domingo, 9 de junho de 2013

ORGULHO...

ORGULHO – Maria Braga Horta

Passas na rua indiferente e mudo
e indiferente e muda eu também passo:
- como se, em nós, não nos dissessem tudo
os corações frementes de embaraço…
Sei que sentiste nalma o golpe agudo
que o meu desdém lançou no teu fracasso.
E tu bem sabes como está desnudo,
com o teu desprezo, este meu peito de aço…
Sabemos bem o mal que nos fazemos!
Finjo não ver-te e finges não me ver,
fazendo mútuo e imaginário esbulho.
Mas o que é certo é que ambos compreendemos
que o teu orgulho em vão me faz sofrer
e tu sofres em vã
o com o meu orgulho!
1933

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