sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O BIG BROTHER EM CORDEL...

Folheto de Marcus Haurélio

A chegada do diabo no bordel do Big Brother

Como afirmam os antigos,
“O mundo velho vai mal”,
A televisão tornou-se
Uma imensa bacanal.
E a melhor solução
Nem é trocar de canal.

Programas de baixo nível
Contaminam a telinha.
E o telespectador,
Que há tempos perdeu a linha,
Alimenta a safadeza,
Erva mais do que daninha.

Um programa conhecido,
Faz da putaria escola:
A família reunida
Aos poucos funde a cachola
Vendo um bando de idiotas
Em luxuosa gaiola.

É um tal de Big Brother,
Que quer dizer “Grande Irmão”,
Que em imoralidade,
No mundo é o campeão,
Nunca se viu nem verá
Tamanha depravação.

Lá um bando de “pessoas”
Na casa é trancafiado.
Ao povo cabe escolher
Quem será o eliminado.
E aumentar o ibope
Do programinha safado.

Um tal Pedro “Bilau”
Que apresenta a “atração”,
Até ele se envergonha
De tanta esculhambação,
Porém o “reality – show”
Lhe coube como opção.

Mas um dia eu passeava
Nas velhas ruas de Sampa,
Quando ouvi um pregador
Encostado a uma rampa,
Dizendo que o mundo velho
Pra morrer só falta a campa.


Era um profeta que andava
Pelas ruas da cidade,
Todo coberto de andrajos,
De provocar piedade.
Foi quem narrou esta história
Que afirmou ser verdade:

No programa Big Brother
Tinha sido eliminado
Um monte de parasitas,
Só 7 havia restado.
Eu vou descrever os 7
Do grupo amaldiçoado.

No grupo havia uma moça
Vaidosa, daquele jeito
Muita tinta no cabelo,
Com silicone no peito.
A rapaziada achava
Que era um avião perfeito.

Havia outra “sujeita”
De uma inveja doentia.
Quem olhasse a dita cuja,
No instante pressentia
Que a cupidez habitava
Aquela alma tão vazia.

Outro ocupante da casa
Um sujeito depravado,
Passava o tempo xingando,
Mostrando estar bem zangado,
Disseminava a maldade
E semeava o pecado.

Havia entre os tais Brothers
Um indivíduo asqueroso,
Que até mesmo pra pensar,
Mostrava-se preguiçoso.
Vivia batendo boca
Com o cabra rancoroso.

Tinha um outro mão-de-vaca
Sovina, bruto ladrão,
Não cumprimentava alguém
Pra não ter de abrir a mão.
Disse que estava na Casa
Pra abocanhar o Milhão.

Tinha uma certa senhora,
Às portas da obesidade.
Na gaiola aproveitava
Para fartar-se à vontade.
A gulodice da bruta
Era uma temeridade.

Por último, tinha uma moça
De conduta fescenina.
Era a reencarnação
Da famosa Messalina.
Só esfriava o seu facho
Com os machos na piscina.

Eram a encarnação
Dos pecados capitais
Divulgados nas TVs
Nas tardes dominicais,
Fazendo de cada lar
Um antro de Satanás.

Estes tipos reunidos
Todos eles num lugar
Estimulavam os vícios
Penetrando em todo lar,
Mas se o bem não é eterno,
O mal não pode imperar.

E, sem ninguém saber como,
Lá na casa apareceu
Um sujeito bem vestido,
Que o povo nada entendeu.
Achou que era outro Brother,
Mas não era – digo eu!

Era um sujeito moreno,
Com capa verde e com fraque,
Usava grande cartola,
Conservava um cavanhaque.
Quando o zangadinho o viu,
Na hora teve um ataque.

- Quem é você, bonitão?
Messalina perguntou.
- Não foi o Pedro “Bilau”,
Que uma pegadinha armou?
O sujeito respondeu:
- Vou já mostrar quem eu sou.

Eu sou o Anjo Maldito,
Helel, brilho da manhã,
Sou o PRÍNCIPE DO MUNDO
Da maldade o talismã.
Porém vocês, obtusos,
Podem me chamar SATÃ.

Houve um pânico geral,
Com a verdade revelada.
O Pedro “Bilau” correu,
Sem encontrar a estrada.
Quem assistia o programa
Também não entendeu nada.

Naquilo o SENHOR DAS TREVAS
Conclamou em alta voz:
- Espíritos das Profundezas,
Aqui chamaram por nós.
Pois quem farreia durante
Tem que se ferrar após.

Chegaram outros demônios.
Para auxiliar Satã:
Belfegor e Belzebu,
Mammon e Leviatã
Asmodeu e Lucifer,
Mais feios que o “deus” Pã.

Asmodeu, luxurioso,
Agarrou-se com a tarada.
Mammon grudou o canguinha,
Que fez enorme zoada.
Lucifer disse à vaidosa:
- Vem cá, sua “desgramada”!

Belzebu, senhor das moscas,
Logo agarrou o guloso;
Befegor nem perdeu tempo
Segurou o preguiçoso,
Leviatã na invejosa
Deu um abraço forçoso.

Satã grudou o zangado
Então ouviu-se um estouro.
E ficou um cheiro forte
De enxofre com ovo gouro.
Tudo desapareceu
Como fosse um sumidouro.

Quem assistia ao programa
No momento se assombrou,
Porque o cheiro de enxofre
Pelo mundo se espalhou.
Quem tava em frente à TV
Também se “empesteou”.

Quando acabei de ouvir
A narração do Profeta,
Fiquei tão desnorteado,
Que parecia um pateta.
Porém inda não sabia
Da barafunda completa.

Dizem que quando a tal trupe
Foi conduzida ao Inferno,
Lá foi feita uma versão
Desse programa moderno,
Levando a promiscuidade
Pra o reino do mal eterno.

O fato é que Satanás
Não podendo competir,
Foi obrigado a deixar
A cambada escapulir,
Para não ver sua casa
No atoleiro ruir.

Satanás disse: - Danou-se!
Quase pego uma rinite.
Deixo sair estas pragas
Pra que um mal maior se evite,
Pois até mesmo no Inferno,
Safadeza tem limite!

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