Nascido em 1821, em Paris, França, Baudelaire foi um dos fundadores da poesia moderna.
A comunhão entre emoção e rigor formal de sua poesia não escondia a mente atormentada do homem. Era dono de rara sensibilidade estética. E exercia feroz senso crítico consigo mesmo e com os outros. Sua angústia não tinha repouso.
Foi o poeta do tormento humano. Tinha gosto pelo inalcançável. Mas não dispensava o dandismo que o fazia imitado. Para ele, “tudo que é natural é abominável”. Sua busca do absoluto foi interditada pela visão da Queda. Vivia entre polos de tensão. E a unidade da paz interior esteve para ele sempre perdida.
Padeceu de sífilis e conviveu com o absinto. Morreu em 1867 nos braços da mãe.
Este trecho de Canto de Outono está nas Flores do Mal:
“Amo em teu longo olhar a luz esverdeada,
Doce amiga, mas hoje amarga-me um pesar,
E nem o teu amor, o lar, a alcova, nada
Vale mais do que o sol raiando sobre o mar.
Doce amiga, mas hoje amarga-me um pesar,
E nem o teu amor, o lar, a alcova, nada
Vale mais do que o sol raiando sobre o mar.
Mas ama-me assim mesmo e cheia de ternura,
Sê mãe para o perverso, o ingrato em todo caso;
Sê, amante ou irmã, a efêmera doçura
De um outono glorioso ou a de um sol ao acaso.”
Sê mãe para o perverso, o ingrato em todo caso;
Sê, amante ou irmã, a efêmera doçura
De um outono glorioso ou a de um sol ao acaso.”
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