sábado, 19 de setembro de 2015

A POESIA POPULAR...





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Poeta cantador Dimas Batista Patriota (1921-1986)
Dimas Batista
Quando eu pego na viola
Para cantar o Brasil:
Militar deixa o fuzil;
Jogador esquece a bola;
O aluno gazeia a escola;
O judeu sai do balcão;
O orador erra a expressão;
Pugilista perde o soco.
Eita, Brasil de caboco,
De Mãe Preta, e Pai João!
Eu sou toque de corneta;
Sou barulho de batalha;
Sou o gume da navalha;
Sou a ponta da lanceta;
Sou a pancada da marreta;
Sou o golpe do facão;
Sou tiro de mosquetão;
Sou trator de arrancar toco:
Eita, Brasil de caboco,
De Mãe Preta, e Pai João!
Cantador só passa em teste
Se consultar o Batista;
Porque Deus me fez artista;
Repentista do Nordeste;
Eu não temo nem a peste
Que tenha “pauta” com o “cão”,
Minha voz é um trovão;
Só não ouve quem for mouco:
Eita, Brasil de caboco,
De Mãe Preta, e Pai João!
* * *
Léo Cruz
Admiro a exuberância
De um poeta em cantoria
Com a tempestade de versos
Que num instante ele cria
E as nuvens do seu juízo
Soltam raios de improviso
Riscando o céu da poesia.
* * *
Zé Bernardo
Não sou poeta vos digo
Mas com rimas arranjo o pão.
Sou chapista e impressor,
Sou bom na composição.
O meu saber se irradia,
Conheço com perfeição
Agradeço esta opulência
À Divina Providência
E ao Padre Cícero Romão.
* * *
Lima Júnior
Num engenho abandonado,
Abelhas se aglomerando.
Como que se colocando
À serviço do passado.
Onde o mel açucarado
Da cana, gerou riqueza.
As operárias, sem mesa
Sem fogo, tachos, moenda
Fabricam o mel da fazenda
Na fábrica da natureza.
* * *
José Virgolino de Alencar
Navegando nas águas da poesia
não é eito pra todo canoeiro,
há que ser um exímio timoneiro
pra guiar o seu barco em maestria
seja no mar revolto ou calmaria,
enfrentar indomável tempestade
com coragem e rara habilidade
de manter o seu barco navegando
entre as ondas seguras velejando,
são os poetas, poetas de verdade.
* * *
Galego Aboiador
Este teu olhar brilhante
Como pedra de safira
Azul da cor de anil
Onde o poeta se inspira
Repleto de boniteza
Você tem toda a beleza
Que qualquer homem admira.

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