domingo, 13 de setembro de 2015

SOBRE A SINA DO HOMEM CIGARRA...POR BERNARDO CELESTINO PIMENTEL.



          Gosto de cantar...
tenho a sina da cigarra...

          Quem canta seus males espanta,
mas depende do repertório,
há muita gente que canta,
que espanta o auditório...

          Aos cinco anos, já cantava o sapinho, nas festas de mia Tia Eulina  bezerra em Nova Cruz...os seus convidados, geralmente funcionário da ANCAR, sorriam com o agudo que eu conseguia dar com a voz...a cançaõ era assim:
         O sapinho,
lá na lagoa, 
foi depressa esquentar-se no fogão,
a sapinha, ficou sozinha,
aguardando o sapinho do seu coração...
quariquí qua qui qua qui...
quaricá, qua qua qua qua ,
quariquí, quariquá...
          não tinha mais do que cinco anos...
          Anos depois, talvez com sete anos, entrei na casa do chefe do correio de Nova Cruz, Manoel Costa, e tinha uma roda de boêmios...
          Me lembro bem de seu Luiz tavares tocando clarineta, Chiquito no violão, e Baltazar tocando pandeiro....pedí para cantar e cantei muito...Todos se surpreenderam com a criança prodigiosa...
          No outro dia, ao me encontrar com Manoel Costa , ele me cumprimentou:

          Bom  Dia , POETA...
portanto foi ele que me confeccionou este crachá...enquanto existiu me saudava como um poeta...eu acreditei...
          Nesta época vim a Natal, e participei de uma manhã de sol no Aero clube, que tinha uma domingueira matinal de qualidade...
          Fui levado ao palco e colocado diante do Maestro Sampaio...altivamente, olhei para o maestro e dei  o tom...notei o embaraço do mesmo...me voltei para o público e falei:eu vou cantar outra música, que o maestro está todo enrolado...Sampaio reclamou:menino você acabou comigo...
          Sugeri outro tom  e outra música e surpreendi...o povo e toda a orquestra...
          Sem esquecer as minhas participações no programa MANHÃ DE SOL MARCA OLHO, uma domingueira que existia no clube de Nova Cruz, patrocinada pelas LOJAS PAULISTAS,cujo locutor era Virgílio Aguiar, de voz bonita e bendita...
          Gosto de cantar...sei que as vezes desafino...mas também as vezes desafino na vida...e cantar é como a vida sai de dentro da gente...
          Repetindo Cecília Meireles:

          Eu Canto por que o instante existe,
E A MINHA VIDA ESTÁ COMPLETA,

não sou alegre, nem triste,
sou poeta...

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