domingo, 9 de junho de 2013

A VIDA COMO ELA É...



Filha da madrugada

POR ALLAN KLEBYSON

Sou a filha da dor das 
madrugadas,

Vejo à noite o que ao dia ninguém 
vê.

De manhã observo o sol nascer

Sob a cama das ruas, nas 
calçadas.
Minhas partes íntimas 
machucadas…

São feridas morais por eu saber,

Que elas foram tocadas sem 
prazer,

Sem respeito também foram 
largadas.

Lá em casa é ‘um entra de homem 
e sai’,

Nenhum deles, esposo nem o pai,

Mas eu sou deles todos, uma 
trilha.

Nessa vida de tanto sofrimento,

Só me sirvo pros homens, de 
alimento,

Pra poder dar comida a minha 
filha.

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