Filha da madrugada
POR ALLAN KLEBYSON
POR ALLAN KLEBYSON
Sou a filha da dor das
madrugadas,
Vejo à noite o que ao dia ninguém
vê.
De manhã observo o sol nascer
Sob a cama das ruas, nas
calçadas.
Minhas partes íntimas
machucadas…
São feridas morais por eu saber,
Que elas foram tocadas sem
prazer,
Sem respeito também foram
largadas.
Lá em casa é ‘um entra de homem
e sai’,
Nenhum deles, esposo nem o pai,
Mas eu sou deles todos, uma
trilha.
Nessa vida de tanto sofrimento,
Só me sirvo pros homens, de
alimento,
Pra poder dar comida a minha
filha.
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