título de exemplo, o Piauí possuia cerca de 80 municípios até o ano 2.000. Hoje são mais de 220 deles. Onde tiver uma bodega e dois bêbados proseando virou município. Tudo no afã de criar cargos de prefeito, vice, inúmeras secretarias, vereadores, delegado, juiz, etc. O FPM só dá para pagar essa tropa de cunhados, irmãos, sobrinhos, agregados e aderentes, além de alugar algumas Pajeros (à firma de um preposto do Prefeito e com um baita sobrepreço) para conduzir as autoridades. Mudar pra que?
Tudo isso, além da imensa e bem conhecida lambança aprontada em todos os níveis da administração (federal, estadual e municipal, legislativo, executivo e judiciário). Foram avacalhados até os tribunais superiores, através da alocação de asseclas criteriosamente selecionados, especialmente em função da sua subserviência aos interesses da gangue que está no poder. Tudo isto, sempre com a concordância e o beneplácito entusiástico de um legislativo que, mesmo nunca tendo sido formado por próceres da moralidade, desta feita está composto pela escória da bandidagem política. A pergunta que salta aos olhos é:
AFINAL, QUEM É QUE PRODUZ ALGUMA COISA NESTA PORRA? Este é o otário desta estória! Por tudo isso acima exposto, e por muito mais que não cabe aqui detalhar, posso afirmar com toda segurança que estamos diante de um verdadeiro “NÓ GÓRDIO”.
FF
Alexandre Magno, no ato de cortar o nó górdio
Mas que diabo é isso, mesmo?
Conta-se que o rei da Frígia, região da àsia Menor, morreu sem deixar herdeiro. Ao ser consultado, o Óráculo, este anunciou que o sucessor chegaria à cidade num carro de bois. A profecia foi cumprida por um camponês, de nome Górdio, que foi coroado. Para não esquecer seu passado humilde, ele colocou a carroça, com a qual ganhou a coroa, no templo de Zeus e a amarrou com um nó a uma coluna, nó este impossível de desatar e que por isso ficou famoso. Górdio reinou por muito tempo e quando morreu, seu filho Midas assumiu o trono. Midas expandiu o império, porém, ao falecer não deixou herdeiros. O Oráculo foi ouvido novamente e declarou que quem desatasse o nó de Górdio dominaria toda a Ásia Menor.
Quinhentos anos se passaram sem ninguém conseguir realizar esse feito, até que em 334 a.C., Alexandre da Macedônia ouviu essa lenda ao passar pela Frígia. Intrigado com a questão foi até o templo de Zeus observar o feito de Górdio. Após muito analisar, desembainhou a espada e cortou o nó com um só golpe. Lenda ou não, o fato é que Alexandre se tornou senhor de toda a Ásia Menor em poucos anos. Daí deriva a expressão “cortar o nó górdio”, que significa resolver um problema complexo de maneira simples e eficaz.

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