UMA CRONICA DO DR. SEBASTIÃO PAULINO: MÉDICO E ADVOGADO...MEU AMIGO.
Hoje amanheci menino... Criança descalça e
sem compromisso com a vida, disposto apenas e
tão somente a versejar com meus sonhos e
vontades. Em meio às adversidades de uma
vida de turbulências, senti saudade de uma
época em que tudo parecia tão inocente... Tão
puro... Bastava correr em busca da praia e
sentir o vento fo
rte dos meses de agosto e setembro,
arremessando a areia esbranquiçada por sobre
o asfalto e transeuntes, que a alegria já tomava
assento.
A felicidade era acolhida em todos os instantes,
independente de tudo. Nem precisava de
"moeda", nem de roupas alinhadas... Não
precisava nem mesmo ser percebido ou
bajulado pelos elogios de um mundo fantasioso
e alavancado por interesses.
Naquele tempo, ainda no século passado, tudo
era motivo de prazer... O cheiro da terra
molhada... O orvalho da manhã... A neblina
que se antecipava à chuva... Era só felicidade.
Contemplar o céu enevoado e ver o clarão dos
relâmpagos, sempre acompanhado pelo ruflar
dos trovões, enchia o peito de uma sensação
indescritível.
Jogar bola no terreiro de casa, assim como
correr em busca de passarinhos com um
estilingue em punho, ajudava a passar as horas
de um mundo inteiramente pueril e sem dor.
A Escola era tudo de bom. O cheiro exalado
A Escola era tudo de bom. O cheiro exalado
pelas páginas do caderno, assim como as
travessuras com os colegas de sala... Tudo era
motivo para desejar o retorno no dia seguinte.
Até as paixões inocentes pelas menininhas,
mesmo sem tocar nem o cabelo delas (Quanta
diferença de hoje!), já robustecia o sentimento
e a curiosidade da molecada. Não bastasse
tanto, ainda tinha as paixões platônicas pelas
professoras... (rsrsrs).
Quando anoitecia, chegava a hora do jantar,
sempre muito simples, regado a café e pão,
para adormecer e em seguida e recomeçar tudo
no dia seguinte.
A moeda era escassa... Mesmo assim, com
A moeda era escassa... Mesmo assim, com
tantas dificuldades, a vida era somente alegria
e prazer. Faltava a televisão... Nem existia o tal
computador... E, no entanto, ninguém deixava
de ser feliz. Naquele mundo não existia a droga.
Aquele mundinho de Meu Deus já não existe
mais. Quanta saudade!
Sebastião Paulino da Costa.
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