segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A LITERATURA DO DR. SEBASTIÃO PAULINO...


UMA CRONICA DO DR. SEBASTIÃO PAULINO: MÉDICO E ADVOGADO...MEU AMIGO.






Hoje amanheci menino... Criança descalça e 

sem compromisso com a vida, disposto apenas e 

tão somente a versejar com meus sonhos e 

vontades. Em meio às adversidades de uma 

vida de turbulências, senti saudade de uma 

época em que tudo parecia tão inocente... Tão 

puro... Bastava correr em busca da praia e 

sentir o vento fo

rte dos meses de agosto e setembro, 

arremessando a areia esbranquiçada por sobre 

o asfalto e transeuntes, que a alegria já tomava 

assento.





A felicidade era acolhida em todos os instantes, 

independente de tudo. Nem precisava de 

"moeda", nem de roupas alinhadas... Não 

precisava nem mesmo ser percebido ou 

bajulado pelos elogios de um mundo fantasioso 



e alavancado por interesses.

Naquele tempo, ainda no século passado, tudo 

era motivo de prazer... O cheiro da terra 

molhada... O orvalho da manhã... A neblina 

que se antecipava à chuva... Era só felicidade. 

Contemplar o céu enevoado e ver o clarão dos 



relâmpagos, sempre acompanhado pelo ruflar 

dos trovões, enchia o peito de uma sensação 

indescritível.


Jogar bola no terreiro de casa, assim como 

correr em busca de passarinhos com um 

estilingue em punho, ajudava a passar as horas 

de um mundo inteiramente pueril e sem dor.



A Escola era tudo de bom. O cheiro exalado 

pelas páginas do caderno, assim como as 

travessuras com os colegas de sala... Tudo era 

motivo para desejar o retorno no dia seguinte. 

Até as paixões inocentes pelas menininhas, 

mesmo sem tocar nem o cabelo delas (Quanta 

diferença de hoje!), já robustecia o sentimento 

e a curiosidade da molecada. Não bastasse 

tanto, ainda tinha as paixões platônicas pelas 

professoras... (rsrsrs).

Quando anoitecia, chegava a hora do jantar, 


sempre muito simples, regado a café e pão, 

para adormecer e em seguida e recomeçar tudo 

no dia seguinte.



A moeda era escassa... Mesmo assim, com 



tantas dificuldades, a vida era somente alegria 

e prazer. Faltava a televisão... Nem existia o tal 

computador... E, no entanto, ninguém deixava 

de ser feliz. Naquele mundo não existia a droga. 

Aquele mundinho de Meu Deus já não existe 

mais. Quanta saudade!



Sebastião Paulino da Costa.

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